Chave
Procura-se
Uma chave muito idêntica à que acima se expõe, foi utilizada à vários anos para fechar a porta de acesso à barra do rio Douro, que desde então ficou privada de receber navegação comercial. Quem a conseguir encontrar ou souber do seu paradeiro, será certamente credor dos maiores elogios e de profundo reconhecimento.
2 comentários:
Caro Reimar
Não haja dúvida que descobres coisas do arco-da-velha.
Eu, que resido aqui quase em cima da boca da barra do rio Douro, não sabia disso.
Por acaso já encontrei uma chave ali junto da barra, no areal da Praia das Pastoras, era a chave do meu ganapo mais novo, que a perdeu, numa noite de pesca à tainha e que me fez pesquisar o areal de lés a lés, felizmente o areal não é muito grande, contudo foi o mesmo que encontrar a agulha no palheiro.
Chave para fechar a porta de acesso à barra do rio Douro, que a privou de receber navegação comercial, deve ser difícil encontrar ou mesmo impossível, a não ser na Casa do Infante (Arquivo Histórico Municipal) ou Arquivo Distrital à rua das Taipas.
Agora a quem competia fechar a porta da barra, devido às condições deterioráveis de mar, fortes correntes de águas de cima ou assoreamento da barra, como â cerca de três anos sucedeu, com os navios flúvio-marítimos Lass Neptun e Germa, um deles parece-me que nem sequer meteu carga, para ver se conseguía cruzar o seco, que atravessava quase todo o rio, acima da Cantareira. Somente pelo norte da bóia de Sobreiras, haveria uma leve hipótese, mas também não sei qual era a batimetrica do local. Aliás não era novidade passarem navios pelo norte do canal em 15 pés de calado no pico da maré cheia, quando desgovernavam, os pilotos práticos não hesitavam, referenciando-se pelas marcas, que só eles conheciam, desde crianças e que velhos pilotos e mareantes da barra lhes ensinavam, assim como eu aprendi esses ensinamentos de meu pai e de outros pilotos e velhos pescadores, era aos pilotos-mor depois de consultarem os seus subalternos e por voto secreto, informando de seguida o capitão do porto, isto tanto no Douro como em Leixões. Aliás, actualmente é mais ou menos assim.
Já agora aí vão os nomes dos pilotos-mor do Douro e Leixões.
Joaquim Luis de Sousa, 18../1852; Manuel Luis Monteiro 1852/1886; Luis Augusto da Silva 1886/1902; Domingos Pereira da Silva 1902/1914; Manuel António 1914/1925 (este foi um dos sobreviventes tragédia da catraia da Pensão, embarcação de pilotar. Não haja confusão!); José Pinto de Almeida (O Pantaleão), 1925/1928, o que não se vergava aos capitães do porto e defendia os seus subalternos e foi o primeiro piloto-mor do meu pai e ainda deu um novo incremento à corporação, indo à Alemanha encomendar a primeira lancha-motor, a P-1; Francisco Rodrigues Brandão 1928/1938; Paulino Ferreira da Silva Soares 1938/1946; José Fernandes Tato 1946/1965, este foi o primeiro piloto náutico a exercer as funções de piloto-mor e também realizou a modernização da corporação; Francisco José Campos Evangelista 1965/1969; Aristides Pereira Ramalheira 1970/1971; Tito dos Santos Marnoto 1971/1973; Alberto Feliciano Pereira Encarnação 1973/1975; Henrique da Silva Pereira (Carola) 1975; António Maria dos Santos Fernandes Barraca 1975/79---; Daqui para diante perdi a navegação.
Na minha família também tive um tio-avô sota-piloto-mor, que foi Manuel de Oliveira Alegre (Marage), que foi o piloto que conduzia o vapor alemão Hersilia, que se perdeu na restinga do Cabedelo.
A navegação comercial flúvio-maritima do rio Douro tem estado parada devido â manutenção das várias eclusas, mas já vai recomeçar a partir do fim do mês, infelizmente são apenas embarques de pedraria. Agora que a barra tem um mínimo de condições favoráveis a uma boa navegação, é que a Secil com cinco escalas semanais, foi quase que obrigada a ir para Leixões. Chama-se a isto “a cidade a virar as costas ao rio”.
E é tudo meu caro!
Um abraço
Bons dias
Manuel Luiz Monteiro foi meu tetravô, e achei interessante encontrar referência a ele neste local.
Obrigado
Hélio Oliveira Pereira
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