quarta-feira, 20 de maio de 2009

Pedido urgente de colaboração


A lancha piloteira de Leixões "Longas" ou "P10"

A piloteira ""P10" em plena actividade
Imagem (c) Fotomar, Matosinhos

No dia 5 de Março do ano passado, salientei num post sob o título “Grito de Alerta”, o mais que provável abate desta embarcação, que tantos e bons serviços prestou aos pilotos do Douro e Leixões, sabendo que esse dia pode estar para breve.

Para além desse facto, lembrei igualmente tratar-se da única embarcação que ainda existe com a assinatura dos Mónica, integralmente construída nos seus estaleiros na Gafanha da Nazaré.

Actualmente a lancha é propriedade da Administração dos Portos do Douro e Leixões, a quem espero, brevemente, convencer da exigência de preservar esta unidade, quanto mais não seja por respeito à extraordinária família Gafanhense, de construtores navais.

A proposta é simples; se a Administração dos Portos do Douro e Leixões puder dispor de um local onde a lancha, depois de preparada, fique exposta e possibilite a visita de interessados, de todas as idades, deverá por esse facto permanecer junto à área portuária local. Na impossibilidade, a sugestão para oferta ou empréstimo, recai sobre um local a definir pelo Museu Marítimo de Ílhavo, onde certamente será acolhida com toda a dignidade que a lancha justifica e merece.

Nesta conformidade, rogo a todos os amigos e companheiros de causas marítimas, o seu apoio na intransigente defesa do património marítimo nacional, solicitando que se manifestem com comentários, que farei chegar à Administração da A.P.D.L.

A todos o meu antecipado agradecimento.

terça-feira, 19 de maio de 2009

O naufrágio do iate "Harbinger" na Agudela


Terceiro iate naufrado, próximo a Leixões
num relativamente curto espaço de tempo

Na madrugada da última quinta-feira, 14 de Maio, o iate Inglês “Harbinger”, com cerca de 15 metros de comprimento, deu à costa entre as praias do Corgo (a Norte) e da Agudela (a Sul), freguesia de Lavra, concelho de Matosinhos, ficando completamente destruído.

Destroços

Destroços

Destroços

E no mar, ainda mais destroços

O tripulante solitário, um Inglês de 73 anos, saído do porto de Plymouth, com destino ao Mediterrâneo, deixou que a embarcação se aproximasse demasiado da costa, encontrando pelo caminho zona rochosa ou um qualquer banco de areia, ficando adornado. Perante tal situação, só restou o atendido pedido de socorro, que lhe valeu chegar a terra a salvamento, apesar de se apresentar muito debilitado com hipotermia.

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Heráldica com navio bacalhoeiro


A Junta de Freguesia de Massarelos, no Porto, tem desde à muitos anos no seu brasão, a representação dum navio bacalhoeiro.
Apesar de ocupar uma posição privilegiada no mapa citadino, com parte alta cobrindo a renovada e moderna área da Boavista, a escolha da imagem recai sobre a beira-rio, local onde era possível apreciar ancorada grande parte da frota bacalhoeira.

O brasão de " Massarelos "

Foi nesse mesmo local, que durante muitas décadas funcionou o cais de depósito de madeiras e carvão, possibilitando o abastecimento de veleiros e vapores, além de permitir as habituais operações de carga e descarga dos navios.
E a delegação do Grémio dos Armadores da Pesca do Bacalhau, numa moradia recentemente reconstruída, com a feliz decisão de ter sido preservada a fachada original, com as duas esculturas em pedra, onde se percebem cenas da pesca. Os frigoríficos, armazém onde era acondicionado o peixe descarregado, edifício mal conservado e ainda um dos parques dos Serviços de Transportes Colectivos, hoje o renovado Museu do Carro Eléctrico.
Entre o Bicalho e Massarelos esteve também a funcionar o quadro dos navios da Armada, ancorando os navios de visita à cidade. E a bordo das corvetas “Sagres” e “Estephânia”, foram escolas no norte para muitos alunos marinheiros.
Por ali existiu igualmente um sucateiro, que desfez larga quantidade de navios, tal o caso do submarino inglês, que a imagem documenta em 1º plano.
Praça de chegadas e partidas, só lamento não ter sido incluído na toponímia do lugar, o nome de “Jardim da Saudade”, ao jardim que se estende na marginal, desde o Bicalho até ao Cais das Pedras.

Bacalhoeiros em Massarelos – foto de autor desconhecido
da esquerda para a direita encontram-se os lugres “Infante de Sagres III”, “Paços de Brandão”, “Ana Maria”, “Senhora da Saúde” e “Aviz”.

quinta-feira, 7 de maio de 2009

A 1ª escala do m.s." Fram " em Leixões


O m.s." Fram "

O "Fram" - postal da Companhia

Este navio de cruzeiros passou pela 1ª vez em Leixões, no passado dia 16 de Abril, procedente de Lisboa, seguindo com destino a Villagarcia de Arosa. O “Fram” navega com bandeira Norueguesa, tab 11.647 to. e boca 113,86 mt, num périplo à volta dos portos peninsulares, muito do agrado dos mercados de cruzeiros nórdico e do norte da Europa.
A prova de fogo desta recente unidade de cruzeiros, construído em 2007, aconteceu no dia 1 de Janeiro de 2008, quando num cruzeiro de fim ano no mar Árctico, devido a uma avaria na máquina propulsora, o navio colidiu com uma ilha de gelo. Apesar do susto não houve feridos, entre os 256 passageiros e 70 tripulantes a bordo, nem tão pouco avarias de monta no casco.

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Histórias de navegantes


O Diário de bordo
= William Phelps, Aventuras e Confissões =



O capitão de um navio escreveu certa vez no seu diário de bordo :
- “O imediato hoje apareceu bêbado”.
Passada a bebedeira, o imediato sentiu-se profundamente contrariado e desgostoso, tendo suplicado ao capitão que não registasse aquela nota desairosa, declarando que nunca havia bebido antes e que jamais tornaria a beber.
O capitão contudo foi irredutível e salientou :
- “Neste diário”, disse ele, “só escrevemos a verdade”.
Na semana seguinte, chegou a vez do imediato fazer os respectivos registos no diário de bordo, tendo em dado momento consignado :
- “O capitão hoje não estava bêbado” !…

domingo, 3 de maio de 2009

Soc. Geral - Nº 15 - " Alferrarede "


“ Alferrarede “
1927 – 1961
Soc. Geral de Comércio, Indústria e Transportes, Lda.

O "Pluto" da D.G. Neptun depois "Alferrarede"
postal da Companhia

Nº Of.: 361-F > Iic.: H.A.L.F. > Registo : Lisboa, 30.06.1927
Cttor.: J.C. Tecklenborg A.G., Geestemunde, Alem., 05.1905
ex “Pluto”, D. G. Neptun Line, Bremen, 1906-1916
ex N.R.P.“Sado”, Lança minas da Armada, 191?-192?
ex “Sado”, Transp. Marítimos do Estado, Lisboa, 191?-1927
Máq.: J.C. Tecklenborg,1905 > 1:Te > 700 Ihp > Vlc. 10 m/h

O "Alferrarede" em Leixões
imagem (c) Fotomar, Matosinhos

1º Registo
Tonelagens : Tab 1.452,18 to > Tal 865,28 to
Cpmts.: Pp 70,06 mt > Boca 11,02 mt > Pontal 4,56 mt
Equipagem : 27 tripulantes

2º Registo
Nº Oficial : 361-F > Iic.: C.S.A.C. > Registo : Lisboa, 1946
Tonelagens : Tab 1.452,18 to > Tal 865,28 to
Cpmts.: Ff 73,91 mt > Pp 70,06 mt > Bc 11,02 mt > Ptl 4,56 mt
Equipagem : 27 tripulantes

O “Alferrarede”
desenho de Luís Filipe Silva

O navio regista um encalhe na barra do rio Douro, a 30.01.1934, tendo sido possível concretizar a rua recuperação, regressando ao serviço comercial. Foi vendido à empresa Sofamar, de Lisboa em 1961. Conservou a matrícula em Lisboa, mas alterou o nome para “João Diogo”. Naufragou dois anos depois, após encalhe a norte de Peniche, em 08.01.1963.

sábado, 2 de maio de 2009

Soc. Geral - Nº 14 - " Mirandella "


“ Mirandella “
1927 – 1955
Soc. Geral de Comércio, Indústria e Transportes, Lda.

O "Mirandella" em Inglaterra
Imagem Photoship.Uk

Nº Of.: 358-F > Iic.: H.M.D.L. > Registo : Lisboa, 07.05.1927
Cttor.: Bremer Vulkan A.G., Vegesack, Alemanha, 11.1906
ex “Khalif”, Deutsche Ost-Afrika Line, Hamburgo, 1906-1916
ex “Fernão Veloso”, Transp. Marít. Estado, Lisboa, 1916-1927
Máq.: Bremer Vulkan,1906 > 1:Te > 3.200 Ihp > Vlc. 13 m/h

O "Mirandella" em Leixões
Imagem (c) Fotomar, Matosinhos

1º Registo
Tonelagens : Tab 5.179,47 to > Tal 3.805,05 to
Cpmts.: Pp 125,44 mt > Boca 16,05 mt > Pontal 8,39 mt
Equipagem : 45 tripulantes – 12 passageiros

2º Registo
Nº Oficial : 358-F > Iic.: C.S.B.H. > Reg.: Lisboa, 1946
Tonelagens : Tab 5.179,47 to > Tal 3.805,05 to
Cpmts.: Ff 130,58 mt > Pp 125,44 mt > Bc 16,05 mt > Ptl 8,39 mt
Equipagem : 45 tripulantes – 12 passageiros

O “Mirandella”
desenho de Luís Filipe Silva

O navio foi vendido para demolição no porto Italiano de La Spezia, em 29.03.1955.

sexta-feira, 1 de maio de 2009

Soc. Geral - Nº 13 - " Saudades "


“ Saudades “
1926 – 1958
Soc. Geral de Comércio, Indústria e Transportes, Lda.

O "Saudades" à chegada a Leixões
Imagem (c) Fotomar, Matosinhos

Nº Of.: 353-F > Iic.: H.S.D.A. > Registo : Lisboa, 24.12.1926
Cttor.: Flensburger Schiffsbau A.G., Flensburgo, Alem.,02.1914
ex “Phoenicia”, Hapag, Hamburgo, Alemanha, 1914-1916
ex “Peniche”, Transp. Marítimos do Estado, Lisboa, 1916-1926
Máquina : Flensburger,1914 > 1:Te > 2.300 Ihp > Vlc. 12 m/h

1º Registo
Tonelagens : Tab 4.758,25 to > Tal 2.972,18 to
Cpmts.: Pp 111,56 mt > Boca 15,58 mt > Pontal 9,19 mt
Equipagem : 39 tripulantes – 14 passageiros

2º Registo
Nº Oficial : 492-E > Iic.: C.S.B.M. > Reg.: Lisboa, 1946
Tonelagens : Tab 4.758,25 to > Tal 2.972,18 to
Cpmts.: Ff 116,16 mt > Pp 111,56 mt > Bc 15,58 mt > Ptl 9,19 mt
Equipagem : 41 tripulantes – 12 passageiros

O “Saudades”
desenho de Luís Filipe Silva

O navio foi vendido para sucata em Lisboa, em 1958, tendo sido demolido durante o ano de 1959.