sexta-feira, 31 de julho de 2015

Leixões, o porto em 1919!


(In revista "Ilustração Nacional, Nº 4, 1919, Póvoa de Varzim)

quarta-feira, 22 de julho de 2015

História trágico-marítima (CLIV)


O naufrágio da galera “Santa Maria”
(7 de Setembro de 1918 - posição 13º25'S 15º00'W)

Características do navio
1916-1918
Armador: Transportes Marítimos do Estado

Desenho da galera "Santa Maria" por Luís Filipe Silva

Nº Oficial: 352-E - Iic: H.S.A.N. - Porto de registo: Lisboa
Construtor: Oswald, Mordannt & Co., Ltd., Southampton, 1886
ex “Schiffbek”, Knor & Burchard, Hamburgo
ex “Ellesmere”, Sailing Ship Ellesmere Co., Londres
Arqueação: Tab 2.662,94 tons - Tal 2.526,62 tons
Dimensões: Pp 104,76 mts - Boca 15,37 mts - Pontal 8,40 mts
Propulsão: À vela
Equipagem: 17 tripulantes

Pernambuco, 30 de Setembro – Chegaram em 19 deste mês ao porto do Recife dois botes à vela, conduzindo 17 homens da tripulação da galera portuguesa “Santa Maria”, que de Glasgow se dirigia ao Lobito, em África.
A barca incendiou-se no alto mar, a 120 milhas de Pernambuco, por efeito da explosão de umas bombas que trazia a bordo, com carregamento de carvão.
Salvou-se toda a tripulação em três botes, gastando onze dias desde o lugar do sinistro até ao porto de Recife. Um dos botes aportou por alturas da Baía. O cônsul português providenciou dando mantimentos e vestuário aos náufragos.
(In jornal “Comércio do Porto”, sábado, 28 de Dezembro de 1918)

segunda-feira, 20 de julho de 2015

Leixões na rota do turismo!


O navio de passageiros "The World"


Depois de mais uma escala de dois dias em porto, a frase escolhida pela administração portuária faz todo o sentido, quando diz que «O mundo passa por Leixões».

Navio de passageiros "The World"

Chegado procedente de Lisboa, tem a saída agendada para esta noite, com destino a Gijon.

quinta-feira, 16 de julho de 2015

História trágico-marítima (CLIII)


O encalhe do vapor “Mormugão”

No encalhe do vapor “Mormugão”,
não resultou perigo para os passageiros
Segundo um telegrama recebido nos Transportes Marítimos do Estado, o vapor “Mormugão”, da carreira da América, encalhou à entrada de Newbedford, devido ao nevoeiro.
O navio, que conduzia grande número de passageiros, conseguiu safar-se pouco depois, sem avaria de importância e prosseguiu viagem, não carecendo de entrar em doca seca para reparar.
Esta informação, conquanto diversa de outras chegadas do estrangeiro, deve ser a mais exacta. No entanto, quer esta quer as outras, dão, felizmente, como livres de perigo os passageiros.
(In jornal “Comércio do Porto”, Domingo, 1 de Maio de 1921)

Imagem do vapor "Mornugão" dos T.M. do Estado
Desenho de Luís Filipe Silva

Características do vapor “Mormugão”
Armador: Transportes Marítimos do Estado, Lisboa
1916-1924
Nº Oficial: 412-E - Iic: H.M.O.R. - Registo: Lisboa
Construtor: Blohm & Voss, Steinweder, Alemanha, 11.09.1904
ex “Esne” – D.D.G. Kosmos, Hamburgo, 1904-1910
ex “Kommodore” – Deutsch Ost-Afrika, Hamburgo, 1910-1916
Arqueação: Tab 6.064,00 tons - Tal 3.849,70 tons
Dimensões: Pp 125,32 mts - Boca 15,51 mts - Pontal 8,70 mts
Propulsão: Blohm & Voss, 1904 - 1:Qe - 2.800 Ihp - 10 m/h
Vendido a Lara Sousa & Cª. em 1924, ficou ao serviço da Companhia de Açucares de Angola com o nome “Infante de Sagres”. Foi ainda vendido à Companhia Nacional de Navegação, em 1927, sendo rebaptizado “Zaire” e naturalmente utilizado nas carreiras para África.

Os passageiros do “Mormugão”
Black-Island, 2 – Todos os passageiros do vapor “Mormugão” foram esta tarde transferidos para terra, sãos e salvos.
(In jornal “Comércio do Porto”, segunda, 2 de Maio de 1921)

segunda-feira, 13 de julho de 2015

História trágico-marítima (CLII)


Um abalroamento ditou o fim do navio-motor "Conceição Maria"

Um navio holandês abalroou com o cargueiro português
“Conceição Maria” e abandonou-o em chamas no mar do norte
Foi salva a tripulação
Hamburgo, 3 – Envolto em chamas após ter colidido com o navio holandês “Simonskerk”, no dia 2 de Fevereiro, o cargueiro português “Conceição Maria”, de 1.819 toneladas, propriedade da Sociedade Geral de Comércio, Indústria e Transportes e registado em Lisboa, derivou perigosamente em direcção aos reservatórios petrolíferos da Transocean – informou a guarda costeira holandesa.
As autoridades acrescentam que o rebocador de alto mar “Atlas” está a tentar passar um cabo ao navio português, a fim de o afastar dos depósitos e evitar a possibilidade de uma catástrofe ainda maior. Entretanto, os vinte e seis tripulantes portugueses do “Conceição Maria” foram recolhidos pelo navio dos pilotos da barra do Ems, “Pollux”.
Mensagens de rádio recebidas de bordo do “Atlas” indicam que o “Conceição Maria” deve ter derivado perigosamente em direcção dos reservatórios da Transocean, desconhecendo-se, por enquanto, o que sucedeu ao navio holandês envolvido na colisão.
Dezassete dos tripulantes portugueses recebidos pelo “Pollux” foram, mais tarde, transferidos para bordo do navio da guarda costeira “Georg Breusing”, que os levou imediatamente para terra, regressando, pouco depois, para recolher os nove restantes. Todos os sobreviventes, um dos quais apresentava ferimentos graves, foram para a ilha de Borkum, no Mar do Norte – informa a guarda costeira.
Segundo a rádio «Norddeich», a colisão deu-se ao largo do estuário do rio Ems, a doze quilómetros ao norte da ilha holandesa de Schiermonnikog.
Os vinte e seis tripulantes portugueses foram recolhidos por navios de socorro holandeses.
Por informações obtidas junto da Sociedade Geral, o cargueiro português “Conceição Maria”, propriedade daquele armador, estava fundeado perto da boia JE-2, já na área do porto de Borhum, quando foi abalroado pelo vapor “Simonskerk”, de 9.821 toneladas, que, criminosamente e ao contrário de todas as leis do mar e dos homens continuou o seu rumo. O navio português sofreu um grande rombo e incendiou-se, afundando-se mais tarde, notícia, aliás, ainda não confirmada pela Sociedade Geral.
O marinheiro ferido, Jasmim dos Santos Nascimento, natural de Mafra e que está internado no Hospital de Borkum, sofreu fratura numa perna e nas costelas. Encontrava-se na parte superior dos navio e, devido ao abalroamento, foi projectado.

A atitude criminosa do navio abalroador
De acordo com mais informações recolhidas na Sociedade Geral, que o comandante do “Conceição Maria”, sr. Manuel Casimiro Soares Sousa, este em contacto telefónico, às 11 horas da manhã, com aquela empresa e dissera que o navio português se encontrava fundeado e devidamente sinalizado. Depois do abalroamento, que provocou grande rombo no costado do “Conceição Maria”, o navio holandês continuou viagem sem prestar assistência ao navio nem à tripulação do cargueiro português.
O “Conceição Maria” saiu de Lisboa no passado dia 29 de Janeiro, com destino a Bremen, onde devia ter chegado ontem. Levava um carregamento de cortiça e carga geral. A notícia do afundamento do navio não pôde ser confirmada pela empresa proprietária. O último telefonema pra a companhia armadora, feito a bordo do rebocador “Atlas”, onde se encontrava o comandante do navio, informava que já tinha sido lançada uma amarra ao navio português e que se faziam tentativas para o recuperarem e extinguir o incêndio.

A tripulação do “Conceição Maria”
São as seguintes as identidades dos membros da tripulação:
Comandante, Manuel Casimiro Soares de Sousa, de Lisboa; imediato, Vasco Dinis de Barros Freire, de Oeiras; segundo-piloto, Délio Carlos Ramos Morgado, de Loulé; praticante de piloto, Afonso Correia Bettencourt, dos Açores; radiotelegrafista, Renato Manuel da Silva Santos Medeiros; contra-mestre, José Fiúza Sampedro, de Lisboa; marinheiros, Cesário dos Santos Evangelista, de Vila Franca de Xira; Vasco Boto Macatrão, da Nazaré; Ernesto Cordeiro, da Figueira da Foz; Armindo Pereira Rico, de Vila Nova de Gaia; José Viegas Samuel, de Setúbal e Jasmim dos Santos Nascimento, de Mafra; primeiro-maquinista, António Fiel, de Lisboa; segundo-maquinista, Fernando Neves do Sacramento, também de Lisboa; terceiros-maquinistas, Domingos Augusto Beira, de Mirandela e João Lima Maranhão, do Porto; artífice, José de Oliveira Ferreira Lopes, de Lisboa; fogueiro-paioleiro, Joaquim dos Santos, da Lourinhã; ajudantes de motorista: Manuel Anselmo Freitas Maciel e Manuel Luís Delgado Gaivoto, ambos de Viana do Castelo; Alípio António da Rocha Carvalho, de Caminha; cozinheiro, António Luís de Brito, dos Arcos de Valdevez; padeiro, Manuel Rodrigues da Silva, de Aveiro; e, ainda Manuel Ferreira Pousada, de Valença; António Lajes Veloso, dos Arcos de Valdevez; e João de Sousa Marques, de Vila Verde.
Todos se encontram a salvo, no porto de Borkum.
(In jornal “Comércio do Porto”, sexta, 4 de Fevereiro de 1966)

Características do navio-motor “Conceição Maria”
1948 – 1968
Armador: Soc. Geral, de Comércio, Indústria e Transportes, Lisboa

Foto do navio-motor "Conceição Maria" em Leixões
Imagem da Fotomar, Matosinhos - minha colecção

Nº Oficial: H-360 – Iic: C.S.I.U. – Registo: Lisboa, 08.07.1948
Construtor: Companhia União Fabril, Lisboa, 07.1947
Arqueação: Tab 1.735,64 tons – Tal 931,59 tons – Pm 2.974 tons
Dimensões: Ff 93,32 mt – Pp 86,40 mt – Bc 12,84 mt – Ptl 4,55 mt
Propulsão: Burmeister & Wain – 1:Di – 7:Ci – 2.500 Bhp – 13 m/h
Equipagem: 26 tripulantes

O convés superior e a superestrutura do navio português
“Conceição Maria” estão reduzidos a ruínas negras
Emden (Alemanha Ocidental), 4 – Chegou hoje aos estaleiros Rheinstahl Nordseewerke, de Emden, o navio português “Conceição Maria”, a fim de ser reparado, pois tem o casco muito queimado.
O capitão e oito tripulantes estavam a bordo quando um rebocador da Alemanha Federal rebocou o navio para o porto de Emden.
O convés superior e a superestrutura do “Conceição Maria” estão reduzidos a ruínas negras. O navio apresenta as marcas da colisão com o navio holandês “Simonskerk”.
Um dos vinte e seis tripulantes portugueses continua hospitalizado na ilha de Borkim, no Mar do Norte.
Os restantes dezassete chegaram a Emden, vindos de Borkum, num «ferryboat» pouco depois do navio. Foram imediatamente recolhidos numa casa de marinheiros onde comeram e descansaram, antes de partirem de comboio para Portugal.
Ainda não se sabe quanto tempo demorarão as reparações que o “Conceição Maria” terá de sofrer em Emden.

Um comunicado da empresa armadora do navio
A Sociedade Geral, empresa armadora do navio “Conceição Maria”, ante-ontem abalroado por um navio holandês, no Mar do Norte, informou que, segundo as últimas notícias recebidas, aquele cargueiro continuava a navegar, às 21 horas de ante-ontem, e estava a ser rebocado para o porto alemão de Emden, onde devia chegar, ontem, cerca das 11 horas.
Pouco antes daquela hora, o capitão do “Conceição Maria”, sr. Manuel Casimiro Soares Sousa, deixara o rebocador “Atlas” para regressar para bordo do navio português, onde o fogo, entretanto, fôra extinto.
Além do comandante Soares Sousa, estão em Emden mais sete membros da tripulação, com vista à possível reparação do navio. Só depois do “Conceição Maria” entrar naquele porto poderá ser decidido se o navio será objecto de reparação provisória em Emden, vindo depois para Lisboa, ou se também se fará na Alemanha a sua reparação definitiva.
Os outros dezoito tripulantes do “Conceição Maria” partiram, ontem à noite, de comboio, para Lisboa, onde devem chegar na segunda-feira à noite.

Foto do navio-motor "Simonskerk"
Imagem da photoship.uk

Vai ser posta uma acção contra o comandante do vapor holandês
que não prestou assistência ao navio abalroado
A Sociedade Geral já incumbiu os seus advogados, em Londres, de prepararem a apresentação da queixa contra o comandante do navio holandês “Simonskerk”, que seguiu viagem sem prestar assistência aos sinistrados, depois do seu navio ter abalroado violentamente o “Conceição Maria”. A atitude daquele comandante, e tanto mais incompreensível, pois o “Conceição Maria” para além de seguir devidamente sinalizado, o sino de nevoeiro ia a tocar, por mera precaução.
(In jornal “Comércio do Porto”, sábado, 5 de Fevereiro de 1966)

Em função do referido no texto anterior, confirma-se ter o navio levado a cabo reparações provisórias no porto de Emden, possibilitando a viagem de regresso a Lisboa. Porém, a companhia Sociedade Geral, em função dos múltiplos danos encontrados a bordo, optou pela venda do navio ao sucateiro Américo Vasques Vale, de Lisboa, tendo a demolição acontecido no decorrer do ano de 1968.

sábado, 11 de julho de 2015

História trágico-marítima (CLI)


O patacho “ Mediterrâneo “
1912 - 1917
Armador: José Soares da Costa, Porto

Desenho de navio armado em patacho,
sem correspondência ao texto

Nº Oficial: A-152 - Iic: H.D.J.R. - Porto de registo: Porto
Construtor: Não identificado, Montrose, Inglaterra, 1896
ex “Standard”, Armador não identificado, Aberdeen, 1896-1910
ex “Soares da Costa“, José Soares da Costa, Porto, 1910-1912
Arqueação: Tab 189,50 tons - Tal 149,88 tons
Dimensões: Pp 35,00 mts - Boca 7,19 mts - Pontal 3,50 mts
Propulsão: À vela
Equipagem: 8 tripulantes
Capitães embarcados: Francisco da Rocha (1912 a 1913) e Manuel dos Santos Saltão (1914 a 1917)

O patacho encalhou em Caceia, ou Cacela (Vila Nova), Algarve, em 23.12.1917, quando em viagem do Porto para Mazagão. Não foi encontrada qualquer notícia, nos jornais consultados, com o respectivo relato do sinistro em causa.

Aos armadores e construtores de navios
Venda do casco do patacho “Mediterrâneo”, no dia 15 do corrente (Janeiro de 1918), ao meio dia, na praia denominada Manta Rota, Cacela, próximo a Vila Real de Santo António. Vai ter lugar a venda particular do casco do patacho “Mediterrâneo”, ali naufragado. O referido casco é forrado de cobre e tem muitas cavilhas de cobre e magnificas ferragens.
A praia onde está encalhado, dista da estação de Cacela pouco mais de 1 quilometro, é de areia e o navio, na baixa-mar, fica todo em seco, de modo que é possível salvar-se tudo e conduzir-se, quer por mar quer por terra para Vila Real, Tavira ou Lisboa. Pode ser aproveitada, pois, tão boa ocasião.
Havendo concorrência suficiente, no mesmo dia, hora e local, se venderão os salvados, que constam de velas do navio, vergas, cabos, ferros, correntes e outras miudezas, cuja relação segue abaixo.
Salvados do patacho “Mediterrâneo”,
naufragado na costa de Cacela, Algarve:
Todas as velas do navio, algumas novas e as restantes em estado de quase novas, 1 espia nova, 2 espias velhas, 2 escotas do traquete novas, 1 ostaga do joanete nova, 1 talha de ferros, 2 talhas do vergueiro, 1 peça de cabo de linho, colhedor, ½ fieira de colhedor mais fino, 1 bocado de cabo novo, 1 ostaga do velacho, escada de cabo nova, 1 talha nova.
Todos os cabos de manilha do navio em meio uso, 3 faróis de borda, 2 globos de socorro vermelhos, 3 caixas de petróleo, 1 sino, 2 pipas, 3 quartolas, 4 barris de água e vinho (vazios), pedaço de vela, 6 vassouras novas, 3 madeixas de fio de vela, 9 escovas novas, 38 moitões grandes e pequenos, 19 cadernais, 2 guardinis de pau de carga, 12 manilhas de corrente de polegada, 2 ferros grandes, 2 ancoretes, 2 cadernais de ferro, 2 moitões de ferro, 3 guias de ferro, 1 macho de gatas, 12 arcos de pano de proa, 3 rodas de poleame novas, 700 gramas de arame, todas as vergas, retrancas e mastaréus do navio, etc., 1 pau de carga, 1 arpão, ferramentas, 1 baleeira, 1 bote, 10 remos de pinho, código de sinais, panelas, pratos, bandejas e mais louças, 2 rosas de vento, 5 cartas, 1 linha de barca, 1 hélice, 1 barómetro-orómetro, 1 cronómetro, mariato grande e bandeira nacional, relógio, 1 candeeiro de metal, 1 candeeiro, 2 binóculos, correntes finas, amantilhos e cabos de arame de aço do aparelho do navio.
Enfim quase o aparelho completo para o navio, faltando-lhe os mastros reais, que são de Riga e que se venderão com o casco ou em separado, conforme for combinado no acto de venda.
(In jornal “O Comércio do Porto”, de 13 de Janeiro de 1918)

quarta-feira, 8 de julho de 2015

Retratos da pesca do bacalhau


Viana do Castelo
Movimento no porto

Desenho do navio por J. Gomes, 1993

Viana, 9 - Vindo directamente da Terra Nova, entrou hoje a barra, cerca das 14 horas, o lugre de pesca à linha "Santa Maria Manuela", da Empresa de Pesca de Viana. Vem sob o comando do capitão Joaquim Jorge Rodrigues, e toda a tripulação regressa de saúde.
Foi este navio acolhido por especial e grande concorrência, tendo-se dado no cais as costumadas cenas de efusivo acolhimento, por parte dos familiares dos pescadores. Como grande quantidade destes são de terras distantes, aqui se deslocaram mulheres e filhos, todos endomingados. Os pescadores, por seu turno, saíram de bordo com roupas adquiridas no Canadá, o que dava ao desembarque o ar insólito de qualquer festa cívica, noutras paragens. O corte dos fatos, os chapéus muito direitos na cabeça, lenços de seda, bonés de peluche, botas para frio de rachar, tudo isso com aquele ar que todos adquirem quando vestem roupa feita; o seu andar importante, com um dos filhos levantado ao colo, o olhar para a mulher, toda ela rebrilhando ouro e roupas novas - tudo o que é reencontro, rudes saudades e boas lembranças, o apetite da nossa boa terra, das boas coisas que aqui se comem, a passeata à missa de domingo, a admiração dos conterrâneos, um belo relógio de pulso que se exibe, aquele fato de «cow-boy» para o filho mais velho; a boneca para a menina - o quotidiano, enfim, da psicologia universal do homem que regressa ao apetecido lar.
Além das famílias, imensos curiosos, pois o dia esteve de autêntico Verão, sem uma núvem ou uma brisa, o sol ainda muito quente e agradável.
(In jornal "Comércio do Porto", quinta, 10 de Novembro de 1938)

segunda-feira, 6 de julho de 2015

Navios em Leixões, Janeiro de 1935


80 anos de história
(V)


Navio de passageiros "General Osorio" (a)

Navio de passageiros "General Artigas" (a)

Navio de passageiros "La Coruña"

Navio de passageiros "Madrid"

Navio de passageiros "General San Martin" (a)
(a) Imagens de photoship.uk

sábado, 4 de julho de 2015

Navios em Leixões, Janeiro de 1935


80 anos de história
(IV)


Navio de passageiros "Siqueira Campos" (a)
(a) Imagem da photoship.uk

quinta-feira, 2 de julho de 2015

Navios em Leixões, Janeiro de 1935


80 anos de história
(III)



Postal ilustrado do navio de passageiros "Highland Patriot"

Postal ilustrado do navio de passageiros "Highland Chieftain"

Postal ilustrado do navio de passageiros "Highland Monarch"

Foto-postal do navio de passageiros "Highland Princess" (a)
(a) Imagem da photoship.uk

quarta-feira, 1 de julho de 2015

Navios em Leixões, Janeiro de 1935


80 anos de história
(II)


Navio de passageiros "Urania"