terça-feira, 29 de abril de 2014

O N.R.P. “D. João de Castro”


O princípio e o fim…!

Navio-hidrográfico “D. João de Castro”
Sob a presidência do Chefe do Estado efectua-se no próximo dia 22, pelas 16 horas, no Arsenal do Alfeite, a cerimónia do lançamento à água do novo navio-hidrográfico que se chamará “D. João de Castro”.
(In jornal “Comércio do Porto”, quarta, 17 de Abril de 1940)

O lançamento ao Tejo do navio  “D. João de Castro”
Os Srs. Presidente do Conselho, Ministros do Comércio e Indústria e das Obras Públicas e o sub-Secretário de Estado da Guerra, foram, ontem, convidados pelo Sr. Engº. Perestrelo de Vasconcelos, Administrador do Arsenal do Alfeite, a assistir, no dia 22, ao lançamento ao Tejo, do navio “D. João de Castro”.
(In jornal “Comércio do Porto”, quinta, 18 de Abril de 1940)

Navio-hidrográfico “D. João de Castro”
Foi dirigido convite a todas as autoridades militares e civis para assistir ao lançamento à água do navio “D. João de Castro”, que se realiza do dia 22 do corrente.
(In jornal “Comércio do Porto”, sexta, 19 de Abril de 1940)

Navio-hidrográfico “D. João de Castro”
A cerimónia do lançamento à água a que assiste o Chefe do Estado
No dia 22, realiza-se, o lançamento à água do navio-hidrográfico “D. João de Castro”. Por esse motivo os navios de guerra surtos no Tejo embandeirarão em arco até ao pôr-do-sol.
A esta cerimónia assiste o Sr. Presidente da República, que embarcará no extinto Arsenal de Marinha, às 13 horas e vinte minutos, com destino ao Alfeite. À sua passagem junto dos navios de guerra ser-lhe-ão prestadas pelas respectivas guarnições as honras da ordenança. Na ocasião da entrada na água, do novo navio-hidrográfico, todos os navios de guerra surtos no Tejo darão uma salva de 21 tiros.
A guarda de honra ao Sr. Presidente da República junto à carreira do lançamento, será feita por um corpo de cadetes da Escola Normal e Corpo de Marinheiros a duas companhias, com banda e terno de clarins. Foram convidados os oficiais da Armada a assistir a esta cerimónia.
(In jornal “Comércio do Porto”, sábado, 20 de Abril de 1940)

Marinha de Guerra
Foi lançado, ontem, à água o navio "D. João de Castro”,
tendo assistido à cerimónia o Sr. Presidente da República
Com grande cerimonial, realizou-se ontem, de tarde, o lançamento à água do navio-hidrográfico “D. João de Castro”, construído nos estaleiros do novo Arsenal do Alfeite. A despeito da chuva que caiu durante a tarde, e do mau estado do rio, afluíram àquela margem inúmeras pessoas, entre as quais se notavam as famílias das centenas de operários, que ali trabalham.
À entrada do Arsenal foi prestada guarda de honra ao Sr. Presidente da República por um terço da Brigada Naval do Alfeite. Às 15 horas, forças de Polícia foram dispostas em redor da «carreira», onde se encontrava o novo navio da Marinha de Guerra, pintado de cinzento, com o escudo nacional à proa.
Ladeavam o “D. João de Castro” muitos mastros onde flutuavam bandeiras nacionais e pavilhões da Legião. Junto à proa do navio foi montado um palanque destinado ao chede do Estado, Ministros e altas patentes do Exército. A um canto desse palanque via-se, sobre um cavalete a planta do navio.
Às 16 horas chegou o Sr. Presidente da República acompanhado da sua casa militar e de sua filha Dª Cesaltina Carmona e Costa.
O Sr. General Carmona foi recebido à entrada do recinto das «carreiras» pelos Srs. Ministros da Marinha e da Educação Nacional, sub-Secretário da Guerra, das Corporações e das Obras Públicas, Almirantes Mata e Oliveira, Major-general da Armada, Sarmento Saavedra, Mendes Cabeçadas e Tito de Morais; General Morais Sarmento, Major-general do Exército; adidos militares inglês, italiano e alemão, Engenheiro Perestrelo de Vasconcelos, Administrador do Arsenal do Alfeite; Almirante-engenheiro Haghill, Director Técnico; Dr. Pereira Coutinho, Director Comercial e muitas outras personalidades oficiais, altas patentes e convidados.
Foram prestadas honras e continência ao Chefe de Estado pelas forças da Marinha dispostas junto do recinto, havendo o Sr. General Carmona passado revista à força de Marinha e alunos da Escola Naval.
Uma vez o Sr. Presidente da República na sua tribuna, o Prior de Almada deu a bênção ao navio, do qual foi madrinha a filha do Chede do Estado, Srª. Dª. Cesaltina Carmona e Costa.
Com o cerimonial do costume, e ao som de marchas de guerra, e silvos de navios, o novo navio da esquadra portuguesa começou a deslizar lentamente, e entrou no rio com normalidade.
Depois da cerimónia do lançamento do navio ao mar, o Sr. Presidente da República condecorou com o grau de Cavaleiro de Mérito Industrial, os operários do Arsenal, Manuel Pais Baptista, Luiz Manuel da Costa e Rodrigues Pereira.
O Sr. Director do Arsenal ofereceu à madrinha do “D. João de Castro” um lindo ramo de flores. E logo após a cerimónia do protocolo, o Chefe do Estado retirou-se para Lisboa.
(In jornal ”Comércio do Porto”, terça, 23 de Abril de 1940)

Imagem do navio-hidrográfico “D. João de Castro”
Foto-postal da Marinha de Guerra Portuguesa

Identificação do navio “D, João de Castro”
Nº Oficial: N/ tem - Iic.: C.T.A.J. - Porto de Armamento: Lisboa
Arqueação: Tab 879,55 tons - Tal 221,35 tons
Deslocamento: Std 1.044 to - Normal 1.033 to - Max. 1.330 to
Dimensões: Pp 63,00 mts - Boca 10,00 mts - Pontal 5,25 mts

O navio-hidrográfico “D. João de Castro” considera-se perdido
O contra-torpedeiro “Vouga” seguiu, para o local do sinistro
O navio-hidrográfico “D. João de Castro”, uma das nossas mais recentes unidades navais, encalhou, ante-ontem, ficando em posição muito difícil, no litoral da ilha de Santo Antão, no arquipélago de Cabo Verde, no local designado «Janela», junto do porto aberto a Nordeste da mesma ilha, com aquele nome. O desastre verificou-se quando o navio procedia a trabalhos da sua especialidade, que na generalidade são muito arriscados.
O navio, comandando pelo Sr. Capitão-tenente Augusto Vasconcelos de Sousa, técnico distinto e dos mais competentes oficiais da nossa Marinha de Guerra, encontrava-se naquele arquipélago em funções de levantamento da costa. Sobre o regresso da tripulação ao Continente nada foi ainda determinado concretamente.
Tudo leva a crer que o “D. João de Castro”, dada a má situação em que ficou, só com muita felicidade se salvaria. Novas informações recebidas no Ministério da Marinha, levam à conclusão de que, infelizmente, o navio-hidrográfico se encontra perdido, estando a tripulação a proceder ao maior número de salvados de bordo.
Às 14 horas e quinze minutos de ontem largou do Tejo, com destino às águas de Cabo Verde, o contra-torpedeiro “Vouga”, que segue para o local a fim de prestar a necessária assistência.
Confirma-se que não há desastres pessoais, encontrando-se a tripulação recolhida em casas particulares, em S. Vicente, depois de ter sido conduzida a bordo dos rebocadores, que desde logo seguiram para o local do sinistro. Constituem a guarnição, cerca de 80 tripulantes, oficiais, sargentos e praças.
O “D. João de Castro” foi construído no Arsenal do Alfeite – o primeiro navio a sair daqueles novos estaleiros. A sua quilha foi assente em 29 de Março de 1939 e o seu lançamento à água, com a presença do Sr. Presidente da República e de membros do Governo, verificou-se num dia tempestuoso: 22 de Abril de 1940. Terminada a sua construção, o “D. João de Castro” foi solenemente incorporado ao efectivo da Armada, no dia 20 de Fevereiro de 1941. O seu primeiro serviço foi o levantamento hidrográfico dos fundos numa parte da zona do arquipélago dos Açores, após o que regressou ao Tejo para proceder a reparações nas máquinas, as quais nunca imprimiram ao navio a força prevista no contrato de fornecimento, facto que chegou a ser levado às barras dos tribunais.
O “D. João de Castro” deslocava 1.140 toneladas, mede 67 metros de comprimento, por 10 de largura e 2,90 metros de pontal, tinha a velocidade de 13,5 nós, máquinas com a força prevista de 1.400 Hp; um raio de acção de 5.000 milhas a 10 nós; duas hélices, capacidade para 220 toneladas de nafta e uma equipagem constituída por 9 oficiais e 88 sargentos e marinheiros. O navio podia ser dotado de um pequeno hidro-avião, para cooperar nos trabalhos de levantamentos hidrográficos.
A sua construção no Arsenal do Alfeite foi assinalada pela cunhagem de uma artística medalha, comemorativa, precisamente, da entrega do primeiro navio construído naquele Arsenal.
O “D. João de Castro” custou 17.600 contos e foi autor do seu projecto o Sr. Capitão-de-fragata engenheiro construtor naval Vasco Taborda Ferreira.
(In jornal “Comércio do Porto”, sábado, 4 de Outubro de 1947)

O navio-hidrográfico “D. João de Castro”
considera-se definitivamente perdido
Apesar de todos os esforços no sentido de ser conseguido o salvamento do navio-hidrográfico “D. João de Castro”, nos quais chegou a haver grandes esperanças de êxito, foi reconhecido finalmente, no decorrer dos trabalhos de conjunto que, nesse sentido, estavam a realizar-se no local do encalhe, ser impossível pôr aquela unidade a flutuar, a fim de a rebocar, depois, para um porto de reparação.
As avarias eram graves e tornou-se infrutífera a tarefa que, com o maior interesse, estava a ser levada a efeito para safar o navio. Entretanto, continuam a proceder aos salvados de bordo, tendo sido recolhido lá muito material.
(In jornal “Comércio do Porto”, segunda, 20 de Outubro 1947)

sexta-feira, 25 de abril de 2014

O rebocador “Monsanto” da Companhia Colonial


A chegada do rebocador “Monsanto” a Lisboa

Chegou ontem ao Tejo o primeiro navio de salvação
com que é dotada a Marinha Mercante portuguesa
Vindo dos Estados Unidos onde foi adquirido pela Companhia Colonial de Navegação, entrou ontem de manhã no Tejo o navio de salvação “Monsanto”, grande barco na sua classe, pois desloca 1.700 toneladas e mede 44 metros de comprimento, além de dispor de toda a aparelhagem moderna para reboques no alto-mar e serviços de salvamento.

Foto do rebocador “Monsanto” em Lisboa
Imagem da photoship.uk

Identificação do rebocador "Monsanto"
Nº Oficial: G-494 - Iic.: C.S.T.J. - Porto de registo: Lisboa
Construtor: Levingston Shipbuilding, Orange, Texas, E.U., 1942
ex H.M.S. “Favourite”, Marinha de Guerra Inglesa, 1942-1946
ex “Eugene F. Moran”, Moran Towing Corp., N.Y., 1946-1947
Arqueação: Tab 613,32 tons - Tal 181,98 tons
Dimensões: Ff 44,25 mt - Pp 41,65 mt - Bc 10,08 mt - Ptl 4,46 mt
Propulsão: General Motors, 2:Di - 12:Ci - 1.900 Bhp
Equipagem: 14 tripulantes (max.)

Trata-se de uma unidade de proa alterosa, capaz de arrostar com qualquer tempo e cuja força de motores que lhe permitia, quando em serviço na Armada americana, dar reboque, no alto-mar, a couraçados de 40.000 toneladas.

Fotos dos rebocadores "Mafra" e "Mutela", em Lisboa
Imagens de autor desconhecido

Construído apenas há cinco anos, o “Monsanto”, que foi trazido por pessoal americano, com o capitão José da Silva Peixe, como representante da C.C.N., tem alojamentos para uma tripulação de 40 homens. Com o “Monsanto” vieram também dois rebocadores para tráfego costeiro – o “Mafra” e o “Mutela” – de 200 toneladas, cada um, adquiridos igualmente pela Companhia Colonial de Navegação para os seus serviços.
(In jornal “Comércio do Porto”, sábado, 11 de Outubro 1947)

quarta-feira, 23 de abril de 2014

O paquete “Pátria” da Companhia Colonial


A chegada do paquete “Pátria” a Lisboa
2ª Parte

Desenho parcial do paquete "Pátria" incluído no
livro «Vinte e cinco anos ao serviço da Nação»

O paquete “Pátria” passará amanhã à vista de Leixões
Por um radiograma expedido de bordo do paquete “Pátria”, na sua viagem de Glasgow para Lisboa, chegou a informação que todos os passageiros seguem bem e saúdam as suas famílias.
O “Pátria” passará, amanhã, a caminho de Lisboa, o mais próximo possível de Leixões e da Foz do Douro, pelas 16 horas, em saudação ao Porto.
(In jornal “Comércio do Porto”, terça, 30 de Dezembro 1948)

Ao passar em frente de Leixões o “Pátria”, símbolo da nova
frota que surge, saudou a população do norte, aproando à
terra e apitando festivamente
Um rebocador da Administração dos Portos correspondeu à
saudação, tendo sobrevoado o elegante paquete, um aparelho
da aviação civil.
Foi de contagiante alvoroço a tarde de ontem, em muitos pontos da costa do Norte. Sabedoras de que o “Pátria” passaria à vista de Leixões, centenas de pessoas afluíram, ali, para verem o novo e elegante navio, mandado construir pela Companhia Colonial de Navegação nos famosos estaleiros de John Brown, em Clydebank, na Escócia. Na Boa Nova, em Leixões, no Castelo do Queijo e na praia do Molhe, à Foz do Douro houve, portanto, movimento desusado, vendo-se entre os curiosos numerosas pessoas de representação.
Passava das 15 horas quando, ao Norte, começou a desenhar-se nítida, precisa, a forma dum paquete enorme, enquanto dezenas, centenas de bocas gritaram.
- É ele, o “Pátria”!
Era, de facto, o “Pátria”, símbolo duma nova frota que surge. Toda a gente se impacientou, vivendo esse momento magnífico da aproximação da nova unidade. Os que estavam munidos com binóculos sorriam-se, passando-os a quem os não tinha. Dir-se-ia que o júbilo que os tomara devia ser compartilhado por todos.
Foi assim que, do Castelo do Queijo – onde estavam, também, alguns oficiais da guarnição militar do Porto – a imprensa viu o majestoso navio, quando passava, talvez, em frente da memória do Mindelo ou da Boa Nova.
Navegando lenta, suavemente, o “Pátria” aproximava-se de Leixões, distinguindo-se cada vez melhor. Pouco depois, as suas linhas precisando-se ainda mais parando em frente de Leixões e apitando, jubilosa, festivamente, em frente do porto. Um rebocador da Administração dos Portos, que saíra a barra, correspondeu, repetida, estridentemente, à saudação, enquanto o “Pátria”, virando de bordo aproava a terra, dando a volta depois, para o Sul. Na ocasião, vindo do aeródromo de Pedras Rubras, um aparelho da aviação civil sobrevoou uma, duas, três vezes o novo navio da Companhia Colonial de Navegação, de cuja chaminé se desprendia densa fumarada.
Algumas traineiras, que passavam perto, saudaram, também, a nova unidade, que, pouco depois, se sumia no horizonte, enquanto na praia do Molhe, à Foz do Douro, e no Castelo do Queijo, centenas de lenços se agitavam ainda…

A passagem do ano a bordo do novo paquete
À passagem do “Pátria” em frente de Leixões e da Foz do Douro os passageiros do paquete subiram à ponte de comando para admirar a beira-mar, resplandecente ao sol da tarde. Causou excelente impressão a presença de traineiras repletas de gente, que acenava com lenços.
Um avião civil, com as suas evoluções, provocou entusiasmo vibrante. Enquanto o “Pátria” saudava a capital do Norte com repetidos silvos, acenava-se com lenços, comovidamente. O tempo esteve maravilhoso e propício à passagem em frente do porto, tendo o paquete abrandado a marcha para poder ser admirado por todos. À noite houve uma festa de gala a bordo, com ceia à americana seguindo-se um baile e, também, um recital poético com sentido humorístico.
Amanhã de manhã, o paquete atracará ao porto de Lisboa, sendo visitado pelo Ministro da Marinha e pelo elemento oficial. A passagem do ano foi pretexto para saudações efusivas à Companhia Colonial de Navegação, especialmente ao sr. Bernardino Correia. As famílias dos passageiros e os tripulantes foram saudados com emoção e saudade. (a) Hugo Rocha
(In jornal “Comércio do Porto”, quinta, 1 de Janeiro de 1948)

O novo paquete “Pátria” deve chegar hoje a Lisboa
É esperado hoje às 10 horas, o novo paquete “Pátria”, mandado construir pela Companhia Colonial de Navegação em Inglaterra. Não se sabe, em definitivo onde o navio irá atracar, mas está determinado que, às 9 horas, sairão três rebocadores da Rocha do Conde de Óbidos, transportando jornalistas e fotógrafos, acompanhados do sr. Joaquim Raposo, funcionário da C.C.N., membros da direcção da mesma Companhia e ainda familiares dos tripulantes.
A bordo não haverá cerimónias especiais, nem se efectuará a visita de qualquer elemento oficial, pois o “Pátria” necessita ainda de receber alguns complementos na sua decoração, antes de ser dado por acabado. Só então os membros do governo serão convidados a visitar a nova e elegante unidade da nossa frota mercante, reservando-se a entrada, hoje, às famílias dos passageiros que foram a Glasgow assistir à cerimónia da entrega do “Pátria”.
(In jornal “Comércio do Porto”, quinta, 1 de Janeiro de 1948)

Chegou ante-ontem ao Tejo o “Pátria”,
que foi visitado por membros do Governo
O novo paquete “Pátria”, da Companhia Colonial de Navegação, saído no Domingo de Glasgow, chegou ante-ontem ao Tejo, acompanhado do navio de carga “Lunda”, também da frota da mesma Companhia.
Às 8 horas, os dois navios embandeirados em arco e, uma hora depois, suspendiam ferro e começavam a navegar rio acima. Rebocadores apinhados de gente e embandeirados vinham rio abaixo ao encontro do “Pátria” e do “Lunda” em vistoso cortejo. Em frente de Belém acostou ao “Pátria” o rebocador “Oceania”, da C.C.N., a bordo do qual vinham membros do Governo e outras personalidades oficiais. Os navios abrandaram marcha. O “Oceania” acostou ao “Pátria” por cuja escada de portaló subiram então para bordo do paquete os Ministros da Marinha, das Finanças e da Justiça e os sub-secretários de Estado das Colónias e do Comércio e Indústria.
Ao portaló, esperava-os o sr. Bernardino Correia, acompanhado pelos srs. Dr. Bustorff Silva, Engº. Barbosa Braga e Dr. Soares da Fonseca, respectivamente presidentes da Assembleia Geral, do Conselho Fiscal e delegado do Governo junto da Companhia Colonial.
No momento em que o sr. Comandante Américo Tomaz entrou no primeiro «deck» e apertou efusivamente a mão ao presidente da Colonial, ouviram-se a bordo os acordes da «Maria da Fonte», enquanto se sucediam os cumprimentos aos outros membros do Governo. Subiram também a bordo o sr. Comandante Henrique Tenreiro, o Comandante da Polícia Marítima, o oficial-adjunto da Capitania do porto, o Director Geral das Alfândegas, o Vice-presidente da Junta Nacional da Marinha Mercante, etc.
O “Pátria”, à frente de um longo cortejo de embarcações, retomou então a marcha rio acima, enquanto os membros do Governo subiam para a ponte de comando. Pelas 10 horas, a mancha clara e imponente do maior e mais moderno paquete português destacava-se diante da Praça do Comércio, onde centenas de pessoas admiravam o belo espectáculo nesta manhã festiva de Ano Novo.
Nesse momento subiam nos mastros do aviso “Pedro Nunes”, navio-chefe da esquadra, bandeiras de sinais que significavam «Seja benvindo!», saudação que o “Pátria” imediatamente agradeceu, enquanto muitas sereias de rebocadores silvavam com intermitências. O «cláxon» grave do paquete respondia com séries de três roncos prolongados, que repercutiam seus ecos pelas colinas da cidade.
Entretanto, os membros do Governo davam começo a uma rápida visita ao “Pátria” e percorriam os salões de música e de jantar e o bar da 1ª. classe, as instalações das classes turística e terceira, a casa da máquina e outras dependências, em especial a ampla e bem apetrechada enfermaria. Estiveram depois num camarote de luxo e num camarote de casal, cuja disposição e mobiliário lhes mereceram, como todas as outras instalações, as mais calorosas referências.
O “Pátria” lançou ferro, pelas 11 horas, em frente da Praça do Comércio. No salão de música foi servida uma taça de champanhe. Estavam presentes todos os convidados para a primeira viagem do navio e as entidades que tinham entrado a bordo pouco antes, entre as quais os administradores da C.C.N., srs. Dr. Domingos de Meneses, Raul Vieira, Major Raposo Pessoa e o Dr. João do Amaral; os membros do Conselho Fiscal, srs. Engº. Duarte do Amaral e D. Nuno da Câmara, etc.
O sr. Bernardino Correia, usando da palavra, disse que a aquisição do “Pátria” era um facto de importância sem precedentes na História da Marinha Mercante Nacional, e que ele era devido graças ao plano do Ministro da Marinha e à intervenção do Ministro das Finanças, ambos ali presentes. Afirmou que a Companhia Colonial de Navegação se empenharia por bem cumprir a sua missão e porque assim será e porque a chegada do “Pátria” precede por largos meses a de outros iguais desejaria que lhe fosse reconhecido o esforço desenvolvido e o desejo de bem cumprir. E terminou agradecendo àqueles membros do Governo a grande realização que estão a levar a efeito e, a todos, a visita que acabavam de fazer.
Em seu nome e no do Ministro das Finanças, o Comandante Américo Tomaz agradeceu, por seu turno, as palavras de Bernardino Correia e felicitou-o pela magnífica aquisição do novo navio, reservando-se para se referir mais tarde ao significado do acontecimento. Nesse momento apenas apresentava à Companhia os seus cumprimentos. E com uma taça de champanhe trocaram-se brindes pelo êxito do novo paquete.
Os ministros e outros visitantes regressaram a terra seguidamente. O navio ficou fundeado durante algumas horas em frente ao Terreiro do Paço, onde foi admirado, durante o dia, por centenas de pessoas.

A festa da passagem de ano a bordo do “Pátria”
A bordo do “Pátria”, realizou-se, na noite de São Silvestre, uma festa para solenizar o termo da primeira viagem daquele novo paquete e a passagem do ano. Às 22 horas e meia, começou a ser servida, na luxuosa sala de jantar da primeira classe, a ceia de gala, a que assistiram todos os passageiros, convidados da Companhia Colonial de Navegação, o Comandante e a oficialidade do “Pátria”. À meia-noite, ao som do Hino Nacional, com a sereia de bordo a silvar, todos ergueram as suas taças, comovidamente, pela Pátria, pela Marinha Mercante Nacional, pelo paquete que inaugurava a sua actividade e pela C.C.N.
O sr. Bernardino Correia, Presidente do Conselho de Administração, a quem todos os convivas, afectuosamente, saudaram, discursou em primeiro lugar, para saudar os seus convidados e companheiros de viagem e acentuar o significado desta para a C.C.N. e para a nossa marinha mercante. Foi muito aplaudido, seguindo-se-lhe, no estrado, o rev. Moreira das Neves, chefe de redacção das “Novidades”, que proferiu uma alocução em nome da Imprensa de Lisboa, o sr. Engº. Quintela Saldanha, que falou pelos convidados em geral, e o sr. Carlos Ribeiro, Chefe dos serviços externos da Emissora Nacional, que brindou pela C.C.N., em nome desta. O nosso colega na Imprensa sr. Maurício de Oliveira, Chefe dos serviços de propaganda da C.C.N., leu telegramas de saudação recebidos de Lisboa.
Seguiu-se um animado baile, durante o qual, bem como durante a ceia, se jogaram serpentinas, o que, com os vestidos de noite das senhoras e os trajes de cerimónia dos homens, deu à festa um aspecto extremamente agradável à vista.
A última parte da festa foi constituída por um recital de poesias várias de sentido humorístico, sob o título geral de «Perfis à la minute», compostas e lidas pelo nosso colega Hugo Rocha, que antes, em breves palavras, apresentou, também, as cordiais saudações da Imprensa do Porto. As poesias, cerca de trinta, visavam, em forma de caricatura em verso, as figuras de quase todos os passageiros-convidados, incluindo todos os jornalistas, começando pela figura adorável do Chiquinho, afilhado de Bernardino Correia, e acabando pela figura prestigiosa do próprio Presidente do Conselho de Administração da C.C.N.
Carlos Ribeiro, após a leitura de cada poema, que provocava as gargalhadas de todos, procedia ao leilão do respectivo original, autografado pelo autor. Esse leilão com muita «verve», por aquele locutor, rendeu cerca de seis mil e quinhentos escudos, quantia que o sr. Bernardino Correia aumentou para dez contos e que, por iniciativa do nosso colega Hugo Rocha entusiasticamente aplaudida, se destinou ao pessoal do “Pátria”, que, durante a viagem, serviu, diligentemente os passageiros-convidados. Esta parte da festa durou cerca de duas horas e teve, também, os calorosos aplausos dos assistentes.
(In jornal “Comércio do Porto”, sábado, 3 de Janeiro de 1948)

terça-feira, 22 de abril de 2014

O paquete “Pátria” da Companhia Colonial


A chegada do paquete “Pátria” a Lisboa
1ª Parte

Desenho parcial do paquete "Pátria" incluído no
livro «Vinte e cinco anos ao serviço da Nação»

Nos estaleiros de Glasgow, é hoje lançado à água o paquete
“Pátria”, nova unidade da Companhia Colonial de Navegação
Hoje, pelas 12 horas, deve ser lançado à água, em Inglaterra, o primeiro navio de passageiros, destinado à renovação da marinha mercante. Trata-se do “Pátria”, encomendado pela Companhia Colonial de Navegação aos estaleiros de John Brown & Co., de Glasgow, para aumentar a sua frota e onde outro navio de características idênticas, o “Império”, está a ser aprontado numa carreira, também previsto para lançamento em breve.
A Companhia Colonial de Navegação cumpre assim, com a presteza possível, a parte que lhe foi atribuída no programa de renovação da marinha de comércio, delineado pelo sr. Ministro da Marinha, pois o acabamento da unidade permitirá que ela entre ainda este ano ao serviço da economia nacional.
Para assistir à cerimónia encontram-se na Escócia o presidente do Conselho de Administração, sr. Bernardino Correia, acompanhado de sua esposa (que será a madrinha do novo navio) e filha; dr. Bustorff Silva, engenheiro Barbosa Braga, respectivamente, presidente da Assembleia Geral e do Conselho Fiscal da Companhia; Inspector comandante Luís Armando Loura; engenheiro construtor naval Acúrcio de Araújo; Maurício de Oliveira, chefe dos serviços de propaganda da C.C.N.; e dos convidados, expressamente para o acto; Capitão-de-Fragata José Simões Vaz, Vice-presidente da Junta Nacional da Marinha Mercante, engenheiro Mário Borges, Presidente da Associação Industrial Portuense, representando os organismos económicos, e Seara Cardoso, pelo Grémio da Imprensa Diária.
O “Pátria”, que obedece ao tipo oficialmente fixado, tem o deslocamento total de 19.000 toneladas, arqueação bruta de 12.500 toneladas e capacidade para 6.500 toneladas de carga, com a velocidade prevista de 18 nós horários.
(In jornal “Comércio do Porto”, segunda, 30 de Junho de 1947)

O “Pátria” foi lançado, ontem, à água
Glasgow, 30 – Foi, hoje, lançado à água, nos estaleiros de John Brown, na margem do Clyde, o maior navio fabricado em Inglaterra para armadores estrangeiros, desde que terminou a guerra – o “Pátria”.
O “Pátria” é uma das duas unidades que estão a ser construídas para a Companhia Colonial de Navegação, de Lisboa, e presidiu ao lançamento a esposa de Bernardino Alves Correia, presidente do Conselho de Administração dessa companhia. Também assistiram à cerimónia outras altas individualidades portuguesas.
(In jornal “Comércio do Porto”, terça, 1 de Julho de 1947)

Revestiu-se de grande brilhantismo o
lançamento à água do paquete “Pátria”
Glasgow, 30 – Disfrutando de tempo esplendido, resultou brilhante e bem-sucedida a cerimónia do lançamento à água do primeiro navio de passageiros para Portugal, construído nos estaleiros do Clyde. Assistiram milhares de pessoas à celebração deste acto, cujo significado, para o reforço da nossa frota mercante, merece ser acentuada.
O sr. Bernardino Correia, presidente do Conselho de Administração da Companhia, o sr. dr. Bustorff Silva, presidente da Assembleia Geral, o sr. Engº Eduardo Barbosa Braga, presidente do Conselho Fiscal, e os convidados da Companhia, foram recebidos nos estaleiros John Brown & Co., pelo presidente da sua Administração, Lord Aberconway e todos os directores e engenheiros, que nos mesmos prestam serviço, estando presentes diversas personalidades portuguesas, entre outros os srs. Comandantes Conceição Rocha, adido naval em Londres, representando o embaixador de Portugal, que retido por motivo de serviço na capital britânica, não pode comparecer; Liberal da Camara, chefe da missão naval portuguesa, em Inglaterra; Capitão-tenente Spínola, Comandante do contra-torpedeiro “Douro”, actualmente em Glasgow, e mais oficiais da missão; Comandante Owen, antigo adido naval inglês em Lisboa durante a guerra, e mais oficiais ingleses, representando o Almirantado britânico e outras destacadas personalidades dos meios financeiros e industriais.
Ao meio-dia e 30 minutos, subiram todos a uma tribuna, onde estavam hasteadas bandeiras portuguesas e britânicas, figurando ainda a da Companhia Colonial de Navegação.
A esposa do presidente do Conselho de Administração da empresa, Srª. Dª Joaquina Correia, que foi a madrinha do novo navio, depois de pronunciar uma breve alocução - «Dou a este navio o nome de “Pátria”, peço a Deus que proteja, sempre, quantos nele navegarem» - carregou no botão do manípulo de lançamento, e quebrou, no costado, uma garrafa de vinho do Porto.
O navio deslizou, então, majestosamente, na carreira, no meio de aplausos de numerosos assistentes e das aclamações de alguns milhares de operários que assistiram à cerimónia, enquanto numerosos navios surtos no rio faziam apitar as suas sereias. O sr. Bernardino Correia, era entretanto abraçado pelos assistentes que o rodeavam, na tribuna, recebendo as felicitações endereçadas à Companhia Colonial, pelo seu empreendimento.

O banquete comemorativo
Seguiu-se, uma visita às oficinas navais de John Brown & Co., onde trabalham 11 mil operários, passando os visitantes e convidados à sala de desenhos dos estaleiros, engalanada com bandeiras dos dois países, onde se realizou um almoço.
Ao repasto, presidiu Lord Aberconway, dando a sua direita à esposa do sr. Bernardino Correia. Aos brindes foram saudados o Rei de Inglaterra e o Presidente da República Portuguesa, tendo sido oferecido à madrinha do “Pátria”, pelo director dos estaleiros, sr. Rawson, uma linda joia tendo esta agradecido muito comovida, sendo aclamada pela assistência em número de 90 convivas.
Pronunciaram-se alguns discursos, tendo Lord Aberconway, aludido à história e tradições marítimas de Portugal, saudando a Companhia Colonial, à qual desejou prosperidade e felicidades, na exploração da sua nova unidade.
O sr. Bernardino Correia pronunciou um discurso, saudando a Inglaterra com alusão à história da Escócia. Referindo-se ao novo navio, disse:
- «Símbolo do renascimento da nossa marinha mercante, esta unidade fruto de anseios da nação – leva a palavra “Pátria” nas suas amuras. Aqueles que o mandaram construir trazem-no sempre no coração. Este facto eloquente do seu próprio enunciado bastaria para encher de júbilo o coração de quantos têm lutado pelo engrandecimento da nossa marinha de comércio, de quanto possam avaliar, em toda a sua extensão o verdadeiro apoio de uma frota mercante ao serviço de um povo, que tem terras e interesses pelas cinco partidas do Mundo. Para mim, porém, acrescem duas circunstâncias particulares e muito especiais: - a deste navio fazer parte do programa de renovação da frota da Companhia, a que presido, e de a nossa empresa completar agora – dentro de três dias – os seus primeiros 25 anos de vida laboriosa».
Elogiando a obra do Ministro da Marinha, sr. Comandante Américo Tomaz, o sr. Bernardino Correia felicitou a direcção e o pessoal dos estaleiros pelos seus trabalhos. O director destes, sr. Pigott agradeceu as referências feitas pelo presidente do Conselho de Administração da Companhia Colonial de Navegação, à indústria naval inglesa, com cumprimentos à Imprensa portuguesa.
De tarde procederam a um exame ao navio “Império”, de características iguais às do “Pátria”, que está a ser aprontado para breve lançamento, numa carreira ao lado daquela de onde tinha saído o primeiro navio. À noite, foi oferecido pela direcção dos estaleiros de John Brown & Co., um jantar íntimo às personalidades portuguesas, onde foram novamente proferidos afectuosos brindes.
Ao alto significado deste acontecimento há a juntar uma visita que anteriormente foi realizada pelo sr. Bernardino Correia e mais convidados, que se deslocaram a Inglaterra, aos estaleiros de Burntisland Shipbuilding Co. Ltd., onde estão em construção também adiantada, mais dois navios para a Companhia Colonial de Navegação, que se denominarão “Ganda” e “Amboim”, obedecendo às características fixadas no plano de renovação da frota mercante portuguesa.
(In jornal “Comércio do Porto”, quarta, 2 de Julho de 1947)

Paquete “Pátria”
Já seguiram para Glasgow vários funcionários da Companhia Colonial de Navegação, que vão assistir à recepção do paquete “Pátria”, nova unidade da Marinha Mercante portuguesa.
O novo navio, foi lançado à água em 30 de Junho último, nos estaleiros de Clyde Bank, com a presença do sr. Bernardino Alves Correia, presidente do Conselho de Administração da Companhia Colonial de Navegação.
(In jornal “Comércio do Porto”, quarta, 27 de Agosto de 1947)

O paquete “Pátria”, foi, ontem, entregue, em Glasgow,
à Companhia Colonial de Navegação,
tendo sido, também, lançado à água o paquete “Império”
Segundo comunicação telegráfica recebida em Lisboa, sabe-se que foi, ontem, lançado à água o novo paquete “Império”, pertencente à nova frota da Companhia Colonial de Navegação. A cerimónia efectuou-se perante numerosa assistência, composta por personalidades britânicas e portuguesas.
O rev. Moreira das Neves, que, como representante do jornal «Novidades», viajou no navio “Guiné” para assistir à entrega do novo paquete “Pátria”, da mesma Companhia, lançou a bênção, no meio de um silêncio impressionante.
Seguidamente a senhora de Soares da Fonseca quebrou a tradicional garrafa de vinho do Porto, à proa do “Império”, deslizando o novo navio pela carreira, no meio de grandes aplausos.
Depois de uma rápida visita ao outro novo paquete – o “Pátria” – este foi entregue pelos directores dos estaleiros de John Brown, à direcção da C.C.N. Nessa ocasião foram trocadas breves saudações, entre as direcções dos estaleiros e da Companhia proprietária do novo navio. Todos colheram as melhores impressões do novo paquete, sendo visitadas as instalações e os magníficos salões e camarotes, que possuem os mais modernos requisitos.
Os representantes dos estaleiros ofereceram depois um almoço na sala de desenho daquela empresa britânica a que assistiram 150 convivas portugueses e ingleses, incluindo representantes do Almirantado britânico, o adido naval português, oficiais do “Vouga” e do “Dão” e os comandantes dos paquetes “Pátria”, “Império” e “Guiné”.
Aos brindes Lord Aberconway felicitou a C.C.N. pelo prosseguimento do grande programa de construções navais, agradecendo o sr. Dr. Soares da Fonseca, delegado do Governo junto da Companhia, num discurso de saudação aos proprietários, salientando o trabalho de engenheiros e operários. A cerimónia terminou com a entrega à senhora de Soares da Fonseca, por parte da firma proprietária dos estaleiros, de uma artística lembrança, por ter sido a madrinha do novo paquete.
O “Pátria”, com os convidados saiu, hoje, de Glasgow e deve chegar a Lisboa em 31 do corrente.

Esteve prestes a registar-se um desastre,
no lançamento do paquete “Império” à água
Londres, 27 – Os fortes temporais que estão a assolar o Atlântico estiveram prestes a causar hoje uma desgraça, por ocasião do lançamento à água do novo paquete português “Império”, de 13 mil toneladas, pertencente à Companhia Colonial de Navegação, e que possui as maiores comodidades modernas, incluindo amplas acomodações para os passageiros de primeira classe, da classe turística e até para os de terceira classe.
Quando o “Império” entrou na água, depois de sair dos estaleiros de John Brown, em Clyde Bank, o vento, que soprava com grande fúria, atirou o navio na direcção da parte superior da corrente, antes que os rebocadores conseguissem ter o novo paquete português sob o seu controle.
Só quando o “Império” se encontrava, já, a menos de dez metros de distância do quebra-mar é que os rebocadores conseguiram finalmente fazer parar o navio e rebocá-lo para o fundeadouro que lhe estava destinado, o que fez com que todos os assistentes e convidados à cerimónia respirassem profundamente de alívio e satisfação.
(In jornal “Comércio do Porto”, Domingo, 28 de Dezembro 1947)

quinta-feira, 17 de abril de 2014

Pesca do bacalhau


A bênção da frota bacalhoeira em 1947


À bênção da frota bacalhoeira que ontem se realizou em Belém
presidiu o Rev. mo Bispo de Helenópole e assistiram membros
do Governo e entidades oficiais
Com o já habitual esplendor e solenidade, realizou-se ontem, de manhã, no histórico e glorioso templo de Santa Maria de Belém, a bênção dos lugres bacalhoeiros que horas depois começaram a partir para os bancos da Gronelândia e da Terra Nova.
Presidiu Sua Ex.ª Rev.ma o sr. Bispo de Helenópole que celebrou missa no templo dos Jerónimos, tendo, no final lançado a bênção ritual aos lugres. O sr. D. Manuel Trindade Salgueiro chegou à igreja de Belém, pouco depois das 10 horas da manhã, acompanhado pelo beneficiado José Correia da Cunha.
Aguardavam o prelado à porta do templo Mons. Gonçalo Nogueira, prior de Santa Maria de Belém; rev. Armando da Anunciação, capelão da frota bacalhoeira; comandante Henrique Tenreiro, presidente da Comissão Central das Casas dos Pescadores; Engº. Higino de Queiroz, presidente da Comissão Reguladora do Comércio do Bacalhau; Otero Salgado, presidente do Grémio dos Armadores de Bacalhau, capitães dos vários lugres da frota, alunos das Casas de Pescadores, etc.
Após receber os cumprimentos dos presentes, o sr. Bispo de Helenopole seguiu processionalmente para a capela-mor do templo, onde depois de breve oração ao Santíssimo Sacramento se paramentou a fim de dar início ao Santo Sacrifício, acolitado pelos Revs. Mons. Gonçalo Nogueira, beneficiados Correia da Cunha, Marques Ferreira e Paulo Marques e Rev. Armando da Anunciação.
Na capela-mor tomaram lugar a Srª Embaixatriz de Inglaterra, os Srs. Ministros da Marinha e da Economia e subsecretários de Estado das Corporações, Previdência Social e do Comércio e Indústria, Major-general da Armada, Superintendente Geral da Armada, Director dos Serviços Marítimos, capitão do porto de Lisboa, muitos oficiais da Armada, capitães e oficiais dos vários lugres bacalhoeiros, directores dos vários Grémios de Pesca, representantes de Casas dos Pescadores de todo o País, armadores da pesca do bacalhau, etc.
A guarda de honra ao altar-mor foi feita por alunos das Escolas de Pescadores do Bom Sucesso e de Cascais. No transepto tomaram lugar os pescadores da frota e suas famílias. Às lavandas serviram ao sr. Bispo de Helenópole alguns dos tripulantes dos lugres. Ao «elevar a Deus» a fanfarra da Escola de Pescadores tocou uma marcha de continência.
Depois à comunhão acercaram-se da sagrada mesa os alunos da Escola de Pescadores, capitães, oficiais e membros da frota e muitas pessoas da família destes.

A alocução do sr. Bispo de Helenópole
Terminada a missa o sr. Bispo de Helenópole paramentado de pluvial, mitra e báculo tomou lugar no faldistório de onde dirigiu a sua alocução aos pescadores:
«Mais uma vez – comentou o sr. D. Manuel Trindade Salgueiro – tudo se apresta para a largada dos lugres para os bancos da Gronelândia e da Terra Nova. Uma nova campanha de pesca vai começar.
Como já um dia disse, Pescadores de Portugal, a Economia Nacional tem necessidade do vosso esforço abnegado e forte; as vossas famílias têm necessidade do vosso sacrifício de cada dia e de cada hora; Vós próprios tendes necessidade material e moral dessa labuta ingente que não podeis dispensar.
Na realidade vós não podeis viver sem o mar. E até mesmo quando em horas de revolta e tempestade fazeis o propósito de não voltar ao mar breve vos chega a nostalgia daquele amigo de todas as horas e decorridos dias, quando muito umas semanas eis que de novo sentis a atracção do abismo.
E a propósito o sr. Bispo de Helenópole evoca a figura do velho e glorioso arrais Ançã que alquebrado de anos e privações ia até à beira-mar, fazendo fala com a mão olhando a extensão infinita. Quantas recordações, quantas lembranças não desfilariam naqueles diálogos mudos. O velho arrais já não podia ir ao mar mas dir-se-ia que a sua alma continuava no Mar, como o Mar continuava na sua alma.
E o sr. D. Manuel Trindade Salgueiro continuou:- A nossa epopeia marítima nasceu dessa atracção pelo Mar. Já se escreveu que Portugal nesga de território vive entre dois azuis religiosos: o azul do céu e o azul do Mar.
Para iniciar a vossa árdua e quantas vezes heróica tarefa vai realizar-se dentro de pouco a procissão do Mar, a procissão dos lugres. E eu estou vendo em espírito aquelas outras procissões dos nossos pescadores, homens fortes e tisnados cultuando e glorificando o Senhor Jesus dos Navegantes prestando preito e veneração aos santos da sua devoção, procissões ordeiras, magnificas de respeito e esplendor.
É diferente agora esta procissão que vai sulcar as águas. Não terá o mesmo método, a mesma ordem das outras que se realizam em terra porque são fortes os ventos, alterosas e bravias as correntes, mas será uma procissão singular. De dia caminhará sob a luz acariciante do sol criador, de noite será alumiada pelos potentes holofotes de bombordo e estibordo.
E esta procissão inigualável é também uma procissão de penitência. Os que partem levam na alma, no coração, as imagens queridas dos pais, das mães, dos filhos, das esposas, dos irmãos, das irmãs, das noivas, enfim das pessoas queridas. Os que partem levam saudades, os que ficam saudades têm. É uma hora de esperança a da partida mas, também, uma hora amarga de dor.
Procissão de penitência, primeiro pela viagem que pode ser tormentosa, depois pela dureza da faina, desde o levantar ferro ao levantar o peixe com as mãos enregeladas, curtindo o frio agreste e cortante da Gronelândia e da Terra Nova, o regresso ao navio, a salgagem, a luta de semanas que em certo modo é uma luta heróica.
Procissão de penitência, mas procissão religiosa. O Mar já por si é uma imagem do próprio Deus. Nem sequer o compreendemos mas existe, como existe Deus. Deus existe, está presente em toda a parte, mas parece que nessa amplidão imensa do mar se sente mais forte a sua presença invisível, mas sempre real.
Procissão religiosa! Quem nasceu nas terras da beira-mar, terras por excelência de fé, não pode esquecer, por um momento sequer, essa cerimónia chocante que é sempre a despedida dos que se lançam à faina do mar das imagens da sua devoção: o Senhor Jesus dos Navegantes, a Senhora da Encarnação, a Senhora da Nazaré, a Senhora da Esperança.
Talvez rezem pouco. Mas toda a sua vida é já uma oração constante. Por isso esta nova campanha tinha de começar por uma cerimónia religiosa. Há pouco coloquei na patena as vossas intenções no sacrifício que ofereci por vós ao Senhor. E era bem que esta cerimónia se realizasse neste templo, onde todas as pedras velhinhas de séculos nos falam de glória de um passado magnífico e heróico de gente do mar.
Foi daqui, destas paragens, da antiga praia do Restelo, que saíram os navegadores em procissão para as caravelas que haviam de dar mundos ao mundo».
E o sr. D. Manuel Trindade Salgueiro, terminou: «Depois será o regresso. Ter-se-ão desfeito as dores logo transformadas em alegrias. E bom seria que nessa hora se realizasse um ofício de acção de graças. Dentro em pouco começará esta nova e singular procissão: velas desfraldadas, motores roncando e depois o caminho largo do Mar imenso. E eu digo como na liturgia quando se iniciam as procissões: “Ide e caminhai em paz”. Mas ainda acrescentarei: “E regressai em bem. Ide em paz na graça do Senhor e voltai com alegria sob as bênçãos de Deus».

Condecoração de dois pescadores
Seguidamente o sr. Ministro da Marinha condecorou junto do altar-mor e na presença do sr. Bispo de Helenópole os pescadores José Matias de Oliveira e Benjamim Alexandre Branco, ambos do lugre “Hortense” que na campanha passada, nos mares da Terra Nova arriscaram a vida para salvar um companheiro em perigo.
Por último organizou-se, de novo o cortejo que conduziu sob o pálio aquele prelado até à porta principal dos Jerónimos, donde o sr. D. Manuel Trindade Salgueiro lançou a bênção do ritual aos 32 lugres que embandeirados em arco se encontravam entre as praças do Império e Afonso de Albuquerque. Às varas do pálio pegaram sempre os capitães e oficiais da frota bacalhoeira.
(In jornal “Comércio do Porto”, segunda, 21 de Abril de 1947)

terça-feira, 15 de abril de 2014

Coincidência!...


O encalhe do paquete “Queen Elizabeth”, há 67 anos

Foto do paquete "Queen Elizabeth"
Postal ilustrado - minha colecção

O maior paquete do mundo encalhou, à entrada de Southampton,
com quase dois mil e quinhentos passageiros a bordo
Southampton, 14 – O maior paquete do mundo, o “Queen Elizabeth”, de 85 mil toneladas, está encalhado na entrada das águas de Southampton. O navio devia aqui chegar esta noite. Estão a bordo 2.446 passageiros. O paquete está parado desde as 16 horas e 30 minutos e 7 rebocadores estão a tentar desencalhá-lo.
O denso nevoeiro tem retardado hoje a entrada dos navios no porto de Southampton. O capitão de um navio americano declarou que o seu navio esteve detido durante seis horas e que, por vezes «era impossível ver a água». Um paquete britânico, vindo de Hong-Kong, sofreu quatro horas de atraso e declarou que, em determinadas alturas o nevoeiro era tão cerrado que se tornava impossível, da ponte, avistar-se o mastro principal.
Nas suas últimas viagens, em Southampton, a tempestade fez com que o “Queen Elizabeth” perdesse a maré e sofresse várias horas de atraso. Confirmou-se, depois, que o “Queen Elizabeth” encalhou a cerca de 12 quilómetros em linha recta das docas. É julgado improvável que o navio possa ser desencalhado antes da maré alta, às 6 horas de amanhã.
(In jornal “Comércio do Porto”, terça, 15 de Abril de 1947)

sábado, 12 de abril de 2014

Divulgação


Projecto "Jovens e o mar"


CREOULA RUMO AO MAR DO NORTE COM A APORVELA
VERÃO 2014

A Aporvela volta este verão a fazer uma travessia no NTM Creoula no âmbito do programa “Jovens e o Mar” que, todos os anos, dá aos jovens a partir dos 14 anos a oportunidade de embarcar num grande veleiro e experimentar a vida no mar, fazendo parte de uma tripulação.

De dia 21 Junho a 31 de Julho, com partida no Alfeite, a Aporvela e o NTM Creoula irão navegar em direcção ao Mar do Norte e às famosas The Tall Ships Races. As escalas do navio passarão por Cherbourg (França), Harlingen (Holanda), Fredrikstad (Noruega), Antuérpia (Bélgica) e Avilés (Espanha).

A Aporvela convida a população portuguesa a experimentar a vida a bordo de um dos barcos mais emblemáticos de Portugal, fazendo parte da tripulação e participando em todas as actividades que permitem a navegação do NTM Creoula como por exemplo: ver cartas náuticas, estar ao leme, manobrar as velas, aprender a fazer nós, fazer a manutenção e limpeza do Creoula, tudo isto com o mar e a mais bela paisagem do nosso país no teu horizonte.

O NTM Creoula é um lugre de quatro mastros e 67 metros de comprimento com capacidade para 51 instruendos. O treino de mar é assegurado pela guarnição da Marinha Portuguesa, em número propositadamente reduzido com o objectivo de dar aos recém-chegados instruendos a oportunidade de participar em todas as manobras e tarefas. A bordo segue também uma equipa de monitores da Aporvela que irão organizar os turnos, promover a animação geral da tripulação e fazer todo o tipo de actividades relacionadas com o Mar.

Contactos: As reservas de lugares e pedidos de informação devem ser feitas para a Aporvela: geral@aporvela.pt ou para o telefone 218 876 854.
Mais informações em www.aporvela.pt e www.jovenseomar.com

Datas e preços:
Alfeite – Cherbourg 21/06-29/06 – completo
Cherbourg – Harlingen 29/06 – 05/07 – 420€
Harlingen – Fredrikstad 05/07 – 14/07 – 600€ (Tall Ships Race)
Fredrikstad – Antuérpia 14/07 – 22/07 540€
Antuérpia – Avilés 22/07 – 31/07 – 540€
Nota: estes preços não incluem as viagens de deslocação até ao porto de embarque e de regresso a Portugal.

segunda-feira, 7 de abril de 2014

História trágico-marítima (CXXXV)


O encalhe do vapor "Kurt Hartwig Siemers", no rio Douro

Sinistro marítimo
Ontem (28.12.1927), cerca das 15 horas e trinta minutos, quando o vapor alemão “Kurt Hartwig Siemers” demandava a barra do Douro, devido à forte corrente de água, desgovernou em frente à «Ponta do Dente» e, descaindo para estibordo, foi encalhar num banco de areia, que a força da corrente havia arrastado dos lados do Cabedelo.
Reclamados os socorros, compareceram imediatamente os rebocadores “Magnete” e o “Burnay IIº”, que tentando lançar amarretas à popa do vapor encalhado, não o conseguiram, em virtude dos cabos se terem partido.
Chegando, então, mais dois rebocadores, o “Lusitânia” e o “América”, este da praça de Lisboa, sempre conseguiram lançar as amarretas à proa e à popa do “Kurt Hartwig Siemers”, que, puxado violentamente e com o auxílio da sua própria propulsão, conseguiu safar-se e rumar a caminho de Leixões, onde fundeou depois das 6 horas da tarde.
Supõe-se que o “Kurt Hartwig Siemers”, que desloca 647 toneladas e trazia para o Porto, desde Port Talbot, um grande carregamento de carvão para a C.P. – sofreu, além do forte impulso da água, alguma avaria nas máquinas.
No local do sinistro compareceram também o salva-vidas da Afurada e os rebocadores “Audaz” e “Mars 2º”. Estes não chegaram a ser utilizados e aquele auxiliou eficazmente o “América” a lançar a amarreta.
O piloto que guiava o “Kurt Hartwig Siemers” era o sr. Afonso Costa Pinto que, como se compreende, nenhuma responsabilidade teve no desastre – que se explica deste modo; devido à forte corrente de água, da praia do Cabedelo foi arrastado um largo banco de areia que, saindo fora da barra, se firmou a pouca distância da saída do rio. Foi nesse banco que o navio encalhou – que, ao que consta apenas sofreu ligeiras avarias.
(In “Jornal de Notícias”, quinta, 29 de Dezembro de 1927)

Desenho de um vapor, sem correspondência ao texto

Identificação do vapor “Kurt Hartwig Siemers”
Armador: G.J.H. Siemers & Co., Hamburgo, 1922-1943
Construtor: Wilton’s E & Slpwy. Co., Roterdão, 01.1918
ex “Graaf Lodewijk”, Scheepv. “Oranje”, Nassau, 1918-1922
Arqueação: Tab 1.147,00 tons - Tal 662,00 tons
Dimensões: Pp 70,17 mts - Boca 10,36 mts - Pontal 4,02 mts
Propulsão: Wilton’s, Roterdão - 1:Te - 3:Ci - 124 Nhp - 9 m/h
O navio perdeu-se por encalhe em Klockfotsrev, próximo a Nidingen, Suécia, em 11 de Fevereiro de 1943, quando em viagem de Gotemburgo para a Alemanha, com um carregamento de papel.

Na barra do Douro – O encalhe do vapor alemão
Ontem, à tarde, auxiliado pelo rebocador “Lusitânia”, entrou a barra do Douro o vapor alemão “Kurt Hartwig Siemers”, que, ao tentar, ante-ontem, fazer a mesma manobra, encalhou num banco de areia, que se havia deslocado da praia do Cabedelo.
A propósito do sinistro sofrido pelo “Kurt Hartwig Siemers”, informações colhidas ontem na Foz, asseguram que o rebocador “Lusitânia” foi que, depois de cerca de 3 quartos de hora de violentos esforços conseguiu safá-lo. Depois disso é que o rebocador “América”, o outro rebocador de Lisboa, ajudou, também, a levar o vapor alemão até Leixões.
Entretanto, contrariando um pouco a primeira versão, o mestre do rebocador “América”, no próprio dia do sinistro, à noite, disse que, tendo o “Lusitânia” lançado uma amarreta à proa do “Kurt Hartwig Siemers”, o “América”, que lhe pegou pela popa, foi quem, com os seus empurrões, o conseguiu safar e rebocar para o canal navegável.
Como à volta deste assunto giram interesses materiais – todos defensáveis -, aqui ficam as duas versões, para que se não diga que foi tomado partido no assunto. A quem competir, em última instância, que resolva o caso como fôr de justiça.
(In “Jornal de Notícias”, sexta, 30 de Dezembro de 1927)

sábado, 5 de abril de 2014

História trágico-marítima (CXXXIV)


O encalhe da barca “Die Matrone”

Imagem sem correspondência ao texto

Sinistro marítimo
Ontem (17.07.1864), perto das 2 horas da tarde, vindo a entrar a barra uma barca russiana, encalhou na restinga de areia próxima das pedras de «Felgueiras», ficando em seco. A barca denomina-se “Die Matrone”, capitão Lopp, e vinha de Riga em 28 dias de viagem, com um carregamento de aduela consignado ao sr. Miguel de Souza Guedes.
Em consequência da maré estar na vazante, resolveram os pilotos que o navio fosse aliviado da carga para ver se poderia ser safo na maré da noite, e assim aconteceu.
Uma parte da aduela foi descarregada para catraias, e pela 1 hora da noite a barca pôde ser desencalhada com o auxílio do vapor de reboques “Foz do Douro”, achando-se já fundeada no rio Douro, sem ter sofrido avaria. Valeu de muito para o excelente resultado do desencalhe do navio o bom estado do mar.
(In jornal “Comércio do Porto”, segunda, 18 de Julho de 1864)

terça-feira, 1 de abril de 2014

O "Aidaluna" em Leixões


O primeiro "Aida" a fazer escala por Leixões


O primeiro navio da Aida Cruises a visitar o porto, passou neste 1º de Abril por Leixões, trazendo como proposta um enorme beijo às novas instalações portuárias locais, para navios de cruzeiro, que ainda não estão completamente prontas, mas que caminham a passos largos nesse sentido.




O navio chegou ao porto bem cedo, procedente do Funchal, mas o dia muito chuvoso não correspondeu às melhores expectativas, para ajudar à festa de boas vindas preparada para o efeito.
Mesmo assim, Leixões congratula-se com a presença em porto de mais um navio, a realizar uma primeira escala entre várias outras já anunciadas, tendo saído a meio da tarde com destino à Corunha. Para breve estão também programados o regresso do navio norueguês "Fram", a que se seguirá nova visita do "Funchal".