quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

Frotas nacionais - Labrincha & Filho, Lda.


A Labrincha & Filho foi uma empresa armadora que operou durante a década de 1950 a 1960, em período coincidente à compra e exploração do navio "Labrincha", utilizado principalmente na cabotagem entre portos nacionais, com viagens esporádicas à Terra Nova para carregar bacalhau salgado e pelo menos 1 viagem a Belém do Pará (rio Amazonas) para carregar madeira. Depois da venda do navio em 1958, a firma desaparece dos registos de armação nacional.

" Labrincha "
Registo: Lisboa



Histórico do navio

Construído por Bornholms Maskinfabrik, Roenne, Dinamarca, em Dezembro de 1902, era um lugre de 3 mastros com casco em ferro. Regressa ao estaleiro em 1918, para remodelação sendo equipado com um motor auxiliar.

Lugre " Johannes "
1º Armador : A/S Roenne Selskib Rederi ( L.C.P. Lunde ), de Roenne, Dinamarca, 1902 até 1918
Navio / motor " Johannes "
2º Armador : Albert Janssen, Mariehamm, Finlandia, 1918-1938
Navio/ motor " Nª. Srª. dos Anjos "


O " Nª. Srª. dos Anjos " - postal da Companhia

3º Armador - Mutualista Açoreana de Transportes Marítimos, 1938 até 1951
Navio/ motor " Labrincha "


O "Labrincha" - no rio Douro em 1953

4º Armador - Labrincha & Filho, Lda., 1952 até 1958
O navio efectua grandes obras de remodelação no decorrer de 1952

Características
Nº Of.: H-408 > Iic: CSIO > Equipagem: 14 tripulantes
Tonelagens: Tab 377,12 to > Tal 229,14 to > Pm 510 to
Cpmts.: Ff 40,51 mt > Pp 37,78 mt > Bc 8,87 mt > Ptl 3,69 mt
Máquina: Volund A/S, Cph., Dinamarca, 1951 > 1:Di > 450 Bhp

Navio/ motor " São Silvares "


O "São Silvares" - no rio Douro de saída em lastro para Lisboa 04.06.1966

5º Armador - Empresa de Navegação Frasil, Lda., 1958 até 1967
Navio/ motor " Amisil "
6º Armador - Componave - Comp. Portuguesa de Navegação, 1967 até 1992
Vendido para demolição em Lisboa em 1992

1 comentário:

LUIS MIGUEL CORREIA disse...

Ainda fotografei este navio no Talaminho à espera de ser desmantelado, com as cores da COMPONAVE. Recentemente publiquei a sua história no meu novo livro CORVO de 2007,que conta a história dos navios da Mutualista Açoreana. Trata-se do segundo volume da colecção NAVIOS PORTUGUESES, que tenho vindo a publicar.
Aqui fica um extrato do livro alusivo
a este navio:

NOSSA SENHORA DOS ANJOS (II) (1937 – 1951)
Lugre motor de 3 mastros construído de aço. Nº oficial: 950; Indicativo de chamada: CSIO. Arqueação bruta: 325 toneladas; Arqueação líquida: 255 toneladas; Porte bruto: 525 toneladas. Comprimento ff: 41,65 m; Comprimento pp: 37,82 m; Boca: 8,87 m; Pontal: 3,68 m. Sistema de propulsão misto à vela e a motor. Motor semi-diesel Bolinders de 2 cilindros com 150 BHP a 300 rpm. Velocidade: 4,5 nós. Tripulantes: 12

O segundo lugre NOSSA SENHORA DOS ANJOS foi construído em 1902 por Bornholms Maskinfabrik (construção nº 11), em Ronne, na ilha de Bornholm, Dinamarca, com o nome JOHANNES, para a empresa A/S Ronne Seilskibs Rederi (L. C. P. Lund, Gerente), de Ronne, Bornholm. Indicativo visual: NMCT. Propriedade transferida em 1913 para L. C. P. Lund, Ronne. Vendido em 1918 a A/S Johannes (Abrahamsen & Sommerfeldt, gerentes) e registado em Porsgrunn, Noruega. Indicativo visual: NRVG. Em 1918 foi instalado o motor semi-diesel Bolinders. Em 1921 foi vendido ao armador M.A. Kristensen, e registado em Hasle, Dinamarca. Indicativo visual: NDGQ. Em 1928 foi vendido a Albert Jansson, de Saltvik, Ilhas Aland, Finlândia. Registado em Mariehamm (registo nº 808). Indicativo visual: TPSD. Indicativo de chamada atribuído em 1934: OHNR. O navio foi vendido por £4.000 à Mutualista Açoreana, e entregue em Mariehamm a 15-11-1937, passou a denominar-se NOSSA SENHORA DOS ANJOS, e foi registado no porto de Ponta Delgada a 19-03-1938. Em 8-02-1946 passou a ter 332 toneladas de arqueação bruta e 259 toneladas de arqueação líquida. De 1947 a 1949 o NOSSA SENHORA DOS ANJOS foi transformado em navio motor pela firma Argibay, em Lisboa, passando a ter as seguintes características: Arqueação bruta: 342 toneladas; Arqueação líquida: 192 toneladas; Porte bruto: 739 toneladas. Máquina: 1 motor diesel Atlas, de 6 cilindros e 450 BHP, construído em 1921. Velocidade: 8 nós. Em 1949 o NOSSA SENHORA DOS ANJOS efectuou 6 viagens aos Açores, transportando 3.440 toneladas de carga e 4 passageiros. O navio passou os anos de 1950 e 1951 imobilizado, sendo vendido por 340.500$00 a Labrincha e Filho, Lda., por escritura de 26-09-1951. Passou a chamar-se LABRINCHA, sendo registado a 23-01-1952 em Lisboa como navio de longo curso. Número oficial: H 408. O navio sofreu diversas alterações estruturais, com a reconstrução da proa, instalação de castelo de proa e substituição da máquina principal por um motor diesel Volund, de 6 cilindros, nº. 5.025, com a potência de 450 BHP a 375 rpm. Velocidade: 9 nós. Comprimento fora a fora: 40,51 m. Arqueação bruta: 377 toneladas; Arqueação líquida: 229 toneladas. Porte bruto: 590 toneladas. Capacidade de carga: 649 m3. Tripulantes: 14. A 27-05-1958 foi vendido à Empresa de Navegação Frasil, Lda., por 1.500.000$00 e registado na capitania do porto de Lisboa a 30-05-1958 como navio de longo curso, alterando o nome para SÃO SILVARES. Nº oficial: H 455. Em 20-04-1959 alterou o registo para navio de cabotagem. Em 22-06-1966 concluiu em Lisboa a última viagem ao serviço da Frasil, sendo imobilizado e arrestado na sequência da falência do armador. Em 29-11-1967 foi vendido por ordem do Tribunal do Trabalho de Lisboa pela firma Soares e Mendonça, Lda. a José Maria da Silva que o revendeu a 18-12-1967 por 1.000.000$00 à COMPONAVE – Companhia Portuguesa de Navegação, Lda. Registado na Capitania do porto de Lisboa a 22-12-1967 com o nome AMISIL. Nº oficial: I 362. A 27-02-1968 registo alterado de cabotagem para navegação costeira internacional. Navegou até 1974 imobilizando em Lisboa a 24-09-1974. Cancelado o registo a 20-04-1977 por ter sido vendido a 31-03-1977 a Gomes & Lourenço, Lda. por 335.000$00 para demolição. Registado em nome de Gomes & Lourenço, Lda. a 20-04-1977 (Nº oficial: I 486). Permaneceu encalhado no Talaminho durante anos onde ainda se encontrava abandonado em 1986.