O lançamento à água do contra-torpedeiro “Douro”
Lisboa, 23 de Janeiro – Revestida da maior solenidade, realizou-se ontem a cerimónia do lançamento à água do destroyer “Douro”, fabricado por artífices portugueses no Arsenal de Marinha.
O recinto destinado aos convidados achava-se completamente apinhado de gente. No chamado pátio da administração encontrava-se uma força de 60 marinheiros, sob o comando do oficial Victor Gomes, bando do corpo e um terno de corneteiros. Esta força era destinada a fazer a guarde de honra. O pavilhão dos serviços administrativos era destinado para o governo, corpo diplomático, oficialidade, etc.
O navio que ia ser lançado à água tinha arvorada num mastro a bandeira nacional. Numa improvisada tribuna, à proa, ultimavam-se os preparativos da cerimónia.
Imagem da cerimónia na revista "Ilustração Portuguesa"
Nº 363, Lisboa, 3 de Fevereiro de 1913, pág. 143
Nº 363, Lisboa, 3 de Fevereiro de 1913, pág. 143
Estavam ali o director interino das oficinas do Arsenal, Álvaro Lorens, o 1º tenente maquinista Santos Silva, o guarda-marinha Ferreira, autor de um aparelho medidor da velocidade e resistência do navio a deslizar na calha, e dois desenhadores do Arsenal, Salvador de Almeida e Francisco de Jesus Dias e os agentes técnicos Lamego e Viana. Dentro do navio o sota-patrão-mor Ventura, o patrão-mor e mestre das construções navais Fernando e os marinheiros do troço do mar ultimavam a bordo os últimos preparativos.
Pouco a pouco chegavam convidados e os srs. ministros da guerra, marinha, estrangeiros, fomento, interior e justiça, governador civil, oficialidade de mar e terra e o comandante da guarda republicana.
A entrada do sr. dr. Afonso Costa foi saudada com vivas e palmas. Momentos depois chegava o sr. presidente da república, aguardado à entrada pelos convidados. Fazia-se acompanhar pelos seus secretários e pelo capitão-de-mar-e-guerra sr. Vieira Bastos e major-general da armada sr. Teixeira Guimarães. A banda dos marinheiros executou o hino nacional e o presidente da república foi saudado pela multidão.
Às duas horas, um toque de apito anunciou os primeiros trabalhos do lançamento. Iam ser tiradas as oito escoras que amparavam o navio, quatro de cada lado. Nessa ocasião a multidão precipitou-se para junto do navio. Da tribuna eram feitos sinais com uma bandeirinha vermelha, depois içada no alto de uma placa com um algarismo correspondente à escora a deitar abaixo.
A convite do mestre da construção o sr. presidente da república aplicou ao navio as três palmadas do estilo e pronunciou estas palavras! - Vai “Douro”, em nome da pátria e da república. E que o teu lançamento à água seja o início do engrandecimento da marinha de guerra portuguesa.
Pouco a pouco chegavam convidados e os srs. ministros da guerra, marinha, estrangeiros, fomento, interior e justiça, governador civil, oficialidade de mar e terra e o comandante da guarda republicana.
A entrada do sr. dr. Afonso Costa foi saudada com vivas e palmas. Momentos depois chegava o sr. presidente da república, aguardado à entrada pelos convidados. Fazia-se acompanhar pelos seus secretários e pelo capitão-de-mar-e-guerra sr. Vieira Bastos e major-general da armada sr. Teixeira Guimarães. A banda dos marinheiros executou o hino nacional e o presidente da república foi saudado pela multidão.
Às duas horas, um toque de apito anunciou os primeiros trabalhos do lançamento. Iam ser tiradas as oito escoras que amparavam o navio, quatro de cada lado. Nessa ocasião a multidão precipitou-se para junto do navio. Da tribuna eram feitos sinais com uma bandeirinha vermelha, depois içada no alto de uma placa com um algarismo correspondente à escora a deitar abaixo.
A convite do mestre da construção o sr. presidente da república aplicou ao navio as três palmadas do estilo e pronunciou estas palavras! - Vai “Douro”, em nome da pátria e da república. E que o teu lançamento à água seja o início do engrandecimento da marinha de guerra portuguesa.
Imagem da cerimónia na revista "Ilustração Portuguesa"
Nº 363, Lisboa, 3 de Fevereiro de 1913, págs. 144 e 145
Nº 363, Lisboa, 3 de Fevereiro de 1913, págs. 144 e 145
Sobre a extensa calha o navio deslizou velozmente, tremulando no alto do seu mastro a bandeira nacional. A multidão soltou então entusiásticos vivas à república, à pátria, à marinha de guerra e ao exército, prolongando-se por largo tempo uma estrondosa salva de palmas, enquanto a banda dos marinheiros executava a «portuguesa». O sr. dr. Manuel de Arriaga abraçou o agente técnico sr. Lamego.
Os navios de guerra salvaram, os vapores apitavam com as suas sirenes e as guarnições subiam à mastreação e saudavam a república. O “Douro” descreveu uma bela curva, estacionando em frente ao Arsenal de Marinha.
Terminada a cerimónia, o sr. presidente da república foi cumprimentado pela numerosa assistência, sendo alvo de nova manifestação de simpatia à sua saída do Arsenal, bem como os membros do governo.
(In jornal “Comércio do Porto”, 23 de Janeiro de 1913)
Os navios de guerra salvaram, os vapores apitavam com as suas sirenes e as guarnições subiam à mastreação e saudavam a república. O “Douro” descreveu uma bela curva, estacionando em frente ao Arsenal de Marinha.
Terminada a cerimónia, o sr. presidente da república foi cumprimentado pela numerosa assistência, sendo alvo de nova manifestação de simpatia à sua saída do Arsenal, bem como os membros do governo.
(In jornal “Comércio do Porto”, 23 de Janeiro de 1913)
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