quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

Comp. Portuguesas - A Nacional de Navegação


Os navios
(continuação)

Nº 46 - n/m “ Quanza “ ex “ Portugal “ (3)
1929 – 1968

O paquete "Quanza"

Nº Oficial : 415-F > Iic.: C.S.B.Z. > Registo : Lisboa
Construtor : Blohm & Voss, Steinwerder, Alemanha, 05.09.1929
ex “Portugal”, nome previsto, substituído durante a construção
Tonelagens : Tab 6.636,22 to > Tal 3.944,06 to > Porte 7.042 to
Cpmts.: Ff 133,53 mt > Pp 127,49 mt > Bc 16,05 mt > Ptl 8,73 mt
Máquina : Blohm & Voss, 1904 > 2:Te > 4.500 Ihp > 14 m/h
Vendido para demolição em Castellon, Espanha, em 10.12.1968

Nº 47 - n/m “ San Thomé “ (3)
1938 – 1971

O navio "San Thomé"
(3ª unidade da Companhia com o mesmo nome)

Nº Oficial : G-388 > Iic.: C.S.A.E. > Registo : Lisboa
Construtor : William Doxford & Sons Ltd., Inglaterra, 1938
Tonelagens : Tab 5.213,36 to > Tal 3.159,01 to > Porte 15.158 to
Cpmts.: Ff 134,46 mt > Pp 128,80 mt > Bc 16,93 mt > Ptl 7,53 mt
Máquina : Wm. Doxford, 1938 > 1:Di > 3.400 Ihp > 14 m/h
Vendido para demolição em 1971

Nº 48 - n/m “ Inharrime “
1939 – 1949

O navio "Inharrime"

Nº Oficial : 19 > Iic.: C.S.A.M. > Registo : Lourenço Marques
Construtor: Contiere Navali Riunite, Ancona, Itália, 04.1939
Tonelagens : Tab 1.645,29 to > Tal 929,81 to
Comprimentos.: Pp 77,30 mt > Boca 11,26 mt > Pontal 5,97 mt
Máquina : Navali Riuniti, 1939 > 1:Te > 1.100 Ihp > 11 m/h
Perdido por encalhe no farol da Burra, Inhambane, em 11.03.1949

Nº 49 - n/m “ Tagus “
1939 – 1963

O navio "Tagus"

Nº Oficial : G-397 > Iic.: C.S.C.C. > Registo : Lisboa
Construtor : A. Vuijk & Zonen, Cap. a/d Ijssel, Holanda, 04.1938
ex “Thixendale”, Yorkshire Dale Steam Ship Co. Ltd., 1938-1939
Tonelagens : Tab 1.107,19 to > Tal 848,76 to > Porte 2.340 to
Cpmts.: Ff 68,33 mt > Pp 64,57 mt > Bc 10,71 mt > Ptl 3,96 mt
Máquina : Deutz Motoren, 1938 > 1:Di > 1.000 Ihp > 11 m/h
Naufragado devido a explosão seguida de incêndio 15 milhas a Norte de Inhambane, sendo acto continuo encalhado na costa, em 19 de Março de 1963.

Nº 50 - n/m “ Nacala “
1944 – 1967

O navio "Nacala"

Nº Oficial : G-467 > Iic.: C.S.H.D. > Registo : Lisboa
Cttor.: Oswald Mordaunt & Co., Woulston, Inglaterra, 10.1886
ex “Leyland Brothers”, R.W. Leyland & Cº, L’pool, 1886-1912
ex depósito de carvão, Empr. Nacional Navegação, 1912-1944
Antigo veleiro adaptado a navio motor em Lisboa, durante 1944
Tonelagens : Tab 2.390,16 to > Tal 1.614,98 to > Porte 4.257 to
Cpmts.: Ff 86,80 mt > Pp 82,63 mt > Bc 12,22 mt > Ptl 6,70 mt
Demolido em Lisboa no decorrer do Verão de 1967.

Um bom ano para todos






terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Comp. Portuguesas - A Nacional de Navegação


Os navios
(Continuação)

Nº 41 - n/m “ S. Thomé “ (2)
1924 – 1932

O navio "S. Thomé"
(2ª unidade da Companhia com o mesmo nome)

Nº Oficial : 449-E > Iic.: H.S.M.E. > Registo : Lisboa
Cttor.: Swerft. Bremer Vulkan A.G., Vegesack, Alemanha, 02.1905
ex “Heimburg”, D.D.G. Hansa, Bremen, Alemanha, 1905-1916
ex “Santo Antão”, Transp. Marít. do Estado, Lisboa, 1916-1924
Tonelagens : Tab 2.750,36 to > Tal 1.384,65 to
Comprimentos : Pp 118,30 mt > Boca 15,80 mt > Pontal 7,52 mt
Máquina : Bremer Vulkan, 1904 > 1:Qe > 10,5 m/h
Vendido para demolição em Lisboa, em finais de 1932

Nº 42 - n/m “ Cubango “
1924 – 1950

O navio "Cubango"

Nº Oficial : 461-E > Iic.: C.S.A.N. > Registo : Lisboa
Cttor.: Flensburger Schiffsbau, Flensburgo, Alemanha, 03.1903
ex “Lichtenfels”, D.D.G. Hansa, Bremen, Alemanha, 1903-1916
ex “Goa”, Transportes Marítimos do Estado, Lisboa, 1916-1924
dp “Bisco 5”, British Iron & Steel Co., Blyth, Inglat., 1950-1950
Tonelagens : Tab 5.899,18 to > Tal 3.680,24 to > Porte 13.136 to
Cpmts.: Ff 134,11 mt > Pp 128,92 mt > Bc 16,20 mt > Ptl 8,80 mt
Máquina : Flensburger S.G., 1903 > 1:Qe > 3.000 Ihp > 11,5 m/h
Demolido em Milford Haven, Inglaterra, em Julho de 1950

Nº 43 - n/m “ Save “ (1)
1929 – 1950

O navio "Save"

Nº Oficial : 623 > Iic.: C.S.B.S. > Registo : Luanda
Construtor : S.G. Unterweser, Lehe, Alemanha, 11.1912
ex “Picador”, J.D. Sturcken, Bremen, Alemanha, 1912-1916
ex “Granja”, Transp. Marítimos do Estado, Lisboa, 1916-1924
dp “Bisco 7”, British Iron & Steel Co., Blyth, Inglat., 1950-1950
Tonelagens : Tab 782,27 to > Tal 426,06 to > Porte 1.772 to
Cpmts.: Ff 65,49 mt > Pp 62,61 mt > Bc 9,89 mt > Ptl 3,57 mt
Máq.: Ottenser Maschinenfbk., 1912 > 1 :Te > 650 Ihp > 9 m/h
Demolido em Rainham, Inglaterra, em 17 de Julho de 1950

Nº 44 - n/m “ Lourenço Marques “
1925 – 1959

O navio "Lourenço Marques"

Nº Oficial : 458-E > Iic.: C.S.B.C. > Registo : Lisboa
Construtor : Blohm & Voss, Steinwerder, Alemanha, 23.09.1905
ex “Admiral”, Deustche Ost-Afrika Linie, Hamburgo, 1905-1916
ex “Lourenço Marques”, Trsp. Marít. Estado, Lisboa, 1916-1925
dp “Bisco 4”, British Iron & Steel Co., Blyth, Inglat., 1950-1950
Tonelagens : Tab 6.281,18 to > Tal 3.846,78 to > Porte 7.645 to
Cpmts.: Ff 132,44 mt > Pp 128,00 mt > Bc 15,31 mt > Ptl 8,43 mt
Máquina : Blohm & Voss, 1905 > 2:Te > 4.200 Ihp > 13,5 m/h
Demolido em Faslane, Inglaterra, em 21 de Julho de 1950

Nº 45 - n/m “ Zaire “ (2)
1927-1929

O navio "Zaire"
(2ª unidade da Companhia com o mesmo nome)

Nº Oficial : 360-F > Iic.: H.Z.R.E. > Registo : Lisboa
Construtor : Blohm & Voss, Steinwerder, Alemanha, 11.09.1904
ex “Esne”, D.D.G. Kosmos, Hamburgo, Alemanha, 1904-1916
ex “Mormugão”, Transp. Marít. do Estado, Lisboa, 1916-1924
ex “Infante de Sagres”, Lara Souza & Cª., Lisboa, 1924-1927
Tonelagens : Tab 6.238,49 to > Tal 3.942,91 to
Comprimentos : Pp 125,00 mt > Boca 15,45 mt > Pontal 8,71 mt
Máquina : Blohm & Voss, 1904 > 1:Qe > 2.800 Ihp > 10 m/h
Perdido por encalhe em Água Izé, São Tomé, a 24 de Agosto 1929

segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Comp. Portuguesas - A Nacional de Navegação


Os navios

Como terão certamente dado conta, durante o período em que estive ocupado na procura e pesquisa dos navios bacalhoeiros, interrompi a apresentação dos navios das principais companhias nacionais, que agora retomo. Volto aos navios da Nacional, através dos desenhos do amigo Luís Filipe Silva, esperando continuar a mostrar um trabalho de excelente qualidade, que não merece ficar escondido ou esquecido em qualquer gaveta (arquivo). Neste recomeço vou continuar a partir do navio Nº 36, todavia prometo trabalhar sobre as primeiras unidades da companhia, logo que possível.

Nº 36 – n/m “Pedro Gomes”
1921 – 1933

O "Sindoro" - postal da Companhia

O navio " Pedro Gomes "

Nº Oficial.: 400-E > Iic.: H.P.G.O. > Registo : Lisboa
Construtor : Royal Schelde, Flushing, Holanda, 03.1900
ex “Sindoro”, Rotterdamsche Lloyd, Roterdão, 1900-1922
Tonelagens : Tab 5.798,44 to > Tal 3.756,46 to
Cpmts.: Pp 123,62 mt > Boca 15,16 mt > Pontal 6,25 mt
Máquina : de Schelde, 1899 > 2:Qe > 4.800 Ihp > 14 m/h
Vendido para demolição em Osaka, Japão, a 12.1933

Nº 37 – n/m “Angola” (3)
1923 – 1946

O "Albertville" - postal da Companhia

O navio "Angola"
(3ª unidade com o mesmo nome)

Nº Oficial.: 415-E > Iic.: C.S.A.F. > Registo : Lisboa
Construtor : John Cockerill, Hoboken, Bélgica, 12.1912
ex “Albertville”, Cie. Belge Maritime du Congo, 1900-1923
dp “Nova Lisboa”, Comp. Nacional Navegação, 1946-1950
dp “Bisco 3” – Bristish Iron & Steel Co., Blyth, 1950-1950
Tonelagens : Tab 7.884,35 to > Tal 4.843,71 to
Cpmts.: Ff 139,64 > Pp 134,36 mt > Bc 16,98 mt > Ptl 7,74 mt
Máquina : J. Cockerill, 1912 > 2:Qe > 7.300 Ihp > 14 m/h
Demolido em Blyth, Inglaterra, em Julho de 1950

Nº 38 – n/m “Cabo Verde” (2)
1925 – 1950

O navio "Cabo Verde"
(2ª unidade com o mesmo nome)

Nº Oficial.: 451-E > Iic.: C.S.A.K. > Registo : Lisboa
Construtor : Neptun A.G., Rostock, Alemanha, 10.04.1908
ex “Santa Barbara”, Hamburg Sudamerikanische, 1908-1916
ex “São Tiago”, Transp. Marítimos do Estado, Lisboa, 1916-1925
dp “Cabo Verde”, Empresa Nacional de Navegação, 1925-1940
dp “Bisco 8” – Bristish Iron & Steel Co., Blyth, 1950-1950
Tonelagens : Tab 4.696,13 to > Tal 2.949,62 to > Porte 9.214 to
Cpmts.: Ff 111,75 mt > Pp 107,75 mt > Bc 15,31 mt > Ptl 7,13 mt
Máquina : Neptun A.G., 1908 > 1:Te > 1.500 Ihp > 10 m/h
Demolido em Blyth, Inglaterra, a 26 de Julho de 1950

Nº 39 – n/m “Congo” (1)
1925 – 1950

O navio "Congo"

Nº Oficial.: G-406 > Iic.: C.S.B.K. > Registo : Lisboa
Construtor : Flensburger, Flensburgo, Alemanha, 04.1905
ex “Clara Menzell”, Chinesische Kustenfahrt, 1905-1907
ex “Ingraban”, Hamburg-Bremer A.G., Alemanha, 1907-1916
ex “Congo”, T. Marítimos do Estado, Lisboa, 1916-1925
dp “Congo”, Empresa Nacional de Navegação, 1925-1940
dp “Bisco 6” – Bristish Iron & Steel Co., Blyth, 1950-1950
Tonelagens : Tab 3.090,89 to > Tal 2.350,07 to > Porte 5.996 to
Cpmts.: Ff 95,77 mt >Pp 91,97 mt > Bc 13,81 mt > Pontal 7,95 mt
Máquina : Flensburger S.G., 1905 > 1:Te > 950 Ihp > 9,5 m/h
Demolido em Preston, Inglaterra, a 08.1950

Nº 40 – n/m “Nyassa”
1925 – 1950

O navio "Bulow" - postal da Companhia

O navio "Nyassa"

Nº Oficial.: 488-E > Iic.: C.S.B.J. > Registo : Lisboa
Construtor : J.C. Tecklenborg, Geestmunde, Alemanha, 09.1906
ex “Bulow”, Norddeutcher Lloyd, Bremen, Alemanha, 1906-1916
ex “Trás-os-Montes”, Transp. Marít. do Estado, Lisboa, 1916-1925
Tonelagens : Tab 8.980,06 to > Tal 5.309,29 to > Porte 9.130 to
Cpmts.: Ff 145,75 mt >Pp 140,94 mt > Bc 17,66 mt > Ptl 8,20 mt
Máquina : J.C. Tecklenborg, 1906 > 2:Qe > 6.000 Ihp > 15 m/h
Vendido para demolição em Blyth, Inglaterra, a 07.11.1951

domingo, 28 de dezembro de 2008

1º aniversário do Navios e Navegadores


Tempo de agradecimentos

Postal do Porto - Cais das Pedras e barca "Soares da Costa"

Celebro hoje a passagem do 1º aniversário do blog Navios e Navegadores. Neste dia é para mim imperativo lembrar novos amigos, que no decorrer deste ano foram o motor dum trabalho de investigação e pesquisa, que pretendo melhorar, se continuar a merecer a curiosidade e interesse demonstrado até agora.
Não vou conseguir enunciá-los a todos, mas obrigo-me a referir o Cap. João David Marques, que me incentivou a criar o blog que agora desfrutamos. O Cap. Francisco Correia Marques, por me mostrar a beleza dos navios da pesca do bacalhau, o Cap. David Calão, por achar que conseguiria dizer algo sobre os navios da pesca do bacalhau no Porto, (em preparação), até agora parcialmente votados ao esquecimento.
Os amigos de sempre Francisco Cabral, pelo extraordinário conhecimento dos navios e companhias nacionais, que estudou e pesquisou ao longo dos últimos setenta anos. O Rui Amaro, que sempre atento participa com achegas e correcções quando necessário, o Luís Filipe Silva, por disponibilizar os seus desenhos de qualidade irrepreensível e ao grande amigo Nini Guerreiro, através do fabuloso espólio fotográfico da Foto-Mar.
A todos quantos tem franqueado as instalações e o livre acesso ao material de consulta e pesquisa em Associações, Museus e Bibliotecas, e ainda para terminar, a todos aqueles que através dos seus comentários, colaboraram para valorizar este trabalho. Enfim, sem excepções o meu profundo reconhecimento.

sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Encontros portuários ( IV )


Descobrindo navios
(continuação)

n/m “ Ragar “
Sevilha
1968 – 1974


Armador : Linhas Ybarra, Sevilha, Espanha
Construtor : Estaleiros Astano S.A., El Ferrol, Espanha, 1968
Tonelagens : Tab 9.395 to > Tal 5.291 to > Porte 14.467 to
Cpmts.: Ff 154,60 mt > Pp 142,00 mt > Bc 20,10 mt > Ptl 9,40 mt
Máquina : Astano, S.A., 1968 > 1:Di > 9.000 Bhp > 18,5 m/h
dp “Cabo de Santa Clara”, Linhas Ybarra, Sevilha, 1974-1980
dp “Alexander’s Ismini”, Com. Shipping S.A., Grécia,1980-1983
dp “Nineta”, Metco Shipping, Panamá, 1983-1986
Demolido em Kaohsiung, Formosa, a 13.05.1986

n/m “ Ardeas “
Amesterdão
1954 – 1972


Armador : Koninklijk Ned. Stmbt. Maatschapij, Amesterdão
Construtor.: E. J. Smit & Zonen, Westerbroek, 24.04.1954
Tonelagens : Tab 496 to > Tal 227 to > Porte 950 to
Comprimentos : Pp 64,31 mt > Boca 9,80 mt > Pontal 3,71 mt
Máquina : Werkspoor N.V., 1953 > 1:Di > 750 Bhp > 10,5 m/h
dp “Vasilios II“, K. Leonardos & Spyropoulos, Piréu, 1972-1979
dp “Divina II”, Chadic Y. Leara, Beirute, Libano, 1979-1980
Naufragou após encalhe na costa da Serra Leoa, na posição 07º29N 13º32’W, quando em viagem de Abidjan para Tripoli.

n/m “ Estrella “
Bergen
1961 – 1978


Armador : det Bergenske D/S., Bergen, Noruega
Construtor.: Eriksbergs M/V. A/B., Gotemburgo, Suécia, 01.1961
Tonelagens : Tab 7.535 to > Tal 4.339 to > Porte 9.754 to
Cpmts.: Ff 142,6 mt > Pp 131,07 mt > Bc 18,34 mt > Ptl 8,69 mt
Máq.: Eriksbergs M/V. A/B., 1960 > 1:Di > 7.500 Bhp > 17 m/h
dp “Estrella del Mar”, Montemar, Montevideo, Uruguai, 1978-87
dp “Del Mar”, Delmar Shipping Co., Valetta, Malta, 1987-1988
Demolido em Chittagong, Bangladesh, a 09.05.1988

n/m “ Rita Maria “
Lisboa
1953 – 1972


Armador : Soc. Geral de Com., Indústria e Transportes, Lisboa
Construtor : Companhia União Fabril, Lisboa, 1952
Tonelagens : Tab 3.748 to > Tal 2.587 to > Porte 3.458 to
Cpmts.: Ff 112,49 mt > Pp 107,53 mt > Bc 13,86 mt > Ptl 7,45 mt
Máq.: Sulzer Frères, Suiça, 1951 > 1:Di > 4.100 Bhp > 12,8 m/h
dp “Rita Maria”, Comp. Nacional de Naveg., Lisboa, 1972-1973
dp “Rita Maria”, Comp. Transp. Marítimos, Lisboa, 1973-1979
Transformado em batelão (Socarmar), desde Março de 1979
Demolido em Lisboa, 1992

n/m “ Valencia “
Gotemburgo
1968 – 1977


Armador : Rederi A/B Svenska Lloyd (Lloyd Sueco), Gotemburgo
Construtor : Astilleros de Cadiz, Espanha, 02.1964
ex “Hispania”, Lloyd Sueco, 1964-1968
Tonelagens : Tab 4.313 to > Tal 2.491 to > Porte 5.918 to
Cpmts.: Ff 121,37 mt > Pp 113,06 mt > Bc 14,53 mt > Ptl 6,95 mt
Máq.: E. N. Elcano, Valencia, 1963 > 1:Di > 3.000 Bhp > 15 m/h
dp “Tesaba”, Tesaba Shipping, Limassol, Chipre, 1977-1985
dp “Bilkur”, Bilkur Shipping, Panamá, 1985-1988
Naufragou após encalhe em Ashdod, Israel, a 19.11.1988

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Encontros portuários ( III )


Descobrindo navios

De múltiplos países, de várias companhias, de inúmeros tamanhos, de diversas cores, sempre com gente dentro, diferentes nos costumes, iguais no pensar e no sentir. Do cais ouviam-se apitos e ruídos. No ar passeavam aromas e fumos, alguns negros como o carvão. Respirava-se a riqueza do movimento, garantia-se o trabalho. Aprendiam-se línguas diferentes, estranhas, enigmáticas. Quantas vezes o gesticular abreviou diálogos difíceis. Ganhou-se o amanhã, a pensar no futuro que importa manter a qualquer custo (imagens Fotomar, Matosinhos).

n/m “ Nurnberg “
Hamburgo
1962 – 1971


Armador : Hapag Lloyd, Hamburgo, Alemanha
Construtor.: Howaldtswerk, Hamburgo, Alemanha, 1962
Tonelagens : Tab 9.464 to > Tal 6.072 to > Porte 11.250 to
Cpmts.: Ff 158,50 mt > Pp 144,90 mt > Bc 19,30 mt > Ptl 11,2 mt
Máq. : M.A.N., Alemanha, 1961 > 1:Di > 10.800 Bhp > 18,5 m/h
dp “Congo”, Empresa Insulana de Navegação, Lisboa, 1971-1974
dp “Congo”, Comp. de Transportes Marítimos, Lisboa, 1974-1985
dp “Congo”, Portline – Transp. Mrt. Intern., Lisboa, 1985-1986
Demolido em Kaohsiung, Formosa, a 24.04.1986

n/m “ Michigan “
Panamá
1956-1959


Armador : Comp. Mondiale de Transports S.A. (s/f Fabre Line)
Construtor : Solvsborg Varvs., Solvsborg, Suécia, 11.09.1947
ex "Helga Smith", Red. Anders Smith A/B, Estocolmo, 1947-1956
Tonelagens : Tab 1.962 to > Tal 1.666 to > Porte 9.630 to
Cpmts.: Ff 75,09 mt > Pp ____ mt > Bc ____ mt > Ptl ____ mt
Máq.: _________________________________________
dp “Michigan”, Romsen- Cp. Mundial Transp. Liberia, 1962-1966
dp "Nissos Psara", Weymouth Maritime Corp., Grécia, 1966-1970
dp "Medatlantic", Medatlantic Transp. Naviera, Grécia, 1973-1974
Vitimado por incêndio que teve início na máquina em 20.12.1973, na posição 39º00'N 09º53'E. Segue para Burriana, Espanha, a 01.07.1974, para demolição.

n/m “ Trentino “
Hull
1952-1971


Armador : Ellerman’s Wilson Line Ltd., Hull, Inglaterra
Construtor : Henry Robb, Ltd., Leith, Inglaterra, 04.1952
Tonelagens : Tab 2.340 to > Tal 1.251 to > Porte 3.034 to
Cpmts.: Ff 94,37 mt > Pp 88,55 mt > Bc 14,84 mt > Ptl 5,93 mt
Máq.: Bristish Polar, Ltd., Gls., 1951 > 3.040 Bhp > 13,5 m/h
dp “Maldive Ensign”, Maldives Shipping, Maldivas, 1971-1980
Demolido em Kaohsiung, Formosa, em 22.05.1980

n/m “ Esther “
Haifa
1965-1977


Armador : Zim Israel Navigation Co. Ltd., Haifa, Israel
Construtor : Israel Shipyards Ltd., Haifa, 04.1965
Tonelagens : Tab 2.025 to > Tal 1.223 to > Porte 3.033 to
Cpmts.: Ff 84,31 mt > Pp 75,24 mt > Bc 12,60 mt > Ptl 7,12 mt
Máquina : Werkspoor, Amesterdão, 1964 > 1.500 Bhp > 12,5 m/h
dp “Sconset”, Kim Marine, Georgetown, Ilh. Caimão, 1977-1978
Afundou-se por se ter virado devido a falta de estabilidade, na posição 7.00.10N 58.03.51W em 22.12.1978.

n/m “ Beniowski “
Gdynia
1960-1971


Armador : Polish Ocean Lines, Gdynia, Polónia
Construtor : Royal Schelde, Flushing, Holanda, 01-1960
Tonelagens : Tab 10.443 to > Tal 6.052 to > Porte 14.922 to
Cpmts.: Ff 157,51 mt > Pp 142,68 mt > Bc 20,07 > Ptl 12,50 mt
Máquina : de Schelde, Holanda, 1959 > 1:Di > 7.800 Bhp > 16 m/h
dp “Tai xing”, China Ocean Shipping, R.P. China, 1971-1989
dp “Tong Jiang”, Shanghai Jin Jiang Ltd., Shanghai, 1989-1999
Sem rasto após 1999

n/m “ General Z. Dogan “
Istambul
1970-??


Armador : D.B. Turkish Cargo Liners, Ltd., Turquia
Construtor : Stocznia Gdanska, Gdansk, Polónia, 11.1970
Tonelagens : Tab 10.240 to > Tal 5.834 to > Porte 12.447 to
Cpmts.: Ff 154,67 mt > Pp 143,11 mt > Bc 20,65 mt > Ptl 12,73 mt
Máq.: Sulzer, Pozan, Polónia, 1970 > 1:Di > 9.600 Bhp > 18 m/h
Sem rasto após 1976

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Esse eu vi, e ainda anda por aí !...


O paquete “ Istra “
1965 - 1999 - 2008
Todos os navios tem uma história para contar

Tonelagens : Tab 5.635 to > Porte 1.640 to
Comprimentos: Ff 116,80 mt > Pp 105,00 > Boca 16,50 mt
Máquina : Sulzer, 1965 > 2:Di > Velocidade ca. 18 m/h

O "Istra" em Leixões - foto de autor conhecido

Este navio foi construído nos estaleiros Brodogradiliste Uljanik, em Pula, na antiga Jugoslávia (hoje Croácia), entre 1964 e 1965, por encomenda da companhia nacional Jugoslava, a Jadranska Linijska Plovidba, ou simplesmente "Jadrolinija". Servia o intuito de efectuar o transporte de passageiros numa linha que escalava portos Jugoslavos para Veneza, Grécia, Líbano, e Egipto. A meados dos anos setenta, a falta de passageiros leva o armador a colocar o navio no serviço de cruzeiros, primeiro com viagens ao longo dos portos Croatas e mais tarde visitando portos Mediterrânicos, incluindo a península Ibérica.

O "Astra" - postal do Operador

Surge a primeira alteração a partir de 1991, quando entra em contrato de fretamento com a operadora Alemã Neckermann Cruises, sendo inicialmente rebaptizado "Astra", nome que manteve até 1997, todavia preservando a sua identidade Jugoslava. A partir de 1997 até 1999, continua a operar junto do mercado de cruzeiros Alemão, sendo-lhe alterado o nome para "Astra I".

O "Arion" - foto / postal do Armador

Colocado à venda em 1999, foi adquirido pela Classic International Cruises, passando a chamar-se "Arion", navegando desde então com a bandeira Portuguesa e estabelecendo porto base em Lisboa. Reconstruído em 2000 e completamente remodelado em 2006, faz parte da frota de navios que explora o mercado Português de cruzeiros, podendo ser devidamente visto e apreciado na capital.

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Não o vi, mas sei que andou por aí...


O paquete “ Hanseatic “
1957 - 1966
Todos os navios tem uma história para contar

Tonelagens : Tab 26.032 to > Tal 15.725 to > Porte 17.737 to
Comprimentos: Pp 196,30 mt > Boca 25,54 mt > Pontal 13,56 mt
Máquina : Fairfield Co., 1929 > 2:St > Velocidade ca. 21 m/h

"Empress of Japan" - postal da Companhia

Nasceu no estaleiro Fairfield Co., Ltd., de Glasgow, Escócia, sob encomenda da companhia Londrina Canadian Pacific Railway Co., ficando apto a navegar em Junho de 1930. Foi baptizado “Empress of Japan”, colocado na linha do Pacifico e logo com um recorde na travessia entre Liverpool e Rimouski em 5 dias e 5 horas. Já no outro lado do mundo, novo recorde na viagem transatlântica desde Yokohama para Honolulu, em 6 dias, 8 horas e 39 minutos, à velocidade de 22,2 milhas / hora, entretanto melhorada durante a viagem do Hawai para Victória (Austrália) à velocidade de 22,4 milhas / hora.

"Empress of Scotland" - postal da Companhia

Chegam os anos da guerra e a consequente adaptação a transporte de tropas, mudando de nome em Outubro de 1942 para “Empress of Scotland”. Só 9 anos depois, ultrapassados os anos da guerra, em 1948, voltaria à posse do armador, ficando amarrado até Maio de 1950, para reparar e receber a necessária remodelação, entrando em serviço na frota comercial do Atlântico, com viagens para os Estados Unidos e Canadá. Durante os invernos, efectuava cruzeiros de longa distância a partir de Nova Iorque.

O "Hanseatic" - postal da Companhia

Colocado à venda em 1958, foi a primeira unidade da recém formada companhia German Atlantic, que procedeu à completa reconstrução do navio, mais evidente por perder uma chaminé e alteradas as restantes, além de um considerável aumento em termos de tonelagem (Tab 30.050 to). Dava assim início em Julho de 1958 a um bem sucedido tráfego entre Cuxhaven e Nova Iorque, com o nome “Hanseatic”, navegando à época numa velocidade na ordem das 20 milhas / hora.

O "Hanseatic" - foto / postal da Companhia

Realmente não o vi, mas ele passou por Leixões como deve ter igualmente passado por Lisboa. A 7 de Setembro de 1966, poucas horas antes de largar de Nova Iorque para a Europa, foi vitimado por um violento incêndio que teve início na casa das máquinas. Demasiadamente esventrado, ainda foi tentada a recuperação fazendo a viagem a reboque até ao porto de Hamburgo. As vistorias e as inspecções ditaram o seu fim. Condenado por inavegável, foi vendido para demolição em Hamburgo, em Novembro de 1966.

O "Hanseatic" - imagem (c) Fotomar, Matosinhos

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Pesca do bacalhau - Figueira da Foz - 1910 / 1920


A frota bacalhoeira da Figueira da Foz
1ª Parte

Das 19 embarcações registadas em 1911 no porto da Figueira da Foz, entre as quais 2 iates e 3 caíques ligados à navegação comercial, todos os outros marcaram presença na pesca do bacalhau. Dali saíram 14 navios com rumo à Terra Nova, sendo que 12 deles participaram na companha de 1910. Regista-se a compra de 2 novas unidades, os lugres “Palmyra” e “Virgínia”, completando essa lista agora apresentada por ordem alfabética, como segue :

Iate “ Figueira “
1907-1912
---------------------
Armador : Soc. Pescarias Foz do Mondego, F. da Foz
Capitães embarcados: José Francisco Carrapichano (1911)

Iate “ Florinda “
1907-1925 e 1931-1933
---------------------
Armador : Sociedade Florinda, Lda., F. da Foz
Capitães embarcados: José Thomé Rosa (1911 a 1913)

Lugre “ Júlia 1º “
1885-1957
--------------------
Armador : Atlântica - Comp. Portuguesa de Pesca, F. Foz
Capitães embarcados: Fernando Mathias Lan (1911 a 1914), José Augusto Ramos (1915 a 1916), José N. da Fonseca (1917), Fernando Mathias Lan (1918), Paulo Fernandes Bagão (1919) e Augusto Fernandes Pinto (1920)

Lugre-patacho “ Júlia 2º “
1887-1936
--------------------
Armador : Atlântica - Comp. Portuguesa de Pesca, F. Foz
Capitães embarcados: Amandio Fernandes Mathias (1911 a 1912), José Águas Ferreira dos Santos (1913 a 1915), Luiz Augusto Carriço (1916) José Thomé Rosa (1917), João José Lopes (1918), Augusto Fernandes Pinto (1919) e Carlos Ançã (1920)

Iate “ Júlia 3º “
1890-1937
--------------------
Armador : Atlântica - Comp. Portuguesa de Pesca, F. Foz
Capitães embarcados: José Augusto Ramos (1911 a 1914), Raúl Jorge C. Pinto (1915), Armando C. Guerra (1916), José Augusto Ramos (1918), José Nunes da Fonseca (1919 a 1920). Não foi à pesca em 1917.

Lugre “ Leopoldina ”
1903-1947
--------------------
Armador : Lusitânia, Comp. Port. de Pesca, F. da Foz
Capitães embarcados: José Maria Joaquim Pata (1911 a 1919) e João Simões Chuva Redondo (1920)

Escuna “ Loanda “
1908-1917
--------------------
Armador : Soc. Africana da Pesca do Bacalhau, F. Foz
Capitães embarcados: Manuel dos Santos Redondo (1911), Alexandre Simões Ré (1912), Luiz Augusto Carriço (1913 a 1915) e João Fernandes Pereira Jr. (1916)

Escuna “ Maria Virginia “
1907-1911
--------------------
Armador : Soc. Figueirense de Pesca, Lda., F. Foz
Capitães embarcados: Manoel dos Santos Labrincha (1907 a 1909), José Pereira Cajeira (1910) e João Pereira Cajeira (1911)

Lugre-patacho “ Mindello ”
1902-1921
--------------------
Armador : Soc. Africana da Pesca do Bacalhau, F. Foz
Capitães embarcados: Patrício Lino Gaspar (1911), Manuel dos Santos Redondo (1912), Alexandre Simões Ré (1913 a 1914) e Jorge Forte-homem (1915). Vendido a Luiz Gonçalves Santiago, Figueira da Foz, em 1916, mudou o nome para “Elvira”.

Iate “ Mondego “
1908-1917
--------------------
Armador : Soc. Pescarias Foz do Mondego, F. da Foz
Capitães embarcados: Manuel Simões da Barbeira (1908 a 1911), Joaquim Marques Machado Jr. (1912 a 1914), João dos Santos Redondo (1915) e João d’Oliveira Quininha (1916)

Lugre “ Palmyra “
1911 - 1913
--------------------
Armador: João de Oliveira e outros, Figueira da Foz

Nº Oficial: 413-C > Iic.: H.B.V.T. > Registo: F. da Foz
Construtor : Brundit & Co., Runcorn, Inglaterra, 1882
ex “A.M. Brundrit”, Brundit & Co., Runcorn, Ing., 1882-1889
ex “Ethel”, R.K. Bishop, ST. John’s, Terra Nova, 1889-1911
Tonelagens: Tab 119,03 to > Tal 97,21 to
Comprimentos : Pp 28,45 mt > Boca 6,80 mt > Pontal 3,18 mt
Máquina: Não tinha motor auxiliar
Capitães embarcados: João d’Oliveira (1911 a 1912)
No ano de 1912 o navio aparece registado em nome de Silvestre Monteiro da Cunha, Figueira da Foz. Em 1913 foi vendido a Rodolpho Vieitas, Costa & Ventura, de Viana do Castelo, passando o registo para a praça de Viana, tendo mudado o nome para “Maria do Rosário”. Os mesmos proprietários em 1914 rebaptizaram novamente o navio, ficando a chamar-se “Vianna”.

Lugre-patacho “ Pescador ”
1906-1935
--------------------
Armador : Soc. Figueirense de Pesca, Lda., F. da Foz
Capitães embarcados: João da Cruz (1911), José Fernandes Mathias (1912 a 1913), Armando Candido Guerra (1914), Júlio António Lebre (1915 a 1916) e João Pereira Cajeira (1917 a 1920).

Lugre “ Trombetas ”
1902-1917
--------------------
Armador : Lusitânia, Comp. Port. de Pesca, F. da Foz
Capitães embarcados: João Francisco Grilo (1911 a 1916) e João dos Santos Redondo (1917)

Lugre " Virgínia "
1911-1918
--------------------
Armador : Sociedade Figueirense de Pesca, Lda., F. da Foz

Nº Oficial: 371-C > Iic.: H.F.G.N. > Registo: Figueira da Foz
Construtor : C. M. Svensson, Oscarshamn, Suécia, 1902
ex “Miranda”, J. E. Johansson, Mariehamn, Rússia (a), 1902-1911
Tonelagens: Tab 192,55 to > Tal 22,96 to
Comprimentos : Pp 33,90 mt > Boca 7,80 mt > Pontal 3,60 mt
Máquina: Não tinha motor auxiliar
Equipagem: 33 tripulantes
Capitães embarcados: João Pereira Cajeira (1911 a 1916) e Amandio Fernandes Mathias (1917)
Vendido à Companhia Açoreana de Navegação e Pescas, altera o registo para Lisboa e muda o nome para “Veloz”.
(a) Actualmente o porto de Mariehamn pertence à Finlandia, país soberano e independente desde 1918. Na data da compra do navio, em 1911, esse porto ainda fazia parte do território Russo.

Pesca do bacalhau - Figueira da Foz - 1910 / 1920


Os bacalhoeiros da Figueira da Foz, depois de 1911
2ª Parte

Iate “ Africano “
1918-1919

Armador : Parceria Marítima Africana, Lda., Figueira da Foz
-------------------------
Nº Oficial : 3244 > Iic.: H.A.F.C. > Registo : Figueira da Foz
Cttor.: António Dias dos Santos, Fão, lançado à água 18.09.1910
ex “Lordello”, José Joaquim Gouveia, Porto, 1910-1911
ex “Africano”, Parceria Marítima Africana, Aveiro, 1912-1917
Tonelagens : Tab 139,17 to > Tal 95,13 to
Comprimentos : Pp 32,85 mt > Boca 7,67 mt > Pontal 3,10 mt
Maquina : Não tinha motor auxiliar
Equipagem : 28 tripulantes
Ainda propriedade da Parceria Africana, mudou novamente o registo para Aveiro em 1919. Vendido a armador da capital, alterou o registo para Lisboa em 1921.

Iate “ Cysne “
1919-1937

Imagem (c) colecção Napesmat, Matosinhos

Armador : Junceiro, Mónica & Cª, Figueira da Foz
--------------------------
Nº Oficial : B-286 > Iic.: H.C.I.S. > Registo : Figueira da Foz
Cttor.: António M. B. Mónica, F. Foz, lançado à água 02.07.1919
Tonelagens : Tab 124,05 to > Tal 94,19 to
Comprimentos : Pp 29,09 mt > Boca 7,50 mt > Pontal 3,12 mt
Máquina : Não tinha motor auxiliar
Equipagem : 6 tripulantes
O navio passa à propriedade da Sociedade de Pesca Amizade, Lda., Figueira da Foz, a partir de 1924. Perde-se por encalhe em pedras do enrocamento interior do cais Norte no porto de Leixões, sob violento temporal em 27.01.1937

Lugre-patacho “ Elvira “
1916-1921

Armador: Luiz Gonçalves Santiago, Figueira da Foz
-------------------------
Nº Oficial : 270 > Iic.: H.B.C.W. > Registo : Figueira da Foz
Construtor : S. Olsen, Sandefjord, Noruega, 1891
ex “Alf”, registo Norueguês, 1891-1902
ex “Mindello”, Soc. Africana Pesca Bacalhau, F. Foz, 1902-1916
Tonelagens : Tab 302,95 to > Tal 233,24 to
Comprimentos : Pp 43,78 mt > Boca 8,65 mt > Pontal 3,60 mt
Máquina : Não tinha motor auxiliar
Equipagem : 15 tripulantes
Capitães embarcados: Jorge Forte-homem (1916), Luiz António Mercês (1917), Jorge Forte-homem (1918 a 1919)
Vendido a João Pires Correia, de Lisboa, passa para a navegação comercial, inicialmente com matrícula na Figueira (1920) e depois em Lisboa, a partir de 1921.

Lugre-escuna “ Figueira “
1913-1920

Armador: Sociedade de Pesca Foz do Mondego
-------------------------
Nº Oficial : A-215 > Iic.: H.J.B.N. > Registo : Figueira da Foz
Construtor : Duddon Shipbuiding Co., Millom, Inglaterra, 1904
ex “Becca and Mary”, H. Jones, Beaumaris, Inglaterra, 1904-1913
Tonelagens : Tab 178,99 to > Tal 156,38 to
Comprimentos : Pp 32,34 mt > Boca 7,00 mt > Pontal 3,40 mt
Máquina : Não tinha motor auxiliar
Equipagem : (x) tripulantes
Capitães embarcados: João dos Santos Redondo (1913 e 1914), Manoel Simões da Barbeira (1915 a 1917), Manoel Carlos Fingre (1918) e Amandio Fernandes Mathias (1919)
Vendido a António José dos Santos, Aveiro, altera o registo para Aveiro e muda de nome para “Alcyon”, em 1920.

Lugre “ Figueirense “
1919-1922

Fomentadora Marítima Figueirense, Lda., Figueira da Foz
-------------------------
Nº Oficial : _______ > Iic.: ______ > Registo : Figueira da Foz
Construtor: José M. B. Mónica, F. Foz, lançado à água 27.08.1919
Tonelagens : Tab 145,00 to > Tal ______ to
Cpmts.: Pp ______ mt > Boca ______ mt > Pontal ______ mt
Máquina : Não tinha motor auxiliar
Equipagem : (x) tripulantes
Capitães embarcados: Luiz António Carriço (1919 e 1920)
Perdeu-se por encalhe em 1922.

Lugre “ Golfinho “
1912-1914

Cerimónia de lançamento à água
Imagem (c) colecção Napesmat, Matosinhos

Armador : Sociedade de Pesca Foz do Mondego, F. da Foz
--------------------------
Nº Oficial : _______ > Iic.: _______ > Registo : Figueira da Foz
Cttor.: José Maria Bolais Mónica, Figueira, lançado à água 02.03.1912
Tonelagens : Tab 236,00 to > Tal ______ to
Cpmts.: Pp _______ mt > Boca ______ mt > Pontal ______ mt
Máquina : Não tinha motor auxiliar
Equipagem : 45 tripulantes
Capitães embarcados : Manoel Simões da Barbeira (1912 a 1914)
Naufragou nos bancos da Terra Nova, por ter abalroado com uma ilha de gelo, a 29 de Maio de 1914

Lugre “ Júlia 4º “
1915-1957

Armador : Atlântica - Companhia Portuguesa de Pesca, Lisboa
-------------------------
Cttor.: José M. B. Mónica, F. Foz, lançado à água 04.10.1915
A informação completa do navio encontra-se referida na 1ª parte desta lista de navios registados na Figueira (N&N 25.11.2008)
Capitães embarcados: Manoel Tavares Pinto (1916), Gustavo Peixe (1917), José Thomé Rosa (1918) e José Augusto Ramos (1919 e 1920)

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Pesca do bacalhau - Figueira da Foz - 1910 / 1920


Os bacalhoeiros da Figueira da Foz
3ª Parte

Lugre “ Ligeiro “
1917-1918

Armador : Pereira & Morais, Lda., Figueira da Foz
-------------------------
Nº Oficial : 282 > Iic.: K.L.I.G. > Registo: Figueira da Foz
Cttor.: António M. B. Mónica, F. Foz, lançado à água 10.12.1916
ex “Maria Clementina”, José Mariano Goulart, Figueira, 1916-1917
Tonelagens : Tab 281,47 to > Tal 245,55 to
Cpmts.: Pp 42,50 mt > Boca 8,88 mt > Pontal 3,59 mt
Máquina: Não tinha motor auxiliar
Equipagem : (x) tripulantes
Capitães embarcados : António dos Santos Embonado (1917)
Afundado após ataque de submarino Alemão, ao largo de Vila do Conde, com 15 tiros de canhão, a 26 de Janeiro de 1918. O casco foi entretanto recuperado pelo navio de salvação “Patrão Lopes”.

Lugre “ Luzitânia “
1917-1934-1977

Imagem (c) colecção de Luis Miguel Corrreia

Armador : Luzitânia, Comp. Portuguesa de Pesca, F. da Foz
-------------------------
Nº Oficial : 298 > Iic.: H.L.Z.U. > Registo: Figueira da Foz
Cttor.: José da Silva Lapa, V. N. Gaia, lançado à água 20.11.1917
Tonelagens : Tab 366,85 to > Tal 330,26 to
Comprimentos : Pp 42,00 mt > Boca 9,10 mt > Pontal 4,10 mt
Máquina : Não tinha motor auxiliar
Equipagem : 45 tripulantes
Capitães embarcados : João Francisco Grilo (1918 a 1920)
Manteve-se em poder do mesmo armador até 1934, tendo à época alterado o nome para “Lusitânia III”. Com este nome, que certamente irá aparecer na altura devida, esteve presente na pesca até 1945, já com motor auxiliar. Foi depois o navio motor “Terra Nova”, ainda na actividade piscatória. Mais tarde termina uma longa existência como “Silvamar”, agora no serviço de cabotagem, sendo vendido para desfazer no Seixal, em Fevereiro de 1977 (N&N 27.06.2008)

Lugre “ Maria Clementina “
1916-1917

Armador: José Mariano Goulart (falecido em 1916), F. da Foz
-------------------------
Nº Oficial : Não teve > Iic.: Não teve > Registo: Figueira da Foz
Cttor : António M. B. Mónica, Figueira, lançado à água 10.12.1916
Tonelagens : Tab 281,47 to > Tal 245,55 to
Comprimentos.: Pp 42,50 mt > Boca 8,88 mt > Pontal 3,59 mt
Máquina : Não tinha motor auxiliar
Não chegou a efectuar qualquer campanha ao bacalhau com este nome, por ter sido vendido a Pereira & Novais, Lda., da Figueira da Foz, à saída do estaleiro, sendo-lhe mudado o nome para “Ligeiro”.

Lugre-patacho “ Oceano ”
1912-1920

Armador: Sociedade de Pesca Oceano, Figueira da Foz
--------------------------
Nº Oficial : 263 > Iic.: H.G.C.R. > Registo: Figueira da Foz
Construtor : Rudolph H. Meyer, Papenburg, Alemanha, 1896
ex “Emma”, Rudolph H. Meyer, Papenburg, Alemanha, 1896-1912
Tonelagens: Tab 222,31 to > Tal 173,14 to
Comprimentos.: Pp 34,63 mt > Boca 7,34 mt > Pontal 3,38 mt
Máquina: Não tinha motor auxiliar
Equipagem: 18 tripulantes
Capitães embarcados: Armando Candido Guerra (1912 e 1913), David N. Santos Calão (1914), Joaquim da Cunha Folha (1915), Zacarias Correia (1916), Fernando Oliveira da Velha (1917 a 1919)
Naufragou sob violento temporal na posição 41º03’N 9º36’W, a 03.01.1920

Lugre " Rocaz "
1916-1917

Armador: Sociedade de Pesca Foz do Mondego, F. da Foz
-------------------------
Nº Oficial : 275 > Iic.: H.R.O.C. > Registo : Figueira da Foz
Construtor: C. M. Svensson, Oscarshamn, Suécia, 1899
ex “Fred”, H. C. Carlsen, Marstal, Dinamarca, 1899-1910
ex “Lucília”, Parceria Marítima Ílhavense, Ílhavo, 1910-1916
ex “Rocaz”, José Miguel Pereira Monteiro, F. Foz, 1916-1916
Tonelagens: Tab 170,00 to > Tal 146,79 to
Cpmts.: Pp 32,45 mt > Boca 8,30 mt > Pontal 2,68 mt
Equipagem: 34 tripulantes
Capitães embarcados: João dos Santos Redondo (1916)
Vendido a José Miguel Pereira Monteiro, Figueira da Foz, passa ao comércio em 1917, sendo novamente vendido, segue com destino a armador de Lisboa, em 1918.

Lugre “ Sarah “
1918-1920

Imagem (c) colecção Napesmat, Matosinhos

Armador : Nápoles, Pinto Basto & Cª., Lda., F. da Foz
-------------------------
Nº Oficial: (?) > Iic.: (?) > Registo: Figueira da Foz
Cttor.: Manuel M. B. Mónica, F. Foz, lançado à água 24.08.1918
Tonelagens : Tab 317,68 to > Tal 245,81 to
Comprimentos : Pp 43,35 mt > Boca 8,80 mt > Pontal 4,23 mt
Máquina: Não tinha motor auxiliar
Equipagem : (x) tripulantes
Capitães embarcados : Francisco Fernandes Batata (1920)
Vendido à Sociedade Novas Pescarias de Viana, Lda., altera o registo para Viana do Castelo e muda o nome para “Gaspar”, em finais de 1920.

Lugre “ Voador “
1911-1930

Imagem (c) colecção Napesmat, Matosinhos

Armador : Sociedade de Pesca Oceano, Figueira da Foz
-------------------------
Nº Oficial : 264 > Iic.: H.D.S.L. > Registo : Figueira da Foz
Cttor.: António Dias dos Santos, Fão, lançado à água 26.09.1911
Tonelagens : Tab 266,95 to > Tal 207,94 to
Comprimentos : Pp 40,53 mt > Boca 9,18 mt > Pontal 3,87 mt
Máquina: Não tinha motor auxiliar
Equipagem : 19 tripulantes
Capitães embarcados: José Francisco Carrapichano (1912 a 1916), João de Oliveira (1917), Manoel Simões da Barbeira (1918), José Francisco Grilo (1919 e 1920).
Vendido a Ribaus & Vilarinho, Lda., em 1935, muda o nome para “Navegante II”. Naufragou com água aberta no Virgin Rocks, Terra Nova, a 25.08.1949.

Iate “ Veloz “
1917-1917

Armador : Franco Guerra & Cª., Figueira da Foz
-------------------------
Nº Oficial: A-110 > Iic.: H.J.F.G. > Registo: Figueira da Foz
Cttor.: António Dias dos Santos, Fão, lançado à água em 03.1904
ex “Navegante”, José Joaquim Gouveia, Porto, 1904-1917
Tonelagens: Tab 139,48 to > Tal 132,51 to
Cpmts.: Pp 30,05 mt > Boca 7,70 mt > Pontal 3,09 mt
Máquina: Não tinha motor auxiliar
Equipagem : 7 tripulantes
Afundado por submarino alemão a cerca de 50 milhas de Vigo, quando em viagem de Leixões para Bordéus, a 30.11.1917.

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

A barca " Bella Formigosa "


Porto, 1890-1910

Nome de uma barca registada no Porto, Formigosa é simultaneamente um topónimo utilizado para dar nome a um lugar no concelho de Vila Nova de Gaia, provavelmente o local de origem da família do respectivo proprietário.
Navio construído em Quebec, no Canadá, em 1876, depois de navegar durante vários anos com o nome “Glengarry”, chega ao Douro durante a última década do século XIX. Pertenceu a J. T. Costa Basto, que a registou no Porto ( indicativo H.K.J.N., 635,43 to de registo bruto e 603,66 to de registo liquído), local onde normalmente iniciava e terminava as viagens de longo curso até às Américas do Norte e do Sul.

A barca " Bella Formigosa "

À entrada do Douro, a reboque do "Veloz", por volta de 1900
Imagem (c) da colecção de fsc

Os 24 anos de serviço completados em 1903 e uma eventual necessidade de manutenção e reparação, terão pesado na decisão de colocar o navio à venda, ainda no decorrer desse mesmo ano. Apareceu como candidato interessado o armador portuense José Soares da Costa, confirmando a compra. O registo em 1904, foi a exemplo dos navios da sua frota mantido no Porto, alterando-lhe apenas o nome para “Soares da Costa”, caracteristicamente comum por ter sido repetido em vários navios, ao longo dos tempos.

A barca " Soares da Costa "

Encalhada em Massarelos, depois da cheia do rio, Dezembro,1909
Imagem (c) da colecção de fsc

Segue-se uma série de anos de relativa tranquilidade, até à tormentosa cheia do Douro, em Dezembro de 1909, que vai apanhar diversos navios, muitos dos quais para voltar a navegar, por falta de seguro, vão exigir um enorme esforço económico, que viria a terminar em profunda rotura financeira, sendo os navios levados à praça para venda, para pagamento das dívidas.

18.02.1910
Quando um mal, nunca vem só...

Devido ao violento temporal, a barca "Soares da Costa", fundeada no porto de Leixões, com carregamento de aduela e algodão, ali recebido e trazido pelo vapor espanhol "Catalina", cerca das sete horas da noite, começou a garrar, sendo imediatamente pedido socorro de bordo, bem como das embarcações que se encontravam próximo. Sem que qualquer auxílio fosse prestado à barca, esta, pelas oito horas, encalhou no enrocamento do cais norte, um pouco a oeste do porto de serviço.
Saindo então o salva-vidas, encostou à barca, recolhendo a tripulação, composta pelo capitão Francisco Fernandes Batata, quatro marinheiros e duas mulheres, que foram transferidas para terra. A barca "Soares da Costa", que por ocasião da última cheia do rio Douro, esteve encalhada em Massarelos, junto ao cais, é de 566 toneladas de registo e pertence ao Sr. José Soares da Costa, que ainda há pouco tempo recebera uma proposta de venda, por 6.000$000 (mil reis). Não estava no seguro. A carga que como foi dito, se compunha de fardos de algodão e aduela, flutuava em grande quantidade, em volta do barco, procedendo-se ao seu salvamento. A barca "Soares da Costa", que se encontra em condições muito criticas, não havendo esperanças de a salvar, devia ser leiloada juntamente com outras embarcações, na próxima quinta-feira, no edifício da Bolsa do Porto. (Notícia do Comércio do Porto, de 20.02.1910)

E foi...

Arrematação de embarcações

Na bolsa do Porto foram ontem postas em praça as seguintes embarcações, que tiveram estas propostas :
Patacho "Soares da Costa", no rio Douro, 7.100$000 (mil reis)
Iate "Othelinda Costa", surto em Leixões, 3.604$000 (mil reis)
Iate "Adelaide Costa", também em Leixões, 4.410$000 (mil reis)
Iate "Odília Costa", surto em Setúbal, 3.310$000 (mil reis)
Iate "José Costa", também em Setúbal, 4.000$000 (mil reis)
e o visto e não visto da barca "Soares da Costa", naufragada em Leixões, 500$000 (mil reis).

Todas as propostas estão sujeitas às condições lidas na praça.
(No jornal "O Comércio do Porto", de 25.02.1910)

Pelo que me é dado constatar, do leilão resultou a venda de dois navios. O iate "Adelaide Costa" foi comprado por José Joaquim Gouveia, continuou matriculado no Porto, mas alterou o nome para "Oceano". O iate "José Costa" foi comprado por Manuel de Oliveira Júnior, matriculou na praça da Figueira da Foz, sendo rebaptizado como "República".

sábado, 13 de dezembro de 2008

Boas Festas, Feliz Natal !


Natal 2008

Confesso que fiquei feliz por descobrir o "Natal". Embarquemos nele numa viagem, com garantia de chegar até onde nos leva o sonho, o afecto, a dedicação, o amor pela família, o carinho pelos novos e antigos amigos, companheiros de todos os dias.

Que todos se sentem à volta da mesa, repartindo pão, paz e saúde. E que a alegria invada o coração de cada um, nestes dias em que se renova a epopeia da fé.

Boas festas, feliz Natal !

Pesca do bacalhau - Afinal, havia outro...


A faina maior continua inacabada...

Quanto mais aprofundo a pesquisa que venho a efectuar em relação aos navios bacalhoeiros, melhor me apercebo quanto tinha razão o saudoso amigo capitão Francisco Correia Marques. Realmente ainda há muito por fazer e outro tanto por descobrir. Na oportunidade, estava a estudar naufrágios de navios nas barras de Aveiro, Figueira e Lisboa, para publicar brevemente no blog, quando me dou conta que existe uma situação paralela ao caso do "Brizella", apenas com a diferença do navio estar matriculado na praça da Figueira da Foz. Porque decorre o fim de semana, ainda não tive acesso às sempre interessantes notícias sobre o naufrágio, que prometo editar logo que possível. Contudo, porque o navio está perfeitamente identificado, aproveito já para referi-lo e obviamente peço desculpa por ter deduzido erradamente, que o afundamento do "Brizella" tivesse sido um caso isolado. Afinal, havia outro... Trata-se pois do

Iate “ Veloz “
1917-1917

Armador : Franco Guerra & Cª., Figueira da Foz
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Nº Oficial: A-110 > Iic.: H.J.F.G. > Registo: Figueira da Foz
Cttor.: António Dias dos Santos, Fão, lançado à água 03.1904
ex “Navegante”, José Joaquim Gouveia, Porto, 1904-1917
Tonelagens: Tab 139,48 to > Tal 132,51 to
Comprimentos : Pp 30,05 mt > Boca 7,70 mt > Pontal 3,09 mt
Máquina: Não tinha motor auxiliar
Equipagem : 7 tripulantes

Conforme se verifica pelos elementos referidos acima, o navio esteve registado na praça do Porto até 1917, alterando o nome e a matrícula para a Figueira da Foz. Estaria supostamente pensado para participar na campanha de 1918, mas havia uma enorme falta de navios durante os anos da Iª Grande Guerra, pelo que a exemplo dos demais todos os navios eram utilizados, até ao limite das suas capacidades, independentemente do risco que era navegar nesse período. E tal como o "Brizella" foi apanhado e afundado por um submarino alemão, quando se encontrava sensivelmente a 50 milhas do porto de Vigo, quando em viagem de Leixões para Bordéus. Desse ataque resultaria a perda do navio, no dia 30 de Novembro de 1917.

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Pesca do bacalhau - Mais notícias do "Brizella"


A confirmação do naufrágio

Apesar do desalento devido à falta de comentários referentes a este lugre, que originou uma situação impar relacionado com a frota bacalhoeira, continuei a investigar o naufrágio, tendo agora mais e melhores elementos, muito embora estando ainda em falta as principais características do navio. Lá chegaremos !…

1. Do naufrágio… (telegrama de Sines - 11.12.1916)
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Cerca das 14 horas do dia 11 foi avistada no mar uma baleeira, tendo seguido ao seu encontro uma barca, que a trouxe para terra com 5 homens que a ocupavam. Soube-se então que esses homens pertenciam à tripulação de um lugre da praça de Aveiro, o “Brizella”, que tinha saído da capital no mesmo dia em que saiu o barco de vela “Vasco da Gama” e que no mar alto, de noite, sofreu um choque que lhe abriu um grande rombo, começando logo a afundar. Os pobres homens, acordados em sobressalto, não sabem explicar ao certo a causa do rombo, mas suspeitam que ele fosse produzido por um submarino, que andasse naquelas paragens.
A tripulação que era composta por 10 homens, fez todas as diligências para salvar o barco, mas na impossibilidade de tapar o rombo, que era enorme, abandonou-o metendo-se 5 homens em cada uma das baleeiras existentes a bordo. Entre os cinco que aqui chegaram figura o capitão. Dos outros ignora-se o paradeiro, dizendo estes que estiveram à fala com eles até às 4 horas da madrugada, pelo que tem esperança que fossem arribar a Sesimbra.

2. Do naufrágio… (comentário oficial da Armada - 11.12.1916)
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Sobre o assunto a Armada informa, que a 65 milhas a Oeste de Cascais, o lugre “Brizella” foi de encontro a um corpo duro, afundando-se hora e meia depois. A tripulação, meteu-se em duas baleeiras, uma das quais chegou já a terra, não tendo a outra aparecido até agora, onde se encontram 4 ou 5 homens.

3. Do naufrágio… (ao telefone desde Lisboa - 11.12.1916)
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O barco que naufragou em Sines era o “Brizella”, de 303 toneladas liquídas, de Aveiro, e pertencia à empresa de pesca “Boa Esperança”, da mesma praça. Seguia de Lisboa com carga de telha, sal, azeite, etc., quando a cerca de 65 milhas de Cascais abalroou com a carcassa de um navio que flutuava submerso, tendo sofrido grandes rombos, por onde a água ia entrando, não sendo possível estancá-la. Então o capitão mandou arriar dois escaleres onde tomaram lugar os tripulantes, que recolheram alguns dos seus haveres. O navio afundou-se rapidamente. Os náufragos desembarcaram em Sines.
O capitão FERNANDO DOMINGOS MAGANO, é natural de Aveiro. Com ele vinham os marinheiros Manuel Russo, Joaquim das Neves, Emílio Francisco e Manuel da Silva Monteiro, tendo estado 57 horas à espera de socorro e só próximo da costa foi um bote dar-lhes reboque. No outro escaler encontravam-se os restantes náufragos; Piloto António dos Santos Embonado, contra-mestre Manuel dos Santos Carabonête e os marinheiros Manuel Pina, Rogério de Sousa e o moço de bordo Manuel dos Santos Malaquias.
Informaram terem perdido de vista os seus companheiros às 15 horas da véspera, supondo-se que tenham já alcançado porto de salvamento, talvez em Sesimbra. O navio tinha sido adquirido na Inglaterra há menos de um ano por 1.000 libras. A carga estava segura. Depois da Madeira, para onde se destinava, estava previsto seguir em lastro para um dos portos da América, a fim de carregar madeira para o Porto.

4. Do naufrágio… (em Lisboa - 12.12.1916)
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Está confirmado que o lugre “Brizella” foi afundado por um submarino alemão. Este navio partira daqui no dia 8 com destino à Madeira e a 60 milhas da costa de Sines, pelas 4 horas e meia, foi surpreendido pelo aparecimento repentino de um grande submarino que emergiu pela sua popa.
Um oficial de bordo do submarino pediu uns documentos do lugre, que lhe foram entregues pelo piloto e um marinheiro. Depois de lidos aqueles, foi a tripulação intimada a, no prazo de 10 minutos, arriar as baleeiras e a abandonar o navio, para a tripulação se salvar. Em seguida, atracaram o submarino ao lugre, dinamitando-o, pondo-se aquele ao largo. Como o efeito da bomba não fosse o esperado, disparou um tiro da peça sobre a proa do navio, que em seguida se afundou no espaço de 10 minutos. O submarino tinha de comprimento aproximadamente 55 metros, calculando-se o deslocamento em 800 toneladas. Estava pintado de branco e durante esta façanha, conservou no seu tombadilho uns 40 homens carregados de carabinas.
Uma parte da carga estava segura contra o risco de guerra e marítimo nas companhias Ultramarina e Atlântica, pela firma fretadora, Srs. Ramalheira, Pires & Bastos, de Lisboa. O valor da carga era de 9.500 escudos.

Os relatos acima foram publicados no Jornal de Notícias, nos dias 12 e 13 de Dezembro de 1916, respectivamente.

Parece-me perfeitamente justificada a continuação da pesquisa sobre o naufrágio do “Brizella”, pois por experiência própria reconheço que a necessidade da urgência em publicar este tipo de artigos, leva a incorrecções e a situações de difícil compreensão. Juntando todas as notícias podemos por fim completar o puzzle e formar opinião sobre o que pode ter realmente acontecido durante o incidente. Acresce também tentar compreender o que se dizia e o que se podia dizer, face ao rigoroso controle de censura civil e militar, durante os anos da guerra.

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Pesca do Bacalhau - Negócios de ocasião


O lugre " Paços de Brandão "
1922 - 1934 - 1951

Os bons negócios normalmente aparecem quando menos se espera. De forma fortuita quantas vezes através de um anúncio no jornal. Relatamos recentemente o nascimento da firma Testa & Cunhas, em Aveiro, desta vez foi a venda de um navio.

Como só descobri o anúncio ontem, lamento ter estado ausente na cerimónia da adjudicação, porém, não me inibo (mesmo à distância) de felicitar o Capitão José Silva Rios, pela excelente escolha e posterior aquisição. De tal forma feliz, que o Capitão Silva Rios fez questão de ser ele mesmo o seu primeiro comandante. Não consigo imaginar o valor do investimento, com a compra do navio, mas sei que o lugre estava avaliado (casco e dóries) em 198.000 escudos, cinco anos depois em 1928.
Apesar de ser um navio praticamente novo, segue para um estaleiro em Vila Nova de Gaia, a fim de receber a necessária adaptação às nossas linhas tradicionais e os melhoramentos necessários para a dureza das campanhas, que o futuro lhe destinava. Os detalhes respectivos contam certamente uma parte dessa história.

O "Paços de Brandão" no rio Douro
Detalhe em foto de autor desconhecido

Armador (1) : José da Silva Rios, Porto (1922)
Nº Oficial : B-178 > Iic.: H.P.A.B. > Registo : Porto
Construtor : J. Forsey, Marystown, Terra Nova, 1920
ex "General Rawlinson", reg. St. John, Terra Nova, 1920-1922
Tonelagens : Tab 187,34 to > Tal 134,71 to
Comprimentos : Pp 33,01 mt > Boca 8,20 mt > Pontal 3,36 mt
Máquina : Não tinha motor auxiliar
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Armador (2) : Veloso, Pinheiro & Cª., Lda., Porto (1934)
Nº Oficial : B-178 > Iic.: C.S.L.L. > Registo : Porto
Tnlgs.: Tab 187,34 to > Tal 134,71 to > Cpc.: 3.000 quintais
Cpmts.: Ff 38,66 mt > Pp 33,01 mt > Bc 8,20 mt > Ptl 3,36 mt
Equipagem : (28) 6 tripulantes e 22 pescadores
Máquina : em 1942 continuava a navegar sem motor auxiliar
Naufragou sob violento ciclone no Virgin Rocks, Terra Nova, durante a pesca, no dia 6 de Maio de 1951.