terça-feira, 23 de setembro de 2008

O nome Bagão, no armamento nacional ( I )


O nome Bagão,
no armamento do comércio e na pesca do bacalhau

Praticamente desde o início do século XX, surge o nome Bagão ligado à marinha de comércio e à pesca do bacalhau, logo a seguir aos anos que coincidem com a liberalização da pesca no país. Julgando saber que a origem do nome teve lugar em Ílhavo, poderão muito provavelmente, ou não, ser membros da mesma família. Simultâneamente ao armamento, tudo leva a crer que existisse igualmente vínculos afectivos em relação à pesca e ao mar como oficiais navegadores, permitindo-lhes gerir navios e frotas com aperfeiçoado conhecimento dessas actividades.

Augusto F. Bagão
(1º sócio - outros não referenciados, empresa do mesmo nome),
proprietários do lugre “Açoriano”

Lugre “ Açoriano “

No comércio pelo menos de 1914 a 1917
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Nº Oficial : 423-C > Iic.: H.B.R.N. > Registo : Lisboa
Construtor : Desconhecido, Port Maurizio, 1897
Tonelagens : Tab 312,22 to > Tal 296,61 to
Cpmts.: Pp 38,36 mt > Boca 8,50 mt > Pontal 4,04 mt
Afundado por ataque de submarino Alemão na costa Portuguesa, em local não especificado, a 17.12.1917

L. F. Bagão
(1º sócio - outros não referenciados, empresa do mesmo nome),
proprietários do lugre “Fernando”

Lugre “ Fernando “

No comércio pelo menos de 1906 a 1917
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Nº Oficial : 374-C > Iic.: H.B.M.F. > Registo : Lisboa
Construtor : Desconhecido
Tonelagens : Tab 269,07 to > Tal 255,62 to
Entre 1911 e 1913 o navio recebeu melhoramentos, mais visíveis ao nível da tonelagem, cujos valores passam a ser
Tonelagens : Tab 1.128,26 to > Tal 1.030,55 to
Cpmts.: Pp 38,10 > Boca 7,75 mt > Pontal 4,18 mt

Apesar da pesquisa levada a efeito na tentativa de localizar o navio, perde-se-lhe o rasto, deixando apenas a possibilidade de poder tratar-se dum lugre com o mesmo nome, comprado em princípios dos anos 20 por Henrique da Silveira, a operar com base nos Açores, como segue :

Lugre “Fernando”
No Oficial : 937 > Iic.: H.F.E.N. > Registo : Ponta Delgada
Tonelagens : Tab 334,25 to > Tal 297,88 to
Cpmts.: Pp 39,58 mt > Boca 9,75 mt > Pontal 4,37 mt
Sem rasto após 1929

Paulo Fernandes Bagão
Proprietário do iate “Cândida”

Iate “Cândida”

Na pesca pelo menos de 1927 a 1929
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Nº Oficial : A-249 > Iic.: H.C.A.N. > Registo : Aveiro
Cttor.: J.M. Bolais Mónica, Pardilhó, Estarreja, 1919
ex “Nazaré 2º” – Armador desconhecido
Tonelagens : Tab 149,80 to > Tal 113,38 to
Cpmts.: Pp 26,68 to > Boca 7,90 mt > Pontal 3,49
Naufragado à entrada do porto de Viana do Castelo, em 29.06.1929, devido a mau tempo, tendo sido salva a tripulação.

1 comentário:

Elias disse...

Tenho em meu poder um registo que refere que em 1919 foi vendido a esta firma Bagão o vapor Phoebe (FD121) registado nesse ano em Lisboa com o nome de Cintra. Mais tarde foi vendido aos pilotos da barra de Lisboa e posteriormente em 1939 à Sociedade de Pesca a Vapor " O Exportador " Ldª tendo sido registado como Exportador II e que veio a desaparecer em viagem em Marrocos em 01/11/1954, tendo perecido toda a tripulação e nunca tendo sido encontrados destroços. (pelo menos que eu saiba).

José Elias