sábado, 28 de fevereiro de 2009

Reflexões...


Jóia da Coroa

Estamos chegados ao final do mês de Fevereiro, período propício a reflexões de vária ordem. No meu caso, pedindo antecipadamente desculpa pela utilização não autorizada de duas fotos, da autoria do fotógrafo amador Figueirense Sr. João Alves, valho-me das excelentes imagens para propôr à consideração geral os seguintes aspectos :

O sobre e desce...

...do nosso presente quotidiano

1º Como é possível ser operário do mar em Portugal, a trabalhar em barras de portos nas condições que as gravuras documentam. As fotos foram tiradas na Figueira da Foz. Mas será diferente em Caminha, Viana, Esposende, Vila do Conde, Aveiro e por esse país fora, sem uma política capaz de defender a existência humana sobre o mar?
2º Será que alguém se lembra, que só se presta ao malabarismo representado nas imagens, quem realmente precisa trabalhar para sobreviver?
3º Quantos Srs. dos gabinetes da área das pescas já experimentaram estas sensações, como tal se tratasse dum desporto radical?
4º Alguém sabe?...

1 comentário:

Rui Amaro disse...

Caro Reimar
Este sim. Tens toda razão!
A barra do Mondego sempre foi muito perigosa, já o meu pai o dizia, quando andava nas pescas. Umas duas vezes, que foram vender o peixe lá, a traineira ficou encalhada na barra e o mar a partir em cima deles mas conforme a vaga vinha lá iam andando para vante, até que caíram no fundão e lá se safaram. Outra ocasião descaíram para sul e estiveram quase virados, Está claro, isto já foi há muitos anos, entretanto há poucos anos fizeram uma nova barra, só um dos molhes não ficou no posicionamento certo e ainda por cima curto, mas isto é mesmo assim, os senhores dos projectos não se vão pela conversa dos locais e depois dá disparate, como aqui no Douro, que podia ficar muito melhor.
As fotos são maravilhosas, a embarcação é muito linda, (Parabéns ao fotógrafo e ao armador) e pela foto o mar nem é muito, dá aspecto que a barra está demasiado assoreada, ou então vai de saída na baixa-mar.
Não sei se já dragaram a barra, ela tem andado desde há bastante tempo assoreada, pelo menos tenho ouvido queixas. Um porto que tem estaleiros, navegação industrial pesqueira, comercial e sobretudo já movimenta contentores não se permite dar-se ao luxo das embarcações terem esperas demasiadas de água para o demandar! Esse tempo já lá vai há muito, quando o meu era piloto da barra, aqui no Douro.
E, é como dizes acerca dos senhores, de gabinete, eles têm o chão seco, não há agitação marítima. Está tudo bem! E depois temos os ambi/eco, como a pior e mais abandonada barra do país, a de Esposende, que é de bradar aos céus! Aquilo já não vai com desassoreamentos, vai sim com cortar bastante à Restinga e estabelecer dois molhes em condições, mas depois lá temos aqueles ditos senhores muito aflitos por que lhes vão roubar as dunas, que não são dunas, mas sim Cabedelo!
Olha aqui a barra do Douro, a celeuma que deu, e eu andei metido nela, a nova barra está pronta, foi pena não ter ficado um pouco mais eficiente, não prejudicou o impacto visual, só a parte terrestre é que está ter problemas, mas já era de esperar. Agora estão a fazer barulho, por causa da “derrapagem”. Está claro que o empreiteiro teve que paralisar, devido à agitação marítima. Obras marítimas são sempre mais complicadas.
Está feito o meu comentário!
Saudações marítimo-entusiásticas
Rui Amaro.