" Santa Luzia " e " Anfitrite 1º "
Rio Sado, Setúbal, 7 de Novembro de 1950
Rio Sado, Setúbal, 7 de Novembro de 1950
Como se consegue fazer parar um veleiro, que entra em rota de colisão com um obstáculo, sendo que esse obstáculo também é um veleiro? Resposta; não consegue, daí que o abalroamento é inevitável.
Situação pouco normal e de difícil explicação em mar aberto, era frequente nos portos durante as manobras das embarcações. E nem mesmo o facto dos navios para esse efeito terem adaptado motores auxiliares, invalidava o factor surpresa.
Sem motor, os veleiros eram então presas fáceis dum banco de areia, dos rochedos, ou de um molhe, que lhe ditaria o destino, em função das condições de vento e mar. Quando já equipados com motor, o futuro que lhes estava reservado dependia da circunstância da sorte ou do azar.
Situação pouco normal e de difícil explicação em mar aberto, era frequente nos portos durante as manobras das embarcações. E nem mesmo o facto dos navios para esse efeito terem adaptado motores auxiliares, invalidava o factor surpresa.
Sem motor, os veleiros eram então presas fáceis dum banco de areia, dos rochedos, ou de um molhe, que lhe ditaria o destino, em função das condições de vento e mar. Quando já equipados com motor, o futuro que lhes estava reservado dependia da circunstância da sorte ou do azar.
O naufrágio do iate "Santa Luzia",
conforme noticiado na imprensa.
conforme noticiado na imprensa.
O lugre "Anfitrite 1º" em Lisboa
foto (c) colecção Luís M. Correia
foto (c) colecção Luís M. Correia
Levando em consideração que o histórico de ambos os navios, se encontra presente em posts do N&N, irei apenas transcrever o relato do acidente, desmitificando a ideia pré-concebida que a culpa é sempre do maior (lugre "Anfitrite 1º") e a vitima é sempre o mais pequeno (iate "Santa Luzia"). Desta vez foi assim :
O rio Sado voltou a registar ao cair da noite, novo desastre, que felizmente não causou vitimas. O iate "Santa Luzia", da praça de Viana do Castelo, que estivera no cais da fábrica Secil a carregar cimento, ao deslocar-se para o meio do rio, para fundear em frente ao Posto de Saúde do Outão, abalroou violentamente com o lugre "Anfitrite 1º", da praça de Lisboa, que seguia para o Tejo em lastro (vazio).
O "Santa Luzia" afundou-se imediatamente, com rombo profundo a meia-nau, sobre a casa das máquinas. Uma baleeira do "Anfitrite 1º" recolheu toda a tripulação do barco afundado, que perdeu todos os seus haveres.
A tripulação do iate era constituída por António Coelho da Silva, Mestre; José Gonçalves Araújo, Contra-mestre; Artur Adolfo Coelho da Silva, 1º motorista; José Estevão Cabrita, 2º motorista; Francisco Gonçalves Araújo e José Coelho da Silva, marinheiros; José Domingos Candilho, moço e Francisco Chavania, cozinheiro. Todos os náufragos eram naturais de Viana do Castelo, excepto o José Cabrita, que é de Portimão.
O Comandante Celestino da Silva, Capitão do porto de Setúbal, seguiu a bordo do rebocador "Setúbal" para o local do sinistro, trazendo os náufragos para a Capitania, onde lhes mandou servir comida, roupas e agasalhos. O "Anfitrite 1º" ficou fundeado a meio do rio, para efectuar a necessária e obrigatória vistoria. (CP 08.11.1950)
O rio Sado voltou a registar ao cair da noite, novo desastre, que felizmente não causou vitimas. O iate "Santa Luzia", da praça de Viana do Castelo, que estivera no cais da fábrica Secil a carregar cimento, ao deslocar-se para o meio do rio, para fundear em frente ao Posto de Saúde do Outão, abalroou violentamente com o lugre "Anfitrite 1º", da praça de Lisboa, que seguia para o Tejo em lastro (vazio).
O "Santa Luzia" afundou-se imediatamente, com rombo profundo a meia-nau, sobre a casa das máquinas. Uma baleeira do "Anfitrite 1º" recolheu toda a tripulação do barco afundado, que perdeu todos os seus haveres.
A tripulação do iate era constituída por António Coelho da Silva, Mestre; José Gonçalves Araújo, Contra-mestre; Artur Adolfo Coelho da Silva, 1º motorista; José Estevão Cabrita, 2º motorista; Francisco Gonçalves Araújo e José Coelho da Silva, marinheiros; José Domingos Candilho, moço e Francisco Chavania, cozinheiro. Todos os náufragos eram naturais de Viana do Castelo, excepto o José Cabrita, que é de Portimão.
O Comandante Celestino da Silva, Capitão do porto de Setúbal, seguiu a bordo do rebocador "Setúbal" para o local do sinistro, trazendo os náufragos para a Capitania, onde lhes mandou servir comida, roupas e agasalhos. O "Anfitrite 1º" ficou fundeado a meio do rio, para efectuar a necessária e obrigatória vistoria. (CP 08.11.1950)
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