domingo, 2 de setembro de 2018

História trágico-marítima (CCLXV)


A construção e naufrágio do lugre "Maria José"

Lugre "Maria José"

Este excelente navio, construído nos estaleiros da Empresa de Construções Navais, Lda., está quase concluído e deve ser lançado à água no dia 3 de Maio próximo.
É um lindo navio, que mede de comprimento entre a face de vante da roda de proa, por baixo do gurupés e a face de ré do cadaste exterior 41 metros, boca máxima, exteriormente, 8,35 metros, pontal 3,50 metros. A sua cubicagem é de 728,52 m3, ou sejam 251,42 toneladas; a cubicagem líquida e de 586,19 m3 ou 208,75 toneladas. Na primeira oportunidade irá receber matrícula definitiva na praça de Lisboa.
(Jornal "Aurora do Lima", quinta-feira, 29 de Abril de 1920)

Desenho de navio do tipo lugre, sem correspondência ao texto

Lugre “Maria José”
Este excelente barco não foi lançado à água no dia 3 conforme estava anunciado, em consequência do mau tempo, que fez assorear e danificar a carreira.
Espera-se que possa ser lançado à água amanhã, na maré da tarde.
(Jornal “Aurora do Lima”, quarta-feira, 5 de Maio de 1920)

Naufrágio de um navio português
Londres, 16 – O lugre português “Maria José” que ia em viagem de Lisboa para Barry Dock, perdeu-se ontem por causa do temporal na costa de Maurogan.
O mastro, caindo, matou o cozinheiro António Mendim, feriu o capitão e destruiu a máquina. Os restantes tripulantes salvaram-se.
(Jornal “Comércio do Porto”, quarta-feira, 17 de Novembro de 1920)

O naufrágio do lugre “Maria José”
Acerca do naufrágio do lugre “Maria José”, no dia 15 de Novembro, vem noticiado no jornal Daily Mirror, de Londres, o seguinte:
«Fortes temporais causaram ontem o pânico nas costas do sul e oeste.
O navio português “Maria José”, com a tripulação de 10 marinheiros portugueses naufragou em Dunraven (Porthcawl - Glamorgan) durante uma terrível tempestade, ontem, de manhã cedo.
O mastro da frente partiu e tombou sobre o cozinheiro de bordo, matando-o instantaneamente, e o capitão ficou com uma perna partida. Os restantes tripulantes foram salvos».
(Jornal “Comércio do Porto”, terça-feira, 30 de Novembro de 1920)

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