O naufrágio do paquete “Lusitânia”
Lisboa, 19 de Abril – No Cabo da Boa Esperança encalhou hoje o paquete “Lusitânia”, da Empresa Nacional de Navegação, ficando completamente perdido. Passageiros e tripulação foram salvos.
Lisboa, 19 de Abril – Hoje, de manhã, na Empresa Nacional de Navegação, foram recebidos alguns telegramas, assim como no ministério dos Estrangeiros, dando conta que o paquete “Lusitânia” pertencente à Empresa Nacional de Navegação, ao passar no Cabo da Boa Esperança, encalhara, ficando logo completamente perdido, salvando-se, a custo, toda a tripulação e passageiros. Um outro telegrama acrescentava que havia falecido uma passageira.
Esta última informação não é desmentida nem confirmada na Empresa a que pertence o navio, e que ainda não há muito tempo perdeu um outro dos seus melhores paquetes, o “Lisboa”. Esse mesmo telegrama refere que um cruzador inglês, informado do sinistro, partiu imediatamente com o fim de prestar socorros. O desastre deu-se às dez horas da manhã de hoje e, segundo outras informações recebidas ao começo da tarde, perdeu-se a carga na sua totalidade.
O “Lusitânia”, era actualmente o mais importante paquete da Empresa. Foi construído em 1906, na Alemanha, e custou 104.000 libras. Tinha 32 lugares de 1ª classe para 104 passageiros; 58 de 2ª para 172 passageiros e 14 de 3ª para 140. Possuía duas enfermarias, quatro beliches e boticas.
As suas carreiras eram para a África Oriental, vindo agora de Lourenço Marques com 874 pessoas, entre passageiros e tripulação. A oficialidade de bordo compunha-se do capitão, César José Faria; imediato, Joaquim Fernandes de Oliveira; 1º piloto, Duarte Alfredo Bacia; 2º piloto, Ramos de Almeida Lopes; e 3º piloto José Bernardo Camelo; médico, Júlio Proença Fortes; 1º engenheiro, Robert Ireland; 2º engenheiro, Jacinto Martins e 3º engenheiro, José L. dos Santos.
O “Lusitânia” devia chegar a Lisboa no dia 11 de Maio próximo.
Como é de prever, a notícia deste lamentável desastre tem causado grande consternação em Lisboa.
Imagem do paquete "Lusitânia"
Bilhete postal da companhia armadora do navio
Bilhete postal da companhia armadora do navio
Lisboa, 19 de Abril – Hoje, de manhã, na Empresa Nacional de Navegação, foram recebidos alguns telegramas, assim como no ministério dos Estrangeiros, dando conta que o paquete “Lusitânia” pertencente à Empresa Nacional de Navegação, ao passar no Cabo da Boa Esperança, encalhara, ficando logo completamente perdido, salvando-se, a custo, toda a tripulação e passageiros. Um outro telegrama acrescentava que havia falecido uma passageira.
Esta última informação não é desmentida nem confirmada na Empresa a que pertence o navio, e que ainda não há muito tempo perdeu um outro dos seus melhores paquetes, o “Lisboa”. Esse mesmo telegrama refere que um cruzador inglês, informado do sinistro, partiu imediatamente com o fim de prestar socorros. O desastre deu-se às dez horas da manhã de hoje e, segundo outras informações recebidas ao começo da tarde, perdeu-se a carga na sua totalidade.
O “Lusitânia”, era actualmente o mais importante paquete da Empresa. Foi construído em 1906, na Alemanha, e custou 104.000 libras. Tinha 32 lugares de 1ª classe para 104 passageiros; 58 de 2ª para 172 passageiros e 14 de 3ª para 140. Possuía duas enfermarias, quatro beliches e boticas.
As suas carreiras eram para a África Oriental, vindo agora de Lourenço Marques com 874 pessoas, entre passageiros e tripulação. A oficialidade de bordo compunha-se do capitão, César José Faria; imediato, Joaquim Fernandes de Oliveira; 1º piloto, Duarte Alfredo Bacia; 2º piloto, Ramos de Almeida Lopes; e 3º piloto José Bernardo Camelo; médico, Júlio Proença Fortes; 1º engenheiro, Robert Ireland; 2º engenheiro, Jacinto Martins e 3º engenheiro, José L. dos Santos.
O “Lusitânia” devia chegar a Lisboa no dia 11 de Maio próximo.
Como é de prever, a notícia deste lamentável desastre tem causado grande consternação em Lisboa.
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Londres, 19 de Abril – Um telegrama da Cidade do Cabo, recebido pelo Lloyds, diz que o paquete português “Lusitânea”, em viagem de Moçambique para Lisboa, encalhou em Betlows Rock e julga-se estar totalmente perdido.
O cruzador “Forte” e um rebocador do governo saíram para o socorrer.
O cruzador “Forte” e um rebocador do governo saíram para o socorrer.
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Londres, 19 de Abril – Um telegrama de Simonstown para o almirantado diz que tanto os passageiros como a tripulação do “Lusitânia”, em número de cerca de 800 pessoas, foram recolhidos a bordo do cruzador “Forte” e do rebocador “Scotsman”.
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Londres, 19 de Abril – Telegrafaram da Cidade do Cabo à Agência Reuter, que o “Lusitânia” naufragou por causa do nevoeiro, pois o mar estava sossegado.
O rebocador “Scotsman” levou muitos passageiros para Simon’s Bay. Os outros vão por terra, em vagões e carros; 400 foram levados a Table Bay, a bordo do cruzador “Forte”. Morreu afogada uma senhora e falta um rapaz. A lancha do “Lusitânia” voltou-se em frente da praia, afogando-se duas pessoas.
Os porões nºs 1 e 2 estão cheios de água.
(Jornal “Comércio do Porto”, quinta-feira, 20 de Abril de 1911)
O rebocador “Scotsman” levou muitos passageiros para Simon’s Bay. Os outros vão por terra, em vagões e carros; 400 foram levados a Table Bay, a bordo do cruzador “Forte”. Morreu afogada uma senhora e falta um rapaz. A lancha do “Lusitânia” voltou-se em frente da praia, afogando-se duas pessoas.
Os porões nºs 1 e 2 estão cheios de água.
(Jornal “Comércio do Porto”, quinta-feira, 20 de Abril de 1911)
O naufrágio do “Lusitânia”
Lisboa, 20 de Abril – Sabe-se que 400 náufragos do vapor “Lusitânia” desembarcaram em Simon’s Bay, chegando já à Cidade do Cabo trinta e oito dos que mais sofreram. Está confirmado ter morrido uma mulher, um homem e ainda um terceiro, chamado Raúl Lopes. No desembarque, as mulheres queixavam-se de frio, pois quase iam desprovidas de roupa. Muitos passageiros apresentavam-se apenas meio cobertos com cobertores.
Quando o “Lusitânia” encalhou, ficou preso nos rochedos, de contrário teria soçobrado rapidamente, morrendo todos.
O cônsul português no Cabo da Boa Esperança telegrafou ao governo, dizendo que o almirante da esquadra de Simon’s Bay, em seguida ao naufrágio, providenciou ao salvamento da tripulação e passageiros.
Duzentos passageiros e a tripulação seguem para Lisboa no primeiro vapor inglês que chegar à Cidade do Cabo.
Quando o “Lusitânia” encalhou, ficou preso nos rochedos, de contrário teria soçobrado rapidamente, morrendo todos.
O cônsul português no Cabo da Boa Esperança telegrafou ao governo, dizendo que o almirante da esquadra de Simon’s Bay, em seguida ao naufrágio, providenciou ao salvamento da tripulação e passageiros.
Duzentos passageiros e a tripulação seguem para Lisboa no primeiro vapor inglês que chegar à Cidade do Cabo.
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Lisboa, 20 de Abril – O último telegrama que a Empresa Nacional de Navegação recebeu esta tarde, do Cabo da Boa Esperança, diz que o paquete “Lusitânia”, está completamente perdido. Tripulantes e passageiros foram salvos, à excepção de madame Carvalho Nunes, soldado Souza Rosa, piloto Raúl de Almeida Lopes e um passageiro de nome Mendes. Uma parte da carga foi salva.
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Lisboa, 20 de Abril – Chama-se Madalena Pedroso a mulher que morreu vitima do naufrágio do vapor “Lusitânia”.
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Londres, 20 de Abril – Telegrafaram da Cidade do Cabo para a Agência Reuter a informar que o capitão César Faria, do “Lusitânia”, se recusou a abandonar o vapor. Tendo sido infrutíferos os meios de persuasão empregados, o comandante do cruzador inglês “Forte”, dirigiu-se num escaler para bordo do “Lusitânia” e obrigou o capitão Faria a sair.
Este, então, pôs a bandeira a meia haste, deixando o “Lusitânia” com relutância, tendo sido conduzido para bordo do cruzador “Forte”.
As malas do “Lusitânia”, bem como outras coisas aparentemente perdidas, foram salvas pelo “Forte”.
(Jornal “Comércio do Porto”, sexta-feira, 21 de Abril de 1911)
Os náufragos do “Lusitânia”
Este, então, pôs a bandeira a meia haste, deixando o “Lusitânia” com relutância, tendo sido conduzido para bordo do cruzador “Forte”.
As malas do “Lusitânia”, bem como outras coisas aparentemente perdidas, foram salvas pelo “Forte”.
(Jornal “Comércio do Porto”, sexta-feira, 21 de Abril de 1911)
Os náufragos do “Lusitânia”
Londres, 21 de Abril – Comunicam da Cidade do Cabo à Agência Reuter que os passageiros e a tripulação do “Lusitânia” partirão, provavelmente, no dia 24, a bordo do vapor inglês “Comrie Castle”, à excepção dos 475 indígenas, que partem para S. Tomé na próxima semana.
(Jornal “Comércio do Porto”, sábado, 22 de Abril de 1911)
O vapor “Lusitânia”
O vapor “Lusitânia”
Lisboa, 22 de Abril – Na Empresa Nacional de Navegação foi hoje recebido um telegrama dizendo que soçobrara de todo o paquete “Lusitânia”, que será substituído pelo novo paquete “Beira”, adquirido em Hamburgo e que deve chegar ao Tejo no próximo dia 9 de Maio.
(Jornal “Comércio do Porto”, Domingo, 23 de Abril de 1911)
O naufrágio do “Lusitânia”
(Jornal “Comércio do Porto”, Domingo, 23 de Abril de 1911)
O naufrágio do “Lusitânia”
Londres, 24 de Abril - Telegrafaram da Cidade do Cabo para a Agência Reuter informando que foi arrojado à praia, na margem de Falsebay, um cadáver do “Lusitânia”, tendo sido já identificado como sendo o de madame Carvalho Nunes.
(Jornal “Comércio do Porto”, terça-feira, 25 de Abril de 1911)
Náufragos do vapor “Lusitânia”
(Jornal “Comércio do Porto”, terça-feira, 25 de Abril de 1911)
Náufragos do vapor “Lusitânia”
Lisboa, 9 de Maio – Chegaram hoje à Madeira, a bordo do vapor “Corfe Castle”, os primeiros náufragos do paquete “Lusitânia”. São 18 passageiros de 1ª classe e 10 de segunda. Entre os primeiros figura, com destino a essa cidade, o sr. dr. Arnaldo Dinis da Silva Viana, conservador na Beira, África Oriental. Os restantes embarcaram já na Cidade do Cabo, a bordo do “Comrie Castle”.
(Jornal “Comércio do Porto”, quarta-feira, 10 de Maio de 1911)
(Jornal “Comércio do Porto”, quarta-feira, 10 de Maio de 1911)
O naufrágio do “Lusitânia”
Lisboa, 15 de Maio – Amanhã devem chegar a bordo do “Rio Negro” oito passageiros de 3ª classe, náufragos do “Lusitânia”, procedentes do Funchal. Os passageiros de 2ª classe ainda aí se encontram, devido à negligência da empresa, tendo sido a este respeito pedidas providências ao governador civil.
A direcção da Liga dos Oficiais da Marinha Mercante reuniu esta noite para protestar contra o artigo publicado pelo “Século”, acerca do naufrágio do paquete “Lusitânia”, artigo que produziu indignação entre a classe, porquanto o comandante Faria goza da melhor reputação entre os colegas. Brevemente será publicado o protesto.
(Jornal “Comércio do Porto”, terça-feira, 16 de Maio de 1911)
A direcção da Liga dos Oficiais da Marinha Mercante reuniu esta noite para protestar contra o artigo publicado pelo “Século”, acerca do naufrágio do paquete “Lusitânia”, artigo que produziu indignação entre a classe, porquanto o comandante Faria goza da melhor reputação entre os colegas. Brevemente será publicado o protesto.
(Jornal “Comércio do Porto”, terça-feira, 16 de Maio de 1911)
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