sábado, 11 de abril de 2009

A compra do "Polynesia" / "Argus"


O "Polynesia" em Aruba

O navio abandonado, ainda sem saber do destino
Imagem (c) Photoship.Uk

Estive ultimamente muito entretido a ler a entrevista do Dr. Aníbal Paião, da empresa Pascoal & Filhos, no Diário de Aveiro, com comentários à compra, reconstrução e futura utilização dos lugres “Santa Maria Manuela” e “Polynesia” / “Argus”. Dessa entrevista retiro logo à partida duas conclusões:
1º A concretização da compra no leilão de Janeiro último, do navio “Polynesia” / “Argus”, teve por essência a preservação do navio, que sabemos todos, terá estado muito perto de se transformar num coral artificial.
2º Faz todo o sentido acalmar a euforia reinante no meio náutico, pois ao contrário do que se poderia imaginar, as finanças da Pascoal & Filhos, não são um poço sem fundo, como préviamente se chegou a pensar.
Percebo a existência dum plano de actuação, que visa terminar a reconstrução do lugre “Santa Maria Manuela”, colocá-lo à exploração comercial, como navio de turismo cultural científico (?) e só depois será estudado o plano para a reconstrução do “Argus”, que certamente passará através de apoios nacionais ou europeus, dando ao navio a continuação dum merecido e justificado prolongamento de vida útil.
Levanto novamente a questão, também exposta pelo Dr. Aníbal Paião, quanto à exigência do projecto, que tem de ser sustentável do ponto de vista económico e financeiro. Ninguém tem dúvida das dificuldades que se avizinham, como também admitimos não ser fácil a concretização desse desejo.
Se este projecto de intenções se traduz no plano A, será que a não sustentabilidade pressupõe a passagem ao plano B, obrigando a nova venda dos navios, com o decepcionante regresso à estaca zero. Ou existe também um plano C, que visaria a transformação do lugre em navio museu, deixando-o por exemplo amarrado no Tejo, em frente aos Jerónimos…
É evidente que estas são perguntas, que o tempo e a Administração da Pascoal & Filhos, irão certamente responder, em momento oportuno. Felicito-os novamente pela tentativa de dar saúde a um navio que se apresenta com aspecto doente e de prognóstico reservado. E espero que o Presidente da Câmara de Ílhavo, Ribau Esteves, continue à frente da autarquia, para cumprir a promessa de apoiar esta iniciativa, excedendo o limitado “possível”, por ser do interesse local, que é também nacional, já que mereceu do mundo marítimo português, os mais rasgados elogios.

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