domingo, 18 de janeiro de 2009

Pesca do bacalhau - Figueira da Foz - 1931-1940


Os bacalhoeiros da Figueira da Foz
1ª Parte
A frota Figueirense em 1931

O mercado nacional e internacional de comércio marítimo encontra-se normalizado, neste início de década, com a frota nacional a dar finalmente sinais de estabilidade. As grandes companhias estão na fase de arrumar a casa, enquanto surgem pequenas empresas a dar os primeiros passos na cabotagem, entre portos peninsulares e o norte de África.
No caso da Figueira da Foz acontece precisamente o oposto. A frota de pesca regressa ao mar com 14 navios, repetindo 1911, mas a frota de comércio perde o significado e a importância, que se verificava nos anos do pós-guerra e que registamos em 1921.
A principal explicação que encontramos para o decréscimo de matrículas no porto, passa pela ausência de obras de beneficiação na barra, onde com alguma regularidade tinham lugar naufrágios, com a total destruição de navios e mercadorias.

Encontramos registados na Capitania do porto da Figueira, os seguintes navios :
O rebocador “Espadarte” (Comp. Figueira de Reboques Marítimos e Fluviais), o arrastão costeiro “Três Marias” (Curvaceira Mariano & Gomes, Lda.) e o lugre “Emília da Conceição” (António da Silva Bagão). O palhabote “Adelaide 3º” (Soc. Ferreira & Cª.), os iates “Adelaide Iº” (J.N. Pimentel), “Bem Aventurado” (Eugénio Pestana), “Judith” (António dos Santos e Silva), e o “Maria Alice Primeira” (Joaquim António Rodrigues). Havia ainda a chalupa “Flor de Lavos” (António dos Santos Carrancho) e os caíques “S. José Iº” (Calhau & Mangona) e “Ventura de Deus 2º” (Joaquim de Matos Bilhau).

Dos navios matriculados em 1921 muito poucos sobreviveram à corrosão dos anos e às dificuldades de ordem financeira dos seus proprietários. Cada vez mais o porto da Figueira é preterido por Aveiro, Lisboa e Leixões, por força das melhores infra-estruturas portuárias nesses portos. Essa situação manteria o porto da Figueira incapacitado de competir com os demais, durante longo período de tempo.

Sem comentários: