terça-feira, 17 de agosto de 2021

História trágico-marítima (CCCXXIII)


O encalhe do navio "Pebane" no rio Escalda

O vapor “Pebane” apesar de continuar encalhado no
Escalda (ou Schelde, em flamengo), não corre perigo
Flessingue - Holanda, 8 - Terceira tentativa, na madrugada de hoje para reflutuar o navio “Pebane”, que aqui encalhou ontem, não teve êxito, porque devido à preia-mar ser mais baixa do que na altura em que o “Pebane” encalhou, não havia ainda condições para libertá-lo, pelo que os rebocadores regressaram a este porto. Estão agora a ser feitos planos para descarregar o carvão que o navio transportava, no sentido de aumentar o seu poder de flutuação.
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As notícias recebidas durante a madrugada e a manhã de ontem pela Companhia Colonial de Navegação, de bordo do vapor “Pebane”, encalhado na barra do Escalda, dizem que o navio não corre perigo de imediato e que prosseguem, com o auxílio de quatro rebocadores, as tentativas para o desencalhar. O estado do tempo melhorou e, a bordo, todos continuam sem novidade. O carregamento do “Pebane” é constituído por 1.050 toneladas de cimento.
Fonte: Jornal “Comércio do Porto”, Domingo, 9 de Novembro de 1952

O navio “Pebane” ainda não pôde ser desencalhado
Não se modificou a situação do “Pebane”, encalhado na foz do Escalda, na Holanda, devido ao temporal que lhe partiu as âncoras, com as quais estava fundeado, procurando resistir às arremetidas do mar.
As informações recebidas ontem, na Companhia Colonial de Navegação, dizem que continuam os esforços para salvar o navio.
Fonte: Jornal “Comércio do Porto”, segunda-feira, 10 Novembro 1952
Imagem do navio “Pebane”, em Leixões

Características do navio
Armador: Companhia Colonial de Navegação, Lisboa
Nº Oficial: H-352 - Iic: C.S.L.K. - Porto de registo: Lisboa 30.3.1948
Construtor: Pennsylvania Shipyards, E.U. da América, 1944
ex “Phineas Winsor”, Adm. de Navegação de Guerra dos EUA
Arqueação: Tab 1.952,70 tons - Tal 1.063,95 tons - Pm 2.747 tons
Dimensões: Ff 78,50 mts - Pp 75,95 mts - Bc 12,85 mts - Ptl 5,61 mts
Propulsão: Ajax Iron Works - 1:Te - 3:Ci - 1.300 Bhp - 12 nós

O navio foi vendido pela Comp. Colonial à Comp. Navigacion Gulf-Cuba, em 1956, tendo mudado o nome para “Bahia de Santiago de Cuba”. Foi posteriormente transferido para a Comp. Navegacion Mambisa, de Havana, alterou novamente o nome para “Bahia de Tanamo. Demolido em Havana em 1985.

O navio “Pebane” começou ontem a ser aliviado do seu carregamento
Por informações recebidas de Flessingue, na Companhia Colonial de Navegação, sabe-se que o estado do tempo na foz do rio Escalda melhorou, pelo que principiaram ontem a proceder ao transbordo de parte do carregamento do “Pebane”, ali encalhado desde o dia 7, para bordo de batelões expressamente requisitados para esse efeito.
Quando o navio estiver aliviado de cerca de 400 toneladas de cimento, é de esperar que possam conseguir rápidamente o seu desencalhe. Fonte: Jornal “Comércio do Porto”, terça-feira, 11 Novembro 1952

O navio “Pebane” continua encalhado na foz do rio Escalda
As últimas informações recebidas pela Companhia Colonial de Navegação, de bordo do navio “Pebane”, encalhado na foz do rio Escalda, dizem que prosseguem os trabalhos de transbordo de uma parte da carga para bordo de batelões. Esperam que o navio possa ser posto novamente a flutuar por toda a presente semana. A tripulação continua de perfeita saúde.
Fonte: Jornal “Comércio do Porto”, quarta-feira, 12 Novembro 1952

O navio “Pebane” foi ontem desencalhado
De bordo do navio “Pebane”, foi ontem emitido um rádio para a Companhia Colonial de Navegação, informando que o navio foi desencalhado às 11 e 30, com o auxílio de rebocadores holandeses e que seguiu para Flessingue, onde receberá a carga de que tinha sido aliviado, como o objectivo de ser conseguido o seu salvamento. O navio não apresenta avarias e a tripulação encontra-se bem.
Fonte: Jornal “Comércio do Porto”, segunda-feira, 17 Novembro 1952

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