sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Notícias breves sobre navios dos T.M.E.


Os antigos navios alemães

Foram sete as propostas para o fretamento dos cinco antigos navios alemães “Trafaria”, “Ovar”, “Barreiro”, “Granja” e “Lagos”, sendo os proponentes portugueses, como se deduzia dos nomes apresentados. Consta, porém, que alguns desses proponentes representam capitais ingleses. Assim, a Empresa Lusa de Navegação foi recentemente organizada com o capital de 1.200 contos, do qual apenas 200 contos são portugueses. A Marítima, cujo director é o Sr. Manoel de Figueiredo, também conta com capitais ingleses e ainda à firma Lavado & Seruya, não deverão ser estranhos capitais não nacionais. Diz-se também que uma das propostas apresentadas contem um plano que abrange não só a parte dos transportes como também uma parte financeira e económica interessante. No ministério da Marinha estão sendo estudadas as aludidas propostas.
In (Jornal “O Comércio do Porto”, de 6 de Março de 1917).

Alguns navios da frota da companhia
Desenhos de Luís Filipe Silva

Os antigos navios alemães
Dos referidos navios, os vapores “Gaza”, “Mormugão” e “Goa” vão ser aproveitados para serviço do Estado, a fim de conduzirem carga para diversos portos e bem assim, no regresso a Lisboa, trazerem carregamento consignado também ao Estado.
Vão ser repatriados os tripulantes do vapor “Setúbal”, que naufragou perto de Cardiff.
In (Jornal “O Comércio do Porto”, de 8 de Março de 1917).
Nota: O vapor “Setúbal” naufragou a 5 de Março de 1917, por motivo de encalhe, próximo ao porto de Penzance, não havendo registo de vitimas.

Vapor “Boa Vista”
O governo recebeu do consul de Portugal no Havre um telegrama dizendo que este vapor, antigo navio alemão “Theodor Wille“, foi torpedeado no dia 21 do corrente, sendo salvos 41 tripulantes e que logo que houvesse mais pormenores os comunicaria.
In (Jornal “O Comércio do Porto”, de 27 de Dezembro de 1917).
Nota: O ataque teve lugar quando em viagem do vapor entre os portos de Bordéus e Cardiff. Não há registo de vitimas.

Vapor “Brava”
Segundo um telegrama recebido ontem à noite, sabe-se que este vapor, antigo navio alemão “Togo”, foi torpedeado no dia 3, à entrada do porto de Cardiff, tendo-se salvo 30 tripulantes e ignorando-se o paradeiros dos restantes 20. O vapor que era comandado pelo Sr. Domingos Rocha, saíra de Leixões a 20 de Julho para Bordéus, com um importante carregamento de vinhos e em seguida partira a 28 para Cardiff, com um carregamento de toros de pinho, estando previsto trazer deste porto um carregamento completo de carvão para Lisboa.
O valor deste navio, que fora construído em Hamburgo, em 1893, era de 68.680 libras; tinha 96,26 metros de comprimento, 12,25 metros de largura e 8,23 metros de pontal. A sua tonelagem bruta era de 3.184 a liquida de 2.056, tendo capacidade para 4.485 toneladas de carga.
In (Jornal “O Comércio do Porto”, de 6 de Setembro de 1918)
Nota: Existe registo de 17 vitimas mortais em resultado do ataque.

Vapor “Mormugão”
O navio encalhou, mas sem perigo para os passageiros. Segundo um telegrama recebido nos Transportes Marítimos do Estado, este navio, actualmente empregue na carreira da América, encalhou à entrada de Newbedford, devido ao nevoeiro. O navio, que conduzia grande número de passageiros, conseguir safar-se pouco depois, sem avaria de importância e prosseguiu viagem, não carecendo entrar em doca seca para reparar.
In (Jornal “O Comércio do Porto, de 1 de maio de 1921).

Vapor “Extremadura”
O vapor negociado recentemente, com vista à sua troca com o rebocador “Seewolf”, despachou ontem para sair com destino a Geeslemunde, levando já a bandeira Alemã e o nome “Nordsee”. O rebocador vai ser empregue nos serviços coloniais.
In (Jornal “O Comércio do Porto, de 28 de Outubro de 1925).

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