O naufrágio do palhabote francês "Thomas L. Agnelet"
No vapor “S. Miguel”, procedente das ilhas, chegaram ontem a Lisboa 12 náufragos do palhabote francês “Thomas L’Agnelet”, que soçobrou na noite de 28 do mês passado, a 250 milhas da ilha da Madeira, tendo sido os náufragos recolhidos pelo lugre “Autonómico Açoriano”, da praça de Ponta Delgada, de que é capitão o Sr. Caetano José Madeira, o qual ia de Lisboa, com carga diversa, com rumo à ilha de S. Miguel.
O palhabote francês, belo navio de três (?) mastros, de 374 toneladas, comandado pelo seu armador, o capitão Eric de Basschop, bretão como todos os tripulantes, saíra do Havre no dia 10 e dirigia-se em lastro à República de S. Salvador, a fim de trazer para aquela cidade francesa uma carga de madeira.
Três dias antes de naufragar, o navio foi acossado por um violento temporal, que se manteve ininterruptamente, obrigando os marinheiros aos maiores sacrifícios. Quando já tinham pouca esperança de salvamento, pouco depois do meio-dia de 26, avistaram ao longe o “Autonómico Açoriano” e içaram o sinal de socorro, que foi visto de bordo do navio português, o qual avançou imediatamente, debaixo da grande tempestade a socorrer os infelizes.
Para chegarem à fala tiveram enorme trabalho, tal como na aproximação ao navio, a fim de procederem ao salvamento.
O palhabote francês metia água e os esforços dos marinheiros eram impotentes para a esgotar. Então, o comandante começou a passar para bordo do navio português os seus tripulantes, ficando ali apenas com o imediato, um oficial de nome Le Dorty, um piloto e um marinheiro. Depois entraram na faina de transportar para bordo do “Autonómico Açoriano” os víveres que tinham no palhabote.
Nestes trabalhos estiveram ocupados toda a tarde e parte da noite, gastando ainda algum tempo na transferência para bordo do navio português de roupa dos náufragos e dos aparelhos de marear. Cerca da meia-noite o navio francês começou a ir a pique, e os quatro tripulantes que tinham ficado a bordo, tiveram que saltar também para bordo do “Autonómico Açoriano”.
O palhabote francês, belo navio de três (?) mastros, de 374 toneladas, comandado pelo seu armador, o capitão Eric de Basschop, bretão como todos os tripulantes, saíra do Havre no dia 10 e dirigia-se em lastro à República de S. Salvador, a fim de trazer para aquela cidade francesa uma carga de madeira.
Três dias antes de naufragar, o navio foi acossado por um violento temporal, que se manteve ininterruptamente, obrigando os marinheiros aos maiores sacrifícios. Quando já tinham pouca esperança de salvamento, pouco depois do meio-dia de 26, avistaram ao longe o “Autonómico Açoriano” e içaram o sinal de socorro, que foi visto de bordo do navio português, o qual avançou imediatamente, debaixo da grande tempestade a socorrer os infelizes.
Para chegarem à fala tiveram enorme trabalho, tal como na aproximação ao navio, a fim de procederem ao salvamento.
O palhabote francês metia água e os esforços dos marinheiros eram impotentes para a esgotar. Então, o comandante começou a passar para bordo do navio português os seus tripulantes, ficando ali apenas com o imediato, um oficial de nome Le Dorty, um piloto e um marinheiro. Depois entraram na faina de transportar para bordo do “Autonómico Açoriano” os víveres que tinham no palhabote.
Nestes trabalhos estiveram ocupados toda a tarde e parte da noite, gastando ainda algum tempo na transferência para bordo do navio português de roupa dos náufragos e dos aparelhos de marear. Cerca da meia-noite o navio francês começou a ir a pique, e os quatro tripulantes que tinham ficado a bordo, tiveram que saltar também para bordo do “Autonómico Açoriano”.
Desenho de navio do tipo palhabote, sem correspondência ao texto
Dois dias andou este ainda navegando sob a fúria da tempestade e outros seis gastou para chegar a S. Miguel, onde os náufragos, enfim, desembarcaram em Ponta Delgada, dirigindo-se às autoridades marítimas e ao consulado francês, onde receberam agasalhos, tendo-se revelado difícil a hospedagem na cidade, tal a quantidade de emigrantes, que ali esperava o vapor com destino à América.
Os 12 náufragos, que melhor não podem dizer do socorro que lhes foi prestado pelos portugueses, para eles cheios de carinho e de dedicação, procuraram ontem em Lisboa as autoridades consulares do seu país, ficando todos hospedados no Hotel de France, onde ficarão até sexta-feira, dia em que embarcam no “Lutetia” para Marselha, praça a que pertence o navio naufragado. A bordo vinha também a esposa do capitão, que foi igualmente salva pelo navio português.
No vapor “S. Miguel”, que trouxe os náufragos para Lisboa, vieram mais 143 passageiros e 48 bois.
(Jornal “Comércio do Porto”, quinta-feira, 11 de Novembro de 1920)
Os 12 náufragos, que melhor não podem dizer do socorro que lhes foi prestado pelos portugueses, para eles cheios de carinho e de dedicação, procuraram ontem em Lisboa as autoridades consulares do seu país, ficando todos hospedados no Hotel de France, onde ficarão até sexta-feira, dia em que embarcam no “Lutetia” para Marselha, praça a que pertence o navio naufragado. A bordo vinha também a esposa do capitão, que foi igualmente salva pelo navio português.
No vapor “S. Miguel”, que trouxe os náufragos para Lisboa, vieram mais 143 passageiros e 48 bois.
(Jornal “Comércio do Porto”, quinta-feira, 11 de Novembro de 1920)
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