segunda-feira, 26 de novembro de 2018


A nova canhoneira “Diu” (1)

O lançamento ao mar da nova canhoneira “Diu”, tem lugar no próximo sábado, às 3 horas e 15 minutos. Foram hoje dirigidos convites aos membros do governo, governador civil, Câmara Municipal, oficiais do Exército e mais autoridades.

Imagem da canhoneira "Diu" a entrar no porto de Leixões
Foto da minha colecção

Características da canhoneira “Diu”
19.10.1929 - 20.4.1969
Propriedade da Marinha de Guerra Portuguesa
Nº Oficial (Armada): 42 - Iic: C.T.A.L. - Porto de armamento: Lisboa
Construção no Arsenal da Armada
Data de lançamento: 1929 – Material do casco: Aço
Deslocamento standard: 403,00 tons
Deslocamento normal: 451,00 tons
Deslocamento máximo: 500,00 tons
Arqueação: Tab 428,66 tons - Tal 192,00 tons
Dimensões: Pp 45,00 mts - Boca 8,30 mts - Pontal 4,50 mts
Autonomia: 2.300 milhas
Propulsão: 1 motor diesel tripla expansão - 11 m/h

Não será permitida a entrada no Arsenal senão a pessoas munidas de bilhetes, que também serão exigidos ao pessoal operário.
Exceptuam-se os convidados oficiais, autoridades superiores, civis e militares, Câmara Municipal, representantes da imprensa, oficiais e aspirantes do Exército e da Armada, bem como os sargentos do Exército e da Armada uniformizados.
Não há lugares especiais a não ser na tribuna do governo, comitiva e convidados, oficiais e outras autoridades.
A guarda de honra será feita por uma companhia a 2 pelotões, fornecida pela “Sagres”, sob o comando de um 1º tenente, com a banda de música e terno de clarins.

A nova canhoneira “Diu”, foi incorporada na Armada (2)
Realizou-se hoje, pelas 14 horas, a bordo da nova canhoneira “Diu”, recentemente lançada ao mar, no Arsenal, a cerimónia da entrega daquele navio à Armada.
Àquela hora chegaram a bordo o capitão-tenente Sr. Manuel Francisco da Silva, delegado do almirante comandante geral da Armada, e o 1º tenente Sr. Luiz de Oliveira Lima, comandante da nova unidade, prestando honras a guarnição alinhada à ré.
Em seguida, na tolda, o imediato da “Diu” leu a comunicação oficial que manda armar a nova canhoneira e que determina a sua incorporação no efectivo das forças navais, sendo depois içada a flâmula de «navio de guerra ao serviço».
Falou então o capitão-tenente Sr. Francisco da Silva, que deu posse ao novo comandante cujo elogio fez em termos calorosos. Destacou ainda o significado do nome do novo navio, que evoca factos gloriosos da nossa história, terminando com estas palavras:
- «O comandante deste navio é um oficial de tradições liberais, um bom republicano, qualidades que, aliadas ao seu saber, devem constituir motivo de justo regozijo para os que vão servir sob as suas ordens».
O comandante Sr. Oliveira Lima agradeceu as saudações que lhe haviam sido dirigidas, pedindo a colaboração dos seus subordinados, para uma acção conjunta de disciplina, de método e de trabalho que dignifique a Marinha, servindo ao mesmo tempo a Pátria e a República.
Toda a oficialidade desceu depois à câmara da “Diu”, onde foi servido um «Porto de honra», sendo por último visitadas as instalações da nova unidade da nossa esquadra. 

Notícias publicadas no jornal "Comércio do Porto", em:
(1) Sexta, 18 de Outubro de 1929; e (2) quarta, 2 de Novembro de 1932

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