Uma ocorrência e o naufrágio do palhabote-motor "Irene Doraty"
O iate-motor “Irene Doraty” que viajava a Lisboa, por avaria no motor
e devido à impetuosidade do mar, foi forçado a retroceder para Leixões
Pelas 13 horas de ontem entrou em Leixões o iate-motor “Irene Doraty”, que se dirigia para Lisboa, carregado de carvão.
O “Irene Doraty” saíra da barra do Douro no dia 30 do mês passado, em direcção a Lisboa, levando como mestre José Simões Calhau e como tripulantes João do Carmo, João Francisco Pereira, João Clemente Bordelas, Mário dos Santos Agostinho, Domingos Fernandes Mano e Albino de Freitas Dantas.
Não obstante a impetuosidade do mar, que o vento rijo dos últimos dias tem mantido encrespado, o “Irene Doraty”, navegava regularmente, embora com bastante dificuldade. Mas por alturas das Berlengas, após alguns dias de viagem, o motor teve tal avaria que o “Irene Doraty” não podendo seguir a sua rota por o vento lhe ser contrário, teve de retroceder.
O “Irene Doraty” saíra da barra do Douro no dia 30 do mês passado, em direcção a Lisboa, levando como mestre José Simões Calhau e como tripulantes João do Carmo, João Francisco Pereira, João Clemente Bordelas, Mário dos Santos Agostinho, Domingos Fernandes Mano e Albino de Freitas Dantas.
Não obstante a impetuosidade do mar, que o vento rijo dos últimos dias tem mantido encrespado, o “Irene Doraty”, navegava regularmente, embora com bastante dificuldade. Mas por alturas das Berlengas, após alguns dias de viagem, o motor teve tal avaria que o “Irene Doraty” não podendo seguir a sua rota por o vento lhe ser contrário, teve de retroceder.
Navegando agora com mais custo ainda, impelido sempre pelo vento, foi cair ao norte da Boa-Nova, de onde içou sinais de pedido de auxílio.
De Leixões, saiu, então, o rebocador “Mars II”, que o rebocou para o porto, ficando a aguardar pela vistoria da capitania e proceder às necessárias reparações no motor, para poder dar rumo ao seu destino.
(Jornal “Comércio do Porto”, sexta-feira, 7 de Abril de 1939)
De Leixões, saiu, então, o rebocador “Mars II”, que o rebocou para o porto, ficando a aguardar pela vistoria da capitania e proceder às necessárias reparações no motor, para poder dar rumo ao seu destino.
(Jornal “Comércio do Porto”, sexta-feira, 7 de Abril de 1939)
Desenho de navio do tipo palhabote, sen correspondência ao texto
Características do palhabote-motor “Irene Doraty”
Características do palhabote-motor “Irene Doraty”
Armador: Calhau & Andrade, Lda., Porto
Nº Oficial: 119 - Iic: C.S.M.E. - Porto de matrícula: Porto
Construtor: Sebastião Gonçalves Amaro, Figueira da Foz
Arqueação: Tab 127,28 tons - Tal 99,57 tons
Dimensões: Ff 34,00 mts - Pp 28,60 - Bc 7,20 mts - Ptl 2,93 mts
Propulsão: motor fabricado na Suécia, 1:Di - 2:Ci - 100 Bhp
Equipagem: 8 tripulantes
Temporal no mar
O palhabote português “Irene Doraty”, que vinha para Lisboa com um
carregamento de fosfatos, naufragou nas proximidades de Marrocos
Nº Oficial: 119 - Iic: C.S.M.E. - Porto de matrícula: Porto
Construtor: Sebastião Gonçalves Amaro, Figueira da Foz
Arqueação: Tab 127,28 tons - Tal 99,57 tons
Dimensões: Ff 34,00 mts - Pp 28,60 - Bc 7,20 mts - Ptl 2,93 mts
Propulsão: motor fabricado na Suécia, 1:Di - 2:Ci - 100 Bhp
Equipagem: 8 tripulantes
Temporal no mar
O palhabote português “Irene Doraty”, que vinha para Lisboa com um
carregamento de fosfatos, naufragou nas proximidades de Marrocos
Nos últimos dias, devido ao temporal que se fez sentir no mar, a navegação tem corrido sério risco.
Alguns navios portugueses que estavam em viagem entre a costa africana e o continente, sofreram as consequências da tormenta e um deles afundou-se, perdendo-se o respectivo carregamento. Felizmente, salvaram-se os tripulantes.
O palhabote “Irene Doraty”, propriedade da firma Calhau & Andrade, Lda., da praça da Figueira, com oito homens de tripulação, saiu dali com um carregamento de 85 toneladas de madeira, com destino a Safi, na Tunísia, e passou, em Lisboa, no dia 18 de Fevereiro.
Descarregou a mercadoria na Tunísia, carregou 190 toneladas de fosfatos para Lisboa e largou para a viagem de regresso no dia 25. A viagem afigurou-se desde logo bastante tormentosa, devido à agitação do mar; mas, perto de Larache, no extremo do Marrocos espanhol, na noite de ante-ontem para ontem, o estado do mar agravou-se e o navio começou a meter água.
Os tripulantes tentaram, na medida das suas forças, esgotar a água, mas a tarefa resultou infrutífera e o palhabote afundou-se, quando já os tripulantes se tinham refugiado na pequena baleeira de bordo, onde, aliás, também correram grande perigo.
Ao fim de algumas horas a remar, conseguiram, finalmente, muito extenuados, aportar a Larache. Aí, foram carinhosamente tratados e aguardam pelas diligências habituais para serem repatriados.
O navio e a carga perderam-se totalmente. O “Irene Doraty” estava no seguro apenas por um quinto do seu valor.
Os oito tripulantes são os seguintes: José Simões Calhau, mestre; João Francisco Pereira, Luís Esteves e João Clemente Boudelas, marinheiros; Inácio Lopes, motorista; António Santos Lopes, ajudante de motorista; e José Coelho, cozinheiro.
(Jornal “Comércio do Porto”, sexta-feira, 3 de Março de 1944)
Alguns navios portugueses que estavam em viagem entre a costa africana e o continente, sofreram as consequências da tormenta e um deles afundou-se, perdendo-se o respectivo carregamento. Felizmente, salvaram-se os tripulantes.
O palhabote “Irene Doraty”, propriedade da firma Calhau & Andrade, Lda., da praça da Figueira, com oito homens de tripulação, saiu dali com um carregamento de 85 toneladas de madeira, com destino a Safi, na Tunísia, e passou, em Lisboa, no dia 18 de Fevereiro.
Descarregou a mercadoria na Tunísia, carregou 190 toneladas de fosfatos para Lisboa e largou para a viagem de regresso no dia 25. A viagem afigurou-se desde logo bastante tormentosa, devido à agitação do mar; mas, perto de Larache, no extremo do Marrocos espanhol, na noite de ante-ontem para ontem, o estado do mar agravou-se e o navio começou a meter água.
Os tripulantes tentaram, na medida das suas forças, esgotar a água, mas a tarefa resultou infrutífera e o palhabote afundou-se, quando já os tripulantes se tinham refugiado na pequena baleeira de bordo, onde, aliás, também correram grande perigo.
Ao fim de algumas horas a remar, conseguiram, finalmente, muito extenuados, aportar a Larache. Aí, foram carinhosamente tratados e aguardam pelas diligências habituais para serem repatriados.
O navio e a carga perderam-se totalmente. O “Irene Doraty” estava no seguro apenas por um quinto do seu valor.
Os oito tripulantes são os seguintes: José Simões Calhau, mestre; João Francisco Pereira, Luís Esteves e João Clemente Boudelas, marinheiros; Inácio Lopes, motorista; António Santos Lopes, ajudante de motorista; e José Coelho, cozinheiro.
(Jornal “Comércio do Porto”, sexta-feira, 3 de Março de 1944)
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