O incêndio a bordo do vapor "North Pacific"
Em Leixões
Vapor incendiado sofre importantes prejuízos
Os socorros - O navio está salvo
A bordo do vapor “North Pacific”, fundeado na bacia de Leixões, deu-se ante-ontem, de madrugada, alarme de fogo, pedindo socorros para terra, pois a tripulação descobrira que lavrava incêndio no porão nº 2.
Compareceram com presteza ao bombeiros voluntários de Matosinhos-Leça, que trabalharam com a tripulação, mas uns e outros eram impotentes para dominar o incêndio, que tomava grande incremento no mencionado porão, onde havia grande quantidade de milho, farinha de pau, açúcar e cortiça, esta última embarcada em Lisboa.
Dada a impossibilidade de ser conseguido um ataque eficaz, foram solicitados os socorros dos bombeiros voluntários e municipais do Porto, que avançaram para Leixões. Entretanto, acudiram os rebocadores “Douro” e “Lusitânia”, para inundar o porão incendiado, utilizando as suas potentes bombas de água.
Para facilitar os trabalhos de extinção, fizeram encalhar a proa do “North Pacific” na praia de Matosinhos, junto à foz do Leça. Atracaram ao vapor os rebocadores “Douro”, “Lusitânia” e a draga “Porto”, que trataram de inundar o porão nº2, lançando para lá uma enorme quantidade de água.
Os trabalhos muito fatigantes, porque o calor era intenso, prosseguiram durante todo o dia de ante-ontem; mas ao fim da tarde já havia sido rendido o pessoal, que verificaram que o incêndio se tinha propagado ao porão nº1, também na proa, onde existiam muitas mercadorias. Os bombeiros e mais pessoal mantiveram-se a trabalhar toda a noite, havendo grande dificuldade nos serviços para evitar que a casa das máquina fosse inundada.
Compareceram com presteza ao bombeiros voluntários de Matosinhos-Leça, que trabalharam com a tripulação, mas uns e outros eram impotentes para dominar o incêndio, que tomava grande incremento no mencionado porão, onde havia grande quantidade de milho, farinha de pau, açúcar e cortiça, esta última embarcada em Lisboa.
Dada a impossibilidade de ser conseguido um ataque eficaz, foram solicitados os socorros dos bombeiros voluntários e municipais do Porto, que avançaram para Leixões. Entretanto, acudiram os rebocadores “Douro” e “Lusitânia”, para inundar o porão incendiado, utilizando as suas potentes bombas de água.
Para facilitar os trabalhos de extinção, fizeram encalhar a proa do “North Pacific” na praia de Matosinhos, junto à foz do Leça. Atracaram ao vapor os rebocadores “Douro”, “Lusitânia” e a draga “Porto”, que trataram de inundar o porão nº2, lançando para lá uma enorme quantidade de água.
Os trabalhos muito fatigantes, porque o calor era intenso, prosseguiram durante todo o dia de ante-ontem; mas ao fim da tarde já havia sido rendido o pessoal, que verificaram que o incêndio se tinha propagado ao porão nº1, também na proa, onde existiam muitas mercadorias. Os bombeiros e mais pessoal mantiveram-se a trabalhar toda a noite, havendo grande dificuldade nos serviços para evitar que a casa das máquina fosse inundada.
Desenho de vapor. sem correspondência ao texto
Características do vapor inglês “North Pacific”
Características do vapor inglês “North Pacific”
Armador: Newfoundland Maritime Co., Ltd., Sunderland
Operador: E.H. Mundy & Co., Ltd., Sunderland
Nº Oficial: N/d - Iic: J.C.G.Q. - Porto de registo: Sunderland
Construtor: J.L. Thompson & Sons, Ltd., Sunderland, Maio de 1913
Arqueação: Tab 5.287,00 tons - Tal 3.908,00 tons
Dimensões: Pp 115,65 mts - Boca 16,15 mts - Pontal 6,91 mts
Propulsão: J. Dickinson & Sons - 1:Te - 3:Ci - 399 Nhp
Operador: E.H. Mundy & Co., Ltd., Sunderland
Nº Oficial: N/d - Iic: J.C.G.Q. - Porto de registo: Sunderland
Construtor: J.L. Thompson & Sons, Ltd., Sunderland, Maio de 1913
Arqueação: Tab 5.287,00 tons - Tal 3.908,00 tons
Dimensões: Pp 115,65 mts - Boca 16,15 mts - Pontal 6,91 mts
Propulsão: J. Dickinson & Sons - 1:Te - 3:Ci - 399 Nhp
O vapor inglês “North Pacific”, comandado pelo capitão W.A. Donnely, entrou em Leixões no dia 22 do corrente, procedente de Buenos Aires, Rio de Janeiro, Pernambuco (via Lisboa), com carga geral para este porto e em transito.
O vapor, todo de ferro, foi construído nos estaleiros de J.L. Thompson & Sons, Ltd., de Sunderland, praça onde está registado. Tem 379,5 pés de comprimento, 53 de boca e 22,8 de pontal. Está classificado pelo Lloyd como de 1ª classe e pertence a Nicholas E. Ambaticlos (Felix Steam Ship Co., Ltd.). O vapor vinha consignado à casa Garland, Laidley & Cª., do Porto.
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Para melhor poderem trabalhar, ficou atracado ao navio um lanchão, onde os bombeiros manobravam, bem como alguns alunos da Escola de Marinheiros. Os trabalhos demoraram ontem durante o dia, tendo sido feitos rombos a certa altura do casco, para ali se descarregarem jatos de água, o que deu o melhor resultado. Também prestou serviços o rebocador “Mars”. Para Leixões foi o pessoal da Cruz Vermelha, com algum material, pronto a prestar socorro, em caso de desastre.
A bordo do vapor incendiado estiveram o chefe do Departamento Marítimo do Norte, Sr. contra-almirante Alfredo Howell e o capitão do porto, Sr. capitão de mar-e-guerra Carlos Braga.
Os trabalhos de extinção continuaram durante o dia até que às 4 horas da tarde estava extinto o incêndio, passando o pessoal a tratar dos serviços de rescaldo e algumas remoções. Às 5 horas e meia retiraram os bombeiros de bordo, assim como a draga “Porto”. Ficaram perto, de prevenção, os rebocadores “Lusitania”, “Douro” e “Mars”.
O vapor deve ser hoje desencalhado e levado para outro fundeadouro. Os prejuízos, que são grandes, no vapor e na carga, estão cobertos por diversas Companhias de Seguros. Durante os dias de ante-ontem e ontem afluíram à praia de Matosinhos numerosas pessoas, a ver o vapor incendiado.
(Jornal “Comércio do Porto”, sábado, 26 de Março de 1921)
A bordo do vapor incendiado estiveram o chefe do Departamento Marítimo do Norte, Sr. contra-almirante Alfredo Howell e o capitão do porto, Sr. capitão de mar-e-guerra Carlos Braga.
Os trabalhos de extinção continuaram durante o dia até que às 4 horas da tarde estava extinto o incêndio, passando o pessoal a tratar dos serviços de rescaldo e algumas remoções. Às 5 horas e meia retiraram os bombeiros de bordo, assim como a draga “Porto”. Ficaram perto, de prevenção, os rebocadores “Lusitania”, “Douro” e “Mars”.
O vapor deve ser hoje desencalhado e levado para outro fundeadouro. Os prejuízos, que são grandes, no vapor e na carga, estão cobertos por diversas Companhias de Seguros. Durante os dias de ante-ontem e ontem afluíram à praia de Matosinhos numerosas pessoas, a ver o vapor incendiado.
(Jornal “Comércio do Porto”, sábado, 26 de Março de 1921)
O vapor incendiado
Têm continuado afanosamente de dia e de noite, os serviços de esgotamento da água atirada para os porões nºs. 1 e 2, do vapor inglês “North Pacific”, que se encontrou incendiado na bacia de Leixões. Nesse serviço têm sido empregadas as bombas dos rebocadores “Lusitania”, “Mars” e “Douro”.
Na baixa-mar de ontem foram tapados os rombos no casco do vapor, para o inundar. O “North Pacific” deve ser desencalhado na maré desta manhã e rebocado para novo ancoradouro, onde irão começar a fazer a remoção do seu carregamento.
(Jornal “Comércio do Porto”, Domingo, 27 de Março de 1921)
Na baixa-mar de ontem foram tapados os rombos no casco do vapor, para o inundar. O “North Pacific” deve ser desencalhado na maré desta manhã e rebocado para novo ancoradouro, onde irão começar a fazer a remoção do seu carregamento.
(Jornal “Comércio do Porto”, Domingo, 27 de Março de 1921)
O vapor incendiado
Ainda não procederam aos trabalhos de desencalhe do vapor inglês “North Pacific”, que esteve incendiado na bacia do porto de Leixões. Com o auxílio das bombas dos rebocadores, continuam a fazer o esgotamento da água atirada para os porões incendiados.
Também têm procedido à remoção de mercadorias.
(Jornal “Comércio do Porto”, terça-feira, 29 de Março de 1921)
Também têm procedido à remoção de mercadorias.
(Jornal “Comércio do Porto”, terça-feira, 29 de Março de 1921)
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