quinta-feira, 24 de agosto de 2017

História trágico-marítima (CCXXXI)


Sinistro marítimo
O encalhe do iate “Bom Sucesso”

O iate “Bom Sucesso”, que há dias saiu de Lisboa para Esposende, achando-se na terça-feira última em frente deste porto, ficou sem a vela grande, em consequência de ter sido arrebatada pela força do temporal. O capitão, vendo-se em grande perigo com o muito mar e tempo, resolveu pôr a proa do iate à barra, para a salvação das vidas a bordo, e com muito risco conseguiu encalhar ao norte da barra.


Características do iate “Bom Sucesso”
Armador: De acordo com o referido no texto
Nº Oficial: N/d - Iic: H.B.L.D. - Porto de registo: Esposende
Construtor: António dos Santos Garcia, Esposende, 1863
Arqueação: 78,000 m3
Dimensões: Pp 20,40 mts - Boca 5,78 mts - Pontal 2,35 mts
Propulsão: À vela
Capitão embarcado: Clementino José Loureiro

Pelo piloto-mór, com um colete de cortiça, foi então lançado um cabo de vai-vem e por este meio foi salva a tripulação. Na baixa-mar o navio estava livre de água, e assim pode salvar-se parte do aparelho e da carga. Havia esperanças, se o tempo abonançasse, de salvar o casco.
O “Bom Sucesso” era propriedade dos srs. João José Lopes, José Soares Estanislau, Francisco Soares Estanislau, Joaquim Gomes Soares Chita, António Nunes dos Santos e do capitão do mesmo iate.
A carga, que era de sal, pertencia aos srs. António Gomes Cachada e Francisco Fernandes Gaifem.
(In jornal “Comércio do Porto”, sexta-feira, 12 de Dezembro de 1872)

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