O naufrágio do navio-escola alemão “Pamir”
2ª Parte
Imagem do navio-escola "Pamir"
Foto da colecção Shipspotting
Dez navios e doze aviões continuam as pesquisas, ao largo dos
Açores, para encontrar os restantes cinquenta e um náufragos,
do “Pamir”, embora sejam reduzidas as esperanças de os salvar
Foto da colecção Shipspotting
Dez navios e doze aviões continuam as pesquisas, ao largo dos
Açores, para encontrar os restantes cinquenta e um náufragos,
do “Pamir”, embora sejam reduzidas as esperanças de os salvar
Londres, 25 – A Marinha dos Estados Unidos revelou, hoje, nesta capital, que dez navios e doze aviões estão ainda empenhados em buscas, procurando possíveis sobreviventes do veleiro alemão “Pamir”, que naufragou no Atlântico.
As pesquisas são coordenadas pelo comandante das forças americanas nos Açores e os navios que participam nelas são o “Pentrader”, “Norissee”, “Lucile Bloomfield”, “African Groove”, “Sugar Refiner”, “Wave Master”, “Richard Amlie”, “Divina”, “Orinoco” e o “Geiger”.
As pesquisas são coordenadas pelo comandante das forças americanas nos Açores e os navios que participam nelas são o “Pentrader”, “Norissee”, “Lucile Bloomfield”, “African Groove”, “Sugar Refiner”, “Wave Master”, “Richard Amlie”, “Divina”, “Orinoco” e o “Geiger”.
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Angra do Heroísmo, 25 – As pesquisas para encontrar possíveis sobreviventes do “Pamir”, estendem-se na área entre 34º30’ e 36º30’ graus de latitude Norte e de 38º30’ a 41º30’ graus de longitude Oeste, a cerca de 600 milhas a Sudoeste da Ilha das Flores.
A zona entre os 35º30’ graus Norte e 40º14’ graus Oeste, onde foram localizados destroços do navio, está a ser particularmente sobrevoada pelos aviões. Foi nesta área que a canhoneira “Habsenson” recolheu, ontem, o sexto náufrago, de um bote que, originariamente, tinha mais vinte e duas pessoas, as quais desapareceram. Os cinco sobreviventes recolhidos pelo “Saxon” e que viajam para Casablanca, a bordo do “Geiger”, era os que restavam de um grupo de quinze tripulantes de uma baleeira. Falta, ainda, conhecer o paradeiro de cinquenta e um náufragos.
As informações trazidas pelos pilotos dos aviões das Lages, dizem que os comandos navais empenhados nas pesquisas crêem que o “Pamir” se afundou tão rapidamente, que a maioria dos tripulantes deve ter sido apanhada pela consequente sucção do mar. Embora com poucas esperanças, as pesquisas continuam, incessantemente.
A zona entre os 35º30’ graus Norte e 40º14’ graus Oeste, onde foram localizados destroços do navio, está a ser particularmente sobrevoada pelos aviões. Foi nesta área que a canhoneira “Habsenson” recolheu, ontem, o sexto náufrago, de um bote que, originariamente, tinha mais vinte e duas pessoas, as quais desapareceram. Os cinco sobreviventes recolhidos pelo “Saxon” e que viajam para Casablanca, a bordo do “Geiger”, era os que restavam de um grupo de quinze tripulantes de uma baleeira. Falta, ainda, conhecer o paradeiro de cinquenta e um náufragos.
As informações trazidas pelos pilotos dos aviões das Lages, dizem que os comandos navais empenhados nas pesquisas crêem que o “Pamir” se afundou tão rapidamente, que a maioria dos tripulantes deve ter sido apanhada pela consequente sucção do mar. Embora com poucas esperanças, as pesquisas continuam, incessantemente.
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O sexto sobrevivente fez a descrição emocionante do naufrágio
do “Pamir”, que se afundou às 14 horas de sábado
O sexto sobrevivente fez a descrição emocionante do naufrágio
do “Pamir”, que se afundou às 14 horas de sábado
Wiesbaden, 25 – Uma nova descrição do naufrágio do “Pamir” acaba de ser feita por um membro da tripulação, encontrado sozinho num escaler salva-vidas e recolhido pelo navio da Guarda-costeira americana “Habsenson”.
O referido marinheiro, Gunther Hasselbach, de 20 anos, precisou que o veleiro se afundara no sábado, às 14 horas. Momentos antes, um escaler com vinte e um marinheiros tinha sido lançado à água. Foi o único que conseguiu ser arreado intacto, no momento em que o “Pamir” ia ao fundo. Quando o navio da Guarda-costeira o encontrou, o escaler só transportava Hasselbach e um morto.
- «Todos os meus companheiros – disse – foram arrebatados pelas enormes ondas». Quando o veleiro submergiu, um segundo escaler, que ia de quilha para cima, ao sabor das ondas, pôde ser posto a navegar por quinze homens, que se lhe tinham agarrado. Só cinco viviam ainda, quando este salva-vidas foi encontrado pelo cargueiro americano “Saxon”, que os transferiu, depois, para o transporte de tropas “Geiger”.
Segundo as declarações dos outros cinco sobreviventes, o “Pamir” afundou-se tão rapidamente, que não foi possível deitar à água as jangadas pneumáticas. O Quartel-general das Forças do Ar, americanas, publicou as respostas dadas pelos sobreviventes, às sete primeiras perguntas que lhes fizeram:
Primeira: Um salva-vidas com motor foi lançado ao mar?
- Não. Mas foi arreado um escaler em bom estado contendo víveres e pistolas para o lançamento de avisos luminosos.
Segunda: A que horas foram arreados os escaleres?
- Às 14 horas de 21 do corrente, pouco antes do “Pamir” se afundar.
Terceira: Tem a certeza que foi arreado outro escaler, ou viram esse escaler já na água?
- Vimo-lo já na água.
Quarta: Qual era o estado físico da tripulação, na altura em que os escaleres foram arreados?
- Óptimo.
Quinta: Qual foi a causa directa da morte dos outros tripulantes, que seguiam no vosso salva-vidas?
- Um, morreu, certamente por esgotamento. Os outros foram levados pelas ondas e afogaram-se.
Sexta: Viram, de facto, o “Pamir” afundar-se?
- Vimos. Tudo se passou muito rapidamente.
Sétima: Durante quanto tempo viram os sinais luminosos do outro escaler?
- Durante vinte e seis horas.
O referido marinheiro, Gunther Hasselbach, de 20 anos, precisou que o veleiro se afundara no sábado, às 14 horas. Momentos antes, um escaler com vinte e um marinheiros tinha sido lançado à água. Foi o único que conseguiu ser arreado intacto, no momento em que o “Pamir” ia ao fundo. Quando o navio da Guarda-costeira o encontrou, o escaler só transportava Hasselbach e um morto.
- «Todos os meus companheiros – disse – foram arrebatados pelas enormes ondas». Quando o veleiro submergiu, um segundo escaler, que ia de quilha para cima, ao sabor das ondas, pôde ser posto a navegar por quinze homens, que se lhe tinham agarrado. Só cinco viviam ainda, quando este salva-vidas foi encontrado pelo cargueiro americano “Saxon”, que os transferiu, depois, para o transporte de tropas “Geiger”.
Segundo as declarações dos outros cinco sobreviventes, o “Pamir” afundou-se tão rapidamente, que não foi possível deitar à água as jangadas pneumáticas. O Quartel-general das Forças do Ar, americanas, publicou as respostas dadas pelos sobreviventes, às sete primeiras perguntas que lhes fizeram:
Primeira: Um salva-vidas com motor foi lançado ao mar?
- Não. Mas foi arreado um escaler em bom estado contendo víveres e pistolas para o lançamento de avisos luminosos.
Segunda: A que horas foram arreados os escaleres?
- Às 14 horas de 21 do corrente, pouco antes do “Pamir” se afundar.
Terceira: Tem a certeza que foi arreado outro escaler, ou viram esse escaler já na água?
- Vimo-lo já na água.
Quarta: Qual era o estado físico da tripulação, na altura em que os escaleres foram arreados?
- Óptimo.
Quinta: Qual foi a causa directa da morte dos outros tripulantes, que seguiam no vosso salva-vidas?
- Um, morreu, certamente por esgotamento. Os outros foram levados pelas ondas e afogaram-se.
Sexta: Viram, de facto, o “Pamir” afundar-se?
- Vimos. Tudo se passou muito rapidamente.
Sétima: Durante quanto tempo viram os sinais luminosos do outro escaler?
- Durante vinte e seis horas.
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O que teria provocado o desastre
O que teria provocado o desastre
Hamburgo, 25 – A catástrofe teve origem numa brusca mudança na direcção dos ventos, soprando tempestuosamente, não se excluindo, todavia, também um erro de critério do comandante do navio. É esta a opinião que se está a formar nalgumas esferas marítimas alemãs. Dizem que efectivamente o “Pamir” se esforçou para escapar ao ciclone, desfraldando todas as velas. Mas tendo o furacão mudado subitamente de direcção, o velame, exposto à acção destruidora de ventos a 160 quilómetros à hora, não resistiu, tendo-se ainda partido o mastro da frente.
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Mais seis aviões vão participar nas pesquisas
Mais seis aviões vão participar nas pesquisas
Londres, 25 – Seis aviões de reconhecimento «Seawatch», com base nos Açores, vão participar nas pesquisas para tentar encontrar sobreviventes do “Pamir”. Estes aviões, que deviam tomar parte num exercício de vigilância marítima, continuarão a patrulhar o local do naufrágio enquanto houver esperanças de encontrar sobreviventes.
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A má interpretação de uma conversa radiofónica fez
supôr que tinham sido salvos quarenta náufragos
A má interpretação de uma conversa radiofónica fez
supôr que tinham sido salvos quarenta náufragos
Santa Maria, 25 – Não se confirma a notícia ontem divulgada por todo o Arquipélago sobre o salvamento de mais quarenta tripulantes do “Pamir”, pelo navio americano “Geiger”.
Foi apurado que o erro teve como causa, uma captação incompleta de uma conversa pela rádio do referido navio com um avião, que levou à interpretação de que os náufragos haviam sido recolhidos.
Esta manhã, saíram do aeroporto das Lages, mais 11 aviões, que prosseguem as pesquisas na zona do naufrágio.
(In jornal “Comércio do Porto”, quinta-feira, 26 de Setembro de 1957)
Foi apurado que o erro teve como causa, uma captação incompleta de uma conversa pela rádio do referido navio com um avião, que levou à interpretação de que os náufragos haviam sido recolhidos.
Esta manhã, saíram do aeroporto das Lages, mais 11 aviões, que prosseguem as pesquisas na zona do naufrágio.
(In jornal “Comércio do Porto”, quinta-feira, 26 de Setembro de 1957)
Imagem do transporte de tropas americano "Geiger"
Foto de autor desconhecido
Os homens que estavam na borda superior da ponte, tiveram de
se atirar ao mar uns por cima dos outros, enquanto o “Pamir” ia
para o fundo, arrastando homens entalados no velame e no
cordame – eis o quadro das últimas horas de agonia do navio.
Foto de autor desconhecido
Os homens que estavam na borda superior da ponte, tiveram de
se atirar ao mar uns por cima dos outros, enquanto o “Pamir” ia
para o fundo, arrastando homens entalados no velame e no
cordame – eis o quadro das últimas horas de agonia do navio.
Londres, 26 – A narrativa das últimas horas do “Pamir” foi enviada hoje de manhã ao comandante geral das Forças Navais americanas na zona oriental do Atlântico e no Mediterrâneo, num radiograma expedido do “Geiger”, o transporte de tropas onde viajam os cinco primeiros sobreviventes do naufrágio. Diz:
«No sábado, 21 de Setembro, o “Pamir” foi avisado com duas horas de antecedência, da chegada do furacão. A tripulação recebeu ordens para preparar o veleiro para o temporal. Uma hora mais tarde, a chuva ainda não começara, mas o vento atingia uma força tal, que a equipa de quarto recebeu instruções para ferrar as velas. A violência do vento era tão grande, que os homens não conseguiram desempenhar a sua função, antes de um mastro ser arrebatado e com ele todo o velame. O veleiro adernou para bombordo a 30 graus, depois a 35 graus e, finalmente, a 40 graus, o máximo que o clinómetro podia indicar. Como a água chegasse à ponte, os tripulantes agruparam-se na borda superior. Quando a inclinação do navio chegou aos 35 graus, o capitão ordenou aos homens que se encontravam no exterior, que pusessem os cintos de salvação. Todos os barcos que navegavam naquelas paragens foram solicitados a prepararem-se para darem assistência.
O capitão autorizou os tripulantes a munirem-se de rações de cigarros e vinho. Só foi possível arriar um pequeno escaler pneumático. Os outros do mesmo género e as baleeiras foram arrebatados do “Pamir” pelo mar embravecido. Foi emitido o S.O.S. quando o navio adernou mais ainda, tendo os seus três mastros na água. Os homens que estavam na borda superior da ponte, então quase vertical, tiveram de se atirar ao mar, uns por cima dos outros. O navio imobilizou-se um instante, a seguir voltou-se lentamente e foi para o fundo, arrastando homens entalados no cordame e no velame.
O “Pamir” afundou-se no sábado, 21 do corrente, às 10 horas e 15 minutos (tmg). Os vagalhões chegaram a atingir 12 metros de altura. A água do mar salpicada pelo vento dificultava a respiração.
Havia, no mar, dois escaleres seriamente danificados e outro intacto, no qual 25 homens conseguiram entrar. Alguns sobreviventes nadaram para as duas outras embarcações, que flutuavam dificilmente.
Houve homens que estiveram 54 horas sem beber fosse o que fosse. Cinco tripulantes morreram na baleeira ou atiraram-se ao mar, sem que os companheiros pudessem acudir-lhes. Nas duas primeiras noites depois do naufrágio, vários navios passaram perto dos sobreviventes, que não puderam chamar-lhes a atenção, porque o vento desviava-lhes as vozes. No Domingo, avistaram navios e aviões a certa distância. Pelas 15 horas e 50 minutos, nesse mesmo dia, os sobreviventes enxergaram uma vedeta. Foi então que disseram:
«É preciso que um barco dê connosco – se isso não acontecer hoje morreremos». As nuvens acastelavam-se outra vez, mas não deram importância ao caso, só pensavam que embora a noite estivesse próxima, aquele navio representava para eles a sua derradeira esperança. Os náufragos começaram a andar de um lado para outro, na baleeira, para desentorpecerem as pernas – e foi então – como por milagre – que o “Saxon” emergiu das nuvens baixas, quase em cima deles, rompendo de um arco-íris iluminado pelos últimos raios de sol.
Os náufragos foram recolhidos pelo “Saxon” em 23 do corrente, pelas 16 horas (tmg) e transferidos no mesmo dia às 21 horas e 53 minutos (tmg), para o navio transporte de tropas “Geiger”, onde era possível dar-lhes assistência medica. Agora, estão todos de boa saúde. Um deles, o padeiro de bordo do “Pamir”, Karl Otto Dummer, conta:
«Sendo o mais velho do grupo (24 anos), os outros pediram-me que os chefiasse. Aceitei, mas logo a seguir pedi a Deus em voz alta que fosse juiz de tudo o que eu deveria fazer. Durante todo o drama, não houve pânico a bordo do veleiro, e os rapazes mostraram-se disciplinados».
Os passageiros e tripulantes do “Geiger” cotizaram-se e ofereceram aos náufragos 580 dólares.
«No sábado, 21 de Setembro, o “Pamir” foi avisado com duas horas de antecedência, da chegada do furacão. A tripulação recebeu ordens para preparar o veleiro para o temporal. Uma hora mais tarde, a chuva ainda não começara, mas o vento atingia uma força tal, que a equipa de quarto recebeu instruções para ferrar as velas. A violência do vento era tão grande, que os homens não conseguiram desempenhar a sua função, antes de um mastro ser arrebatado e com ele todo o velame. O veleiro adernou para bombordo a 30 graus, depois a 35 graus e, finalmente, a 40 graus, o máximo que o clinómetro podia indicar. Como a água chegasse à ponte, os tripulantes agruparam-se na borda superior. Quando a inclinação do navio chegou aos 35 graus, o capitão ordenou aos homens que se encontravam no exterior, que pusessem os cintos de salvação. Todos os barcos que navegavam naquelas paragens foram solicitados a prepararem-se para darem assistência.
O capitão autorizou os tripulantes a munirem-se de rações de cigarros e vinho. Só foi possível arriar um pequeno escaler pneumático. Os outros do mesmo género e as baleeiras foram arrebatados do “Pamir” pelo mar embravecido. Foi emitido o S.O.S. quando o navio adernou mais ainda, tendo os seus três mastros na água. Os homens que estavam na borda superior da ponte, então quase vertical, tiveram de se atirar ao mar, uns por cima dos outros. O navio imobilizou-se um instante, a seguir voltou-se lentamente e foi para o fundo, arrastando homens entalados no cordame e no velame.
O “Pamir” afundou-se no sábado, 21 do corrente, às 10 horas e 15 minutos (tmg). Os vagalhões chegaram a atingir 12 metros de altura. A água do mar salpicada pelo vento dificultava a respiração.
Havia, no mar, dois escaleres seriamente danificados e outro intacto, no qual 25 homens conseguiram entrar. Alguns sobreviventes nadaram para as duas outras embarcações, que flutuavam dificilmente.
Houve homens que estiveram 54 horas sem beber fosse o que fosse. Cinco tripulantes morreram na baleeira ou atiraram-se ao mar, sem que os companheiros pudessem acudir-lhes. Nas duas primeiras noites depois do naufrágio, vários navios passaram perto dos sobreviventes, que não puderam chamar-lhes a atenção, porque o vento desviava-lhes as vozes. No Domingo, avistaram navios e aviões a certa distância. Pelas 15 horas e 50 minutos, nesse mesmo dia, os sobreviventes enxergaram uma vedeta. Foi então que disseram:
«É preciso que um barco dê connosco – se isso não acontecer hoje morreremos». As nuvens acastelavam-se outra vez, mas não deram importância ao caso, só pensavam que embora a noite estivesse próxima, aquele navio representava para eles a sua derradeira esperança. Os náufragos começaram a andar de um lado para outro, na baleeira, para desentorpecerem as pernas – e foi então – como por milagre – que o “Saxon” emergiu das nuvens baixas, quase em cima deles, rompendo de um arco-íris iluminado pelos últimos raios de sol.
Os náufragos foram recolhidos pelo “Saxon” em 23 do corrente, pelas 16 horas (tmg) e transferidos no mesmo dia às 21 horas e 53 minutos (tmg), para o navio transporte de tropas “Geiger”, onde era possível dar-lhes assistência medica. Agora, estão todos de boa saúde. Um deles, o padeiro de bordo do “Pamir”, Karl Otto Dummer, conta:
«Sendo o mais velho do grupo (24 anos), os outros pediram-me que os chefiasse. Aceitei, mas logo a seguir pedi a Deus em voz alta que fosse juiz de tudo o que eu deveria fazer. Durante todo o drama, não houve pânico a bordo do veleiro, e os rapazes mostraram-se disciplinados».
Os passageiros e tripulantes do “Geiger” cotizaram-se e ofereceram aos náufragos 580 dólares.
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O sexto sobrevivente vai a caminho de Porto Rico
O sexto sobrevivente vai a caminho de Porto Rico
Santa Maria, 26 – O sexto sobrevivente do navio escola “Pamir”, que foi recolhido por uma canhoneira americana, foi transportado para bordo do “Antilles” que segue ruma para San Juan de Porto Rico, onde deve chegar no dia 29. O náufrago do “Pamir” apresenta fortes queimaduras, em consequência da água salgada.
As buscas continuaram durante todo o dia de hoje, mas com menos incremento, estando quase perdidas todas as esperanças de encontrar os restantes náufragos. Informações não confirmadas dizem que o Ministério da Marinha Alemã, teria pedido para que os aviões das forças aéreas americanas continuassem por mais dois dias na área, onde se afundou o navio-escola “Pamir”.
As buscas continuaram durante todo o dia de hoje, mas com menos incremento, estando quase perdidas todas as esperanças de encontrar os restantes náufragos. Informações não confirmadas dizem que o Ministério da Marinha Alemã, teria pedido para que os aviões das forças aéreas americanas continuassem por mais dois dias na área, onde se afundou o navio-escola “Pamir”.
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Foram vistas duas embarcações do “Pamir”, mas sem ninguém a bordo
Foram vistas duas embarcações do “Pamir”, mas sem ninguém a bordo
Londres 26 – «Foram vistas duas embarcações do “Pamir”, na terça-feira à tarde, mas não havia ninguém a bordo», declarou esta noite ao chegar ao aeródromo de Blackbushe, o tenente-coronel Bressan, que dirigiu as operações de salvamento, que partiram da base nos Açores. O tenente-coronel Bressan acrescentou que não pensava que haja sobreviventes, mas que de qualquer maneira as pesquisas vão continuar. Disse ter visto ontem um corpo a flutuar de tal forma mutilado pelos tubarões, que foi impossível resgatá-lo.
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O Governo de Bona pediu às forças navais americanas,
para não abandonarem as pesquisas
O Governo de Bona pediu às forças navais americanas,
para não abandonarem as pesquisas
Bona, 26 – O Governo de Bona interveio hoje junto das forças navais americanas para que seja posta de parte a decisão de abandonar as pesquisas, na região do Atlântico onde naufragou o “Pamir”.
A pedido do Ministério Federal dos Transportes, o vice-almirante Friedrich Ruge, inspector-geral da frota alemã, fez uma diligência neste sentido, junto do adido militar americano em Bona. Crêem nos meios alemães, que restam ainda possibilidades de encontrar náufragos com vida, desejando que os navios e aviões, que procedem nas buscas, não sejam ainda chamados às bases.
A pedido do Ministério Federal dos Transportes, o vice-almirante Friedrich Ruge, inspector-geral da frota alemã, fez uma diligência neste sentido, junto do adido militar americano em Bona. Crêem nos meios alemães, que restam ainda possibilidades de encontrar náufragos com vida, desejando que os navios e aviões, que procedem nas buscas, não sejam ainda chamados às bases.
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Não se perderam as esperanças de haver sobreviventes
Não se perderam as esperanças de haver sobreviventes
Hamburgo, 26 – As autoridades alemães ainda não abandonaram por completo a esperança de haver sobreviventes do “Pamir”: na noite de ontem para hoje, os navios alemães foram convidados pelo Ministério dos Transportes Federal a continuarem as pesquisas.
Entretanto, as probabilidades de encontrar vivos outros tripulantes daquele navio-escola alemão são muito escassas. Foi dado conhecimento em Hamburgo, que os navios de guerra americanos, que tomaram parte na procura de eventuais sobreviventes, receberam ordens para abandonar as operações.
(In jornal “Comércio do Porto”, sexta-feira, 27 de Setembro de 1957)
Entretanto, as probabilidades de encontrar vivos outros tripulantes daquele navio-escola alemão são muito escassas. Foi dado conhecimento em Hamburgo, que os navios de guerra americanos, que tomaram parte na procura de eventuais sobreviventes, receberam ordens para abandonar as operações.
(In jornal “Comércio do Porto”, sexta-feira, 27 de Setembro de 1957)
Imagem do navio-escola "Pamir"
Foto da colecção Thyssen Krup
Foto da colecção Thyssen Krup
Perderam-se todas as esperanças de encontrar
mais sobreviventes do “Pamir”
mais sobreviventes do “Pamir”
Londres, 27 - «Perdemos praticamente todas as esperanças de encontrar novos sobreviventes do “Pamir”» anunciou o comandante E. Winchester, que dirige as operações de salvamento a partir do aeródromo das Lages, nos Açores. No entanto, a pedido do Governo Alemão, a procura continuará até amanhã à noite com dois aviões e seis navios. Localizado o ponto exacto do naufrágio, as pesquisas concentram-se agora numa zona mais reduzida, de 250 quilómetros quadrados, com o centro aproximadamente a 35 graus de latitude Norte e 40 graus de longitude Oeste.
(In jornal “Comércio do Porto”, sábado, 28 de Setembro de 1957)
(In jornal “Comércio do Porto”, sábado, 28 de Setembro de 1957)
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