domingo, 11 de outubro de 2015

História trágico-marítima (CLXV)


O naufrágio do iate "Maria do Céu"

Notícias marítimas
Vapor em perigo
O vapor grego “Elisabeth” pediu socorro na latitude 47º20’N e longitude 23º40’W. (a)
(a) O vapor grego “Elisavet” (1922-1931) era propriedade da firma A. & C. Mazarakis, encontrando-se registado no porto da ilha grega de Cefalónia. Tinha 3.553 toneladas de arqueação bruta e 110 metros de comprimento.
Escuna a arder
Aviso dado à navegação pelo vapor inglês “Sheaf Brook” (b):
- A escuna portuguesa “Maria do Céu”, abandonada na latitude 39º50’N e longitude 09º09’W está a arder e revela-se um perigo para a navegação.
(In jornal “Comércio do Porto”, sexta, 19 de Novembro de 1926)
(b) O vapor inglês “Sheaf Brook” (1924-1935) era propriedade da firma W.A. Souter & C.ª Ltd., encontrando-se registado no porto de Newcastle. Tinha 2.178 toneladas de arqueação bruta e 87 metros de comprimento.

Desenho sem correspondência ao texto

Escuna incendiada
Como previamente noticiado a escuna portuguesa “Maria do Céu” encontrava-se abandonada e a arder na latitude 39º50’N e longitude 09º09’W. Em seu socorro foi o vapor inglês “Sheaf Brook”, salvando a tripulação, que se encontrava nos escaleres. A escuna pertencia à firma portuense Teixeira Rodrigues & Cª., Lda.
(In jornal “Comércio do Porto”, sábado, 20 Novembro de 1926)

Características do iate “Maria do Céu”
1924-1926
Nº Oficial: E-183 - Iic: H.M.C.E. - Porto de registo: Porto
Armador: Teixeira Rodrigues & Cª., Lda., Porto
Construtor: Joaquim Dias Ministro, Murtosa, Aveiro, 1921
ex “Ligeiro”, Empresa Boa União, Lda., Aveiro, 1921-1924
Arqueação: Tab 127,37 tons - Tal 121,00 tons
Dimensões: Pp 32,50 mts - Boca 7,50 mts - Pontal 3,00 mts
Propulsão: À vela
Confirma-se o naufrágio do iate “Maria do Céu”, no dia 18 de Novembro de 1926, por motivo de alquebramento. A tripulação pegou fogo ao navio, na intenção de acelerar o seu afundamento, para dessa forma evitar que o casco se revelasse uma ameaça para a navegação.

Sem comentários: