quinta-feira, 22 de outubro de 2015

História trágico-marítima (CLXIX)


O naufrágio do caíque S. João

Tripulantes salvos – Os náufragos vem para Leixões
Pouco antes das 10 horas da manhã, de ontem, entrou no porto de Leixões o vapor de pesca francês “Stella 2.º”, conduzindo cinco tripulantes do caíque português “S. João” que, tendo apanhado forte temporal, naufragara ante-ontem a 20 milhas do Cabo Mondego, sendo toda a tripulação salva pelo navio francês.
O caíque “S. João”, que se afundou, por ter água aberta, seguia de S. Martinho do Porto, com um carregamento de fruta para o Algarve, a cuja praça pertence.
O “Stella 2.º” veio de propósito a Leixões deixar os náufragos, que deverão seguir para o Algarve.
(In jornal “Comércio do Porto”, quinta, 7 de Outubro de 1920)

Não foram encontrados detalhes deste navio, além das informações que se apreciam referidas nos textos das notícias.

Um naufrágio – Para o hospital
Foi ontem transportado para o hospital da Misericórdia, onde ficou em tratamento na enfermaria n.º 3, o marítimo José Lopes Casaca, de 43 anos, casado, natural de Olhão, que num naufrágio, além de ficar contuso pelo corpo, fôra vitima de congestão.
Este marítimo é o proprietário e mestre do caíque português “S. João”, que naufragou, na terça-feira última, a 20 milhas do Cabo Mondego, devido ao forte temporal que apanhara.
Como foi previamente dito, os náufragos, em número de cinco, foram salvos pelo vapor de pesca francês “Stella 2.º”, que os trouxe para o porto de Leixões.
(In jornal “Comércio do Porto”, Domingo, 10 de Outubro de 1920)

Morte de um náufrago
No hospital da Misericórdia morreu ontem o marítimo José Lopes Casaca, de 43 anos, casado, natural de Olhão.
Este individuo era o proprietário e mestre do caíque português “S. João”, que na noite de 5 do mês findo, tendo apanhado forte temporal próximo do Cabo Mondego, naufragara, vindo os seus cinco tripulantes para Leixões a bordo do vapor de pesca francês “Stella 2.º”, que os socorreu.
O caíque “S. João” pertencia à praça do Algarve.
O José Lopes Casaca, tendo andado muito tempo na água, foi vítima de uma congestão, que o obrigou a recolher ao referido hospital.
(In jornal “Comércio do Porto”, quarta, 20 de Outubro de 1920)

Sem comentários: