Histórico comercial do navio
Ano de 1940, aos vinte e dois dias do mês de Fevereiro, nesta Capitania do Porto, achando-se presente o capitão do porto do Porto, CMG António Afonso de Carvalho, e o escrivão da referida Capitania do porto, 1ºTen A/M António Brandão dos Santos, foi apresentado pela Sociedade de Navegação Sagres, Lda., donos do dito navio, um requerimento no qual pedem para ser feito o registo de propriedade deste lugre, por desejarem empregá-lo no comércio marítimo de longo curso, excluindo as ilhas adjacentes e colónias, juntando para o efeito os documentos constantes do artigo sessenta e sete do regulamento geral das capitanias, aprovado por decreto de 1 de Dezembro de 1892, ficando arquivados nesta repartição, em cujo teor se depreende o seguinte:
- Que este navio era o lugre “Corça”, construído de madeira na Figueira da Foz, no ano de 1919, achando-se registado na capitania de Lisboa a folhas 28 do livro 16 respectivo, com o número oficial 476-F a favor da Parceria Geral de Pescarias.
- Que foi adquirido pela Companhia de Pesca Transatlântica, Lda., com sede na cidade do Porto, pela quantia de duzentos e cinquenta mil escudos (250.000$00) e registado para se empregar na pesca longínqua, nos termos da alínea d) do art.º 3.º do Decreto n.º 24.235, de 27 de Julho de 1934, sendo a sua propulsão à vela.
- Que ficou registado a favor da referida Companhia de Pesca Transatlântica, Lda., com o nome “Granja”, na Capitania do porto de Lisboa, a folhas 72 do livro 16 respectivo, sob o n.º G-371.
- Que em 1 de Junho de 1938 transferiu o seu registo para a Capitania do porto da cidade do Porto, continuando propriedade da mesma Companhia de Pesca Transatlântica. Lda., e registado sob o n.º C-122 a folhas 183 do livro 8KK. Possui um motor diesel Deutz a 4 tempos, de 10 HP para as manobras; um semi-diesel marca NK para accionamento do molinete da amarra, de 10 HP e um motor propulsor semi-diesel, da marca Otto Deutz, de 4 cilindros, de 150 HP, a 400 rotações por minuto.
- Por escritura lavrada no notário Artur da Silva Lemos, no dia 20 do mês de Fevereiro de 1940, foi este lugre adquirido à Companhia de Pesca Transatlântica. Lda., pela Sociedade de Navegação Sagres, Lda., com sede na rua de Sousa Viterbo, n.º 36-1.º, na cidade do Porto, pela quantia de oitocentos e cinquenta mil escudos (850.000$00). Conforme nota da marinha mercante, ficou autorizado a manter a mesma denominação de “Granja” e o mesmo distintivo visual.
Ano de 1940, aos vinte e dois dias do mês de Fevereiro, nesta Capitania do Porto, achando-se presente o capitão do porto do Porto, CMG António Afonso de Carvalho, e o escrivão da referida Capitania do porto, 1ºTen A/M António Brandão dos Santos, foi apresentado pela Sociedade de Navegação Sagres, Lda., donos do dito navio, um requerimento no qual pedem para ser feito o registo de propriedade deste lugre, por desejarem empregá-lo no comércio marítimo de longo curso, excluindo as ilhas adjacentes e colónias, juntando para o efeito os documentos constantes do artigo sessenta e sete do regulamento geral das capitanias, aprovado por decreto de 1 de Dezembro de 1892, ficando arquivados nesta repartição, em cujo teor se depreende o seguinte:
- Que este navio era o lugre “Corça”, construído de madeira na Figueira da Foz, no ano de 1919, achando-se registado na capitania de Lisboa a folhas 28 do livro 16 respectivo, com o número oficial 476-F a favor da Parceria Geral de Pescarias.
- Que foi adquirido pela Companhia de Pesca Transatlântica, Lda., com sede na cidade do Porto, pela quantia de duzentos e cinquenta mil escudos (250.000$00) e registado para se empregar na pesca longínqua, nos termos da alínea d) do art.º 3.º do Decreto n.º 24.235, de 27 de Julho de 1934, sendo a sua propulsão à vela.
- Que ficou registado a favor da referida Companhia de Pesca Transatlântica, Lda., com o nome “Granja”, na Capitania do porto de Lisboa, a folhas 72 do livro 16 respectivo, sob o n.º G-371.
- Que em 1 de Junho de 1938 transferiu o seu registo para a Capitania do porto da cidade do Porto, continuando propriedade da mesma Companhia de Pesca Transatlântica. Lda., e registado sob o n.º C-122 a folhas 183 do livro 8KK. Possui um motor diesel Deutz a 4 tempos, de 10 HP para as manobras; um semi-diesel marca NK para accionamento do molinete da amarra, de 10 HP e um motor propulsor semi-diesel, da marca Otto Deutz, de 4 cilindros, de 150 HP, a 400 rotações por minuto.
- Por escritura lavrada no notário Artur da Silva Lemos, no dia 20 do mês de Fevereiro de 1940, foi este lugre adquirido à Companhia de Pesca Transatlântica. Lda., pela Sociedade de Navegação Sagres, Lda., com sede na rua de Sousa Viterbo, n.º 36-1.º, na cidade do Porto, pela quantia de oitocentos e cinquenta mil escudos (850.000$00). Conforme nota da marinha mercante, ficou autorizado a manter a mesma denominação de “Granja” e o mesmo distintivo visual.
Foto do lugre "Granja" no rio Douro
Imagem de autor desconhecido
Características do lugre “Granja”
1940-1941
Imagem de autor desconhecido
Características do lugre “Granja”
1940-1941
Armador: Sociedade de Navegação Sagres, Lda., Porto
Nº Oficial: C-122 - Iic: C.S.F.X. - Porto de registo: Porto
Construtor: Sebastião Gonçalves Amaro, F. Foz, 23.11.1918
ex “Sagres”, Empresa Industrial Figueirense, 1918-1922
ex “Guerra IIº”, Nunes, Guerra & Cª., Lda., Aveiro, 1922-1933
ex “Corça”, Parceria Geral de Pescarias, Lisboa, 1933-1937
Arqueação: Tab 283,48 t - 802, 825 m3 - Tal 194,56 t - 550,986 m3
Dimensões: Pp 39,27 mts - Boca 8,85 mts - Pontal 4,04 mts
Equipagem: 12 tripulantes
Nº Oficial: C-122 - Iic: C.S.F.X. - Porto de registo: Porto
Construtor: Sebastião Gonçalves Amaro, F. Foz, 23.11.1918
ex “Sagres”, Empresa Industrial Figueirense, 1918-1922
ex “Guerra IIº”, Nunes, Guerra & Cª., Lda., Aveiro, 1922-1933
ex “Corça”, Parceria Geral de Pescarias, Lisboa, 1933-1937
Arqueação: Tab 283,48 t - 802, 825 m3 - Tal 194,56 t - 550,986 m3
Dimensões: Pp 39,27 mts - Boca 8,85 mts - Pontal 4,04 mts
Equipagem: 12 tripulantes
Navio de 3 mastros, tinha proa de beque, popa redonda, convés com salto à ré, 1 pavimento e a carena forrada com cobre.
O lugre perde-se por naufrágio no dia 23 de Julho de 1941.
O naufrágio do lugre “Granja” na Terra Nova
Os seus tripulantes chegam em breve a Lisboa
O lugre perde-se por naufrágio no dia 23 de Julho de 1941.
O naufrágio do lugre “Granja” na Terra Nova
Os seus tripulantes chegam em breve a Lisboa
Está confirmado em absoluto o afundamento do lugre “Granja”, da Sociedade de Navegação Sagres, do Porto, sinistro ocorrido quando aquele lugre chegava à Terra nova. Por informações chegadas aos seus agentes em Lisboa, salvou-se a sua tripulação composta de 12 homens, incluindo o seu capitão Manuel S. Marques.
Aquele lugre andou nestes últimos tempos a fazer o transporte de mercadorias entre Lisboa e Génova, arvorando o pavilhão da Cruz vermelha Internacional. Em Abril último teve uma viagem acidentada durante a qual dois dos seus tripulantes perderam a vida, em pleno Mediterrâneo, arrastados pelas ondas, que varriam o convés de lado a lado. Nessa mesma viagem, o navio esteve prestes a perder-se num encalhe perto de Gibraltar.
O lugre tinha há poucos dias deixado de fazer essas viagens, para se entregar à missão de carregar bacalhau para Lisboa. A sua tarefa, portanto, consistia em trazer para Portugal o bacalhau que os outros lugres pescavam nos bancos.
O sinistro, ocorreu precisamente quando o navio chegava à Terra Nova e deu-se em consequência do lugre, devido ao nevoeiro, ter chocado com uma rocha. Os seus tripulantes chegam brevemente a Lisboa.
(In jornal “Comércio do Porto”, sexta, 25 de Julho de 1941)
Aquele lugre andou nestes últimos tempos a fazer o transporte de mercadorias entre Lisboa e Génova, arvorando o pavilhão da Cruz vermelha Internacional. Em Abril último teve uma viagem acidentada durante a qual dois dos seus tripulantes perderam a vida, em pleno Mediterrâneo, arrastados pelas ondas, que varriam o convés de lado a lado. Nessa mesma viagem, o navio esteve prestes a perder-se num encalhe perto de Gibraltar.
O lugre tinha há poucos dias deixado de fazer essas viagens, para se entregar à missão de carregar bacalhau para Lisboa. A sua tarefa, portanto, consistia em trazer para Portugal o bacalhau que os outros lugres pescavam nos bancos.
O sinistro, ocorreu precisamente quando o navio chegava à Terra Nova e deu-se em consequência do lugre, devido ao nevoeiro, ter chocado com uma rocha. Os seus tripulantes chegam brevemente a Lisboa.
(In jornal “Comércio do Porto”, sexta, 25 de Julho de 1941)
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