O abalroamento da galera-transporte "Pero de Alenquer"
Lisboa, 11 de Abril - Hoje, ao anoitecer, o transporte “Pero de Alenquer” foi avistado do Cabo Espichel, pedindo socorro, em virtude de ter abalroado com um navio inglês.
Saíram do Tejo alguns rebocadores em seu auxílio.
Lisboa, 11 de Abril - O paquete “Chili”, vindo do Brasil e entrado hoje no Tejo pelas 5 horas da tarde, é que informou achar-se o transporte “Pero de Alenquer” perto do Cabo Espichel com água aberta, em consequência de ter sido abalroado na noite passada com um navio inglês.
Os rebocadores “Bérrio” e “Lidador” e o vapor nº 2 da Alfândega saíram ao encontro do transporte; mas até agora ignora-se o que terá sucedido.
Vem da Índia o “Pero de Alenquer” com 94 dias de viagem, não tendo tocado em nenhum porto. Conduz um carregamento de teca, sendo comandado pelo 1º tenente Macieira.
Lisboa, 12 de Abril - Até à 1 hora e meia não se sabia se fôra encontrado o transporte “Pero de Alenquer”. O vapor “Chili” não lhe deu reboque porque de bordo do transporte lhe foi declarado não precisar dele. Apenas lhe pediu que avisasse a estação competente logo que entrasse no Tejo. A maior avaria no transporte é um rombo na proa, abaixo da linha de água. Os vapores de pesca que regressaram ontem de tarde não o viram, presumindo que virasse de bordo, pois que o vento soprava forte, do norte.
(In jornal “Comércio do Porto”, quarta-feira, 12 de Abril de 1899)
Saíram do Tejo alguns rebocadores em seu auxílio.
Lisboa, 11 de Abril - O paquete “Chili”, vindo do Brasil e entrado hoje no Tejo pelas 5 horas da tarde, é que informou achar-se o transporte “Pero de Alenquer” perto do Cabo Espichel com água aberta, em consequência de ter sido abalroado na noite passada com um navio inglês.
Os rebocadores “Bérrio” e “Lidador” e o vapor nº 2 da Alfândega saíram ao encontro do transporte; mas até agora ignora-se o que terá sucedido.
Vem da Índia o “Pero de Alenquer” com 94 dias de viagem, não tendo tocado em nenhum porto. Conduz um carregamento de teca, sendo comandado pelo 1º tenente Macieira.
Lisboa, 12 de Abril - Até à 1 hora e meia não se sabia se fôra encontrado o transporte “Pero de Alenquer”. O vapor “Chili” não lhe deu reboque porque de bordo do transporte lhe foi declarado não precisar dele. Apenas lhe pediu que avisasse a estação competente logo que entrasse no Tejo. A maior avaria no transporte é um rombo na proa, abaixo da linha de água. Os vapores de pesca que regressaram ontem de tarde não o viram, presumindo que virasse de bordo, pois que o vento soprava forte, do norte.
(In jornal “Comércio do Porto”, quarta-feira, 12 de Abril de 1899)
Imagem da galera-transporte "Pero de Alenquer"
Foto de autor desconhecido - Revista da Armada
Foto de autor desconhecido - Revista da Armada
Características da barca construída em ferro “Kinfauns”,
identificada como responsável pelo abalroamento
identificada como responsável pelo abalroamento
Nº Oficial: N/a - Iic: K.J.C.N. - Porto de registo: Dundee
Armador: J. Couper, Dundee, Escócia
Construtor: A. Stephen & Sons, Glasgow, 09.1886
Arqueação Tab 1.001,00 tons - Tal 981,00 tons
Dimensões: Pp 62,18 mts - Boca 10,49 mts - Pontal 5,99 mts
Propulsão: À vela
Armador: J. Couper, Dundee, Escócia
Construtor: A. Stephen & Sons, Glasgow, 09.1886
Arqueação Tab 1.001,00 tons - Tal 981,00 tons
Dimensões: Pp 62,18 mts - Boca 10,49 mts - Pontal 5,99 mts
Propulsão: À vela
Transporte “Pero de Alenquer”
Lisboa, 13 de Abril - Foi levantada a quarentena ao “Pero de Alenquer”, que amanhã, se o tempo permitir, virá para o Tejo rebocado pelos vapores “Bérrio” e “Lidador”.
O comandante do “Pero de Alenquer” mandou à direcção de marinha informações circunstanciadas sobre o abalroamento que sofreu e que ocorreu na noite de 5 do corrente, pelas 2 horas da madrugada.
O “Pero de Alenquer” navegava à bolina a 28 milhas dos Açores, quando sobre ele, por circunstância ainda desconhecida, veio a barca inglesa “Kinfauns”, procedente de Londres e com destino à Madeira e a qual não deu tempo ao navio português senão para orçar, a fim de evitar ser abalroado por través.
Por este modo se explica porque o rombo foi na amurada de estibordo, acima da linha de flutuação e avante da quartelada. A barca inglesa desarvorou, ficando sem o mastro do traquete e o gurupés.
Quanto ao “Pero de Alenquer” perdeu o pau da bujarrona e teve o pano todo rasgado. Durante a noite de 6 o comandante do transporte, o 1º tenente sr. Macieira, pôde fazer reparar algumas avarias sofridas, mas não evitar que o navio metesse água, apesar de navegar com âncora a estibordo.
(In jornal “Comércio do Porto”, sexta-feira, 14 de Abril de 1899)
O comandante do “Pero de Alenquer” mandou à direcção de marinha informações circunstanciadas sobre o abalroamento que sofreu e que ocorreu na noite de 5 do corrente, pelas 2 horas da madrugada.
O “Pero de Alenquer” navegava à bolina a 28 milhas dos Açores, quando sobre ele, por circunstância ainda desconhecida, veio a barca inglesa “Kinfauns”, procedente de Londres e com destino à Madeira e a qual não deu tempo ao navio português senão para orçar, a fim de evitar ser abalroado por través.
Por este modo se explica porque o rombo foi na amurada de estibordo, acima da linha de flutuação e avante da quartelada. A barca inglesa desarvorou, ficando sem o mastro do traquete e o gurupés.
Quanto ao “Pero de Alenquer” perdeu o pau da bujarrona e teve o pano todo rasgado. Durante a noite de 6 o comandante do transporte, o 1º tenente sr. Macieira, pôde fazer reparar algumas avarias sofridas, mas não evitar que o navio metesse água, apesar de navegar com âncora a estibordo.
(In jornal “Comércio do Porto”, sexta-feira, 14 de Abril de 1899)
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