sexta-feira, 31 de março de 2017

História trágico-marítima (CCVIII)


O encalhe do vapor “Biela” na barra de Lisboa

Encalhou hoje, ao fim da tarde, à entrada da barra, em resultado do cerrado nevoeiro, o vapor inglês “Biela”, da praça de Liverpool.
Foram prestados os primeiros socorros pelo vapor de pilotos, até à chegada de quatro rebocadores portugueses e um dinamarquês - (eventualmente o “Valkyrien) -, que estão a empregar todos os esforços para proceder ao desencalhe.
Os rebocadores trabalham durante a noite, calculando-se que às 3 horas da manhã o vapor possa ficar em estado de navegar.
(In jornal “Comércio do Porto”, Domingo, 9 de Novembro de 1924)

Imagem do vapor “Biela”, de autor desconhecido
Foto da colecção de Library of Contemporary History, Estugarda

Características do vapor “Biela”
1919 - 1942
Nº Oficial: N/s - Iic:J.V.F.Q. - Porto de registo: Liverpool
Armador: Lamport & Holt Ltd., Liverpool, Inglaterra
Construtor: Short Brothers Ltd., Sunderland, Setembro, 1918
Ex “War Mastiff” - Governo Inglês, 1918-1919
Arqueação: Tab 5.298,00 tons - Tal 3.218,00 tons
Dimensões: Pp 122,00 mts - Boca 15,95 mts - Pontal 8,66 mts
Propulsão: N.E. Marine Engineering - 1:Te - 3:Ci - 517 Nhp
Equipagem: 44 tripulantes
O navio perde-se por afundamento em pleno Atlântico, devido ao ataque que lhe foi movido pelo submarino alemão U-98, em 15 de Fevereiro de 1942, quando em viagem de Liverpool para Buenos Aires, com carga geral, tendo morrido os 50 tripulantes que se encontravam a bordo.

O encalhe do “Biela”
O vapor “Biela” que encalhara ante-ontem devido ao densíssimo nevoeiro, a duas milhas de S. Julião da Barra, conseguiu safar-se esta manhã, indo fundear em frente do Bom Sucesso, com o auxílio do rebocador dinamarquês.
(In jornal “Comércio do Porto”, terça, 11 de Setembro de 1924)

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