O contra-torpedeiro "Dão"
O lançamento do “Dão” será radiodifundido
pela Emissora Nacional
É depois de amanhã que se realiza, pelas 17 horas, nos estaleiros da Sociedade de Construções Navais, a cerimónia do lançamento à água do novo contra-torpedeiro “Dão”.
A partir das 16 e 30 a Emissora Nacional estará ligada aos estaleiros para fazer a transmissão dos discursos e de toda a cerimónia.
(In jornal “Comércio do Porto”, sexta, 27 de Julho de 1934)
(In jornal “Comércio do Porto”, sexta, 27 de Julho de 1934)
Foto do contra-torpedeiro "Dão" de autor desconhecido
Minha colecção
Ressurgimento da Marinha de Guerra Portuguesa
Foi hoje lançado à água o contra-torpedeiro “Dão”
Minha colecção
Ressurgimento da Marinha de Guerra Portuguesa
Foi hoje lançado à água o contra-torpedeiro “Dão”
Revestiu-se de grande brilhantismo a cerimónia, que hoje se realizou para o lançamento à água do contra-torpedeiro “Dão”, nos estaleiros da Sociedade de Construções Navais.
Milhares de pessoas acorreram ao vasto recinto, que se encheu completamente, sendo rigoroso o serviço de Polícia, em face do grande número de convidados.
A partir das 15 horas, a multidão começou a entrar nos estaleiros. Ao longo da carreira onde o novo navio de guerra aguardava embandeirado em arco, à hora do lançamento, formou uma companhia do Corpo de Marinheiros da Armada, com a banda da Marinha, para prestar honras. Em outros locais viam-se as bandas de Caçadores 5, de Sapadores de Caminho-de-ferro e da Escola Profissional D. Maria Pia.
Em talhões reservados agrupavam-se delegações de vanguardistas e o Orfeão Académico de Lisboa, bem como outros estudantes.
As entidades estiveram presentes em grande número; Oficiais Generais da Armada e do Exército, funcionalismo superior, União Nacional, organismos económicos, etc. Entre a assistência viam-se centenas de senhoras e muitos oficias uniformizados.
Pouco depois das 16 horas foram encerrados os portões dos estaleiros, a fim de ser feita a conveniente arrumação do povo nos recintos disponíveis.
Nessa altura já se encontravam presentes os membros do governo, que aguardavam junto da tribuna de honra a chegada do sr. presidente do ministério. Com o governo estavam também os srs. engenheiro Maurício Tabar, director da Sociedade de Construções Navais e António Ferro, director do Secretariado da Propaganda, departamento que organizou a cerimónia.
O sr. dr. Oliveira Salazar chegou pouco antes das 17 horas, recebendo as honras da ordenança e subindo imediatamente para a tribuna de honra a fim de dar ao “Dão” o tradicional impulso.
O chefe do Governo fez, nesta altura, ao microfone da Emissora Nacional, o seguinte discurso:
A oferta do Governo à Nação, presente de operários portugueses aos seus irmãos marinheiros, mais um navio da Armada que vai começar a sua vida de mar, não deixemos que as águas o beijem sem que algumas gotas de vinho do Dão, de que leva o nome e o sentimento bem portugueses, correm em sinal de alegria e sinceridade, por onde um ano de árduo trabalho já fez correr o suor de portugueses também. Assim, pouco a pouco, a pano lento mas firme reentramos dentro do possível para bem da tradição.
Antes que enfunassem com o vento, rasgassem as águas patrióticas, vicejaram na nossa terra, cresceram pelos vales e encostas as velas, os mastros, as quilhas das naus que deram voltas ao mundo.
Glória ao Trabalho Nacional! Glória à Armada Portuguesa! Glória a Portugal!
Em seguida quebrou uma garrafa de vinho do Dão e o navio deslizou pela carreira, por entre manifestações de regozijo.
O “Carvalho Araújo”, que seguiu para o Porto, salvou com 21 tiros a nova unidade da Marinha de Guerra. O Orfeão Académico cantou no final uma estrofe dos «Lusíadas».
Milhares de pessoas acorreram ao vasto recinto, que se encheu completamente, sendo rigoroso o serviço de Polícia, em face do grande número de convidados.
A partir das 15 horas, a multidão começou a entrar nos estaleiros. Ao longo da carreira onde o novo navio de guerra aguardava embandeirado em arco, à hora do lançamento, formou uma companhia do Corpo de Marinheiros da Armada, com a banda da Marinha, para prestar honras. Em outros locais viam-se as bandas de Caçadores 5, de Sapadores de Caminho-de-ferro e da Escola Profissional D. Maria Pia.
Em talhões reservados agrupavam-se delegações de vanguardistas e o Orfeão Académico de Lisboa, bem como outros estudantes.
As entidades estiveram presentes em grande número; Oficiais Generais da Armada e do Exército, funcionalismo superior, União Nacional, organismos económicos, etc. Entre a assistência viam-se centenas de senhoras e muitos oficias uniformizados.
Pouco depois das 16 horas foram encerrados os portões dos estaleiros, a fim de ser feita a conveniente arrumação do povo nos recintos disponíveis.
Nessa altura já se encontravam presentes os membros do governo, que aguardavam junto da tribuna de honra a chegada do sr. presidente do ministério. Com o governo estavam também os srs. engenheiro Maurício Tabar, director da Sociedade de Construções Navais e António Ferro, director do Secretariado da Propaganda, departamento que organizou a cerimónia.
O sr. dr. Oliveira Salazar chegou pouco antes das 17 horas, recebendo as honras da ordenança e subindo imediatamente para a tribuna de honra a fim de dar ao “Dão” o tradicional impulso.
O chefe do Governo fez, nesta altura, ao microfone da Emissora Nacional, o seguinte discurso:
A oferta do Governo à Nação, presente de operários portugueses aos seus irmãos marinheiros, mais um navio da Armada que vai começar a sua vida de mar, não deixemos que as águas o beijem sem que algumas gotas de vinho do Dão, de que leva o nome e o sentimento bem portugueses, correm em sinal de alegria e sinceridade, por onde um ano de árduo trabalho já fez correr o suor de portugueses também. Assim, pouco a pouco, a pano lento mas firme reentramos dentro do possível para bem da tradição.
Antes que enfunassem com o vento, rasgassem as águas patrióticas, vicejaram na nossa terra, cresceram pelos vales e encostas as velas, os mastros, as quilhas das naus que deram voltas ao mundo.
Glória ao Trabalho Nacional! Glória à Armada Portuguesa! Glória a Portugal!
Em seguida quebrou uma garrafa de vinho do Dão e o navio deslizou pela carreira, por entre manifestações de regozijo.
O “Carvalho Araújo”, que seguiu para o Porto, salvou com 21 tiros a nova unidade da Marinha de Guerra. O Orfeão Académico cantou no final uma estrofe dos «Lusíadas».
Telegramas de saudação
A propósito do lançamento ao mar do contra-torpedeiro “Dão”, o sr. presidente do Conselho recebeu hoje o seguinte telegrama:
Santa Comba – Ao ser lançado à água o contra-torpedeiro “Dão”, a Câmara Municipal de Santa Comba Dão, saúda em Vª.Exª. o português ilustre, a quem a Pátria tanto deve e faz votos para que a obra de ressurgimento integral à qual Vª.Exª. consagra todo o esforço da sua vida tenha plena realização.
O presidente da Câmara (a) Alfredo Ferrão
Santa Comba Dão – No dia jubiloso do lançamento ao mar do contra-torpedeiro “Dão”, nome que lhe foi dado como justa homenagem aos altos méritos, virtudes, serviços patrióticos e relevantes de Vª.Exª. – A bem da Nação, a Associação Comercial e Industrial de Santa Comba Dão tem a honra de apresentar a Vª.Exª. as suas respeitosas saudações e cumprimentos.
Pela direcção (a) Caetano Figueiredo
Viseu – Excelência - Na ocasião em que é lançada ao mar a nova unidade da nossa marinha, que ostentará o nome de um rio da nossa Beira, a Associação Comercial e Industrial de Viseu congratula-se por tal facto e apresenta a Vª.Exª. os seus melhores cumprimentos de homenagem.
Pela direcção (a) Mário Marques, presidente
(In jornal “Comércio do Porto”, Domingo, 29 de Julho de 1934)
Nova unidade naval - O contra-torpedeiro "Dão"
A propósito do lançamento ao mar do contra-torpedeiro “Dão”, o sr. presidente do Conselho recebeu hoje o seguinte telegrama:
Santa Comba – Ao ser lançado à água o contra-torpedeiro “Dão”, a Câmara Municipal de Santa Comba Dão, saúda em Vª.Exª. o português ilustre, a quem a Pátria tanto deve e faz votos para que a obra de ressurgimento integral à qual Vª.Exª. consagra todo o esforço da sua vida tenha plena realização.
O presidente da Câmara (a) Alfredo Ferrão
Santa Comba Dão – No dia jubiloso do lançamento ao mar do contra-torpedeiro “Dão”, nome que lhe foi dado como justa homenagem aos altos méritos, virtudes, serviços patrióticos e relevantes de Vª.Exª. – A bem da Nação, a Associação Comercial e Industrial de Santa Comba Dão tem a honra de apresentar a Vª.Exª. as suas respeitosas saudações e cumprimentos.
Pela direcção (a) Caetano Figueiredo
Viseu – Excelência - Na ocasião em que é lançada ao mar a nova unidade da nossa marinha, que ostentará o nome de um rio da nossa Beira, a Associação Comercial e Industrial de Viseu congratula-se por tal facto e apresenta a Vª.Exª. os seus melhores cumprimentos de homenagem.
Pela direcção (a) Mário Marques, presidente
(In jornal “Comércio do Porto”, Domingo, 29 de Julho de 1934)
Nova unidade naval - O contra-torpedeiro "Dão"
Deve efectuar-se no fim da corrente semana, possívelmente no sábado, a cerimónia da entrega do navio ao governo e da incorporação na esquadra do novo contra-torpedeiro "Dão".
A bordo haverá a formatura regulamentar à leitura dos documentos oficiais respeitantes ao acto e no final será içada, com todas as honras militares a bandeira nacional, seguindo depois o navio da muralha dos estaleiros para o quadro dos navios de guerra.
(In jornal “Comércio do Porto”, terça, 18 de Dezembro de 1934)
A bordo haverá a formatura regulamentar à leitura dos documentos oficiais respeitantes ao acto e no final será içada, com todas as honras militares a bandeira nacional, seguindo depois o navio da muralha dos estaleiros para o quadro dos navios de guerra.
(In jornal “Comércio do Porto”, terça, 18 de Dezembro de 1934)
Nova unidade naval
O contra-torpedeiro “Dão”
O contra-torpedeiro “Dão”
Foi assinada uma portaria que manda passar a completo armamento com lotação provisória o novo contra-torpedeiro “Dão”, a qual se compõe de um comandante, capitão-de-fragata Moura Braz; imediato, capitão-tenente Galião Roma; chefe de maquinistas, 1º tenente engenheiro maquinista Vitor Feio; 4 tenentes, 1 oficial de administração naval, 9 sargentos condutores de máquinas, um sargento de manobra, 1 sargento enfermeiro, 3 sargentos de artilharia, 1 sargento torpedeiro, 1 sargento eletricista, 1 sargento radio-telegrafista e 82 praças.
Este navio é entregue ao Governo no próximo sábado, pelas 15 horas, assistindo ao acto os srs. ministro da Marinha, comandante geral da Armada e demais autoridades de marinha, não assistindo o sr. Presidente do Ministério, como tencionava, devido ao seu estado de saúde.
A guarnição do navio embarca na sexta-feira à tarde.
Para solenizar a entrega, foram mandados comparecer a banda de música da Armada, uma força e um terno de clarins.
(In jornal “Comércio do Porto”, quinta, 3 de Janeiro de 1935)
Este navio é entregue ao Governo no próximo sábado, pelas 15 horas, assistindo ao acto os srs. ministro da Marinha, comandante geral da Armada e demais autoridades de marinha, não assistindo o sr. Presidente do Ministério, como tencionava, devido ao seu estado de saúde.
A guarnição do navio embarca na sexta-feira à tarde.
Para solenizar a entrega, foram mandados comparecer a banda de música da Armada, uma força e um terno de clarins.
(In jornal “Comércio do Porto”, quinta, 3 de Janeiro de 1935)
O contra-torpedeiro “Dão”
Foram convidados os oficiais da Armada a assistir ao acto de entrega do novo contra-torpedeiro “Dão”.
Este navio depois de entregue à comissão de recepção presidida pelo sr. capitão-de-fragata Azevedo França, irá amarrar à boia em frente do Arsenal, sendo a partir daí incorporado na esquadrilha de torpedeiros e contra-torpedeiros.
Findo este acto, a casa construtora oferece ao sr. ministro da Marinha um “Porto de Honra”.
(In jornal “Comércio do Porto”, sábado, 5 de Janeiro de 1935)
Este navio depois de entregue à comissão de recepção presidida pelo sr. capitão-de-fragata Azevedo França, irá amarrar à boia em frente do Arsenal, sendo a partir daí incorporado na esquadrilha de torpedeiros e contra-torpedeiros.
Findo este acto, a casa construtora oferece ao sr. ministro da Marinha um “Porto de Honra”.
(In jornal “Comércio do Porto”, sábado, 5 de Janeiro de 1935)
Marinha de Guerra
Foi hoje incorporado na esquadra portuguesa
o contra-torpedeiro “Dão”
Foi hoje incorporado na esquadra portuguesa
o contra-torpedeiro “Dão”
Mais um belo navio de guerra foi hoje incorporado na Armada: o contra-torpedeiro “Dão”, entregue esta tarde ao governo português.
Pouco antes da hora marcada para a cerimónia oficial da entrega, juntaram-se no cais da Sociedade de Construções Navais, onde a nova unidade se encontra atracada, alguns oficiais da Armada, entre os quais figuravam os srs. comandante Carvalho Crato, director do Material de Guerra; Santos Fradique, chefe do Estado Maior do Comando Geral da Armada; Afonso de Carvalho, comandante do contra-torpedeiro “Vouga”; Rodrigues, chefe do Departamento Marítimo do Centro e Botelho de Sousa, comandante da flotilha ligeira.
Às 15 e 15 horas chegou ao cais o sr. comandante Mesquita Guimarães, acompanhado pelos srs. almirante Muzanty, chefe do Estado Maior Naval e Castro Ferreira, intendente do Arsenal, Pinto Basto, Maurice Tabar, director dos estaleiros e outras individualidades.
Recebido ao portaló pelo comandante da nova unidade, sr. capitão-de-fragata Moura Braz, pelo imediato sr. capitão-tenente Galeão Roma e por toda a restante oficialidade, o sr. comandante Mesquita Guimarães passou em seguida revista à guarnição, alinhada no convés de bombordo.
Na câmara do navio procederam, em seguida, à leitura dos autos de entrega e recepção do navio, que foram assinados respectivamente pelos srs. Marriner, da casa Yarrow, e Pinto Basto, e comandante Azevedo Franco, presidente da comissão de recepção da nova unidade.
Depois de assinados estes documentos usou da palavra o sr. ministro da Marinha, que afirmou que o dia de hoje é de duplo regozijo para o governo, por receber um navio novo e todo ele feito por operários portugueses. O sr. comandante Mesquita Guimarães terminou por pedir ao director dos estaleiros, sr. Maurice Tabar, que transmitisse a todas as pessoas que trabalharam na construção do navio as saudações da Armada Portuguesa.
Usou depois da palavra o sr. Marriner, que em inglês, saudou o governo português e se congratulou com a entrega do contra-torpedeiro “Dão”.
Por fim, o sr. Maurice Tabar recordou a dedicação com que todos os operários portugueses trabalharam na construção do novo contra-torpedeiro enaltecendo as qualidades dos novos trabalhadores. Ao concluir, afirmou que toda a guarnição do navio vai ter certamente em conta o facto de ele ter sido construído inteiramente em Portugal, pois que isso deve constituir um estímulo para melhor cumprirem ainda o seu dever.
Finda a pequena série de discursos, o sr. Pinto Basto ofereceu um lindo centro de mesa, para o navio e o sr. Marriner ergueu um «viva» ao sr. ministro da Marinha, que foi correspondido pela oficialidade.
O sr. comandante Mesquita Guimarães, acompanhado por todos os oficiais presentes, dirigiu-se em seguida para a popa do “Dão”, a fim de assistir à cerimónia do içar da bandeira, pela primeira vez, no mastro da ré.
O imediato da nova unidade, sr. capitão-tenente Galeão Roma procedeu aí à leitura das portarias que mandam passar o navio ao estado de completo armamento e nomear o respectivo comandante.
Finda a leitura, o sr. comandante Santos Fradique, chefe do Estado Maior do Comando Geral da Armada, pronunciou um breve discurso, em que enalteceu as vantagens que para a Armada advirão da execução do programa naval, elogiou as qualidades do oficial escolhido para comandar o “Dão” e afirmou que aos esforços da nação para realizar a obra do ressurgimento da Marinha saberão os marinheiros corresponder, tirando o maior rendimento do material que lhes é confiado.
O sr. capitão-de-fragata Moura Braz, comandante do navio, proferiu também algumas palavras dizendo que procurará corresponder inteiramente à confiança nele depositada. Afirmou ter absoluta confiança na guarnição do “Dão” e que esta unidade é a última palavra da técnica naval. Dirigindo-se ao ministro da Marinha, declarou que o governo e a Nação podem confiar em que o “Dão” será aproveitado com a maior eficiência.
Voltando-se para a guarnição acrescentou:
- E tomemos todos o compromisso formal de que honraremos sempre o símbolo sagrado da bandeira que vai ser içada pela primeira vez, neste navio.
Entretanto, ao som da «portuguesa» e do toque de sentido, um sargento procedeu ao içar da bandeira nacional, que fôra conduzida numa salva de prata.
Terminada esta cerimónia, o sr. comandante Mesquita Guimarães ergueu dois vibrantes «vivas» à Pátria e à República, ao chefe de Estado, ministro das Finanças e ao trabalho nacional, que foram calorosamente correspondidos pelas pessoas que se encontravam a bordo e no cais, entre os quais figuravam os operários que construíram a nova unidade naval.
O “Dão”, com o sr. ministro da Marinha a bordo e alguns convidados, abandonou em seguida o cais em direcção ao quadro de marinha de guerra, onde todos os navios estavam embandeirados no tope.
(In jornal “Comércio do Porto”, Domingo, 6 de Janeiro de 1935)
Pouco antes da hora marcada para a cerimónia oficial da entrega, juntaram-se no cais da Sociedade de Construções Navais, onde a nova unidade se encontra atracada, alguns oficiais da Armada, entre os quais figuravam os srs. comandante Carvalho Crato, director do Material de Guerra; Santos Fradique, chefe do Estado Maior do Comando Geral da Armada; Afonso de Carvalho, comandante do contra-torpedeiro “Vouga”; Rodrigues, chefe do Departamento Marítimo do Centro e Botelho de Sousa, comandante da flotilha ligeira.
Às 15 e 15 horas chegou ao cais o sr. comandante Mesquita Guimarães, acompanhado pelos srs. almirante Muzanty, chefe do Estado Maior Naval e Castro Ferreira, intendente do Arsenal, Pinto Basto, Maurice Tabar, director dos estaleiros e outras individualidades.
Recebido ao portaló pelo comandante da nova unidade, sr. capitão-de-fragata Moura Braz, pelo imediato sr. capitão-tenente Galeão Roma e por toda a restante oficialidade, o sr. comandante Mesquita Guimarães passou em seguida revista à guarnição, alinhada no convés de bombordo.
Na câmara do navio procederam, em seguida, à leitura dos autos de entrega e recepção do navio, que foram assinados respectivamente pelos srs. Marriner, da casa Yarrow, e Pinto Basto, e comandante Azevedo Franco, presidente da comissão de recepção da nova unidade.
Depois de assinados estes documentos usou da palavra o sr. ministro da Marinha, que afirmou que o dia de hoje é de duplo regozijo para o governo, por receber um navio novo e todo ele feito por operários portugueses. O sr. comandante Mesquita Guimarães terminou por pedir ao director dos estaleiros, sr. Maurice Tabar, que transmitisse a todas as pessoas que trabalharam na construção do navio as saudações da Armada Portuguesa.
Usou depois da palavra o sr. Marriner, que em inglês, saudou o governo português e se congratulou com a entrega do contra-torpedeiro “Dão”.
Por fim, o sr. Maurice Tabar recordou a dedicação com que todos os operários portugueses trabalharam na construção do novo contra-torpedeiro enaltecendo as qualidades dos novos trabalhadores. Ao concluir, afirmou que toda a guarnição do navio vai ter certamente em conta o facto de ele ter sido construído inteiramente em Portugal, pois que isso deve constituir um estímulo para melhor cumprirem ainda o seu dever.
Finda a pequena série de discursos, o sr. Pinto Basto ofereceu um lindo centro de mesa, para o navio e o sr. Marriner ergueu um «viva» ao sr. ministro da Marinha, que foi correspondido pela oficialidade.
O sr. comandante Mesquita Guimarães, acompanhado por todos os oficiais presentes, dirigiu-se em seguida para a popa do “Dão”, a fim de assistir à cerimónia do içar da bandeira, pela primeira vez, no mastro da ré.
O imediato da nova unidade, sr. capitão-tenente Galeão Roma procedeu aí à leitura das portarias que mandam passar o navio ao estado de completo armamento e nomear o respectivo comandante.
Finda a leitura, o sr. comandante Santos Fradique, chefe do Estado Maior do Comando Geral da Armada, pronunciou um breve discurso, em que enalteceu as vantagens que para a Armada advirão da execução do programa naval, elogiou as qualidades do oficial escolhido para comandar o “Dão” e afirmou que aos esforços da nação para realizar a obra do ressurgimento da Marinha saberão os marinheiros corresponder, tirando o maior rendimento do material que lhes é confiado.
O sr. capitão-de-fragata Moura Braz, comandante do navio, proferiu também algumas palavras dizendo que procurará corresponder inteiramente à confiança nele depositada. Afirmou ter absoluta confiança na guarnição do “Dão” e que esta unidade é a última palavra da técnica naval. Dirigindo-se ao ministro da Marinha, declarou que o governo e a Nação podem confiar em que o “Dão” será aproveitado com a maior eficiência.
Voltando-se para a guarnição acrescentou:
- E tomemos todos o compromisso formal de que honraremos sempre o símbolo sagrado da bandeira que vai ser içada pela primeira vez, neste navio.
Entretanto, ao som da «portuguesa» e do toque de sentido, um sargento procedeu ao içar da bandeira nacional, que fôra conduzida numa salva de prata.
Terminada esta cerimónia, o sr. comandante Mesquita Guimarães ergueu dois vibrantes «vivas» à Pátria e à República, ao chefe de Estado, ministro das Finanças e ao trabalho nacional, que foram calorosamente correspondidos pelas pessoas que se encontravam a bordo e no cais, entre os quais figuravam os operários que construíram a nova unidade naval.
O “Dão”, com o sr. ministro da Marinha a bordo e alguns convidados, abandonou em seguida o cais em direcção ao quadro de marinha de guerra, onde todos os navios estavam embandeirados no tope.
(In jornal “Comércio do Porto”, Domingo, 6 de Janeiro de 1935)
A nova esquadra
Cumprimentos do comandante do contra-torpedeiro “Dão”
Cumprimentos do comandante do contra-torpedeiro “Dão”
O comandante do novo contra-torpedeiro “Dão”, sr. capitão-de-fragata Moura Braz foi hoje apresentar-se e cumprimentar o sr. ministro da Marinha, comandante Geral da Armada, chefe do Estado Maior Naval, intendente do Arsenal, comandante superior das Forças Navais surtas no Tejo e comandante em chefe da esquadrilha de contra-torpedeiros, em cuja unidade fica incorporado.
(In jornal “Comércio do Porto”, terça, 8 de Janeiro de 1935)
(In jornal “Comércio do Porto”, terça, 8 de Janeiro de 1935)
A nova esquadra
O contra-torpedeiro “Dão”
O contra-torpedeiro “Dão”
O sr. ministro da Marinha conferenciou hoje com o sr. Marriner, engenheiro representante do estaleiro construtor Yarrow. Também o sr. engenheiro Sir Arald Yarrow enviou àquele titular um telegrama felicitando-o pela construção do nosso contra-torpedeiro “Dão”.
(In jornal “Comércio do Porto”, quarta, 9 de Janeiro de 1935)
(In jornal “Comércio do Porto”, quarta, 9 de Janeiro de 1935)
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