quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

Frotas nacionais - Emp. de Navegação Ribamar


Proprietários : Santos, Mónicas & Lau, Lda.
Aveiro
1947 - 1954

Esta empresa que ficou conhecida no país através do nome Ribamar, operou um navio no tráfego costeiro nacional e internacional (escalas assíduas a Espanha e Marrocos), entre 1945 e 1954. O navio chamou-se " Rui Alberto " e fez história pela reparação, reconstrução e aumento realizado no Estaleiro de São Jacinto, durante os anos de 1945 a 1947. Do navio um pouco da sua história :

Arrastão > nome " Cairngorm " > Nacionalidade: Inglesa
Construtor: J. Duthie & Sons, Shipbuilding Co., Aberdeen
Lançamento à água: 28.03.1902 > Terminado: Maio, 1902
Máq.: W.V.V. Lidgerwood, Aberdeen, 1902 > 1:Te > 350 Ihp
1º Armador: Grampian Steam Fishing Co., Ltd., Aberdeen
Navio utilizado na pesca de arrasto entre 1902 até 1906.

Arrastão do alto > Nº Oficial 368-C > Iic.: H.B.V.F.
Nome " Georgina " > Nacionalidade Portuguesa
Porto de registo: Lisboa > Equipagem : 14 tripulantes
2º Armador: J. Carvalho, Lda., Lisboa
Tonelagens: Tab 218,45 to > Tal 98,30 to
Comprimentos.: Pp 35,66 mt > Boca 6,64 mt > Pontal 3,70 mt
Navio utilizado na pesca de arrasto entre 1906 até 1930.

Arrastão do alto > Nº Oficial 257-F > Iic.: H.G.O.P.
Nome " Georgina Primeiro " > Nacionalidade Portuguesa
Porto de registo: Lisboa > Equipagem: 14 tripulantes
3º Armador: Sociedade Marítima Georgina, Lda., Lisboa
Tonelagens: Tab 197,59 to > Tal 75,17 to > Porte 444 to
Comprimentos: Pp 35,23 mt > Boca 6,60 mt > Pontal 3,59 mt
Navio utilizado na pesca de arrasto entre 1931 até 1935.

Arrastão costeiro > Nº Oficial 486-F > Iic.: C.S.I.H.
Nome " Trevo Primeiro " > Nacionalidade Portuguesa
Porto de registo: Lisboa > Equipagem: 15 tripulantes
4º Armador: Sociedade de Pesca Costeira, Lda., Lisboa
Tonelagens: Tab 197,59 to > Tal 75,17 to > Porte 444 to
Comprimentos: Pp 35,23 mt > Boca 6,60 mt > Pontal 3,59 mt
Navio utilizado na pesca de arrasto entre 1935 até 1945.

Entrada nos Estaleiros de São Jacinto entre 1945 até 1947.
Durante a modernização e transformação em navio para serviço comercial, daí advindo alterações estruturais, há a considerar o aumento de comprimento em 6,94 metros e a troca de máquina para um modelo diesel a 450 Bhp de J.H. & Cappely B.v., fabricada em Roterdão em 1945, para uma velocidade máxima de 9,5 m/h. Foi depois para o estaleiro dos Mónica na Gafanha da Nazaré, onde completou os trabalhos em madeira e procedeu à reconstrução dos porões de carga.

Navio de cabotagem > Nº Oficial B-243 > Iic.: C.S.I.H.
Nome " Rui Alberto " > Nacionalidade Portuguesa
Porto de registo: Aveiro (30.05.1947) Equip.: 11 tripulantes
5º Armador: Empresa de Navegação Ribamar, Lda., Aveiro
Tonelagens: Tab 474,10 to > Tal 292,91 to > Porte 750 to
Cmpts.: Ff 47,60 mt > Pp 42,17 mt > Bc 8,87 mt > Ptl 4,36 mt
Navio utilizado no serviço de cabotagem entre 1947 e 1954.

O " Rui Alberto " no Douro no final dos anos 40
Imagem da colecção de fsc

O navio manteve-se em operação permanente até 08.10.1954, dia em que se perde por encalhe devido a nevoeiro em Essaouira, antes designada Mogador, na costa de Marrocos.

3 comentários:

A VER NAVIOS disse...

Haja Deus! até que enfim que alguém me contou a história e me mostrou a fotografia do "Rui Alberto".
Só sabia que tinha sido o arrastão "Trevo I"-
Amigo Rimar:
Levantasse-me uma dúvida que é a seguinte:
No seu relato diz que o "Trevo I" de 1945 a 1947 foi para os estaleiros de São Jacinto, onde foi aumentado sofrendo grandes reparações, beneficiações e adaptado em navio mercante.
Tenho um livro publicado em 2001, quando da inauguração do novo MMI que diz textualmente no capitulo dedicado aos estaleiros Manuel Maria Bolais Mónica:
" Em 1945, a construção do cargueiro "Rui Alberto", dada como a primeira construção em ferro mas que não passou de uma adaptação,de uma transformação do barco de pesca "Trevo I".
Assim fico na dúvida, se foi em São Jacinto ou na Gafanha da Nazaré.
Sei que os estaleiros Mónica não tinham alvará para construir em ferro, mas também pelas datas, entre 45 e 47, no pós guerra, tudo era possível.

reimar disse...

Olá Padrinho !
Peço imensa desculpa por me estar a revelar um pouco preguiçoso, mas é devido às costuras. O Sr. sabe do que estou a falar.
A indicação sobre a reparação e aumento do navio chegou-me através do Rui Amaro, com quem conversei sobre o assunto. Vou fazer consultas para poder informar correctamente.
Um grande abraço e até breve.
Reimar

Luis Filipe Morazzo disse...

Caro Reimar

Foi de facto um enorme prazer que senti, quando neste último domingo durante as minhas deambulações pela blogosfera, tive a sorte de encontrar este seu magnífico blogge.
Durante a exploração inicial que fiz a esta sua belíssima plataforma, tive a grata surpresa de me sentir transportado no tempo, até ao início da década de sessenta, especialmente quando começa por me fazer recordar aquela soberba colecção de cromos, “Navios e Navegadores”, que eu também tive o grande gozo de coleccionar e que infelizmente durante uma mudança de domicílio eclipsou-se. Adorei também ter conhecido melhor as histórias dos navios, como a do “Outão“ da Secil e a da barca “ Foz do Douro”, ambos estavam em 1960, atracados na actual doca de Pedrouços, já em fase de abate, e a bordo dos quais eu muito brinquei, sempre que me baldava às aulas no liceu de Algés (Sucursal do liceu de Oeiras), onde eu na altura frequentava o 1º ciclo dos liceus.
Aproveito para lhe endereçar os meus sinceros parabéns por esta sua belíssima iniciativa, fazendo votos que continue por muitos e bons anos, a manter sempre esse seu bom espírito dialogante e de partilha.
Já agora se me permitir que, eu meta uma colherada em relação à localização do trabalho de “Jumboizing”, executada a bordo do “Rui Alberto” no após guerra, só tem mesmo é de pesquisar no blogge “Navios e o Mar” em 29-12-06, e verá uma bela fotografia do estaleiro da Gafanha, onde o “Rui Alberto” está presente ao lado de um dos famosos navios de pesca à linha da classe “Renovação”.


Um abraço amigo

Luís Filipe Morazzo