quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Histórias de outros tempos


O direito de resposta!…
1ª Parte

A barra do porto de Viana, imagem actual
Foto «olhares.sapo.pt»

Pescadores de Esposende em finais de Outubro de 1873, arrancaram e trouxeram para terra uma das boias, que sinalizam o cabo submarino que liga Vigo com a Inglaterra e que havia sido colocado a cerca de 4 milhas da costa. Quer se tivesse tratado de uma atitude irreflectida, propositada ou provocatória por parte dos pescadores, para o governo, logo que teve conhecimento da ocorrência, deu rigorosas instruções para que fosse aberto um processo judicial contra os tais pescadores.
A companhia dos cabos submarinos, tendo também conhecimento do facto, mandou sair de Lisboa um dos seus vapores, a fim de proceder à competente reparação, mas o serviço foi retardado, por motivo do temporal que fazia à época, não deixando aproximar-se da costa aquele vapor, principalmente por causa da proximidade com os “Cavalos de Fão”, grupo de extensos rochedos que seguem o litoral naquele ponto.
Passado uns dias lá apareceu o tal vapor, que se aproximou da barra de Viana do Castelo, trazendo sinal que pretendia comunicar com a terra. Parece que terá navegado por muito tempo, ao largo da barra, mas ninguém lhe foi a bordo! Os pilotos tripularam uma das lanchas com 20 pessoas e 8 remos, duas dos quais, segundo constou, partiram logo à saída da barra, limitando o seu serviço até chegar adiante do «Lago», voltando para as suas casas!
O vapor, como ninguém acudisse aos sinais, apesar do mar o permitir, meteu-se ao mar, procurando abrigo da ondulação ao largo. O navio que apresentava ser da ordem das 800 toneladas, não podia aproximar-se demasiado de terra, mas apesar dessa contrariedade, tudo indica que os pilotos entendiam que ele é que devia vir à fala, mantendo-se à espera dele próximo da barra! Tudo isto é incrível, pois mostra o péssimo serviço de pilotagem que existe no porto de Viana do Castelo, a exigir pronto e enérgico remédio.

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