A chegada do aviso “Gonçalves Zarco” a Lisboa
A nova esquadra - O “Gonçalves Zarco”
chega amanhã a Cascais, pelas 9 horas da manhã
O aviso “Gonçalves Zarco” deve chegar amanhã a Cascais, pelas 9 horas, vindo depois para o quadro dos navios de guerra, amarrando à sua bóia pelas 11 horas.
Tal como foi antecipado, vão esperá-lo fora da barra o contra-torpedeiro “Tâmega” e os torpedeiros “Liz”, “Mondego”, “Sado” e “Ave”, que acompanharão o “Gonçalves Zarco” até à altura de Santos, a fim de o navio poder depois manobrar à vontade.
Este navio, desde Cascais, navegará sempre pelo norte, isto é, o mais próximo de terra, para poder ser melhor apreciado pelas pessoas que estiverem na margem norte do Tejo.
Logo que o navio fundeie, vão a bordo os srs. Ministro da Marinha, do Interior e da Guerra, e provavelmente o da Justiça, o comandante Geral da Armada, o chefe do Estado Maior Naval e pessoas dos gabinetes dos ministros.
Os discursos a bordo serão proferidos pelo sr. Ministro da Marinha e pelo Capitão-de-Fragata Quintão Meireles, comandante do navio. Vão, também, esperá-lo dois hidro-aviões.
(In jornal “Comércio do Porto”, sexta, 1 de Setembro de 1933)
Tal como foi antecipado, vão esperá-lo fora da barra o contra-torpedeiro “Tâmega” e os torpedeiros “Liz”, “Mondego”, “Sado” e “Ave”, que acompanharão o “Gonçalves Zarco” até à altura de Santos, a fim de o navio poder depois manobrar à vontade.
Este navio, desde Cascais, navegará sempre pelo norte, isto é, o mais próximo de terra, para poder ser melhor apreciado pelas pessoas que estiverem na margem norte do Tejo.
Logo que o navio fundeie, vão a bordo os srs. Ministro da Marinha, do Interior e da Guerra, e provavelmente o da Justiça, o comandante Geral da Armada, o chefe do Estado Maior Naval e pessoas dos gabinetes dos ministros.
Os discursos a bordo serão proferidos pelo sr. Ministro da Marinha e pelo Capitão-de-Fragata Quintão Meireles, comandante do navio. Vão, também, esperá-lo dois hidro-aviões.
(In jornal “Comércio do Porto”, sexta, 1 de Setembro de 1933)
Postal do aviso "Gonçalves Zarco" - edição da Marinha Portuguesa,
com a legenda «chegada do navio ao Tejo, 1 de Setembro de 1933»
Editorial - A nova esquadra
com a legenda «chegada do navio ao Tejo, 1 de Setembro de 1933»
Editorial - A nova esquadra
Chegou ontem ao Tejo, num ambiente festivo e acariciador, o novo aviso “Gonçalves Zarco”, que vem acamaradar orgulhosamente com o “Gonçalo Velho” e o “Vouga”.
Portugal, possuidor de um domínio colonial que lhe deve dar justa hegemonia no contexto das nações, tem absoluta necessidade de manter marinha que seja digna do nosso passado de povo de marinheiros e seja, ao mesmo tempo, nos dias angustiosos e nebulosos que passam, uma afirmação de vitalidade, uma presença efectiva que, não pretendendo tornar-se agressiva, deve, contudo, posicionar-se como realidade defensiva.
O Império Colonial merece a marinha de guerra e mercante, imprescindível nestes tempos que correm às nacionalidades que presem marcar o seu lugar perante o mundo internacional. A nossa época é de afirmações. E mal vai aos países que preferem às informações o negativismo e o desanimo. O “Gonçalves Zarco” é uma afirmação não do nosso valor, mas, como timbre das possibilidades da nossa acção.
O nome foi bem escolhido: João Gonçalves Zarco, fidalgo cavaleiro, pertenceu à Casa do Infante D. Henrique. Desde muito novo, seguiu a carreira marítima, exercendo, por mais de uma vez, o comando difícil das caravelas que guardavam as costas do Algarve. Foi Gonçalves Zarco o primeiro a oferecer-se ao Infante D. Henrique, quando este iniciou as explorações nesses «mares nunca dantes navegados».
Aproveitando-se do oferecimento, em 1418, o Infante D. Henrique mandou preparar um barco, entregando o comando dele a Gonçalves Zarco e Tristão Vaz Teixeira. Chegou o barco a uma ilha, então chamada Porto Santo. Gonçalves Zarco regressou à Pátria, dando conta dos resultados da sua missão. Passado tempo, começou a colonização da ilha, ordenando o Infante D. Henrique a Gonçalves Zarco e Vaz Teixeira que voltassem a Porto Santo. Nesta segunda viagem descobriram a ilha da Madeira que foi circum-navegada.
Regressando a Portugal, Gonçalves Zarco foi honrado pelo Infante D. Henrique, que lhe deu por armas escudo em campo azul verde, com uma torre de menagem e cruz de ouro.
Marinheiro, colonizador, Gonçalves Zarco foi também guerreiro. O seu valor valeu-lhe ser armado cavaleiro, em Tanger. O mais curioso é que se afirma, se bem que historicamente não esteja provado, que foi Gonçalves Zarco quem primeiro utilizou artilharia a bordo. Por todos esses motivos, o nome de Gonçalves Zarco quadra bem ao novo aviso de guerra que triunfalmente entrou, ontem, em Lisboa.
Sendo uma afirmação da nossa vida presente, é uma recordação heróica dum passado, que não podemos esquecer. (a) V.G.
(In jornal “Comércio do Porto”, sábado, 2 de Setembro de 1933)
Portugal, possuidor de um domínio colonial que lhe deve dar justa hegemonia no contexto das nações, tem absoluta necessidade de manter marinha que seja digna do nosso passado de povo de marinheiros e seja, ao mesmo tempo, nos dias angustiosos e nebulosos que passam, uma afirmação de vitalidade, uma presença efectiva que, não pretendendo tornar-se agressiva, deve, contudo, posicionar-se como realidade defensiva.
O Império Colonial merece a marinha de guerra e mercante, imprescindível nestes tempos que correm às nacionalidades que presem marcar o seu lugar perante o mundo internacional. A nossa época é de afirmações. E mal vai aos países que preferem às informações o negativismo e o desanimo. O “Gonçalves Zarco” é uma afirmação não do nosso valor, mas, como timbre das possibilidades da nossa acção.
O nome foi bem escolhido: João Gonçalves Zarco, fidalgo cavaleiro, pertenceu à Casa do Infante D. Henrique. Desde muito novo, seguiu a carreira marítima, exercendo, por mais de uma vez, o comando difícil das caravelas que guardavam as costas do Algarve. Foi Gonçalves Zarco o primeiro a oferecer-se ao Infante D. Henrique, quando este iniciou as explorações nesses «mares nunca dantes navegados».
Aproveitando-se do oferecimento, em 1418, o Infante D. Henrique mandou preparar um barco, entregando o comando dele a Gonçalves Zarco e Tristão Vaz Teixeira. Chegou o barco a uma ilha, então chamada Porto Santo. Gonçalves Zarco regressou à Pátria, dando conta dos resultados da sua missão. Passado tempo, começou a colonização da ilha, ordenando o Infante D. Henrique a Gonçalves Zarco e Vaz Teixeira que voltassem a Porto Santo. Nesta segunda viagem descobriram a ilha da Madeira que foi circum-navegada.
Regressando a Portugal, Gonçalves Zarco foi honrado pelo Infante D. Henrique, que lhe deu por armas escudo em campo azul verde, com uma torre de menagem e cruz de ouro.
Marinheiro, colonizador, Gonçalves Zarco foi também guerreiro. O seu valor valeu-lhe ser armado cavaleiro, em Tanger. O mais curioso é que se afirma, se bem que historicamente não esteja provado, que foi Gonçalves Zarco quem primeiro utilizou artilharia a bordo. Por todos esses motivos, o nome de Gonçalves Zarco quadra bem ao novo aviso de guerra que triunfalmente entrou, ontem, em Lisboa.
Sendo uma afirmação da nossa vida presente, é uma recordação heróica dum passado, que não podemos esquecer. (a) V.G.
(In jornal “Comércio do Porto”, sábado, 2 de Setembro de 1933)
A nova esquadra - Chegou hoje ao Tejo o aviso
“Gonçalves Zarco”, que foi entusiasticamente saudado
“Gonçalves Zarco”, que foi entusiasticamente saudado
Apesar de se prever que, devido ao nevoeiro, o novo aviso “Gonçalves Zarco” não pudesse chegar ao Tejo à hora anunciada, aquela unidade de guerra entrou no quadro às 11 horas em ponto, por ter aumentado de 12 para 18 milhas a sua velocidade logo que a cerração levantou.
A recepção em Cascais
A recepção em Cascais
Ao largo de Cascais, o novo navio de guerra foi recebido por uma esquadrilha constituída pelo contra-torpedeiro “Tâmega” e pelos torpedeiros “Mondego”, “Liz”, “Sado” e “Ave” e ainda por dois vapores com populares e alguns barcos de recreio com banhistas da Costa do Sol. Nos navios de guerra houve as continências regulamentares e nos mercantes estrugiram salvas de palmas e vivas entusiásticos.
Nas praias do Estoril e Cascais, centenas de pessoas assistiram à chegada do terceiro navio do programa naval. Três hidro-aviões voavam baixo. Um aparelho do grupo de bombardeamento de Alverca lançou proclamações, convidando o povo a receber mais uma unidade da nova esquadra.
O cortejo
Nas praias do Estoril e Cascais, centenas de pessoas assistiram à chegada do terceiro navio do programa naval. Três hidro-aviões voavam baixo. Um aparelho do grupo de bombardeamento de Alverca lançou proclamações, convidando o povo a receber mais uma unidade da nova esquadra.
O cortejo
Eram 11 horas, quando se formou um cortejo com rumo à barra. Passou para a cabeça da formatura o contra-torpedeiro “Tâmega”, seguindo nas suas águas o novo aviso “Gonçalves Zarco”, ladeado a bombordo pelos torpedeiros “Liz” e “Sado” e a estibordo pelos “Mondego” e “Ave”. Todos tinham embandeirados os topes. Na cauda da formatura seguiam barcos com muitos populares, enquanto os hidro-aviões iam evolucionando sempre a pouca altura.
A chegada ao Tejo
Pelas 10 horas o cortejo estava entre torres. Na barra havia outros barcos aguardando a sua chegada e pelas margens e pontos altos grupos de populares admiravam o belo efeito da formatura.
Em frente de Algés foi o cortejo engrossado por mais um rebocador, o “Falcão” – que conduzia os srs Adam, conselheiro da embaixada britânica, o cônsul geral da Inglaterra, sr. Robi Rowell, o director da casa Hawthorne Leslie, construtora do novo navio, o sr. Stilwell, seu representante em Lisboa e muitas senhoras da colónia inglesa.
Soaram as salvas em frente da Torre de Belém. A artilharia anti-aérea do aviso “Gonçalves Zarco” deu 21 tiros numa saudação à terra portuguesa, respondendo-lhe o Forte do Bom Sucesso. E o cortejo seguia a uma velocidade de 12 milhas.
Às 11 horas em ponto o aviso “Gonçalves Zarco”, de peças desencapotadas, com as suas bocas cobertas com placas metálicas onde reluziam os escudos nacionais, entrava no quadro perante um enxame dos navios de guerra e mercantes dificultando estes últimos, por vezes, a marcha do navio. Na Praça do Comércio havia centenas de pessoas e as janelas dos ministérios estavam cheias.
Subiram, então, nos mastros de todos os barcos da esquadra portuguesa surta no Tejo, bandeiras de saudação e as guarnições formavam nas toldas. Só os antigos vasos de guerra “Vasco da Gama” e “Adamastor”, condenados já por medida oportuna, se conservavam impassíveis e com as toldas limpas de marinheiros.
O “Gonçalves Zarco” descrevendo uma curva, passou pela popa da “Sagres”, dirigindo-se para a baía que lhe estava destinada, próximo do seu irmão gémeo, o “Gonçalo Velho”. Por uma deferência cativante do sr. Capitão-de-Fragata Afonso de Carvalho, sub-director dos serviços de marinha, o rebocador “Azinheira” largou do Arsenal de Marinha cheio de repórteres dos jornais de Lisboa e Porto e de muitos fotógrafos correspondentes de jornais estrangeiros.
Entretanto o aviso “Gonçalves Zarco” rodeado de embarcações que lhe dificultavam as manobras, amarrava à bóia às 11 horas e quinze minutos. Nesse momento, as sirenes e buzinas dos navios apitaram largamente numa saudação entusiástica ao novo navio de guerra, formando um coro ensurdecedor, de mistura com vivas e salvas de palmas.
Todos os navios da esquadra estavam embandeirados nos topos, e os torpedeiros que haviam dado escolta ao Gonçalves Zarco dirigiram-se lestos para as suas boias. Só o “Mondego” não o pode fazer desde logo, porque esteve algum tempo com avaria no leme, não chegando, porém, a utilizar reboque por ter seguido pelos seus próprios meios para a bóia.
Em frente de Algés foi o cortejo engrossado por mais um rebocador, o “Falcão” – que conduzia os srs Adam, conselheiro da embaixada britânica, o cônsul geral da Inglaterra, sr. Robi Rowell, o director da casa Hawthorne Leslie, construtora do novo navio, o sr. Stilwell, seu representante em Lisboa e muitas senhoras da colónia inglesa.
Soaram as salvas em frente da Torre de Belém. A artilharia anti-aérea do aviso “Gonçalves Zarco” deu 21 tiros numa saudação à terra portuguesa, respondendo-lhe o Forte do Bom Sucesso. E o cortejo seguia a uma velocidade de 12 milhas.
Às 11 horas em ponto o aviso “Gonçalves Zarco”, de peças desencapotadas, com as suas bocas cobertas com placas metálicas onde reluziam os escudos nacionais, entrava no quadro perante um enxame dos navios de guerra e mercantes dificultando estes últimos, por vezes, a marcha do navio. Na Praça do Comércio havia centenas de pessoas e as janelas dos ministérios estavam cheias.
Subiram, então, nos mastros de todos os barcos da esquadra portuguesa surta no Tejo, bandeiras de saudação e as guarnições formavam nas toldas. Só os antigos vasos de guerra “Vasco da Gama” e “Adamastor”, condenados já por medida oportuna, se conservavam impassíveis e com as toldas limpas de marinheiros.
O “Gonçalves Zarco” descrevendo uma curva, passou pela popa da “Sagres”, dirigindo-se para a baía que lhe estava destinada, próximo do seu irmão gémeo, o “Gonçalo Velho”. Por uma deferência cativante do sr. Capitão-de-Fragata Afonso de Carvalho, sub-director dos serviços de marinha, o rebocador “Azinheira” largou do Arsenal de Marinha cheio de repórteres dos jornais de Lisboa e Porto e de muitos fotógrafos correspondentes de jornais estrangeiros.
Entretanto o aviso “Gonçalves Zarco” rodeado de embarcações que lhe dificultavam as manobras, amarrava à bóia às 11 horas e quinze minutos. Nesse momento, as sirenes e buzinas dos navios apitaram largamente numa saudação entusiástica ao novo navio de guerra, formando um coro ensurdecedor, de mistura com vivas e salvas de palmas.
Todos os navios da esquadra estavam embandeirados nos topos, e os torpedeiros que haviam dado escolta ao Gonçalves Zarco dirigiram-se lestos para as suas boias. Só o “Mondego” não o pode fazer desde logo, porque esteve algum tempo com avaria no leme, não chegando, porém, a utilizar reboque por ter seguido pelos seus próprios meios para a bóia.
A visita do governo a bordo
Eram 11 horas e trinta minutos quando dois gasolinas que conduziram os membros do governo e alguns oficiais do comando da Armada, atracou ao portaló do “Gonçalves Zarco”. No convés superior, o sr. Comandante Quintão Meireles, em uniforme de gala, aguardava os visitantes. Os oficiais alinhavam na tolda e a guarnição estava formada. Subiu em primeiro lugar o sr. Ministro da Marinha, seguido pelos seus colegas da Guerra, Interior e da Instrução e do sub-secretário de Estado das Finanças, almirante Saavedra Melo Cabral, comandantes Filomeno da Câmara e Oliveira Mozante e pessoal do gabinete dos ministros. Houve toques de sentido de bordo das embarcações que cercavam o novo navio, e o público saudou a entrada do Governo com uma salva de palmas.
Iniciou-se, após os cumprimentos, uma visita ao navio, que é, como se sabe, igual ao “Gonçalo Velho”, e que se apresenta impecável. Na sala dos oficiais e num quadro encimado por duas cruzes de Cristo lêem-se estas palavras em iluminura: Gonçalves Zarco – Guerreiro e navegador do século XV. Combateu valorosamente em Ceuta e em Tanger, onde foi armado cavaleiro pelo Infante D. Henrique. Descobriu o Arquipélago da Madeira. Teve mercês e uma das duas capitanias em que foi dividida a Madeira. Houve de 1861 a 1876 uma canhoneira chamada Zarco, em memória deste navegador.
Terminada a visita ao navio, foi servida, na câmara do comandante, uma taça de champanhe em honra dos visitantes.
Iniciou-se, após os cumprimentos, uma visita ao navio, que é, como se sabe, igual ao “Gonçalo Velho”, e que se apresenta impecável. Na sala dos oficiais e num quadro encimado por duas cruzes de Cristo lêem-se estas palavras em iluminura: Gonçalves Zarco – Guerreiro e navegador do século XV. Combateu valorosamente em Ceuta e em Tanger, onde foi armado cavaleiro pelo Infante D. Henrique. Descobriu o Arquipélago da Madeira. Teve mercês e uma das duas capitanias em que foi dividida a Madeira. Houve de 1861 a 1876 uma canhoneira chamada Zarco, em memória deste navegador.
Terminada a visita ao navio, foi servida, na câmara do comandante, uma taça de champanhe em honra dos visitantes.
O discurso do comandante do “Gonçalves Zarco”
Usou, então, da palavra o sr. Capitão-de-fragata Quintão Meireles, que na sua qualidade de comandante, agradeceu a visita do Governo, congratulando-se com a continuidade da execução do programa naval.
Referiu-se à vida nova da Marinha, dizendo que é preciso intensificar a instrução do pessoal no mar, para que os marinheiros se acostumem aos seus navios e remunerar convenientemente os oficiais e as praças, para que essas não precisem de dividir a sua atenção por outras profissões, em prejuízo da Corporação. E terminou com uma saudação ao Governo e em especial ao sr. Ministro da Marinha.
Referiu-se à vida nova da Marinha, dizendo que é preciso intensificar a instrução do pessoal no mar, para que os marinheiros se acostumem aos seus navios e remunerar convenientemente os oficiais e as praças, para que essas não precisem de dividir a sua atenção por outras profissões, em prejuízo da Corporação. E terminou com uma saudação ao Governo e em especial ao sr. Ministro da Marinha.
O discurso do sr. Ministro da Marinha
Falou depois o sr. Comandante Mesquita Guimarães, Ministro da Marinha, que disse concordar com o pensamento do sr. Comandante Quintão Meireles, esperando que a pouco e pouco tudo se vá resolvendo, como tantas outras necessidades se têm solucionado. Como chefe da Corporação e como marinheiro, disse regozijar-se com a chegada de mais um navio novo, cujos tripulantes saudava. No final do discurso os membros do Governo cumprimentaram efusivamente o sr. Comandante Quintão Meireles. Pelas 13 horas, os membros do Governo e oficialidade superior da Armada abandonaram o navio, repetindo-se as continências da ordenança.
O sr. Comandante Quintão Meireles declarou aos jornalistas que o navio provou muito bem, que foram feitos trabalhos para evitar temperaturas excessivas na casa das caldeiras e que a empresa construtora Hawthorne Leslie satisfez plenamente as condições do contrato.
(In jornal “Comércio do Porto”, sábado, 2 de Setembro de 1933)
O sr. Comandante Quintão Meireles declarou aos jornalistas que o navio provou muito bem, que foram feitos trabalhos para evitar temperaturas excessivas na casa das caldeiras e que a empresa construtora Hawthorne Leslie satisfez plenamente as condições do contrato.
(In jornal “Comércio do Porto”, sábado, 2 de Setembro de 1933)
Identificação do aviso de 2ª classe “Gonçalves Zarco”
(Em comissão de serviço entre 1933 e 1964)
(Em comissão de serviço entre 1933 e 1964)
Nº Oficial: F475 (1946) - Iic.: C.T.B.C. - Registo: Lisboa
Construtor: Hawthorne Leslie & Co., Ltd., Hebburn, G.B., 1932
Arqueação: Tab 1.265,74 tons - Tal 357,26 tons
Deslocamento: St 966,00 ts - Mx 1.435,61 ts - Nm 1.173,48 ts
Dimensões: Pp 76,20 mts - Boca 10,82 mts - Pontal 5,18 mts
Propulsão: Do construtor - 2:Tv - 2x1000 Bhp - 17 m/h
Equipagem: 147 tripulantes
Construtor: Hawthorne Leslie & Co., Ltd., Hebburn, G.B., 1932
Arqueação: Tab 1.265,74 tons - Tal 357,26 tons
Deslocamento: St 966,00 ts - Mx 1.435,61 ts - Nm 1.173,48 ts
Dimensões: Pp 76,20 mts - Boca 10,82 mts - Pontal 5,18 mts
Propulsão: Do construtor - 2:Tv - 2x1000 Bhp - 17 m/h
Equipagem: 147 tripulantes
A nova esquadra portuguesa
A chegada ao Tejo do aviso “Gonçalves Zarco”
A chegada ao Tejo do aviso “Gonçalves Zarco”
- O sr. Ministro da Marinha tem recebido grande número de telegramas de diferentes pontos do país, saudando-o pela chagada ao Tejo de mais um novo navio de guerra.
- Vai ser completada a guarnição do “Gonçalves Zarco”, que veio de Inglaterra com a sua tripulação muito reduzida. O referido navio irá mais tarde para o mar proceder a vários exercícios para a instrução e adestramento do seu pessoal.
- No dia 9 do corrente, devem seguir para Inglaterra, a fim de servir na missão naval portuguesa, o sr. Capitão-tenente Antero do Amaral, e para embarcar no contra-torpedeiro “Lima”, para fazerem parte da guarnição que o há-de trazer para Lisboa, o sr. Primeiro-tenente Santiago da Silva Ponce, o Segundo-tenente Fernando Pascoal da Veiga Oliveira, um sargento e dezoito praças.
- Este navio tem andado ali a fazer experiências, devendo terminá-las a 20 do corrente.
(In jornal “Comércio do Porto”, Domingo, 3 de Setembro de 1933)
- Vai ser completada a guarnição do “Gonçalves Zarco”, que veio de Inglaterra com a sua tripulação muito reduzida. O referido navio irá mais tarde para o mar proceder a vários exercícios para a instrução e adestramento do seu pessoal.
- No dia 9 do corrente, devem seguir para Inglaterra, a fim de servir na missão naval portuguesa, o sr. Capitão-tenente Antero do Amaral, e para embarcar no contra-torpedeiro “Lima”, para fazerem parte da guarnição que o há-de trazer para Lisboa, o sr. Primeiro-tenente Santiago da Silva Ponce, o Segundo-tenente Fernando Pascoal da Veiga Oliveira, um sargento e dezoito praças.
- Este navio tem andado ali a fazer experiências, devendo terminá-las a 20 do corrente.
(In jornal “Comércio do Porto”, Domingo, 3 de Setembro de 1933)