quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

Navios e navegadores


Cerca de 24 horas depois de ter lançado este blog, que me permite desenvolver a temática marítima, com comentários relativos a diversos tipos de navios, deveria ter pelo menos explicado da origem do nome escolhido e porquê !
Acho que agora adivinham a resposta em função da gravura supra. Foi efectivamente a minha 1ª colecção de cromos, editada pela Agência Portuguesa de Revistas, creio que em 1962. Apesar dos anos continua comigo, guardada e estimada religiosamente, como nos primeiros tempos de paixão e paciência, cada vez que ganhava um cromo novo.
Eram momentos de descoberta e de prazer, sempre que surgia um navio Português; o "Afonso de Albuquerque", pequenino ao lado de um porta aviões Americano, um "Rita Maria" ou um "India" ao lado do "Arcadia" ou do "Augustos" ou ainda um "Vera Cruz" ou um "Princípe Perfeito" ao lado do "Queen Mary" ou do "Ile de France". Realmente eram bem mais pequenos, mas estavam no mar, lado a lado com a nossa bandeira. Havia interesse, gosto e orgulho, principalmente muito orgulho naquilo que "era nosso"...

E já que falo em orgulho, que melhor imagem poderia retirar da colecção para ilustrar o blog. Esta foi uma das imagens que me marcou mais profundamente, ao ponto de eleger o 1º Tenente Carvalho Araújo como o melhor Português da nossa história recente, infelizmente muito mal conhecido e divulgado, apesar do enorme destemor, bravura e heroísmo demonstrado.

Como costumo dizer é urgente refazer partes da nossa história. Ninguém se pode esquecer que a nossa maior fronteira é o mar, esse mesmo mar das descobertas, que deixa tanto em aberto para descobrir. Haja tempo e vontade se todos em conjunto, tiverem coragem de dar o 1º passo.


6 comentários:

Jose Angelo Gomes disse...

Tem-nos à disposição .

garina do mar disse...

boas navegações!!!!

Rui Amaro disse...

Pesquisando na Internet temas marítimos, encontrei mais um excelente Blog denominado “Navios e Navegação” e pelo pseudónimo Reimar do autor, desde logo percebi tratar-se de um ex colega de profissão do Shipping, que como eu é um acérrimo entusiasta de navios e navegação, além de competente pesquisador da história maritima, muito particularmente de navios, companhias armadoras, actividades e profissões ligadas à navegação maritima, etc. O historial dos navios já apresentados, na minha opinião chega ao mais pequeno detalhe, o que evidencia o seu conhecimento e competência na matéria.
Congratulo-me c/ a publicação do Blog e tenho de reconhecer a sua iniciativa e espero ver novos historiais para um melhor conhecimento da actividade maritima, sobretudo a Portuguesa, que anda bastante arredada e esquecida pelos nossos governantes e empresários, que nem sequer aproveitam o registo MAR ou equivalentes e assim prestará um bom contributo à cultura. Por conseguinte, toda força avante e não pares.
“Toda força avante e não olhes para o mar que vem aí, porque pior do que os andaços de mar aqui na barra do Douro são as malditas águas de cima e as ronhentas”. Fenómenos esses, que hoje em dia, praticamente deixaram de ser tão acentuadas, além das embarcações serem mais sofisticadas e de muito melhor manobralidade. Águas essas, que faziam desgovernar os navios e irem de guinada às pedras do enrocamento do cais do Touro ou à restinga do Cabedelo e por vezes nem os ferros largados e máquina à ré evitavam a estocada. Dizem que o rapazio em terra, quando notava que os vapores seguiam de guinada, antes do piloto ordenar largar o ferro, eram os primeiros a bradar em inglês “Larga o ferro de estibordo ou de bombordo” e algum desse rapazio chegou a piloto prático da barra, entre eles o meu pai. O último encalhe de vulto, que presenciei, salvo em 1972, o porta-contentores Tamega, a cerca de 400 metros por fora da bóia da barra, foi o encalhe do navio-motor Colares em 1954, devido a um estoque de água, o qual esteve cerca de nove horas com a proa em cima das pedras do cais do Touro, até ser safo por três rebocadores locais, depois de aliviada parte da carga para o areal e outra parte para o porão da ré.
Essas palavras, dizia o piloto prático Elísio Pereira ao seu subordinado José F. Amaro, meu pai, que também era um nato conhecedor dos meandros e perigos da barra, depois deste lhe ter dito que se aproximava mar de andaço, que possivelmente iria afundar o navio. Isto, no seu segundo serviço de entrada, como praticante a bordo do petroleiro Shell 15, 38m/216tb, no ano de 1926. Felizmente o navio foi amarrar à prancha da Shell, no lugar da Encosta da Arrábida sem qualquer percalço.

Os meus sinceros parabéns.

Rui Amaro (Foz do Douro)

LUIS MIGUEL CORREIA disse...

Também tinha esta caderneta. Infelizmente não chegou aos nossos dias, para além da recordação

maria disse...

Antes de mais e uma vez mais parabéns e obrigado por este excelente trabalho.

Fico-lhe igualmente agradecido pela evocação de Carvalho Araújo que é um dos grandes heróis da minha terra de adopção, Vila Real.

Não podia estar mais de acordo consigo na escolha para um dos candidatos a grande Português.
Só tenho duvidas porque a Estátua está mesmo em frente a uma casa fantástica com o Brasão de Vila Real que é um legado do seu primeiro conde o SR. D. Pedro de Meneses, uma das nossas figuras maiores da nossa História e tal como Carvalho Araújo, esquecido!
Já agora a Avenida Carvalho Araújo entronca com a praça Conde de Amarante, numa justíssima homenagem ao general Silveira que,faz agora precisamente 200 anos, com um punhado de transmontanos derrotou o melhor exercito do mundo, o Exercito Napoleónico, em Amarante... mais um grande herói esquecido!!!
E tudo isto num raio de 200 metros!!!
É triste é que depois um grande traste que sendo um grande economista e por vezes um bom governante mas raramente um grande Português tenha ganho o titulo...
Com tanto grande Português por aí a ser esquecido!!!
Estamos sem duvida a ficar ignorantes!!!
Que futuro tem quem não tem passado?

Também por isso mais uma vez lhe agradeço este seu fantástico trabalho!!

Miguel de Santiago

Mendes da Luz disse...

Exmo Snr.
Sou possuidor de uma caderneta de Navios e Nagegadores da Agencia Portuguesa de revistas - 1962.
Muito gostaria saber se tem algum valor em termos de coleccionismo.
Muito sinceramente (contactar)
96 579 3317
Paulo Mendes da Luz