segunda-feira, 6 de setembro de 2021

História trágico-marítima (CCCXXVI)


O encalhe do lanchão “Eduardo Xisto” nas Berlengas

Um lanchão da praça do Porto embateu nuns rochedos nas
Berlengas, tendo sofrido um rombo de grandes dimensões
Peniche, 7 - Entrou esta madrugada, neste porto, com um rombo na proa, o lanchão “Eduardo Xisto”, da praça do Porto, que, devido ao nevoeiro, embateu nuns rochedos nas Berlengas.
O navio que seguia de Setúbal para o Porto com um carregamento de 160 toneladas de cimento, dirigiu-se imediatamente para este porto pelos seus próprios meios, enquanto a tripulação tentava estancar a água, chegando a Peniche ligeiramente afundado de proa, pelo que procederam desde logo à descarga de parte da carga.
Foto do lanchão em Peniche

Características do lanchão “Eduardo Xisto”
Armador: Eduardo Beltrão, Lda., Porto
Nº Oficial: C-137 - Iic.: C.S.N.Q. - Registo: Porto, 6.6.1947
Construtor: Tomaz Francisco Lapa, V. Nova de Gaia, 1947
dp “Carlos Augusto”, Casimiro Augusto Tavares, Setúbal
Arqueação: Tab 107,49 tons - Tal 67,65 tons - Pm 176 tons
Dimensões: Ff 29,67 mt - Pp 26,40 mt - Bc 6,75 mt - Ptl 2,62 mt
Propulsão: M.A.N., 1936 - 1:Di - 3:Ci - 150 Bhp - 6 nós

O mestre José Cadilha, já em Outubro de 1947 tinha encalhado junto ao farol do Cabo Carvoeiro, também devido ao nevoeiro, a bordo do lugre “Santa Madalena”, que se perdeu, pelo que considera fatídica a sua passagem pelo canal das Berlengas, sempre que o faz com nevoeiro.
A situação do “Eduardo Xisto”, que é propriedade da firma Eduardo Beltrão, Lda., é melindrosa, porque o rombo é de grandes dimensões, tornando difícil a sua reparação neste porto.
A carga não se considera perdida, aguardando-se a vinda de peritos da companhia de seguros e de representantes do armador.
Fonte: Jornal “Comércio do Porto”, quinta-feira, 9 de Outubro de 1952

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