domingo, 4 de dezembro de 2011

História trágico-marítima (L)


Naufrágios de 1871
(1ª Parte)

No mapa dos naufrágios ocorridos nas costas do continente do reino e nas ilhas dos Açores, durante o ano de 1871, emitido pela 1ª Repartição do Ministério da Fazenda, sob a responsabilidade da secretaria de estado dos negócios da marinha e ultramar, assinada pelo Visconde da Praia Grande, a 24 de Abril de 1872 e inserida no Diário do Governo Nº 101, pág. 684, de 6 de Maio de 1872, encontra-se uma relação onde consta parte dos acidentes marítimos no país, que agora se encontra em estudo, para posterior publicação no blog, como segue:

= Departamento Norte – Viana do Castelo, Porto e Aveiro =

8 de Janeiro de 1871:- A escuna prussiana “Eduard”, deu à costa em Esmoriz, onde encalhou, por ter perdido o leme. Sem apoio de terra, a tripulação salvou-se por meios próprios.
18 de Janeiro de 1871:- A escuna russiana “Withelm”, de 159,512 m3, deu à costa entre a Torreira e São Jacinto, devido a forte vento do quadrante oeste-noroeste e à violência do mar. No rescaldo do sinistro, que não recebeu assistência de terra, salvaram-se pelos próprios meios 6 dos 7 tripulantes, que compunham a equipagem.
18 de Janeiro de 1871:- O brigue francês “Adéle”, de 213,000 m3, encalhou nos recifes da praia da Areosa, por se encontrar com água aberta e por motivo da violência do mar. Não tendo sido possível acudir à tripulação, o sinistro registou 8 mortos e 1 sobrevivente.
20 de Fevereiro de 1871:- A barca portuguesa “Maria”, de 332,000 m3, encalhou na ponta do Cabedelo, na barra do rio Douro, por força da corrente do rio e (recalmões?). Toda a tripulação foi resgatada de bordo do navio, pelo salva-vidas local.
28 de Agosto de 1871:- A barca portuguesa “Flor de S. Simão”, de 357,000 m3, encalhou aproximadamente 6 metros da barra do rio Douro, por se encontrar com água aberta, devido à violência e direcção da corrente de água. Toda a tripulação da barca foi resgatada do navio, nas catraias utilizadas pela pilotagem. Foi desencalhada posteriormente, retomando o serviço.
1 de Novembro de 1871:- O patacho sueco “Johan”, de 158,000 m3, encalhou a cerca de 70 metros da entrada da barra do rio Douro, por lhe ter faltado o vento. Todos os tripulantes foram resgatados do navio, na catraia do piloto-mor.
10 de Novembro de 1871:- O iate português “Jovem Laura”, deu à costa no esteiro da Póvoa de Varzim, tendo-se salvo toda a tripulação.
11 de Novembro de 1871:- O patacho inglês “Marian”, de 137,000 m3, encalhou a cerca de 40 metros da entrada da barra do rio Douro, encontrando-se ingovernável. Todos os tripulantes foram resgatados do navio, pela catraia do piloto-mor.

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