sábado, 7 de maio de 2011

História trágico-marítima (X)


O afundamento do " Exportador I "

Apesar da propagandeada neutralidade, foram afundados diversos navios nacionais durante a IIª Grande Guerra Mundial, por submarinos das nações em conflito. Já fizemos referência no blog ao ataque dum submarino inglês ao navio “Santa Irene”. Desta feita o ataque foi ordenado pelo cap. de corveta Livio Piomarta, a bordo do submarino "Giuglielmo Marconi" da marinha Italiana, a um vapor de pesca do alto, abaixo identificado, como segue:

Vapor “Exportador Primeiro”
1938 – 1941
Sociedade de Pesca a Vapor “O Exportador”, Lda.

Nº Oficial: G-360 - Iic.: C.S.H.D. - Registo: Lisboa
Construtor: Reiherstiegs Schiffswerft, Hamburgo, 11.1917
ex “Prinz Leopold”, Emden Hochseefisch A.G., Emden, 1917-1923
ex “Oceano”, Emp. Pesca Belo Horizonte, Lisboa, 1923-1929
ex “Liberal Terceiro”, Manuel de Jesus, Lisboa, 1929-1938
Arqueação: Tab 318,24 tons - Tal 134,75 tons
Dimensões: Pp 40,59 mts - Boca 7,74 mts - Pontal 3,89 mts
Propulsão: Reiherstiegs M/fabrik -1:Te - 3:Ci - 50 Nhp - 11 m/h
Equipagem: 18 tripulantes

O vapor que foi afundado a tiro de canhão, a 1 de Junho de 1941, na posição 35º40’N 10º30’W, relativamente próximo do Cabo de São Vicente (37º01’N 08º59W), estaria provavelmente a pescar. Do rescaldo do ataque, que provocou o naufrágio, há pelo menos duas vitimas mortais. A imagem abaixo, conforme publicada no jornal “O Comércio do Porto”, apresenta o grosso dos sobreviventes, sem todavia entrar em grandes pormenores, o que se compreende, por motivos de censura militar. Procedimento idêntico foi optado pelo Ministério da Marinha, através da Direcção da Marinha Mercante, que terá optado pela omissão do incidente, não o referindo na lista de naufrágios de navios nacionais.

Notícia do jornal, conforme referido previamente

4 comentários:

Luis Filipe Morazzo disse...

Caro Reimar

Foram no total 11 os navios perdidos pela marinha de comércio portuguesa, durante o segundo conflito mundial, por motivos bélicos. Infelizmente acompanhados com a perda de 104 vidas, pertencentes a uma parte das tripulações dos 8 navios mercantes, mais a dos 3 de pesca perdidos, para minas e torpedos de alguns países beligerantes.

Saudações marinheiras

Luis Filipe Morazzo

Francisco Valadas disse...

Boa Tarde,
É com grande alegria que encontro o artigo sobre o afundamento do Exportador Primeiro, do qual era comandante o meu avô materno, José dos Santos Bodas. Tenho tentado obter informação sobre tal assunto e por isso é formidável encontrar este artigo e com uma foto da tripulação. O meu avô é o que está ao centro com o fato escuro.
Ainda bem que existem pessoas que se dedicam a não deixar cair no esquecimento a nossa história naval tão rica.
Em relação ao meu avô, a minha mãe sempre me contou que já na 1ª guerra tinha também sido afundado, aí penso que por um navio alemão.
Sobre o assunto ainda não consegui qualquer informação, mas vou tentando.
Obrigado peloblog e faço votos que continue.

Cumprimentos

Francisco José Bodas Valadas

luis disse...

Foi com grande satisfação que finalmente encontrei referencias ao navio em que o meu avô Reinaldo Ramos morreu logo após o primeiro bombardeamento.
O caso foi abafado e o então Ministro da Guerra Coronel Santos Costa tratou para amenizar a revolta de arranjar emprego para as filhas. Uma delas (todas já falecidas) ficou a leccionar no Instituto de Odivelas instituição dependente do Ministério da Guerra

Luis Ramos Correia

reimar disse...

Caros srs. Valadas e Correia,

Ainda bem que encontraram neste blog notícias referentes aos vossos avós.
Estou disponível para outras informações, pedindo para o efeito o antecipado favor de me contactarem por mail.

Muitos cumprimentos a ambos,
Reinaldo Delgado