O naufrágio do lugre-motor “Minhoto”
Os náufragos do lugre “Minhoto”, que ante-ontem se afundou ao largo do Cabo da Roca, chegaram ao Tejo a bordo do “Praia da Saúde”
Os náufragos do lugre “Minhoto”, que ante-ontem se afundou ao largo do Cabo da Roca, chegaram ao Tejo a bordo do “Praia da Saúde”
Ao fim da madrugada de ontem, chegaram ao Tejo, os náufragos do lugre-motor “Minhoto”, que se afundou ao largo do Cabo da Roca, ante-ontem, de tarde. Vieram a bordo do lanchão “Praia da Saúde”, da praça de Setúbal que, por feliz acaso, passava a pouca distância do “Minhoto” quando este colidiu com rochedos, ficando sem parte da quilha.
Após a chegada a Lisboa, o mestre do navio naufragado, César Martins, apresentou às autoridades a regulamentar participação do sinistro e ficou, com a respectiva tripulação às ordens dos armadores, João Cândido Rodrigues, Sucessora, de Viana do Castelo.
O sinistro deu-se às 16 horas e 50 de ante-ontem. O “Minhoto” havia saído de Leixões com 350 toneladas de carvão destinado à União Eléctrica, de Setúbal, e a tripulação mal se apercebeu da gravidade da colisão que provocou o rombo no navio.
Características do lugre-motor “Minhoto”
1946 – 1953
1946 – 1953
Armador: João Cândido Rodrigues Maduro, Sucra., V. Castelo
Nº Oficial: 54-A - Iic: C.S.S.F. - Porto de registo: V. Castelo, 1.3.1947
Construtor: Francisco Ferreira, Viana do Castelo, 1946
Arqueação: Tab 256,50 tons - Tal 114,84 tons
Dimensões: Ff 41,50 mt - Pp 33,49 mt - Boca 8,40 mt - Ptl 3,93 mt
Propulsão: Burmeister & Wain, 1:Di - 4:Ci - 240 Bhp - 6,5 nós
Equipagem: 9 tripulantes
O lanchão “Praia da Saúde” é um pequeno navio de carga pertencente à firma Chaves & Mateus, Lda., de Setúbal, saíra do porto desta cidade com um carregamento de cimento para Viana do Castelo. O mestre João Diogo, que o comandava, vendo a iminência do perigo, aproximou-se do “Minhoto” e passou-lhe um cabo, conseguindo arrancá-lo da crítica posição em que se encontrava. Então, o navio sinistrado começou imediatamente a meter água, obrigando o “Praia da Saúde” a largar o cabo, para evitar o afundamento por arrastamento. O mestre João Diogo tomou imediatas providências para socorrer os náufragos que, no entanto, ainda tiveram tempo para recolher os haveres pessoais. O “Minhoto” levou duas horas a afundar-se.
Os náufragos são, além do mestre, os seguintes: José Gonçalves, contra-mestre; Joaquim da Silva, 1º motorista, ambos de Viana do Castelo; Manuel Oliveira Sande, 2º motorista, do Candal, Gaia; Manuel Rodrigues, Henrique Gonçalves de Araújo, e Higino Pereira, marinheiros; José Gonçalves Viana, moço e Manuel Santos Pedreira, cozinheiro, todos de Viana do Castelo.
Fonte: Jornal “Comércio do Porto”, terça-feira, 31 de Março de 1953
Os náufragos são, além do mestre, os seguintes: José Gonçalves, contra-mestre; Joaquim da Silva, 1º motorista, ambos de Viana do Castelo; Manuel Oliveira Sande, 2º motorista, do Candal, Gaia; Manuel Rodrigues, Henrique Gonçalves de Araújo, e Higino Pereira, marinheiros; José Gonçalves Viana, moço e Manuel Santos Pedreira, cozinheiro, todos de Viana do Castelo.
Fonte: Jornal “Comércio do Porto”, terça-feira, 31 de Março de 1953
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