quarta-feira, 4 de novembro de 2015

História trágico-marítima (CLXXII)


O incêndio a bordo do vapor "Gaza", em Lisboa

Cerca das 4 horas da tarde rebentou um violento incêndio a bordo do vapor “Gaza”, que se encontrava fundeado em frente do posto marítimo de desinfecção, carregado de gasolina e água-raz, destinadas a França.
O “Gaza” havia chegado no dia 4 ao Tejo com carga diversa, que descarregou rapidamente para meter nova carga.
O fogo manifestou-se no porão da ré, desenvolvendo-se com grande violência. Acudiram vários rebocadores e material dos incêndios, sendo necessário rebocar o “Gaza” para a Cova da piedade, onde ficou fundeado.
(In jornal ”Comércio do Porto”, sexta, 30 de Novembro de 1917)

Imagem do incêndio a bordo do vapor "Gaza"

Características do vapor “Gaza”
1916-1925
Armador: Transportes Marítimos do Estado, Lisboa
Nº Oficial: ? - Iic.: H.G.A.Z. - Porto de registo: Lisboa
Construtor: Schiffswerft Neptun, Rostock, Alemanha, 03.1914
ex “Hof”, Deutsche-Australische D.G., Hamburgo, 1914-1916
Arqueação: Tab 6.036,87 tons - Tal 3.802,37 tons
Dimensões: Pp 122,00 mts - Boca 16,51 mts - Pontal 7,92 mts
Propulsão: Neptun A.G., 1914 - 1:Te - 3.250 Ihp - 12,5 m/h
Vendido à Sociedade Geral em 1925. Manteve o mesmo nome

Incêndio a bordo
Por imprevidência de um carregador, que entrou com um fósforo aceso num dos porões onde se armazenava água-raz e outros produtos de fácil explosão, houve a bordo do vapor “Gaza”, surto no Tejo, um valente incêndio que, só a muito custo, conseguira ser dominado.
O vapor estava recebendo carga composta de água-raz, óleo de palma, cacau e conservas com destino a França. Felizmente, devido à perícia e energia dos bombeiros e outras pessoas que acudiram, os prejuízos não foram de grande monta.
(In “Ilustração Portuguesa”, segunda,10 de Dezembro de 1917)

O incêndio a bordo do “Gaza”
São muito importantes os prejuízos causados pelo incêndio ocorrido a bordo do vapor “Gaza”. Os estragos materiais sofridos pelo vapor exigem um fabrico que demora pelo menos 30 dias.
Consta que as Companhias seguradoras das mercadorias embarcadas e deterioradas pelo fogo recusam-se a pagar a correspondente indemnização, alegando que a carga do navio não estava nas devidas condições, sendo o Estado o responsável pelos prejuízos sofridos.
No porão onde principiou o incêndio, segundo todas as indicações obtidas, apontam no sentido do vapor ter a bordo 1.000 caixas de gasolina, por cima das quais se encontravam outras mercadorias.
(In jornal ”Comércio do Porto”, terça, 4 de Dezembro de 1917)

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