quinta-feira, 17 de setembro de 2015

História trágico-marítima (CLVIII)


O naufrágio do vapor inglês "Antinous"

Vapor encalhado
Salva-se a tripulação – Pormenores
Caminha, 29 – Hoje, cerca das 6 horas e meia da tarde, foram alarmados os habitantes desta vila com os socorros pedidos pela fortaleza da Ínsua para o vapor inglês “Antinous”, com carga de trigo, milho e sabão, que se achava varado junto de Moledo, na praia de Santo Isidro.
Prestados os devidos socorros foi salva toda a tripulação, que se compunha de 28 homens. O vapor vinha da Argentina e dirigia-se a Vigo. Segundo consta, o sinistro foi devido a um engano de barra, por causa do muito nevoeiro que fazia.
A tripulação foi acolhida das residências dos srs. José Batista da Silva e João Martins Rodrigues, residentes em Moledo.
Esperam poder salvar o vapor.
(In jornal “Comércio do Porto”, terça, 31 de Janeiro de 1922)

Desenho de vapor inglês, sem correspondência ao texto

Naufrágio
Viana do Castelo, 30 – Pelas 6 horas da tarde de ontem encalhou ao sul da Ínsua, em Caminha, o vapor inglês “Antinous”, da Egypt & Levant Steam Shipping Co., com um importante carregamento de trigo, milho e sabão, para Vigo. É um navio de 3.681 toneladas e 26 homens de tripulação, que se salvaram.
O capitão, que ficou a bordo, pediu por intermedio do capitão do porto de Caminha, ao Departamento Marítimo do Norte, rebocadores para hoje, na preamar, tentar safar o navio.
O sinistro foi ocasionado por uma avaria na máquina.
(In jornal “Comércio do Porto”, quarta, 1 de Fevereiro de 1922)

Caracteristicas do vapor "Antinous"
1907 - 1921
Armador: Egypt & Levant Steam Shipping, Ltd., Londres
Construtor: Robert Thompson & Sons, Ltd., Southwick, 1907
Arqueação: Tab 3.682,00 tons
Dimensões: Pp 105,60 mts - Boca 15,50 mts
Propulsão: 1 motor de tripla expansão
Equipagem: 26 tripulantes

O vapor inglês encalhado considera-se perdido
Viana do Castelo, 1 – O vapor inglês “Antinous”, do lote de 3,681 toneladas brutas de registo, que na tarde de segunda-feira encalhou na praia de Moledo, considera-se perdido.
Adernou muito e, devido ao milho que transportava ter inchado com a água que entrou nos porões, abriu um enorme rombo.
O vapor é da praça de Londres e procedia de Buenos-Aires e Ramallo, com 5.787 toneladas de milho, com destino a Vigo, Bilbao e outros portos de Espanha. Trazia 30 dias de viagem e era seu comandante Edward P. Fishwick.
Espera-se a chegada de dois rebocadores do Porto, para tentarem o salvamento, se bem que o movimento dos barcos seja muito dificultado pelos baixos da Ínsua.
Todas as roupas dos tripulantes foram retiradas de bordo, assim como um grande número de animais domésticos.
(In jornal “Comércio do Porto”, sexta, 3 de Fevereiro de 1922)

O vapor inglês encalhado
Viana do Castelo, 5 – O mar tem danificado o casco do vapor inglês “Antinous”, que há dias naufragou na praia de Moledo, ao sul de Caminha. Não há probabilidade de ser salvo o casco, que de dia para dia mais se vai enterrando na areia.
A carga, de milho, também se considera perdida.
As roupas e mais haveres da tripulação foram retiradas de bordo.
(In jornal “Comércio do Porto”, terça, 7 de Fevereiro de 1922)

Naufrágio do vapor inglês “Antinous”
Anúncio nº 1133
Até ao meio-dia de quarta-feira, 8 do corrente, recebem-se na rua da Nova Alfândega nº2, desta cidade, propostas para salvamento da carga (milho ensacado) do vapor “Antinous”, assim como do casco ou pertences do mesmo, naufragado ao Sul da Barra do Rio Minho, em frente a Moledo.
As propostas deverão ser apresentadas mencionando separadamente a percentagem de separação da carga da que se relacionar com a salvação do casco ou pertences.
Fica a cargo do proponente a quem fôr adjudicado o serviço de salvação, todas as despesas em que houver de incorrer para tal fim, embora por qualquer motivo de força maior resulte improfícuos os sacrifícios feitos.
Para mais esclarecimentos dirigir-se aos agentes do Lloyd’s Rawes & Cª., à rua acima mencionada.
Porto, 7 de Fevereiro de 1922
(In jornal “Comércio do Porto”, terça, 7 de Fevereiro de 1922)

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