quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Curiosidades


Um avião inglês caiu sobre a proa do "Normandie"!

A proa do "Normandie" - cenário do sinistro

Londres, 22 – A Associação de imprensa inglesa informa que um avião bombardeiro, da base aeródromo de Gosport, chocou com a proa do “Normandie”. Este regressava de Nova York e vários hidroaviões voavam perto dele, quando um deles tocou no cordame do mastro de vante e caiu sobre a proa. De acordo com uma testemunha que presenciou o desastre, o aparelho caiu de tal maneira que pareceu ter feito uma aterragem perfeita.
O piloto do aparelho, que sofreu apenas um ligeiro choque, largou imediatamente o navio a fim de participar o acidente no depósito, e o “Normandie” partiu para o Havre levando o avião a bordo, que tem a estrutura inferior seriamente danificada. O aparelho será desembarcado quando proximamente o vapor passar em Southampton.

A versão do acidente segundo o comandante do “Normandie”
Londres, 22 – Acaba de ser difundida pela rádio a versão dada pelo comandante do “Normandie” ao representante do jornal Evening News, da queda dum avião militar britânico sobre a proa do grande transatlântico:
«Às 11 horas e quinze minutos encontrava-me na ponte, vigiando a descarga de automóveis, quando avistei, voando baixo, um avião militar britânico. Deu duas ou três voltas ao navio e, finalmente, passou por sobre a chaminé de vante. Não deve ter ocorrido ao piloto que os gases quentes da chaminé originam a formação, no espaço, dos chamados poços de ar.
Apesar dos esforços do piloto, o aparelho capotou e, com um choque formidável, foi despedaçar as asas de encontro ao guindaste que serve para a descarga dos automóveis. Como a ponte estava cheia de tripulantes, temi, a princípio, que tivesse havido carnificina, o que, felizmente, não aconteceu.
A violência da queda ultrapassa tudo quanto se possa imaginar. O avião caiu como uma pedra, destacando-se a fuselagem, que ficou feita em pedaços, junto ao mastro de vante. Um dos oficiais de bordo precipitou-se, em socorro do piloto. Este, um jovem oficial, saiu meio aturdido da carlinga e as suas primeiras palavras foram: esta história aflige-me a valer.
Conduzido ao meu gabinete, perguntou-me o que ia ser feito do avião. Respondi-lhe que não podia perder tempo e atrasar o navio, para o descarregar e que, por isso, o avião seguiria a bordo até ao Havre. Então, depois de declinar a sua identidade, dizendo ser o tenente Horsey, pediu para desembarcar e seguiu para terra imediatamente.»
(In jornal “Comércio do Porto”, terça, 23 de Junho de 1936)

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