domingo, 24 de novembro de 2013

História trágico-marítima (XCII)


O abandono do palhabote “Florinda”

O cônsul de Portugal em Málaga comunicou ao Ministério dos Negócios Estrangeiros, que entrou no dia 22 do corrente, à noite, naquele porto, rebocado pelo vapor de pesca espanhol “Galícia”, o palhabote português, denominado “Florinda”, que o referido vapor encontrou abandonado na costa de Marrocos, em frente da cidade de Casablanca.
Diz essa comunicação, que esse palhabote lhe consta pertencer a um armador do Porto. A tripulação desse barco, já regressou há dias às terras das suas residências, nos concelhos do distrito de Viana do Castelo.
(In jornal “Comércio do Porto”, quarta, 30 de Dezembro de 1925)

Identificação do iate português “Florinda”
Armador: Soc. Pesca Florinda, Figueira da Foz (1906-1925)
Nº Oficial: A-279 - Iic.: H.K.M.G. - Registo: Figueira da Foz
Construtor: Desconhecido, Vila do Conde, 1893
ex “Florinda”, José Correia dos Santos, Porto (1893-1906)
Arqueação: Tab 112,84 tons - Tal 88,21 tons
Dimensões: Pp 28,64 mts - Boca 7,13 mts - Pontal 2,80 mts
Propulsão: À vela

Nota: Este iate foi abandonado pela tripulação, ao largo de Gibraltar, em Dezembro de 1925, por ser considerado inavegável, quando se encontrava sob o comando do mestre António Cadilha (1924-1925). Inicialmente, no período em que esteve matriculado na praça do Porto, foi posto ao serviço do comércio, no tráfego de pequena cabotagem. Após ter sido adquirido pela Soc. de Pesca Florinda, efectuou dez campanhas à pesca do bacalhau, sob o comando dos capitães José Tomás Rosa (1907-1915) e João de Oliveira (1916). Posteriormente, regressou ao serviço de pequena cabotagem, em 1917, sob o comando dos capitães Luís Francisco Capote (1917 e 1918), Paulo Fernandes Bagão (1919) e Luís Simões Chuva (1923).

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