O naufrágio dos iates “Santo António”, “Ressuscitado” e “Preceito”
Segundo notícias publicadas no jornal «Faro de Vigo», perderam-se naquele porto, na noite de terça-feira passada, dia 30 de Janeiro, em consequência do temporal, os seguintes iates portugueses: O iate “Santo António”, carregado com vinho, destinado àquela cidade, o qual foi de encontro às pedras do Espinheiro; e os iates “Resuscitado” (deve ler-se “Ressuscitado”) e “Perfeito" (deve ler-se “Preceito”), que, faltando-lhe as amarras, deram à costa em Guixar, posto não fosse em condições tão funestas como o primeiro.
(In jornal “Comércio do Porto”, quinta, 1 de Fevereiro de 1883)
(In jornal “Comércio do Porto”, quinta, 1 de Fevereiro de 1883)
Identificação dos navios
Iate “Santo António”
Nº Oficial: N/t - Iic.: H.G.P.W. - Registo: S. Martinho do Porto
Construtor: Manuel Dias dos Santos Borda, Fão, 1879
Arqueação: 76,762 m3
Propulsão: À vela
Este iate corresponde a uma encomenda efectuada por Luís Nunes dos Santos e outros, de Esposende. O seu mestre era o referido proprietário, tendo os 5 elementos da equipagem origem em Fão. Saíram de Esposende em Setembro de 1879.
In (Felgueiras, José Eduardo de Sousa, Sete séculos no mar XIV a XX; A construção de embarcações, Vol.II, 2010)
Iate “Resuscitado” (deve ler-se “Ressuscitado”)
Nº Oficial: N/t - Iic.: H.D.W.Q. - Porto de registo: Porto
Construtor: Luís José da Silva Maciel, Fão, 16.08.1872
Arqueação: 70,776 m3
Dimensões: Pp 19,30 mts - Boca 5,40 mts - Pontal 2,20 mts
Propulsão: À vela
Este iate foi construído no estaleiro do Cais, em Fão e corresponde a uma encomenda efectuada por João Fernandes Mano, de Ílhavo. O seu mestre era o referido proprietário. Noutro registo idêntico, datado de 23 de Agosto de 1877, este navio passou a ter 21,27 metros de comprimento, em consequência de reparações efectuadas a bordo.
In (Felgueiras, José Eduardo de Sousa, Sete séculos no mar XIV a XX; A construção de embarcações , Vol.II, 2010)
Iate “Perfeito” (deve ler-se “Preceito”)
Nº Oficial: N/t - Iic.: H.C.F.L. - Porto de registo: Porto
ex iate “Fé” - Iic.: H.C.F.L. - Porto de registo: Porto
Arqueação: 78,940 m3
Propulsão: À vela
Construção anterior a 1870
Nº Oficial: N/t - Iic.: H.G.P.W. - Registo: S. Martinho do Porto
Construtor: Manuel Dias dos Santos Borda, Fão, 1879
Arqueação: 76,762 m3
Propulsão: À vela
Este iate corresponde a uma encomenda efectuada por Luís Nunes dos Santos e outros, de Esposende. O seu mestre era o referido proprietário, tendo os 5 elementos da equipagem origem em Fão. Saíram de Esposende em Setembro de 1879.
In (Felgueiras, José Eduardo de Sousa, Sete séculos no mar XIV a XX; A construção de embarcações
Naufrágios em Vigo
Segundo as últimas notícias chegadas de Vigo, estão a tratar de salvar as pipas de vinho que constituíam o carregamento do iate “Santo António”, que ali bateu numas pedras, que bordam parte do Monte da Guia. Essa operação estava a ser facilitada pelo estado tranquilo do mar e pela proximidade a que o navio estava da costa.
Havia muitas esperanças de salvar os cascos dos iates "Ressuscitado” e “Perfeito”, encalhados próximo de Guixar, porém os carregamentos de sal consideram-se completamente perdidos.
O comentário que corre apreciando as causas dos sinistros marítimos, que ultimamente ocorreram naquele porto, diz que eles foram devidos em primeiro lugar à má qualidade das amarras usadas pelos três iates portugueses que deram à costa, sendo, porém, indubitável que muito contribuiu também a falta de um bom vapor guarda-costas, que poderia prestar auxílio a esses navios, fornecendo-lhes cabos ou rebocando-os no momento do perigo.
(In jornal “Comércio do Porto”, sexta, 2 de Fevereiro de 1883)
Havia muitas esperanças de salvar os cascos dos iates "Ressuscitado” e “Perfeito”, encalhados próximo de Guixar, porém os carregamentos de sal consideram-se completamente perdidos.
O comentário que corre apreciando as causas dos sinistros marítimos, que ultimamente ocorreram naquele porto, diz que eles foram devidos em primeiro lugar à má qualidade das amarras usadas pelos três iates portugueses que deram à costa, sendo, porém, indubitável que muito contribuiu também a falta de um bom vapor guarda-costas, que poderia prestar auxílio a esses navios, fornecendo-lhes cabos ou rebocando-os no momento do perigo.
(In jornal “Comércio do Porto”, sexta, 2 de Fevereiro de 1883)
Iates naufragados
O despachante sediado no Porto, sr. João José de Miranda recebeu ontem de Vigo um telegrama participando-lhe que estavam salvos os aparelhos dos iates “Resuscitado” (deve ler-se “Ressuscitado”) e “Perfeito” (deve ler-se “Preceito”), que se encontram encalhados naquele porto.
Aquele senhor dirigiu ao capitão de um dos iates um telegrama ordenando-lhe que salvasse das embarcações tudo quanto pudesse. Parece que os cascos ficaram em muito mau estado.
(In jornal “Comércio do Porto”, Domingo, 4 de Fevereiro 1883)
Aquele senhor dirigiu ao capitão de um dos iates um telegrama ordenando-lhe que salvasse das embarcações tudo quanto pudesse. Parece que os cascos ficaram em muito mau estado.
(In jornal “Comércio do Porto”, Domingo, 4 de Fevereiro 1883)
Arrematação de salvados
Realizou-se ante-ontem, no consulado português em Vigo, a arrematação dos iates “Resuscitado” (deve ler-se “Ressuscitado”) e “Preceito”, que ali encalharam na noite de 20 de Janeiro findo, em consequência de se lhes ter partido as amarras, por motivo de forte temporal.
(In jornal “Comércio do Porto”, sábado, 10 de Fevereiro, 1883)
(In jornal “Comércio do Porto”, sábado, 10 de Fevereiro, 1883)
Arrematação de salvados
Realizou-se na quinta-feira, dia 8, à tarde, em Vigo, perante o Cônsul português naquela cidade, a arrematação dos iates “Resuscitado” (deve ler-se “Ressuscitado”) e “Preceito”, que ultimamente ali encalharam. Foram adjudicados por 1.200 pesetas (216$000 réis), cada um, ao sr. Canoa, daquela cidade.
Ontem devia ter sido arrematado, perante a mesma autoridade consular, o casco e mastros do iate “Santo António”, que naufragou ali, indo de encontro às pedras do Espiñeiro.
(In jornal “Comércio do Porto”, Domingo, 11 de Fevereiro, 1883)
Ontem devia ter sido arrematado, perante a mesma autoridade consular, o casco e mastros do iate “Santo António”, que naufragou ali, indo de encontro às pedras do Espiñeiro.
(In jornal “Comércio do Porto”, Domingo, 11 de Fevereiro, 1883)
Arrematação de salvados
Teve lugar no sábado passado, perante o cônsul português em Vigo, a arrematação do casco, mastros e lancha do iate “Santo António”, ali naufragado no dia 30 de Janeiro. Aqueles objectos foram adjudicados ao sr. D. Camilo Lago, por 105 pesetas (18$900 réis).
(In jornal “Comércio do Porto”, terça, 15 de Fevereiro de 1883)
(In jornal “Comércio do Porto”, terça, 15 de Fevereiro de 1883)
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