quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Fait divers


A “ Rita “

Muito longe do que se possa imaginar, a “Rita” é uma gaivota, vulgarmente identificada como pardela, pertencente ao tipo Patas Amarelas (Larus michahellis C Rb), que normalmente opta por criar residência próximo do local de nidificação. A sua coloração malhada, em tons de branco sujo com manchas castanhas, indica-nos ser característica numa ave de pouca idade, provavelmente após ter ultrapassado o seu primeiro inverno, mudando com o decorrer do tempo a penugem para o branco comum, tal como as conhecemos.

A Rita à espera do almoço

Vítima de um qualquer acidente, a “Rita” ferida com uma asa partida procurou refúgio na área anexa ao porto de serviço, onde passava os dias arredia e por lá foi pernoitando, certamente grata pela água e pela comida fresca, que carinhosamente os empregados da marina diariamente lhe disponibilizavam. Até que a “Rita” pouco a pouco foi criando empatia com as pessoas do local, permitindo a aproximação daqueles que ela reconheceu e aceitou como amigos ou tão-somente beneméritos.

A Rita degusta um aperitivo

Volvido um considerável período de recuperação, a asa da “Rita” foi ganhando força e consistência, retomando hábitos para que foi criada, através de pequenos voos. Até que chegou o dia em que finalmente curada do ferimento se reuniu ao bando de aves que habita na área portuária, percorrendo o porto de pesca, sempre à procura duma suculenta e abastada refeição de peixe.
Todavia a “Rita” não se permitiu perder os bons hábitos adquiridos! Por isso à hora das refeições responde à chamada, pelo nome de batismo, onde quer que esteja, nunca recusando um petisco que ela sabe que vai ganhar, ao verificar o braço do novo amigo, estendido com a mão aberta.

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