quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Couraçados Japoneses – O “Yamato” e o “Musashi”


Porque que motivo foram construídos os dois mais poderosos couraçados do mundo e a facilidade como foram afundados
1ª Parte

Vista parcial do convés do "Musashi"

Em 1934, o chefe do Estado Maior Naval Japonês expediu uma ordem, para que os arquitetos navais do país construíssem os mais poderosos couraçados do mundo. Em oito anos, dois ficaram prontos, o “Yamato” e o “Musashi”. Apesar dos tratados internacionais, a cujo cumprimento o Japão estava obrigado, proibirem a construção de couraçados com mais de 35.000 toneladas, tanto um como o outro deslocavam, quando completamente equipados para combate 72.809 toneladas, cerca de 20 mil toneladas mais que o “Missouri”, o maior couraçado da marinha dos Estados Unidos.
Cada um deles carregava peças de artilharia de 18,1 polegadas (410 milímetros), capazes de disparar granadas perfurantes de 1.460 quilos, 50 por cento mais pesadas do que as granadas dos canhões de 406 milímetros do “Missouri”.
Só após uma dezena de anos, conhecidos os planos de construção desses navios, que até então permaneceram em absoluto segredo, é que a história toda viria a ser conhecida. O estaleiro naval de Cure fora circundado por uma cerca bastante alta, para evitar qualquer caso de eventual tentativa de espionagem, atrás da qual os operários foram mantidos completamente isolados do exterior.

Foto do couraçado "Yamato"
Imagem da Photoship.com

Oito dias após o ataque a Pearl Harbor, o “Yamato”, quase concluído, foi posto a flutuar. O “Musashi” ficou pronto em Agosto de 1942.
Durante os dois anos que se seguiram, os alojamentos dos navios de guerra americanos no Pacifico encheram-se de rumores acerca dos colossais navios de guerra que, segundo se supunha, os japoneses haviam construído. O Serviço Secreto Naval Americano admitia apenas que, «segundo informações», os mesmos estavam artilhados com peças de 452 milímetros.
O primeiro americano a ver um couraçado da classe “Yamato” foi o Comandante Eugene Bradley McKinney do submarino “Skate”, em 1943. Era noite de Natal e o “Skate” encontrava-se a 180 milhas ao norte de Truque. Um enorme alvo apareceu no centro do reticulo do periscópio. Foram lançados torpedos. Dois deles explodiram contra a carcaça lateral do navio; o comandante do “Skate”, entretanto, só pode informar que um moderno couraçado japonês tinha sido atingido. Não sabia que acertara no “Yamato”, forçando-o a voltar ao Japão.
As grandes massas cinzentas da frota japonesa não voltaram a ser vistos depois desta ocorrência, senão quando o “Yamato” e o “Musashi”, à meia-noite de 21 de Outubro de 1944, saíam de Linga, perto de Singapura, incluídos numa esquadra couraçada que tinha a missão de penetrar no Estreito de S. Bernardino para destruir os cargueiros e transportes relativamente frágeis dos Estados Unidos, ancorados ao largo de Leite, onde os americanos acabavam de estabelecer uma cabeça de praia. Na manhã do dia 24, os porta-aviões, sob o comando do Almirante Halsey, lançaram contra o “Musashi” uma série de ataques com bombas e torpedos.
Os quatro primeiros ataques deixaram o couraçado bastante avariado, fazendo muita água e com a velocidade reduzida para 16 nós. Mais dois ataques – no fim dos quais foram contabilizados dez torpedos a atingir o alvo – e a tarefa estava terminada. O navio virou e afundou-se de proa. Não disparara um só tiro, excepto ter utilizado as baterias antiaéreas contra os aviões.
Nesse meio tempo, o “Yamato” tinha sido atingido por três bombas, que, no entanto, nenhum dano causaram à blindagem do convés superior. O navio simulou dirigir-se para Oeste. Isto fez com que o Almirante Halsey lhe perdesse o rasto, permitindo ao “Yamato” atravessar o perigoso Estreito de S. Bernardino para surgir pouco antes das sete horas da manhã à vista do grupo de seis pequenos porta-aviões de escolta sob o comando do Contra-Almirante C.A.F. Sprague. O “Yamato” abriu fogo a 35 mil metros de distância. Fora a primeira vez que peças de tal calibre disparavam contra um navio de superfície – e seria a última.

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