Os “Cruzeiros” das ilhas do Triângulo
Chegada do "Cruzeiro do Canal" ao porto da Madalena, na ilha
do Pico, Março de 2011, com o monte da Espalamaca ao fundo
do Pico, Março de 2011, com o monte da Espalamaca ao fundo
Tenho vindo a acompanhar as novidades, que ultimamente se tem acentuado, relativamente à necessidade da substituição das lanchas em actividade, em serviço na ligação das três ilhas do triângulo Açoriano, também conhecidas pelas ilhas do canal, cujas propostas para construção estão actualmente a ser lançadas, à procura de estaleiros interessados. Por esse motivo, recupero agora o texto publicado no Jornal de Notícias de 12 de Dezembro de 1985, lembrando que estão decorridos desde essa data, quase 26 anos de operação continua e eficaz, do “Cruzeiro do Canal” e do “Cruzeiro das Ilhas”.
A lancha “Cruzeiro do Canal”, que utilizei por diversas vezes e ainda no decorrer deste ano, numa ou outra ocasião, percebi que as exigentes travessias inter-ilhas realizadas no Inverno, tem lugar com um mar muito além do bonançoso, onde constatei a angustia e aflição de muitas pessoas, principalmente as mais idosas, que nelas viajam. De tal forma, que não me consigo esquecer do respirar de alívio, cada vez que o costado da embarcação tocava suavemente contra os pontões-cais de amarração, a cada momento de chegada.
No entanto, sinto-me obrigado a reconhecer que as travessias diárias são realizadas em clima de grande segurança, pela excelente resposta que estas lanchas tem dado ao longo dos anos, devendo igualmente fazer justiça ao trabalho efectuado pelas equipas da Transmaçor a bordo, cuja atenção e profissionalismo ajudam a superar com confiança, o inevitável balanço desse mar acentuadamente encrespado.
Para quem não sabe, seria complicado viver em São Jorge, no Pico ou no Faial, sem a firme certeza, que existe um horário estabelecido para todas as travessias, porque há horários a cumprir, gente que muda de ilha para trabalhar, para ir às compras e às consultas médicas, sabendo que para regressar a casa, terá que efectuar o percurso inverso. E muito principalmente, porque sabem que as lanchas e as tripulações, estão disponíveis com carácter permanente, para operar fora das horas programadas, sempre que uma emergência a isso obriga.
Apresentando ainda elevados níveis de exigência, varias vezes ao dia, ambas as lanchas cumprem o desígnio para que foram construídas. Não é portanto por acaso, que foram feitos rasgados elogios às construções destas unidades, quando do seu bota-abaixo, iniciado em Dezembro de 1985. Conforme se percebe através da leitura da notícia do jornal, a sua futura utilização haveria de revelar-se um bem essencial para os residentes, considerando que as lanchas em operação no período anterior, construídas em madeira, depois de tantos outros anos em serviço, já se encontravam completamente fragilizadas e obsoletas.
A lancha “Cruzeiro do Canal”, que utilizei por diversas vezes e ainda no decorrer deste ano, numa ou outra ocasião, percebi que as exigentes travessias inter-ilhas realizadas no Inverno, tem lugar com um mar muito além do bonançoso, onde constatei a angustia e aflição de muitas pessoas, principalmente as mais idosas, que nelas viajam. De tal forma, que não me consigo esquecer do respirar de alívio, cada vez que o costado da embarcação tocava suavemente contra os pontões-cais de amarração, a cada momento de chegada.
No entanto, sinto-me obrigado a reconhecer que as travessias diárias são realizadas em clima de grande segurança, pela excelente resposta que estas lanchas tem dado ao longo dos anos, devendo igualmente fazer justiça ao trabalho efectuado pelas equipas da Transmaçor a bordo, cuja atenção e profissionalismo ajudam a superar com confiança, o inevitável balanço desse mar acentuadamente encrespado.
Para quem não sabe, seria complicado viver em São Jorge, no Pico ou no Faial, sem a firme certeza, que existe um horário estabelecido para todas as travessias, porque há horários a cumprir, gente que muda de ilha para trabalhar, para ir às compras e às consultas médicas, sabendo que para regressar a casa, terá que efectuar o percurso inverso. E muito principalmente, porque sabem que as lanchas e as tripulações, estão disponíveis com carácter permanente, para operar fora das horas programadas, sempre que uma emergência a isso obriga.
Apresentando ainda elevados níveis de exigência, varias vezes ao dia, ambas as lanchas cumprem o desígnio para que foram construídas. Não é portanto por acaso, que foram feitos rasgados elogios às construções destas unidades, quando do seu bota-abaixo, iniciado em Dezembro de 1985. Conforme se percebe através da leitura da notícia do jornal, a sua futura utilização haveria de revelar-se um bem essencial para os residentes, considerando que as lanchas em operação no período anterior, construídas em madeira, depois de tantos outros anos em serviço, já se encontravam completamente fragilizadas e obsoletas.
Cópia da notícia do bota-abaixo do "Cruzeiro do Canal"
In (Jornal de Notícias, de 12 de Dezembro de 1985)
In (Jornal de Notícias, de 12 de Dezembro de 1985)
Acho que consigo imaginar os grandes dias de festa, vividos no estaleiro de S. Jacinto, aquando do lançamento à água do “Cruzeiro do Canal”, como de tantas outras construções, quer fossem navios de comércio ou os grandes arrastões, que permanecem firmes a navegar nos mares gelados do Atlântico Norte, empregues na pesca longínqua, onde efectuam a captura de bacalhau, entre outros espécimes de pescado providencial à nossa economia. O que não me tinha ocorrido até à ultima quinta-feira, foi a possibilidade de rever o estaleiro, ainda com a estátua do seu fundador à porta, mas completamente devassado e vergonhosamente vandalizado, sem motivo ou razão que o justificasse, depois de uma morte estrangulada, lenta e incompreensivelmente prematura.
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