terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Navios Portugueses


Escuna construída em madeira “Laboriosa”
1917-1918
Armador : Antónia Giestal Gonzalez, Braz Joaquim Giestal, Caminha

Postal ilustrado de Caminha
Edição do Instituto Nun'Álvares
Com disse anteriormente, gostava muito que a escuna presente na imagem, ancorada no rio Minho, fosse efectivamente a "Laboriosa", mas lamento não poder fazê-lo porque presumo não existir forma de obter essa confirmação.

Nº Oficial: 9 > Iic.: H.L.A.B. > Registo: Caminha
Construtor : Estaleiro de E. Capon, Fécamp, França, 1902
ex “Le Laborieux“, Vve. P. Tougard, l’Averbrach, 1902-1916
Arqueação : Tab 195,45 tons > Tal 163,95 tons
Dimensões : Pp 29,04 mts > Boca 8,26 mts > Pontal 3,50 mts
Máquina : Não tinha motor auxiliar
Equipagem : 7-8 tripulantes

A embarcação foi colocada à venda no decorrer do ano de 1918, sendo adquirida por Daniel José Machado, que lhe manteve o nome. Deve igualmente ter conservado as mesmas características, mas transferiu a matrícula para o porto de Viana do Castelo.

Escuna construída em madeira “Laboriosa”
1919-1922
Armador : Daniel José Machado, Viana do Castelo

Nº Oficial: ? > Iic.: H.L.A.B. > Registo: Viana do Castelo
Não há alteração às características

Tanto quanto se pode ajuizar pelos documentos disponíveis, a embarcação esteve sempre a operar no trafego de pequena cabotagem, durante os cincos anos em que navegou com a bandeira Portuguesa. Não existe, ou desconhecemos qualquer registo, que nos permita admitir ter alguma vez sido utilizada na pesca longínqua, tanto em Caminha como em Viana do Castelo.

Relativamente ao naufrágio ocorrido a 26 de Setembro de 1922, o relato muito sucinto do jornal “O Comércio do Porto”, no dia posterior, informa que a escuna se afundou de véspera, pelas seis horas da manhã, a cerca de 8 milhas da Ericeira, quando em viagem de Setúbal para Peniche, transportando um carregamento de sal. Que pelas dez horas da manhã do dia 27, foi avistado um escaler com 8 (?) homens, próximo a Oitavos, rapidamente recolhidos e transportados para terra pelo vapor dos Pilotos.

Por sua vez o jornal “Diário de Notícias” do dia 28 de Setembro, faz saber que por motivo de forte agitação no mar, a escuna naufragou na baía de Cascais (?), transportando a bordo um carregamento de sal, folha e óleo. Que João Marinho, empregado do Posto Marítimo da Cidadela, tendo avistado a embarcação à entrada da baía a pedir socorro, de pronto comunicou à Estação do salva-vidas, que saiu para o mar sob as ordens do patrão José Matias. Aparentemente a saída do salva-vidas para o mar foi extemporânea, porque já o barco dos pilotos, de que era encarregado Manuel Caramelo, havia recolhido os 7 (?) náufragos.
O capitão da escuna Lúcio de Castro contou terem sido surpreendidos a 8 milhas da Ericeira, pela rebentação do mar e como a breve trecho a escuna tivesse água aberta, pediram socorro a um vapor que passava, o qual não atendeu. Resolveram por esse motivo tentado chegar a Cascais, quando à entrada da baía sem conseguir aguentar mais, a escuna submergiu.

Nestes casos, quem sabe se um amigo mergulhador de Cascais ou da Ericeira, nos ajuda a definir com mais exactidão o local onde é que a escuna se encontra, apesar da 2ª versão parecer ter mais consistência.

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