segunda-feira, 23 de junho de 2008

Navios Portugueses


" Cidade do Porto "

Registado como barca (4 mastros) na Alemanha, escuna (4 e depois 6 mastros) nos Estados Unidos e lugre em Portugal, foi construído na Escócia sob encomenda de um armador Alemão, com características semelhantes aos grandes veleiros do início do século XX, postos a navegar entre a Europa e o Chile, naquela que ficou conhecida por rota dos nitratos. Terão pensado à época que a robustez da construção, traria benefícios e eficácia na sempre difícil passagem pelo Horn, todavia as grandes dimensões, uma tripulação numerosa, a manutenção dispendiosa, a dificuldade na obtenção de carga para encher os porões e a concorrência movida pela navegação a vapor, depressa lhes traçaram o fim por se revelarem comercialmente inviáveis.
Por isso não consigo ir além de imaginar, que ser proprietário de um navio deste tipo servia apenas para grangear notabilidade. E previsivelmente dores de cabeça, como resultado dos prejuízos que seguramente iam acumulando. E se é verdade que Alan Villiers afirmou que ninguém melhor do que os portugueses para reconhecerem um bom navio, este caso terá sido provavelmente uma das excepção à regra.

O lugre "Cidade do Porto"

1943-1944 > Iic.: C.S.J.K. > Registo: Capitania do Porto
Construtor: W. Hamilton & Co., Glasgow, Escócia, 03.1904
ex “Hans” - G.J.H. Siemers & Co., Hamburgo, 1904-1922
ex “Mary Dollar” - Robert Dollar Co., S. Francisco, 1922-1935
ex “Tango” - C.A. Watts, ??, 1935-1943
Tlgns.: Tab 3.102,00 to > Tal 2.880,00 to > Porte 2.743 to
Cpmts.: Ff 108,98 m > Pp 102,00 m > Bc 14,34 m > Ptl 8,00 m
Vendido em 1944 à Comissão Reguladora do Comércio de Algodão em Rama, alterou o Iic para C.Q.B.O., ficando registado no porto de Lourenço Marques. Na passagem por Moçambique utilizava 24 tripulantes e navegou ao longo da sua existência exclusivamente à vela. Foi vendido para demolição sem honra e sem glória, durante o ano de 1948.

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