Com um rombo no porão atracou no porto de Leixões o navio
de carga “Borba”, após colidir com rochedos na Boa Nova
Às 20 horas de ontem (04Jan49) chegou a Leixões o vapor “Borba”, de 7.000 toneladas, pertencente à Sociedade Geral de Transportes, com 6.000 toneladas de carvão para a firma lisbonense Harold, Lda., e destinado à C.P.
Recentemente lançado à água em Inglaterra, pois foi construído nos estaleiros de Sunderland, o “Borba” fazia a sua primeira viagem. Logo à partida daquele país suportou um violento temporal, aguentando-se magnificamente.
Ao chegar a Leixões, como o mar estava agitado e era grande a cerração, o comandante, sr. José Matos Neves, verificando que não podia entrar no porto, pediu piloto, tendo-lhe sido respondido, da respectiva corporação, que o prático da barra só podia dar entrada ao navio às oito horas.
Cerca das quatro horas, porém, o “Borba” aproximou-se demasiadamente da terra devido à agitação do oceano (a) e foi bater contra os rochedos da Boa Nova. Com um rombo no porão Nº, o navio começou logo a ficar inundado. Vendo-se impotente para esgotar a água com os recursos de que dispunha, a tripulação fez, durante três horas, repetidos toques de sirene, pedindo socorros, mas sem resultado.
Então às 7 horas, verificando que os pilotos não acorriam ao seu chamamento, o capitão do “Borba” resolveu entrar no porto com diligente sucesso.
Foto do navio "Borba" em Leixões
Imagem da Fotomar - Matosinhos
Imagem da Fotomar - Matosinhos
Características do navio “Borba”
Armador: Soc. Geral de Comércio, Indústria e Transportes, Lisboa
Nº Oficial: H-378 - Iic: C.S.I.Y. - Registo: Lisboa, 25.Abril.1949 (?)
Construtor: Wm. Doxford & Sons, Ltd., Sunderland, Inglaterra, 1948
Arqueação: Tab 4.457,25 tons - Tal 2.620,93 tons - Pm 7.145 tons
Dimensões: Ff 129,66 mts - Pp 123,99 mts - Bc 16,38 mts - Ptl 7,04 mts
Propulsão: Do construtor - 1:Di - 4:Ci - 3.800 Ihp - 13,5 m/h
Equipagem: 23 tripulantes
Nº Oficial: H-378 - Iic: C.S.I.Y. - Registo: Lisboa, 25.Abril.1949 (?)
Construtor: Wm. Doxford & Sons, Ltd., Sunderland, Inglaterra, 1948
Arqueação: Tab 4.457,25 tons - Tal 2.620,93 tons - Pm 7.145 tons
Dimensões: Ff 129,66 mts - Pp 123,99 mts - Bc 16,38 mts - Ptl 7,04 mts
Propulsão: Do construtor - 1:Di - 4:Ci - 3.800 Ihp - 13,5 m/h
Equipagem: 23 tripulantes
Solicitados os socorros dos Bombeiros Voluntários de Matosinhos-Leça, compareceram estes, a bordo do navio com duas moto-bombas, e iniciaram o trabalho de esgotamento da água, enquanto os tripulantes procediam à rápida descarga do navio. Mas as duas bombas não conseguiam esgotar a água entrada a bordo e, então, foi pedido o auxílio dos Bombeiros Voluntários Portuenses, que acudiram rapidamente com uma moto-bomba que tira 3.000 litros de água por minuto. Simultaneamente, um mergulhador desceu para avaliar a extensão do rombo.
Logo que o “Borba” esteja vazio será reparado, visto não ser aconselhável a sua partida para Lisboa com o rombo produzido pelo choque.
Assim que tiveram conhecimento do sinistro, vieram de Lisboa, num avião especial, os srs. engº Aulânio Lobo, comandante Otero Ferreira e engº.s Rodrigues dos Santos e Sousa Mendes, respectivamente, administrador, secretário-geral, director dos serviços técnicos e engenheiro dos estaleiros da C.U.F. Ao mesmo tempo vieram, em camionetas, duas bombas para serem utilizadas no esgotamento da água, se fosse necessário.
O “Borba” trouxe de Inglaterra 23 homens, incluindo o comandante; o imediato, sr. Manuel Piorro, de Buarcos; 2º piloto, sr. António Ribeiro da Silva, de Miranda do Corvo, e 1º maquinista, sr. José Júlio Duarte, de Lisboa. Como passageiro vinha o sr. Henrique Duarte, superintendente de máquinas da Sociedade Geral de Transportes.
O “Borba” é a terceira unidade de uma série de quatro navios do mesmo tipo, que a Sociedade Geral de Transportes mandou construir em Sunderland.
Ao fim da tarde, o “Borba”, aliviado de parte da carga, atracou à doca velha, em Leixões. No local compareceram as corporações dos Bombeiros Voluntários Portuenses e de Leixões, a fim de, com as suas moto-bombas, esgotarem a água dos porões inundados. Os trabalhos prosseguiram durante a noite e devem prolongar-se até de madrugada.
(In jornal “O Século”, quinta-feira, 6 de Janeiro de 1949)
(a) Numa situação de forte agitação marítima, por norma mais agressiva próximo da linha de costa, os navios devem afastar-se para o largo, onde encontram ondulações passiveis de assegurar melhores níveis de navegabilidade e segurança.
(?) De acordo com a Lista dos navios mercantes nacionais, referida a 1 de Julho de 1949, constata-se que o navio efectuou transporte de mercadorias, abriu um rombo, de acordo com a notícia supra, e muito provavelmente completou a necessária reparação, antes de ter realizado a respectiva matricula na Capitania de Lisboa!
Logo que o “Borba” esteja vazio será reparado, visto não ser aconselhável a sua partida para Lisboa com o rombo produzido pelo choque.
Assim que tiveram conhecimento do sinistro, vieram de Lisboa, num avião especial, os srs. engº Aulânio Lobo, comandante Otero Ferreira e engº.s Rodrigues dos Santos e Sousa Mendes, respectivamente, administrador, secretário-geral, director dos serviços técnicos e engenheiro dos estaleiros da C.U.F. Ao mesmo tempo vieram, em camionetas, duas bombas para serem utilizadas no esgotamento da água, se fosse necessário.
O “Borba” trouxe de Inglaterra 23 homens, incluindo o comandante; o imediato, sr. Manuel Piorro, de Buarcos; 2º piloto, sr. António Ribeiro da Silva, de Miranda do Corvo, e 1º maquinista, sr. José Júlio Duarte, de Lisboa. Como passageiro vinha o sr. Henrique Duarte, superintendente de máquinas da Sociedade Geral de Transportes.
O “Borba” é a terceira unidade de uma série de quatro navios do mesmo tipo, que a Sociedade Geral de Transportes mandou construir em Sunderland.
Ao fim da tarde, o “Borba”, aliviado de parte da carga, atracou à doca velha, em Leixões. No local compareceram as corporações dos Bombeiros Voluntários Portuenses e de Leixões, a fim de, com as suas moto-bombas, esgotarem a água dos porões inundados. Os trabalhos prosseguiram durante a noite e devem prolongar-se até de madrugada.
(In jornal “O Século”, quinta-feira, 6 de Janeiro de 1949)
(a) Numa situação de forte agitação marítima, por norma mais agressiva próximo da linha de costa, os navios devem afastar-se para o largo, onde encontram ondulações passiveis de assegurar melhores níveis de navegabilidade e segurança.
(?) De acordo com a Lista dos navios mercantes nacionais, referida a 1 de Julho de 1949, constata-se que o navio efectuou transporte de mercadorias, abriu um rombo, de acordo com a notícia supra, e muito provavelmente completou a necessária reparação, antes de ter realizado a respectiva matricula na Capitania de Lisboa!
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