Que navio é este?
Ilustração Portuguesa, II Série, Nº 409, pp.750,
Lisboa, 22 de Dezembro de 1913
Lisboa, 22 de Dezembro de 1913
Este é o tipo de notícia que diz muito e simultaneamente explica pouco, apesar de ser um facto conhecido as diversas tentativas feitas previamente por armadores nacionais e anglo-portugueses, para tornar possível uma carreira de navios, a sair regularmente de Lisboa ou Porto, com destino ao Brasil.
Numa primeira análise, em função do atrás referido, pode afirmar-se que este vapor não foi de modo algum o primeiro navio português de carreira para o Brasil, mas também é verdade existirem obstáculos de vária ordem, que eram sistematicamente criados em benefício das companhias de navegação estrangeiras.
Em muitas ocasiões, ou em grande parte dos casos, a opção da garantia de conforto a bordo de bons navios, mesmo quando a travessia do atlântico era efectuada em 3ª classe, podia ainda ser favorecida por facilidades, tais como a autorização do pagamento das viagens dos passageiros A posteriori, desde que um fiador no país assegurasse a responsabilidade da liquidação completa da despesa.
Estas peripécias, quantas vezes a deixar os fiadores em situação de grande precaridade, são obviamente do conhecimento de quem estudou ou pesquisou sobre os caminhos da emigração, principalmente para o Brasil, porque em relação à África os transportes marítimos funcionavam sob o domínio das companhias de navegação nacionais, a coberto de interesses do próprio Estado.
Segundo a notícia, o vapor “Africa Iº”, acabava de realizar a primeira viagem ao Brasil, tendo o navio sido acolhido com entusiasmo, mas lamentavelmente não diz onde!
Depois começam as dificuldades de identificação do próprio navio, que terá pertencido a uma sociedade de nome Liberdade, eventualmente de origem Angolana, face ao registo do navio na capitania de Luanda, conforme pode ser apreciado através da inscrição na boia, visível na imagem inferior.
Depois da história ficam dúvidas por esclarecer: que navio é este; quantas viagens o vapor teve oportunidade de realizar ao Brasil e o que lhe pode ter acontecido durante o ano de 1914, considerando não constar nas listas de navios portugueses, já em Janeiro de 1915.
Numa primeira análise, em função do atrás referido, pode afirmar-se que este vapor não foi de modo algum o primeiro navio português de carreira para o Brasil, mas também é verdade existirem obstáculos de vária ordem, que eram sistematicamente criados em benefício das companhias de navegação estrangeiras.
Em muitas ocasiões, ou em grande parte dos casos, a opção da garantia de conforto a bordo de bons navios, mesmo quando a travessia do atlântico era efectuada em 3ª classe, podia ainda ser favorecida por facilidades, tais como a autorização do pagamento das viagens dos passageiros A posteriori, desde que um fiador no país assegurasse a responsabilidade da liquidação completa da despesa.
Estas peripécias, quantas vezes a deixar os fiadores em situação de grande precaridade, são obviamente do conhecimento de quem estudou ou pesquisou sobre os caminhos da emigração, principalmente para o Brasil, porque em relação à África os transportes marítimos funcionavam sob o domínio das companhias de navegação nacionais, a coberto de interesses do próprio Estado.
Segundo a notícia, o vapor “Africa Iº”, acabava de realizar a primeira viagem ao Brasil, tendo o navio sido acolhido com entusiasmo, mas lamentavelmente não diz onde!
Depois começam as dificuldades de identificação do próprio navio, que terá pertencido a uma sociedade de nome Liberdade, eventualmente de origem Angolana, face ao registo do navio na capitania de Luanda, conforme pode ser apreciado através da inscrição na boia, visível na imagem inferior.
Depois da história ficam dúvidas por esclarecer: que navio é este; quantas viagens o vapor teve oportunidade de realizar ao Brasil e o que lhe pode ter acontecido durante o ano de 1914, considerando não constar nas listas de navios portugueses, já em Janeiro de 1915.
1 comentário:
Caro Reimar. Como está escrito no recorte, tratava-se do antigo transporte de guerra África, que serviu na Armada entre 1875 e 1908. E pela foto será ele mesmo
um abraço
Luis Filipe Silva
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