A balsa insuflável
3ª Parte
Balsa insuflável acondicionada a bordo
Foto parcial do "Viseu" da Naveiro, com imagem da balsa em
primeiro plano e do bote salva-vidas, sobre a ré do navio (à esquerda)
primeiro plano e do bote salva-vidas, sobre a ré do navio (à esquerda)
Descer uma escada de quebra-costas
De todos os argumentos inicialmente apresentados contra a balsa, o mais persistente dizia respeito à sua utilização como equipamento principal dos navios de passageiros. A objeção concentrava-se no facto de que essas balsas não tinham sido perfeitas para receberem pessoas antes de serem lançadas ao mar, mas eram comumente jogadas na água. Há risco em obrigar passageiros a darem saltos de 12 a 18 metros de altura para chegarem às balsas.
Os defensores replicam que metade das vezes os escaleres nem são lançados, cheios ou vazios, ao passo que as balsas estão quase sempre aptas a serem lançadas. Além disso, os passageiros podem descer por uma corda ou por uma escada de quebra-costas.
Em Novembro de 1957, um navio misto de carga e passageiros foi a pique no Golfo do Suez e a tripulação só pôde lançar ao mar um escaler antes que o navio começasse a adornar para bombordo. No navio havia uma balsa insuflável. Dois marinheiros arrastaram-na contra uma inclinação de 30 graus para o lado leste e facilmente a atiraram ao mar. Os passageiros – entre eles três mulheres, uma com mais de 70 anos – desceram por uma escada de quebra-costas e entraram na balsa.
Posteriormente os ingleses resolveram o problema da descida de passageiros de outra forma – um turco de um só braço que desce uma balsa cheia de pessoas. Entretanto, nem mesmo o mais ardoroso proponente da balsa deseja extinguir os escaleres salva-vidas. Eles são resistentes ao fogo. E o que é mais importante, podem mover-se e serem manobrados. Num desastre em que haja óleo a arder na água ou a possibilidade de uma explosão, é indispensável afastar-se depressa da área perigosa. Os escaleres também podem ser usados para retirar vítimas da água ou para conduzir pessoas para locais seguros. Os escaleres que satisfazem as exigências da SOLAS tem tanques de flutuação para mante-los a boiar, ainda que se encontrem cheios de água. São sólidos e tem de passar por testes de resistência e (choques) colisões.
Um equipamento insubstituível
Os defensores replicam que metade das vezes os escaleres nem são lançados, cheios ou vazios, ao passo que as balsas estão quase sempre aptas a serem lançadas. Além disso, os passageiros podem descer por uma corda ou por uma escada de quebra-costas.
Em Novembro de 1957, um navio misto de carga e passageiros foi a pique no Golfo do Suez e a tripulação só pôde lançar ao mar um escaler antes que o navio começasse a adornar para bombordo. No navio havia uma balsa insuflável. Dois marinheiros arrastaram-na contra uma inclinação de 30 graus para o lado leste e facilmente a atiraram ao mar. Os passageiros – entre eles três mulheres, uma com mais de 70 anos – desceram por uma escada de quebra-costas e entraram na balsa.
Posteriormente os ingleses resolveram o problema da descida de passageiros de outra forma – um turco de um só braço que desce uma balsa cheia de pessoas. Entretanto, nem mesmo o mais ardoroso proponente da balsa deseja extinguir os escaleres salva-vidas. Eles são resistentes ao fogo. E o que é mais importante, podem mover-se e serem manobrados. Num desastre em que haja óleo a arder na água ou a possibilidade de uma explosão, é indispensável afastar-se depressa da área perigosa. Os escaleres também podem ser usados para retirar vítimas da água ou para conduzir pessoas para locais seguros. Os escaleres que satisfazem as exigências da SOLAS tem tanques de flutuação para mante-los a boiar, ainda que se encontrem cheios de água. São sólidos e tem de passar por testes de resistência e (choques) colisões.
Um equipamento insubstituível
Um dividendo é a economia considerável no investimento, que as compactas e leves balsas (1,50 por 0,50 metros e menos de 180 quilos), para 25 homens, podem significar em relação aos escaleres. Compare-se um escaler para 75 pessoas com três insufláveis da mesma capacidade total. Por exemplo, se o custo inicial fosse de 25.000 dólares (incluindo o turco e o respectivo gancho), o valor das três balsas seria o equivalente a 8.350 dólares (sem turco nem gancho). Note-se, entretanto, que um salva-vidas de fibra de vidro está previsto durar varias vezes mais que uma balsa. Peso: 6.800 quilos (com turco, guincho e 670 quilos de alimentos, água e equipamento de emergência) contra 725 quilos (com suportes para suprimentos e três pacotes de emergência de 60 quilos.
Deve em qualquer circunstância concordar-se com a opinião do capitão Alfred Carlier, outrora comandante do rebocador “Sea Wolf”, segundo o qual o principal critério a defender é a sua fundamental capacidade para salvar vidas. E recorda o “Sea Wolf” quando a rebocar um batelão carregado com madeira para Honolulu, numa noite de Agosto de 1964. O rebocador pegou fogo e afundou-se acto contínuo a umas 700 milhas a oeste da Califórnia. O capitão e seus 11 tripulantes foram resgatados na sua balsa ao amanhecer do dia seguinte.
No inquérito, o capitão declarou: «Sinto-me mais seguro numa balsa salva-vidas insuflável, do que num qualquer escaler. Quando se tem de abandonar um navio às pressas, não há nada melhor do que esse aparelho».
Para terminar, devo salientar a importância deste texto, sobre um dos processos mais eficazes a colaborar no salvamento de vidas humanas no mar. Utilizei para o efeito um relatório assinado por J. Campbell Bruce, publicado na revista “National Safety News”, em 1966. Ao escolher este assunto, lembro a existência da balsa salva-vidas há cerca de 60 anos, podendo afirmar que apesar dos anos decorridos, este equipamento permanece tão insubstituível como nos primeiros tempos e continua a justificar até agora uma prodigiosa modernidade.
Deve em qualquer circunstância concordar-se com a opinião do capitão Alfred Carlier, outrora comandante do rebocador “Sea Wolf”, segundo o qual o principal critério a defender é a sua fundamental capacidade para salvar vidas. E recorda o “Sea Wolf” quando a rebocar um batelão carregado com madeira para Honolulu, numa noite de Agosto de 1964. O rebocador pegou fogo e afundou-se acto contínuo a umas 700 milhas a oeste da Califórnia. O capitão e seus 11 tripulantes foram resgatados na sua balsa ao amanhecer do dia seguinte.
No inquérito, o capitão declarou: «Sinto-me mais seguro numa balsa salva-vidas insuflável, do que num qualquer escaler. Quando se tem de abandonar um navio às pressas, não há nada melhor do que esse aparelho».
Para terminar, devo salientar a importância deste texto, sobre um dos processos mais eficazes a colaborar no salvamento de vidas humanas no mar. Utilizei para o efeito um relatório assinado por J. Campbell Bruce, publicado na revista “National Safety News”, em 1966. Ao escolher este assunto, lembro a existência da balsa salva-vidas há cerca de 60 anos, podendo afirmar que apesar dos anos decorridos, este equipamento permanece tão insubstituível como nos primeiros tempos e continua a justificar até agora uma prodigiosa modernidade.