quarta-feira, 9 de junho de 2010

A notícia do dia !...


Tráfico, imigração ilegal e naufrágios sob vigia
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Póvoa de Varzim
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- A Póvoa de Varzim será um dos 20 pontos da costa portuguesa a ter uma torre fixa de vigilância costeira. A estrutura deverá estar pronta dentro de um ano e permitirá monitorizar a costa, controlando o tráfego de droga, a imigração clandestina e a pesca ilícita, podendo ser muito útil em casos de naufrágio.
“Estas torres fazem parte do sistema de vigilância integrado da costa portuguesa que se prevê que esteja concluído em 2011. É composto por 20 postos fixos – como este que vai ser colocado aqui – e por mais oito móveis, que podem ser colocados em qualquer parte do território nacional”, explicou, ontem, o comandante nacional da Unidade de Controlo Costeiro, Estevão Alves, na inauguração das novas instalações da Unidade de Controlo Costeiro da Aguçadoura.
O sistema, que integra um conjunto de câmaras de vídeo nocturnas e diurnas, com alcance até às 12 milhas (cerca de 20 quilómetros), destina-se a fazer a vigilância da costa no que diz respeito ao tráfico de droga, à imigração clandestina e à pesca ilícita, mas poderá também ser utilizado como complemento aos meios marítimos e aéreos de busca e salvamento em caso de naufrágio, permitindo a monitorização da situação antes da chegada dos meios.
A nova Unidade de Controlo Costeiro poveira ficará localizada no antigo posto da Guarda-Fiscal de Aguçadoura, desactivado em 1993. A Unidade deixa, assim, as actuais instalações na lota poveira para ocupar um posto com melhores condições e, assegura o comandante do sub-destacamento de Controlo Costeiro de Matosinhos, major Costa, com “melhor localização”, numa zona menos urbana e “mais no centro dos problemas”.
Por agora, a Unidade terá os mesmos 25 efectivos, com recurso a um semi-rígido e várias viaturas todo-o-terreno e motoquatro, cobrindo uma área que vai desde Esposende até Leixões.

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(In “Texto de A.T.M. no Jornal de Notícias”, pág. 20, de 09.06.2010)

Fomos hoje brindados com esta excelente notícia, que nos permite descansar, sabendo quanto é improvável a descarga de narcóticos, apesar do garantido reforço na vigilância da área a merecer rigoroso controlo a partir de 2011. No que me é dado observar, durante as muitas noites passadas ao relento, de areal em areal, ao longo deste litoral, pacientemente a desfrutar da minha paixão de pescador lúdico e simultaneamente por ser irreverentemente egocêntrico (sempre fico com a sensação de ter as praias só para mim), nunca presenciei ou tive conhecimento da descarga de estupefacientes no perímetro visado. No entanto o tráfico infelizmente existe, só que mais para norte (próximo da fronteira espanhola ou já dentro do território galego) e, obviamente, muito mais para sul no cálido paraíso algarvio. Todavia, deve ser referido encontrar-mos em diversas ocasiões, elementos da Brigada Fiscal da Guarda Nacional Republicana, em serviço de patrulha da costa, deslocando-se nos seus jeeps, saídos do destacamento em Esposende, o que importa dizer que é muito quilómetro, para tão poucos efectivos. Mesmo assim esta vigilância, necessária e pertinente, porque sempre podem acontecer mudanças de estratégia, supera em termos de racionalidade o facto de ter havido solicitações à marinha espanhola, para efectuar o controlo e vigilância da nossa costa, por responsáveis alfandegários de Viana do Castelo !
Quanto à imigração clandestina, tal como o tráfico será novidade na zona, pois é muito mais provável que face às actuais circunstâncias, os imigrantes queiram regressar aos países de origem, ou outros países com melhor oferta de condições de vida, do que se sujeitarem a um naufrágio, contra os muitos rochedos espalhados nas praias, entre a Póvoa de Varzim e Leixões.
A dita cuja torre só começa a ter propósito e a fazer sentido, quando os serviços forem “utilizados como complemento aos meios marítimos e aéreos de busca e salvamento em caso de naufrágio“. Principalmente se este serviço estiver a funcionar para controlar “a pesca ilícita”, já que são muitas as embarcações, cujas tripulações em total desrespeito pela própria vida, se permitem aproximar de 20 a 50 metros da restinga nas praias, durante a noite, onde esperam realizar melhores e mais rentáveis capturas.
É imperativo afirmar que a pesca do robalo tem morto mais pescadores do que peixe, resultado da ganância motivada pelos lucros que advém desta perigosa actividade, cujo controlo é descurado, quase sempre por falta de meios. Quem sabe, afinal a torre e os mencionados postos fixos de vigilância, possam vir a representar o salvamento da morte por afogamento de tantos outros pescadores, dando-lhe uma importância igual ou paralela aos desusados mas fundamentais coletes salva-vidas.

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